Eu sempre gostei de jogos, mas de jogos inteligentes, jogos de tabuleiro, de cartas, os da vida não.Esses me dão tédio, são cruéis, desleais, no mínimo chatos.
Gosto do blefe das cartas, não os da vida. Os blefes nos jogos de cartas, em algum momento são revelados, de uma maneira divertida, com no máximo um grito de seis e uma carta na testa, já os da vida, quando se revelam, machucam direto no coração.
Muitos acham que é necessário blefar pra conquistar um amor, um emprego, um amigo. Eu não, tenho profunda preguiça! Gosto de paixões verdadeiras, mesmo que sejam breves, olho no olho, uma boa noite de sono, um carinho despretensioso.
A vida por si só já é um blefe, e cabe a nós decifrarmos, a cada momento, a hora de pagar pra ver, então pra que complicar? Deixo minhas dúvidas com as cartas, na vida quero as certezas…
Valéria de Laet – Publicitária, atuou 20 anos na área de produção de filmes publicitários e de eventos.