Tendo como base a visão judaico-cristã, Maria, a mãe de Jesus, é uma mulher perfeita. É uma virgem que dá à luz e sofre em silêncio ao pé do calvário.
Mas, como são as “Marias” de hoje? São mulheres que lutam, choram, encantam com largos sorrisos, questionam, se rebelam, erram, acertam, amam, odeiam, podem ser perfeitas dentro de suas realidades e imperfeições.
Há sempre grandes expectativas sociais e pressões exercidas sobre as “Marias”.
O julgamento moral que pesa sobre elas é um tanto quanto cruel pois quando avaliadas sob os ollhos de terceiros e da sociedade, “Marias” tendem a ter como destaque as imperfeições e não a humanidade.
“Marias” podem SIM ser perfeitamente imperfeitas. E não por isso menos valiosas perante o mundo.
Então: sem armamentos e argumentos vamos confiar no #ficaemcasa, para continuar a ter esse “necessário” alimento. Faz muita falta… Só sabe quem não tem… E principalmente quem a perdeu para o Covid-19.
Aujourd’hui, le 14 avril 2020, depuis un mois on ne sort pas de la maison. En Suisse, ce n’est pas complètement interdit de sortir et l’autorisation n’est pas nécessaire non plus. Mais la situation dehors nous appelle à ce que nous restions tranquilles et solidaires avec ceux qui ont besoin de sortir pour travailler et pour les personnes les plus vulnérables. Ce type de confinement participatif fonctionne assez bien par ici, probablement due à une population suisse avec un sens naturel de la responsabilité et de la discipline tout enraciné.
Cependant beaucoup de personnes cherchent les coupables, d’autres font des prévisions sur les divers scénarios futurs, d’autres nient la réalité comme une façon de se protéger et d’autres encore essaient de politiser au maximum la situation, comme c’est le cas au Brésil. Mais, tous ont besoin, à un certain moment, de penser à soi-même. Le regard devient plus intérieur qu’extérieur. Avant, il n’y avait pas beaucoup de temps pour cela.
Si le virus est apparu dans le monde animal, dans un laboratoire, à travers la 5G, ou dans la propre Terre, il est là, avec son pouvoir invisible, sans limitation géographique, ethnique, culturelle, temporaire ou spirituelle. Mais, tous doivent collaborer selon la collectivité, d’un jour à l’autre, c’est fini la prépondérance de l’individualisme. La solidarité et l’altruisme sont passés au premier plan.
Il est arrivé sans nous demander la permission et il a exigé que tout soit redimensionné : le temps, l’économie, l’alimentation, les voyages, les relations entre les personnes, les familles et les priorités.
Si on analyse ses conséquences physiques dans le corps humain, il frappe principalement les poumons, l’organe qui, dans la médecine chinoise, est lié à la tristesse. Donc, nous pouvons réfléchir comment était l’humanité jusqu’à maintenant et même les conditions de nos ressources naturelles.
Quand nous observons les centres d’énergie du corps, appelés les Chakras, les poumons sont liés au Chakra du Cœur. Chakra lié au système respiratoire ; il faut se rappeler que la première et la dernière chose que l’on fait pendant notre visite sur cette planète, c’est inspirer et expirer, respectivement. Nous sommes soumis à penser que ça ne dépend pas de nous, inspirer et expirer, et finalement on se demande combien de fois nous remercions le souffle qui nous a permis d’être ici et maintenant.
Au-delà, il y a un autre organe lié à ce Chakra, comme son nom l’indique, le cœur, qui symbolise l’amour inconditionnel, le pardon, la compassion. Encore une fois on réfléchit comment étaient ces sentiments dans notre société, avec quelle rareté nous les avons ressentis.
Au niveau des sens, le Chakra du Cœur est lié aux bras et aux mains, c’est à dire au toucher et, soudainement, on ne peut plus se faire des câlins…on doit maintenir les deux mètres de distance les uns des autres. Quand on aime bien quelqu’un, naturellement, on a envie de faire un câlin parce que les cœurs se rapprochent, on fait l’accueil avec le cœur. On pense à combien d’opportunités de se faire des câlins nous avons laissé tomber.
À propos de son nom et apparence, Corona, ou couronne pour nous. Encore une fois, il fait référence aux centres d’énergie du corps et du Chakra Coronaire, au sommet de la tête, lié à notre spiritualité et transcendance. Notre capacité de réveil à travers le corps physique. Il paraît que c’est maintenant ou jamais…
Plus que jamais, nous sommes obligés d’appendre à être en pleine conscience – connue comme “mindfulness” – être ici et maintenant. L’être humain est l’esclave de sa propre souffrance pour vivre dans les souvenirs du passé ou dans le futur incertain, et il oublie que la vie se passe à l’instant présent. Maintenant, sans avoir plusieurs choix, nous apprenons à vivre dans l’instant présent, ici et maintenant.
Et, c’est dans ce scénario que, virtuellement, moi et mes élèves, qui à certains moments, deviennent aussi mes enseignants, comprenons le vrai sens de la pratique du Yoga. Le mot Yoga vient du sanskrit “Yuj”, qui veut dire l’union, mettre ensemble, approcher. Unir le corps physique et mental, le matériel et le spirituel, l’énergie masculine et féminine, dans un équilibre parfait. Même loin, la leçon continue à être, nous sommes tous Un.
O Covid me trouxe vários convites
para um mundo que eu precisava realmente conhecer… ou resgatar.
Minha alma pedia recolhimento,
quietude, pausa, mas eu não sabia. Meu nível de inconsciência com ela não
permitia compreender que eu não precisava abraçar o mundo, que o externo não me
preenche e que a paz habita aqui dentro de mim.
Eu precisava deste tempo: #fiqueemcasa. Carecia deste isolamento
comigo mesma para entender que a Carolina aspira por voos muito mais
profundos.
No começo um desespero, porque
mudar os padrões mentais e aceitar que temos pouco controle sobre a vida não é
um processo fácil. Para quem é mulher sabe que somos um importante ponto de
equilíbrio na família e quando estamos em desarmonia parece que fica todo mundo
fora do eixo.
Bom, deixa eu contextualizar: sou
filha única e as pessoas que me criaram foram essencialmente minha mãe e avó,
mulheres marcantes. Meu tio e tia maternos tiveram uma participação incrível.
Meu pai foi ausente. Com a ida de minha avó e tio, a família ficou
basicamente composta por mãe e tia, aparentemente pequena, mas enorme em termos
de força feminina. Duas mulheres poderosas que me deram a base para ser o que
sou e me fundamentam até hoje. Ambas idosas e, portanto, mais
vulneráveis ao Covid. Desafio number
one lançado.
Sou mãe de três filhos e mais
três enteados, esposa, ex esposa, bancária, professora de yoga e uma pessoa ativa,
cheia de sonhos e projetos. Nesta atual conjuntura, sem a minha santa ajudante,
o Covid me fez encarar alguns convites: conciliar uma casa grande para limpar e
organizar, comida para um batalhão (já
viram prato de adolescente?), roupas sem fim para lavar (parece que brotam!), tempo para cuidar dos meus queridos (prezo
por isso!) , alta produtividade no home
office do banco, práticas e aulas de yoga (meu porto seguro) e suporte aos
meus filhos que estão se adaptando à novidade das aulas online.
Isso não é pouco, mas sinceramente
o que me desestabilizou foi não saber lidar com o inesperado que o Covid
convida. Em um cenário em que estava tudo “bem”, de repente vem
um vírus que tira a vida de milhares de pessoas e todo mundo fica perdido, sem
saber o que fazer, se vai morrer e o que vai ser… O fato de faltar ar já é
para mim um sintoma apavorante. Sou sagitariana, gosto de liberdade e vento no
rosto. Tudo isso é muito suspense para mim, que sempre fui chegada em uma boa
comédia. Bateu um medo chato, daqueles que embrulham o estômago.
Separada do primeiro casamento,
como ficariam as crianças neste vai para lá, vai para cá da guarda
compartilhada? E meus enteados que também vivenciam este vai e vem,
ficariam em uma casa só? Tem casal que optou por fazer isso, mas conhecendo bem
meu ex e meu marido (pais super presentes), não acho que aceitariam ficar sem a
convivência dos filhos e, sendo empática, eu também não aceitaria, a não ser em
uma condição muito extrema. O afeto aumenta a imunidade. E foi batata! O
dinâmico vai e vem permaneceu aqui em casa… alguns dias estamos
em 8 pessoas, outros em 4 ou 5 ou 3, depende da quantidade de crianças. Posso
dizer que este foi o primeiro convite do Covid que aceitei. Tem uma voz interna
que me diz: ENTREGA E CONFIA e nela me agarro todos os dias.
O segundo convite foi um pouco
mais doloroso: lidar com o fato de ter duas idosas que amo vulneráveis a uma
pandemia implacável. Não posso conceber nada de ruim a elas… amarga a boca e
minha glândula timo aperta de tristeza (se não sabe sobre a timo, busque
conhecer este simpático e importante órgão). Pela segunda vez aceitei o chamado
do Covid: dedicar mais tempo a quem eu amo, ainda que à distância, mas com o CORAÇÃO
CONECTADO como nunca. Fortaleci minha fé e sigo proseando com Deus. Este
convite foi incrivelmente providencial, Namastê!
Voltando à questão de conciliar
os inúmeros afazeres, estou tendo a oportunidade de presenciar momentos maravilhosos
neste isolamento. O Covid nos ofertou aqui em casa ao COLABORATIVISMO. Todos ajudando, conscientes de seu papel, de
uma forma como nunca ocorreu, apesar das minhas inúmeras tentativas. Um dia um
cozinha, o outro lava a louça, outro estende a roupa, todos arrumam seus
quartos, desde o caçula que tem 7 anos até o mais velho com 14. Este convite
espero que perdure após a pandemia, pois, como nunca, percebemos e cuidamos do
outro, trazendo um significado mais AMOROSO à vida.
O vírus chinês sacudiu a humanidade.
Nos tirou do comodismo fácil. Não sei como está a convivência na sua casa, ou
se tem ficado só, mas lidar com as manias, hábitos e personalidades de cada um
certamente é uma habilidade que tenho exercitado. Esta convivência intensa é a
chamada intimidade. Algo que invade, atropela e não é à toa que aumentaram o
número de divórcios. Não estamos acostumados, mas é uma grande oportunidade de
sermos mais flexíveis nos relacionamentos. Uma amiga de adolescência dizia a
seguinte frase: Intimidade dá nojo!
Eu ria e hoje entendo com certa beleza estas palavras. O Covid me convidou à
TRANSIGÊNCIA.
Outra boa parte desta história,
foi o tempo para poder conviver com meus filhos e marido. Estou conhecendo cada
um muito melhor. Do silêncio da alma, saem grandes reflexões. Concebi que cada
um tem a sua essência e que todas podem ser maravilhosas se houver aceitação e
respeito. A tendência controladora de uma mãe ou pai de família pode provocar
estragos de personalidade. A orientação dos pais pode ser firme e doce ao mesmo
tempo, resguardando o âmago de cada um. Isso tem a ver com RESPEITO, no seu
sentido mais íntegro, e me fez bem despertar para este convite.
O Covid me permitiu aprofundar nas práticas de Yoga, nos estudos de Patanjali e Iyengar. Faço asanas (posturas) o tempo todo, até enquanto trabalho. Aprendi a harmonizar cada chakra. Estou me deliciando com o mundo vegano (me tornar vegana tem sido uma mudança profunda dentro de minhas raízes libaneses, mas muito coerente com os meus valores). Tomo Sol todos os dias, medito logo cedo, organizo as ideias, SILENCIO a mente. O silencio é o som da alma. Fui convidada por este vírus atrevido a curtir o presente e mergulhar para dentro. Percebo minhas imperfeições, reconheço minha humanidade, cultivo minhas virtudes. É uma longa jornada o autoconhecimento, talvez a maior de todas, mas é uma trilha encantadora. Esta busca só é possível com o silêncio e a quietude, com o retiro da mente. O estado introspectivo permite contemplação e plenitude. Sensação de paz e libertação. O isolamento era necessário para a nossa evolução. Convite aceito Covid! Om Shanti Om.
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