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O poder do Blefe

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Houve um tempo em que tudo era sério!!!

Depois aprendi a blefar…

Criada por um pai que acreditava que era melhor vencer do que sequer entrar na batalha para jogar, até certo ponto tudo que eu fazia exigia resultado positivo.

Então, no primeiro ano de faculdade não foi diferente. Melhores resultados em tudo, menos…

Tínhamos aula de expressão corporal ou coisa assim e precisávamos apresentar peças de teatro a cada semestre. No primeiro semestre, eu e a minha equipe fizemos vasto trabalho de pesquisa, criamos uma peça e ensaiamos à exaustão. Fomos aplaudidos por uma plateia em pé, por um tempo longo demais para o nosso conforto. Muito felizes, fomos encontrar o professor PA, que disse que a peça era displiscente e nos deu nota abaixo da média!!! AAARRRRGGGHHHH!!!

No segundo semestre, os professores da faculdade entraram em greve parcial. Com muito tempo ocioso, jogávamos truco, que é a matéria principal a ser aprendida em uma faculdade!

Nada tinha a perder a não ser perder… Um dia pensei, por que tão sério?

Passei a blefar no truco e comecei a ganhar, muitas vezes!

Acabada a greve tínhamos outra peça de teatro a apresentar. E blefamos!

Não criamos, não ensaiamos… Escrevemos alguns tópicos apenas para apresentar algo escrito e duas semanas depois de não fazermos mais nada, subimos no palco e nos divertimos.

Fomos aplaudidos de pé e o professor nos disse que percebeu o nosso esforço e empenho em criar algo realmente consistente. Tiramos 10!

Desculpe-me papai, mas a vida é muito melhor quando podemos dar nosso melhor com bom humor e aceitando algumas “não-vitórias”.

FOTO PERFIL Synnove

Synnöve Dahlström Hilkner É artista visual, cartunista e ilustradora. Formada em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda pela PUCCAMP. Desde 1992, atua nas áreas de marketing e comunicação, tendo trabalhado também como tradutora e professora de inglês, com ênfase em Negócios. Nascida na Finlândia, mora no Brasil desde os 7 anos e vive atualmente em Campinas com o marido, com quem tem uma empresa de construção civil. Tem 3 filhos e 2 netas. Desde 2011 dedica-se às artes e afins em tempo quase integral – pois é preciso trabalhar para pagar as custas de ser artista – participando de exposições individuais e coletivas, além de salões de humor, especialmente o Salão de Humor de Piracicaba, também faz ilustrações para livros.É do signo de Touro e no horóscopo chinês é do signo do Coelho. Contribui para o Belas Urbanas com suas experiências de vida.

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