disfarça e finge que tá tudo bem
que seu coração nem bate
nem sangra
olha nos olhos e atravessa
não vê
porque a conquista é só um jogo
de azar
e ninguém vence
se precisa escolher lados
eu te quero
mas só um pouco
eu te espero
mas só até amanhã
eu me entrego
e me retraio
com suas certezas
que você me entrega
e depois pede de volta
como num jogo de cartas
feito só de adversários
se defendendo das palavras
se ausentando dos olhares
se esquivando dos nós
eu não te deixo perceber
que minha derrota
não depende da sua vitória
mas do meu próprio cansaço
quando já não quero mais
suas falas que não dizem
seus olhos que fogem
suas mãos que escorregam
e partem sem razão
eu já não aposto minhas fichas
nas suas cartas marcadas
porque não entrego os pontos
Luciana – não tem idade, mas escreve desde a escola, quando descobriu que voz não tem nada a ver com som. Não tem métrica, técnica ou ideologia. Não gosta de maiúsculas e acredita na escrita crua. Escreve em livro, caderno, máquina e computador. Só escreve. É só o que sabe fazer.(e atualiza, às vezes, o Monólogo da Fuga) www.facebook.com/monologodafuga