Cores, ó cores!
Onde estais?
Revela-nos se és real
Se na noite não a vemos
Oculta na penumbra
Mistério calado ao luar
É noite…
…e num giro vem o dia
Tu te mostras ao raiar
Arco colorindo os céus
Vidas cintilando tons
Cores que vem e vão
Paleta multicor no caos a criar
Partículas luminosas ao ar
Eis o espectro em nosso olhar
Mas, um eclipse nos cega
Uma sombra a nos ofuscar
Pois se não és a luz mesma
…nem os átomos
…nem as coisas
…nem nada
Se transparente tornares
Poderias revelar
O que brilha dentro de tudo
Secretamente a irradiar
Em silêncio
Para além da noite-e-dia
Vibração a nos suscitar
A espera de outra Luz
Um novo arco-íris
Para nos guiar
Espectro invisível
Que os olhos não podem ver
Cores que não podem expressar
Se não descolorir
Ascendendo
E do centro iluminar
Dentro do fogo
Fundindo-se
Incandescendo-se
Tornando-se fagulha
No coração solar