Sempre imaginei como seria entrar numa máquina do tempo… sempre tive essa fissura.
Interessantemente nunca tive vontade de avançar pro futuro, minha tara sempre foi voltar ao passado (seria por causa do meu signo solar, esse tal signo de câncer? Será?! Mas eu tenho 6 planetas em Leão, gosto de luz holofotes e eles compensam a passionalidade?! Que contradição!)
Eu gosto de lembrar do passado; guardo memórias, lembranças, papéis, cartas, bilhetes, anotações, rascunhos, e-mails; roupas do meu filho recém-nascido, guardo fotos, álbuns… do passado, só não guardo recordações com quem eu fui infeliz. Aprendi com o tempo (ou com a envelhecência) que estas pessoas não mais ocupariam espaço nas minhas memórias. Elas que sigam seu destino, e eu sigo com as minhas boas lembranças . Afinal, os anos vividos servem para nos deixar mais seletivos e nossos vícios mais intensos.
Sou viciada em recordações, em café, coca-cola; viciada em dormir com meu amor… (comigo não tem essa de ocupar todo o espaço da cama… ocupamos juntos todo o espaço da cama; ocupamos juntos a vontade de estarmos juntos, sempre).
O passar dos anos (não a velhice) me fez ficar cada vez mais livre para viver intensamente tudo o que gosto e amo.
Envelhecer tem seus desafios: a falta de colágeno, os cabelos brancos não assumidos e que precisam ser retocados com mais constância; quando se “carpe nocten” não dá pra “carpe diem”, as gordurinhas não são mais localizadas, teimaram e conseguiram “usucapião”, o botox dói (mas só quando acaba) e assim vamos aprendendo a viver e a reviver.
Envelhecer é bom?
Mente quem diz que sim.
Mas foi nesse envelhecer que (re)encontrei com quem quero viver para sempre e como quero viver.