Provavelmente não existo mais em seus pensamentos, não importa, quanto a mim:
ainda penso em você.
Na cerveja, na saudade daquele olhar cheio de enigmas que busco encontrar, no
sorriso furtivo que me recordo em todos os detalhes.
No jeito tímido, nas piadas bobas.
Sei, é adolescente, chega a ser ridículo, mas: ainda penso em você.
Na promessa velada do tudo que nunca chegou a ser, do universo paralelo que
tínhamos ou não, era tudo mentira? Era intenso para você como era para mim? Não
sei. No vínculo permeado de silêncio que nos olhos abrigavam um todo, um mundo, a
beleza daqueles momentos fortuitos. A poeira do tempo guardou tudo em segredo.
Sei que ainda penso em você. Em dias quietos e contemplativos, nas sextas-feiras,
ainda penso em você. Saudades infinitas, doloridas, daquelas que apertam o peito.
Ainda penso em você e dói, mas também é bom pois sei que assim de alguma
maneira você mora em mim.