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AQUELA ESTRADA – CAPÍTULO 7 – final

Deitou-se na cama. O sol teimava entrar no quarto se esgueirando pela janela e cortinas fechadas. Mesmo assim encontrava uma brecha e iluminava levemente o ambiente. Com os olhos fixados nos seus pensamentos, olhava o ventilador de teto que fazia girar a sua história. Tocou em seus dedos e a marca do anel estava mais fraca. Pensou: “um pouco de sol e a marca desaparece…assim como minhas memórias”.

Saiu do quarto, do hotel, da cidade. De novo na estrada. Resolveu abrir o teto solar. Precisava do sol para queimar a marca do anel. O sol estava forte, mas era compensado pelo vento no rosto. Sentia-se sozinha e livre na estrada.

Sem saber direito o porquê, lembrou do filme Telma e Louise. Um filme antigo que agora, em sua lembrança, a fazia sentir um frio gostoso na barriga. Acelerou fundo. Estava indo para algum lugar que não sabia ao certo qual era. Sem destino, sem ninguém. Foi em frente. “Para onde vou?”. Perguntou a si mesma. Soltou um leve sorriso. Para onde ia pouco importava. Mas o filme Telma e Louise não saía da sua cabeça.

Gil Guzzo –Belo Urbano, é artista, professor e vive carregando água na peneira. É um flaneur catador de latinhas. Faz da rua, das pessoas e da vida nas grandes cidades sua maior inspiração. Trabalha com fotografia de arte, documental e fotojornalismo. É fundador do [O]FOTOGRÁFICO PRESS (Agência de imagens) e professor universitário. Adora cozinhar e ficar olhando distraidamente o mar. É alguém que não se resta a menor dúvida…só não se sabe do que…. 
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