Sobre o tempo que transforma e o brilho inesperado de alguém que já caminhou; Seus gestos e sua maturidade encanta quem ainda está no início do caminho; O brilho que envolve, a educação que fala mais que qualquer carinho; Olhar para todas estas formas nos fazem pensar em “por que não?”;
De sua parte, ele vê, a juventude que brilha em um pulsar que não pode ser contido; O sorriso e o brilho no olhar de alguém que está repleto de esperança, sem medo das derrotas do caminho; Entendendo que se tomar esta juventude ele tenha até condições de se sentir mais jovem, e se entrega a este sentimento.
Ambos se esqueceram que o tempo não perdoa, que ele continuará seu caminho e ela também; Que ele sentirá, com passar do tempo, maior cansaço que ela, e ela por sua vez, se sentirá mais jovem do que nunca e eles sentirão que estão em momentos diferentes; Entregues ainda pelo carinho inicial, tentarão, em vão, ignorar a força do tempo, mas logo ele se sentará para olhar o brilho de sua jovem seguir em frente.
Distante, ainda com dor no coração, ela irá entender que o melhor é caminhar ao lado e não à frente. O coração se alegrará em encontrar alguém que esteja em seu mesmo tempo e construirá novas recordações. Ele irá sorrir com suas memórias, e entenderá que foi bom, que realmente não era possível.
André Araújo – Belo Urbano. Homem em construção. Romântico por natureza e apaixonado por Belas Urbanas. Formado em Sistemas, mas que tem a poesia no coração e com um sorriso de menino. Sempre irá encher os olhos de água ao ver uma Bela Mulher sorrindo.
Foi no caixa do banco que o vi pela primeira vez. Eu bancária, ele cliente. Bem vestido, muito bonito e sorridente.
Sempre com elogios e brincadeiras. Eu apenas sorria mas desconfiava do assédio, até porque ele movimentava muito dinheiro e eu caixa de banco.
Um dia me deu um cheque para depósito e o preenchimento do valor era um convite para um chopp após o expediente. Fiquei muito surpresa e aceitei de pronto…
Poucos restaurantes próximos e ele escolheu o mais sofisticado e me levou para a parte de cima, mais reservada. Ali teve início uma torta história de amor.
Eram sempre almoços intermináveis ou happy hours, esquecíamos de tudo. Ele um cara culto, falando poesia, cantando bossa nova. Era pura diversão.
Dele sabia que morava no Rio e trabalhava em Niterói, sócio de uma Empresa de seguranca. Eu, morava com uma colega de trabalho e tinha uma vida bem animada. Todos os finais de semana ia pra Búzios onde alugava casa com amigos.
Os nossos encontros eram em motéis e eu não estava muito interessada em mudar nada.
Em um final de semana eu em Búzios, na praia, recebo sua visita inesperada. Sábado de manhã, ele de roupa social, sapatos em plena geriba me procurando, detalhe, não lhe dei endereçoo. Entendi como uma prova de paixão. Fomos pra casa, nos misturamos entre areia, sal, suor e tesão. Almoçamos e ele foi embora. Simples assim. Eu apaixonada, me sentindo especial.
O tempo foi mostrando o quanto era sedutor. Rosas, livros, discos. Me enchia de mimos e de paixão. Até que um dia ele me comunica que vivia uma história verdadeira e por força das circunstâncias, estava prestes a se casar. Sábado seguinte.
Me senti rejeitada, tola, ingênua. Passei o dia inteiro chorando. Ele se casou com namorada da vida toda, filha do dono da empresa. Ele manteria a sua posição social e seguia a vida.
Como pouco tínhamos, pouco ficou. Levei bastante tempo para me reerguer, mas tinha Búzios , era só agito, foi mais fácil seguir o caminho.
Estranhei quando se passaram um, dois, três meses e nunca mais o vi. A conta permanecia lá e eu achava que ele sempre iria entrar pela porta com aquele lindo sorriso que já tanto me fazia falta.
O reencontro se deu em uma rua próxima ao banco e veio junto um grande susto. Ele com o rosto deformado. Me contou que sofrera um grave acidente e ficara um mês em coma. E tinha mais uma novidade, iria ser papai. A vida seguiu, ele não fazia mais parte de mim.
Casei, tive filhos, me separei, casei de novo, filho de novo. Divórcio de novo. Agora sozinha vida reconstruída, bela casa em um lindo lugar um pouco distante do centro urbano. Em algum momento entrei no Facebook para acompanhar a vida da filha que se mudara para a Europa. E assim foi.
Em uma noite recebi uma solicitação de amizade e lá estava ele. JP, trinta anos depois. Morava na França e estava vindo ao Brasil em breve, queria me ver. Comecamos a trocar e-mails infinitos, divertidos. Toda noite era a hora de ficar no computador e esquecer da vida. Meus filhos desconfiaram dessa mudanca, mas ficaram felizes em me ver mantendo amizade com alguém, já que vivia exclusivamente para eles.
JP me chamava atenção para minha escrita, falou que eu escrevia bem e que deveria me empenhar nisso. Eu estava satisfeita, escrevia pra mim. Procurei saber mais de sua vida e soube que já se casara nove vezes, sim, nove vezes. Fazia doutorado na França, já morava há quase dez anos e se aposentara por invalidez após um acidente doméstico. Tinha pouco e vivia bem, diferente do menino rico que conheci.
Fomos nos contactando até o nosso possível encontro que se deu três meses após nosso primeiro contato. Veio a minha casa. Rosto envelhecido e ainda muito bonito. Chegou me chamou no portão e quando entrou eu fui rápido para abraçá-lo, ele estranho, frio, sem jeito não correspondeu. Essa atitude me colocou os pés no chão, era o que tinha.
Saímos para almocar na praia e retornamos a casa. Ali a seu lado não sabia mais quem ele era. Meus filhos tinham saído e ofereci que ficasse, tinha quarto sobrando. E assim foi. Eu realmente esperava uma explosão no reencontro: beijos calientes, transas saudosas. Nada disso. Estranho, foi dormir. Cada um no seu quarto e mais tarde ele bate a minha porta, diz não ter sono, se pode ficar. Puxou uma cadeira, colocou ao lado da cama e ficou fazendo carinho em meus cabelos e eu dormi.
Já não sabia mais quem ele era. Foi embora, disse que voltaria. Eu realmente achava que tinha algo a mais. Depois percebi que talvez estivesse velha na visão dele. Ele acabara de se separar de uma mulher da idade de minha filha. Era isso. Já não interessava mais.
Continuamos nos falando até uns dias antes do seu retorno a França. Eu Andava as voltas com crises de pânico, ansiedade que me assolavam em plena menopausa. Mesmo assim enfrentei ônibus, barca, ônibus de novo e fui ao Rio encontrá-lo.
Casa bonita, bela cozinha e ele fazendo um ótimo Jantar para me receber. Tarde da noite e a cena se repetiu; eu deitada no sofá, ele puxou uma cadeira e fez carinho nos meus cabelos. Dormimos lado a lado, eu com vontade de socar ele… o que era aquilo?
Pela manhã, outro cenário, nos deitamos lado a Lldo num quarto escritório e ali o seduzi. Foi intenso, inesquecivel enquanto era ali. Resolvi voltar pra casa, ele se ofereceu para me levar e ficou, um, dois, três dias. No terceiro dia eu me preparando para dormir pedi um beijo de boa noite, apaixonada que estava, meio carente. Ele se levantou, surtou, disse tinha feito tudo por mim e ia embora porque eu estava cobrando algo a ele.
Foi a minha hora de surtar. Ele havia comentado a respeito de sequelas do acidente. Tomava remédios, não bebia. Eu presenciei o descompasso e aceitei. É isso. Vá, boa noite, boa viagem. Antes de ir ele me disse que não se via morando ali naquela casa, naquele lugar, com aquela vida. Talvez tivesse lido os meus pensamentos.
JP voltou e era o mesmo de trinta anos atrás, agora com sequelas. E a vida seguiu.
Viajei, conheci outros paises, morei em outros lugares, mas nunca perdemos contato. Numa dessas viagens, me chamou para conhecer Toulouse onde morava e passar uma semana com ele. Gostei do convite pois nada conhecia da França. Lá fui eu. Ele morava num quarto e sala num ótimo lugar. Foi me buscar no aeroporto e foi muito afetuoso. Preparou o jantar, comprou cerveja para mim, me deu seu quarto para dormir.
Passeamos bastante, me levou a lugares incriveis. Nossa relação agora era de amigos. Não mais romances. Em um desses passeios, na volta deixamos o carro longe e eu reclamei que iríamos andar muito. Ele surtou de novo, começou a falar alto dizendo que tinha me levado a ótimos lugares e eu só reclamava. Eu tentava entender aonde tinha errado e me desculpava o tempo todo. Me dei conta que estava pelas belas ruas de uma linda cidade francesa discutindo nem sabia por que. Estava triste. Nada entendi.
Quis ir embora na hora, faltavam dois dias ainda. Ele pegou a bike e seguiu caminho de casa, eu resolvi sentar em uma linda praça e olhar a vida. Nada me importava, ninguém iria tirar a minha paz. Ali fiquei, comprei uma cerveja sentei num banco e só. Pensei, tenho apenas a mala no apartamento. Na bolsa dinheiro e documentos, dane-se vou dormir em qualquer lugar.
Vinte minutos depois, volta ele de bike: – Senta aqui mulher. Não, obrigada. Vamos embora! Me esforçei para ser adulta, sentei na bike e fui. Voltei para o apartamento que tinha arrumado, cuidado para nós e dormi.
No dia seguinte resolvi andar sozinha pela cidade enfrentar o medo de não falar francês e consegui, comprar presente para a neta, trocar dinheiro, livre. Voltei para o apartamento e nada tinha acontecido. O meu louco, amado e velho amigo ali estava de camiseta velha e cueca velha, detalhe, comprei uma cueca nova e lhe dei de presente.
Dia seguinte me levou ao aeroporto nos despedimos em um forte abraço. Hoje falamos pouco, mas temos muito amor um pelo outro. Ele se tornou um velho príncipe solitário e eu continuo aquela menina do caixa do banco esperando receber outro convite em um cheque!
Maria Nazareth Dias Coelho – Bela Urbana. Jornalista de formação. Mãe e avó. É chef de cozinha e faz diários, escreve crônicas. Divide seu tempo morando um pouco no Brasil e na Escócia. Viaja pra outros lugares quando consigo e sempre com pouca grana e caminhar e limpar os lugares e uma das suas missões.
Aquela caixa que quando aberta nos dá 24h de vida. Nova vida.
A caixa é aberta, as horas e os segundos obedecem. Nada escapa e as ordens dadas serão obedecidas.
Uma notícia boa, um acidente, um presente, um nascimento, uma morte, uma visita, um telefonema, uma conquista, uma despedida. Está tudo lá…
Ela também é capaz de não mudar nossa rotina…
Ou mudar tudo na nossa vida. Em um segundo.
A caixa será aberta, pra você e pra mim.
Não há como não ser assim.
Ela se abre até de madrugada. Com uma doença que não se espera ou uma notícia que nunca quer ouvir…
A vida vem com essa caixa que pode ser confundida com o dia/data ou com o tempo. Mas na verdade ela é uma surpresa.
A surpresa que nunca ninguém jamais poderá prever com o certo absoluto.
Ela tem dentro dela o destino. Ela tem a carta da nossa vida.
A surpresa diária.
A caixa de surpresas.
Vera Lígia Bellinazzi Peres – Bela Urbana, casada, mãe da Bruna e do Matheus e avó do Léo, pedagoga, professora aposentada pela Prefeitura Municipal de Campinas, atualmente diretora da creche: Centro Educacional e de Assistência Social, ” Coração de Maria “
“Quando você não tem nada, não tem nada a perder”; essa é a tradução de um trecho da música “Like a rolling stone”. É também a legenda de muitas vidas, de seres humanos que deixaram de sonhar, que se tornaram anônimos na multidão.
Enquanto a grande maioria está indo trabalhar, às 7h30 da manhã, eles estão vagando em busca de um café e um pão. Falando frases sem sentido, num delírio contínuo, onde não há noite nem dia, o que lhes resta? Não têm cama, não têm casa e sabem muito bem como se conjuga o verbo ignorar.
A dependência química é a única anestesia que ameniza a condição de vida deles. Perderam todos os motivos que fazem a vida valer a pena, entraram num buraco negro que sugou tudo que lhes restava de dignidade e desejo de existir. Então, se tornaram sombras, seres que vagueiam pelos viadutos, túneis, vielas, buscando sempre o anonimato dos subterrâneos. A loucura e a desconexão consigo mesmo fazem com que o álcool, que a sociedade aceita sem censura nos drinks sofisticados, seja consumido sob a forma de álcool 70.
Corroídos e corrompidos pelas drogas, as mais nocivas e mais baratas, formam um exército de zumbis que, eventualmente, nem querem retomar suas vidas.
Vivendo num mundo à parte, sem família, sem dinheiro e sem laços, talvez o que eles mais queiram seja apenas um prato de comida, um cobertor e ninguém pra julgá-los.
Stella Souza – Bela urbana, trabalha na área da saúde, mas também é atriz. Adora música, praia, teatro e cinema.
Excluindo relações tóxicas, violentas e outras que rasgam páginas e fogem ao que deveria se considerar saudável, os encontros humanos talvez possam ser comparados ao encontro entre dois cadernos com lápis nas mãos. Explico:
Eu sou um caderno com um lápis na mão indo ao encontro de outro caderno com seu respectivo lápis na mão. Irei escrever minha história no outro caderno, e ele irá escrever sua história em meu caderno. Simples assim.
Mas há cadernos que não gostam do que o outro escreve, mas gosta da caligrafia. Há os que não gostam das caligrafias, mas adoram o conteúdo. Há aqueles que reclama da força do Grafiti, mas encantam com as frases. Há os que, apesar da poesia, não suportam a cor da escrita.
Há aqueles que não conseguem virar a página e se abrir para um novo texto. Há aqueles que apenas querem escrever, não recebem nada. Há os que impõe que se receba sua escrita ou o digam receber a história, sem recíproca. Há quem goste apenas de frases e quem exija ilustrações hiperrealistas e fotos bonitas, mesmo sem história alguma.
Há até a crítica das histórias alheias. Os caga-regras de lápis sem ponta. Os engenheiros da planta pronta. Há de tudo.
É assim, qualquer relação é uma escrita. Um lápis que anota no caderno do outro a história de que é capaz, e reciprocamente a recebe. Se não combinam os lápis e cadernos a busca continua. Um novo emprego, uma nova amizade, um relacionamento amoroso, uma parceria qualquer. Segue a vida em busca de boas histórias.
Afinal o saldo é um best seller que, de poucas frases a milhares de páginas, precisa orgulhar o caderno. Ao final da vida, sobra um toquinho de lápis, feliz pelo que escreveu. Se isso não houver, ainda assim, restará um tempinho para arrematar um bom enredo sem uso de borracha. Um lápis novo ou um caderno vazio é, portanto, um desperdício e o arrependimento não cabe. A riqueza é o gasto!
Crido Santos – Belo urbano, designer e professor. Acredita que o saber e o sorriso são como um mel mágico que se multiplica ao se dividir, que adoça os sentidos e a vida. Adora a liberdade, a amizade, a gentileza, as viagens, os sabores, a música e o novo. Autor do blog Os Piores Poemas do Mundo e co-autor do livro O Corrosivo Coletivo.
Nas noites frias e estreladas aquela alma penada urra e passa atrelada, é o coronel, dono da cidade, homem pagão, cruel e ladrão, não está vivo e nem morto.
Quando vem a ventania, ele é carregado pela agonia, pois, nem a terra quer o seu corpo.
Atrás do morro, no grande rochedo, o morto-vivo passeia, pende o corpo e cambaleia enquanto outras almas zombam em pavorosa gritaria.
É um corpo seco.
Atormentado por seus crimes, entrou mato a dento, encostou-se num velho angico e ali morreu ereto. Seu corpo secou e acabou coberto de barba-de-pau.
E é dali que sai para as suas caminhadas infernais e para onde retorna ao silêncio de sua sepultura a campo aberto.
Cristina Bonetti – Bela urbana, piracaiense, amante da literatura e de música clássica desde a infância. Filha e neta de escultores. Fã de Manoel Bandeira, Fernando Pessoa, Paulo Coelho e Pablo Neruda. Poetisa, artista plástica e publicitária.
Então o sol se pôs, e tudo está ao seu favor; O clima, o vinho, o macarrão , o chocolate e o bom papo A música e as ondas na televisão são apenas tempero para o que é bom As histórias contadas, as gargalhadas altas, com moderado tempero, contam o que representa o momento
Não é noite de sábado e nem tão pouco sextou, é noite de terça, mas tem vinho, música e amor É legal pra caramba, a conversa flui, e quando nos damos conta, já são pra lá das dez
Hora de tirar a mesa e lavar a louça, um sabor bom no coração que indica que tudo foi perfeito Que tudo é perfeito com você ao meu lado E se fosse sexta, já estaria com sono, mas você também entende
Não quero desejar nada para ninguém, mas se conseguir desejar o bem, quero que sinta o que vem de dentro, através de um alguém tão especial que vai transformar tudo ao seu redor Transformar seus hábitos e emoções, seus sorrisos e canções, vai te fazer feliz pra valer Ai, você louco pelo vinho, inebriado pela música, paralisado pelo tempo vai pensar ”eu estou feliz porque você existe na minha vida! Obrigado“
André Araújo – Belo Urbano. Homem em construção. Romântico por natureza e apaixonado por Belas Urbanas. Formado em Sistemas, mas que tem a poesia no coração e com um sorriso de menino. Sempre irá encher os olhos de água ao ver uma Bela Mulher sorrindo
Quando menina gostava de dar aulas para os amiguinhos. Tinha uma lousinha e giz; botava os amigos sentados com uma folha pra copiar algo que eu escrevia pra eles. Era a minha brincadeira preferida: ensinar. Optei por magistério, quando tive que escolher o colegial, ou fundamental II de hoje. No entanto, ao final, não queria mais ser professora. Essa profissão me parecia muito sem graça, por isso, no ensino superior, escolhi Comunicação. Ser publicitária foi minha opção. Naquela época, parecia uma profissão muito mais glamorosa. Por fim, trabalhando na área e estudando ainda mais, acabei me interessando por um concurso, para duas aulas por semana apenas em 1985. Aos poucos fui me animando pra ficar e acabei deixando a agência em que trabalhava. Então, senti necessidade de atualização e não parei mais de estudar e aumentar minha carga horária na PUC. Ao todo, foram 35 anos. Muitos dos publicitários de Campinas e região foram meus alunos. Trabalhava com muito amor e dedicação. Havia um ambiente de boas energias no ar. Sentia como se fossem meus filhos. Quando se formavam, ficava triste de não encontrá-los, mas muitos continuaram meus amigos. A compensação das partidas era que novos grupos chegavam e reanimavam-me. Algumas histórias me marcaram profundamente. Aprendi muito com eles. Quando ensinamos, aprendemos em dobro e adquirimos a sabedoria dos jovens. Uma imensidão de personalidades passou pelos meus olhos e mentes. Já tentei fazer as contas e não consigo chegar a uma conclusão definitiva. Devo ter dado aulas para mais de 5.000 alunos em todos esses anos. Muitas boas lembranças permanecem pra sempre. Mas teve um bilhetinho, em especial, de um aluno cujo sobrenome era Lui. Nunca mais soube dele. No final da aula, me entregou um pedacinho de papel, com um agradecimento e elogios pela minha aula. E foi de uma forma tão criativa e linda. Tão emocionante que eu chorei. Com isso, faço um resumo da minha realização profissional e pessoal. Olhando pra trás, entendo que não poderia ser tão feliz por tudo que já vivi nesse ambiente de tanta alegria, mantendo meu espírito jovial. Muita energia boa é o que recebemos em troca de nossa total dedicação ao ensino e amor a cada um de nossos estudantes.
Flailda Brito Garboggini – Bela Urbana, aquariana. Formação e magistério em marketing e publicidade na PUC-Campinas. Doutora em comunicação e semiótica. Dois filhos e quatro netos. Hobbies: música, leitura e cinema. Paulistana por nascimento, campineira de coração.
Pergunta o curioso: quem és tu? Responde aquela que foi inquerida: Sou uma MULHER SEMIÓTICA! A que vens? A ter a percepção do mundo atual, O que há para comunicar, O que devemos deliberar, Pontos de vista a conversar. É fácil assim ser mulher semiótica? Antes fosse! Vivemos no mundo da “presentação”, Esse “tipo” requer atenção, Sem julgar, ofereço minha empatia Ao outro por detrás da simpatia, Pode enganar-te à revelia. Nossa, mulher semiótica! Pensei que fosse fácil! Estudo o mundo por meio dos sinais, Interpreto quetais, imaginando o que pensais, Das avenças e desavenças intergeracionais. Perguntei quem tu és Para homenageá-la, nobre mulher, Afinal, 365 dias são dedicados, Uma atenção dos que estão ao seu lado, Porém, por tradição, o faço hoje: seu dia. Agradeço meu caro curioso, Mas, infelizmente, alimentamos Aqueles que amamos, Nos envolvemos até o pescoço E do mundo podemos receber o osso. Mas não se trata de reclamos, Lamurias ou desenganos, Ser mulher semiótica É entender, com nossa ótica, Que apenas amamos, Sem esperar nada em troca.
L.C. Bocatto– Belo Urbano. Diretor do Instituto IFEM – Instituto da Família Empresária. Criador da Ferramenta de Análise Científica Individual e Familiar. Formações – Mestre em Comunicação e Mercado, MBA em Controladoria, Contador, Psicanalista Terapeuta com foco em famílias e indivíduo com problemas Econômicos (perda de riquezas) e Financeiros (saldos negativos de caixa)
Madrugada magra de estrelas Bar afogado em delírios Tu Te divertes entre tranquilos perigos Homens atenciosos que te oferecem álcool E colo
Uma amiga pergunta: Por onde anda Quem o vê?
Então Te lembrarás de mim E eu Estarei longe demais De teus prolixos teoremas sobre a felicidade Das verdades devastadoras que nos constrangiam Ditas com tanta delicadeza E boa educação
O brilho do teu olho Não mais alcançará o brilho Do meu olho E naturalmente mudarás de assunto
Eu – que te amo tanto a ti – Tu – que me amas dissimuladamente – Viveremos um no futuro do outro (Vestígios de minhas pegadas no teu corpo Teu sorriso abandonado no meu coração)
Algo de mim te alegrará Jeito de ti me acompanhará Cúmplices sentimentos diante de cada espanto: a criança pobre que vende lágrimas a madrugada deslumbrando-se em segredos este país ausente de Deus
Eduardo Lapinha – Belo Urbano, poeta, letrista, Agente Fiscal de Rendas e ex-geologo é um aquariano com ascendente em Peixes que já sonhou muito. Hoje, fala menos, ouve mais e tem na literatura seu paraíso artificial.
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