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Natal um encontro com a esperança

Natal uma festa cristã carregada de significados. Nesta data somos convidados a experimentar, na intimidade de nossos lares, um momento especial entre familiares e amigos. E assim compartilhar afetos e gestos que nos remeta a vivências como a comunhão, fraternidade e pertencimento.

O Natal promove a oportunidade de rever valores, relevar divergências e
construir pontes que nos unam. É quando pisamos no chão da humildade que, podemos reconhecer que somos seres humanos limitados, buscando evoluir de alguma forma. Às vezes escolhemos caminhos tortuosos, a fim de chegar em algum lugar de paz e encontro. No entanto de modo equivocado nos ferimos, bem como a outros, com quem poderíamos fazer trocas significativas.

O Natal em sua origem carrega a mensagem de boas novas, ou seja, o
menino, Jesus, nasce como resposta de Deus ao sofrimento humano. Jesus, o Deus encarnado experimenta em sua trajetória, as dores humanas, identifica- se com aqueles, cuja, a dignidade fora violada.

É interessante observar que, Jesus, se oferece como sacrifício vivo e de amor na cruz por todos os seres humanos inclusive seus malfeitores. Sendo assim como Deus, escolhe o caminho do amor em sua potência máxima.
Torna-se um grande farol a nos guiar e através de sua imensa compaixão com as misérias humanas, nos deixa um caminho aberto para reconciliação entre realidades diversas e aparentemente contraditórias.

Ele é uma síntese perfeita na qual a vida sempre recomeça. A ressureição
acontece a cada dia. Basta observarmos os ciclos da natureza, onde uma
estação termina para dar lugar a outra, a noite gentilmente recebe o
amanhecer e, a tempestade cessa para que o dia brilhe ainda mais.

E assim em um movimento de expansão da vida acontece. Neste ano de 2020, diferentemente de outros, vivenciamos uma tempestade provocada pela presença do coronavírus; tão pequeno, porém tão ameaçador a manutenção vida.

A princípio nos recolhemos dentro de nossas casas. O sentimento de
impotência nos atingiu e, nos sentimos como que, arrastados por uma
tempestade. Desequilibramos, caímos e levantamos. Um caos instalou se e
percebemos que estruturas as quais, nos apegávamos se fragilizaram.

Fomos forçados a nos distanciar uns dos outros, limitando assim em muito o nosso convívio social. Em geral o nosso tempo com familiares tornou-se maior e as relações se intensificaram. A vida pareceu ter encolhido, nos sentimos sufocados e, mais do que nunca a nossa alma clamou por liberdade e expansão.

Não imaginávamos que bem precioso que experimentávamos ao exercer a
liberdade de nossas escolhas, cair nossos próprios tombos e nos reerguer construindo o nosso próprio caminho. Sentimos falta de gestos
simples como abraçar, beijar, sorrir, gargalhar etc…. A satisfação de nos
encontrar com amigos e familiares para, trocar confidências ou mesmo jogar conversa fora. Respirar ar puro, contemplar a natureza que tanto nos ensina sobre a vida.

Apesar de tantas privações descobrimos que há um mundo vastos a ser
explorado tanto para fora como para dentro de nós. Tivemos que enfrentar
muitos fantasmas externos e internos. Nos esforçamos para que o nosso
desejo pela vida prevalecesse e ressignificamos a nossa dor a transformando em força a favor da continuidade da vida.

Descobrimos que não estamos sozinhos e que, podemos contar com
instrumentos tecnológicos e redes de apoio para nos manter próximos mesmo que a distância. A humanidade mais do que nunca se percebeu interligada.

Nos unimos para cuidar dos feridos e, estamos utilizando as adversidades
como matéria prima para a criação de novos caminhos e assim a vida vai
retomando seu seu fluxo.

Faltam poucos dias para o Natal e diferentemente de outros anos, pessoas queridas podem não estar presentes. No entanto aprendemos algo novo, ou seja, a presença também se faz na ausência, pois para o amor não há distância. E a vida sempre acontece para aqueles para que sonham com dias melhores. E reconhecem que os intervalos e as pausas da vida, apenas fazem com que o reencontro, seja, um momento de intensa alegria, de modo que tudo tenha valido a pena.

Podemos então concluir que, o nascimento e a vida de Jesus, sacrificada na cruz, nos disponibilizou uma fonte de amor acessível a todos. A cruz simboliza na sua forma horizontal e vertical um lugar onde a nossa humanidade pode se encontrar e, quando isso acontece somos remetidos a lugares mais elevados.

E assim podemos perceber que os processos da vida, se organizam de modo
a cooperarem na direção do aperfeiçoamento do amor. Pontes são estendidas fora e dentro de nós e a vida se faz novamente.

Não conseguimos controlar o que nos acontece, mas conseguimos ter a
liberdade de escolher como vivenciar a experiência.

Feliz Natal a todos os amantes pela vida.

Maria das Graças Guedes de Carvalho – Bela Urbana. Psicologa clinica. Ama a vida e suas dádivas como ser mãe, cuidar de pessoas e visitar o Mar.
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Conselhos da Madame Zoraide – 20 – Peru de Natal

Natal é dia de comer peru.

Hum que coisa boa um peru! Bonito, forte para você se deliciar, coma bem devagar, saboreando, apreciando…

Mas…. e quem é vegano? E quem não tem peru?

Consulentes, Consulentes…. é verdade que o peru não dá para todos, o peru não é para todos, o peru não agrada a todos e as perguntas não param de chegar para eu responder para vocês.

Ficam me perguntando o que fazer sem peru? O que pode substituí-lo? Por que tem que ser peru? O que fazer se não gostam? E tantas outras perguntas, mas a resposta é só uma.

Saboreie o que tiver na mesa, não é só o peru que existe e não diga que nada tem, você tem sim, até a falta do ter. O que pode fazer? Ah, Consulentes aí é com vocês, sempre existe dois caminhos a seguir.

Feliz Natal! Lanço aqui a campanha, “Pelo direito de comer um peru, vegano ou não!”

Até a próxima.

Madame Zoraide – Bela Urbana, nascida no início da década de 80, vinda de Vênus. Começou  atendendo pelo telefone, atingiu o sucesso absoluto, mas foi reprimida por forças maiores, tempos depois começou a fazer mapas astrais e estudar signos e numerologias, sempre soube tudo do presente, do passado, do futuro e dos cantos de qualquer lugar. É irônica,
é sabida e é loira. Seu slogan é:
” Madame Zoraide sabe tudo”. Atende pela sua página no facebook @madamezoraide. Se é um personagem? Só a criadora sabe 

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E o que é o Natal?

Ela nunca gostou de Natal. O que todo mundo sempre achou feliz e cheio de esperança, para ela era deprimente e sem sentido.

Andando pela rua, ela começou a pensar qual o verdadeiro valor e significado de tudo aquilo…

Para quem é religioso simboliza o nascimento de Jesus. Para quem tem esperança é o começo de algo novo. Para quem gosta de festa é mais um motivo para juntar a família e os amigos e comemorar.

Mas o que era o Natal pra ela?

Por muitas vezes foi festa, casa cheia de gente, todo mundo dançando e dando risada. Por muitas vezes foi dor, passando no hospital e sem saber se ia ficar tudo bem. Mas uma certeza ela tinha, sempre foi família.

Se as coisas estavam boas ou não, se era uma data de choro ou de risada, sempre foi família. E por mais que essa data até hoje não seja sua favorita do ano, ela sabe que se sentirá em casa, porque passará mais esse momento em família.

Ela olha ao redor e vê as luzes piscando pela cidade e não consegue colocar em ordem a bagunça de sentimentos que se passa dentro dela.

Inspira, expira o ar e segue caminhando, tendo a certeza de que mesmo não importando o motivo, Natal é amor!

Juliana Manfrinatti Bittar – Bela Urbana. Bióloga. Gestora empresarial em formação. Apaixonada por livros, se arrisca às vezes na escrita. Tem como um dos objetivos de vida conhecer todas as maiores e mais bonitas bibliotecas e livrarias do mundo.

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Fragmentos de um diário – 31 Véspera de Natal

VÉSPERA DE NATAL. Último dia do trampo, entrei às 11h30 e saí às 18h, fiquei no caixa, depois do expediente o pessoal do “calçados” se reuniu para tomarmos champagne (bom!). Clima de despedida, vou sentir saudades do pessoal (“foi bom estar com vocês, brincar com vocês…”), foi bom mesmo, muito bom!

O “R” me ligou da sua cidade, desejando Feliz Natal, eu simplesmente adorei!. L me ligou em seguida desejando Feliz Natal, gostei muito! (é bom demais saber que lembram da gente).

Ceia na casa de uma tia, ela e família, os outros tios, primos, avós, tias-avós, amigos, namorados. M estava muito chata, acho que não tem jeito, ela é desagradável, que pena!. Pai (de bode).

NATAL – não gosto do que as pessoas te transformaram.

24 de dezembro – Gisa Luiza – 20 anos

Adriana Chebabi  – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza.  Divide seu tempo entre seu trabalho de comunicação e mkt e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa . 

A personagem Gisa Luiza do “Fragmentos de um diário” é uma homenagem a suas duas avós – Giselda e Ana Luiza

Foto Adriana: @gilguzzo @ofotografico

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O Natal

Noite encantada de esperança, de alegria e de uma sensação que um sonho se realizará.

Aquele Sr. que nos ama, nos educa, nos alimenta e que temos o maior respeito, de repente vira um grande portador de presentes e nem sabemos.

Aquela Sra. que nos acolhe, nos orienta  e que temos um amor que não dá pra medir, de repente dá um sorriso que nos absorve, faz a gente crer que existe um ser superior que nos quer feliz.

Aquela criança que existe em todos nós que nunca queremos abandonar fica simplesmente perplexa, sorrindo, gritando e em êxtase.

Aquela sensação de felicidade que não queremos nunca que acabe, de repente se transforma em LUZ e dormimos o sono dos deuses,  felizes, crendo que a vida vale cada segundo.

A todos meus sinceros desejos que não apagamos esta LUZ de felicidade dentro de nós, como se cada dia fosse um Natal, não só de presentes, mas de esperança de uma vida melhor sempre.

Feliz Natal e Próspero Ano Novo sempre.

Antônio Pompílio Junior – Belo Urbano. Graduado em Análise de sistemas pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas . Pós-graduado em Gestão de Empresas pela UNICAMP e MBA Gerenciamento de Projetos E-Business pela FGV-RJ . Adora esportes, viagens e luta pela liberdade da vida e pelo amor das pessoas.
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A caixa de Deus

Sempre penso: “Será que existe o outro lado?”. Me pergunto isso desde pequena, desde aquela aula de religião que a freira nos levou para a capela e nos mostrou onde Deus estava.

Conheci Deus através do olhar dela. Era pequeno e estava preso em uma caixa quadrada no altar. Eu tinha 7 anos e olhava aquela caixa com temor. Vai que Deus fugisse dali? Melhor Deus preso ali dentro e seguro… Mas como ele podia nos ver estando preso e fechado? Será que estava esmagado? Será que sentia dor? Será que Deus soltava pum?

Até os dias de hoje, 55 anos depois, algumas dessas perguntas me perseguem. Sou católica, mas não praticante. Minha filha casou na igreja, me lembro tão bem do dia. Ela linda, entrando na Igreja com o pai. Eu no altar e Deus também, na sua caixinha. Eu olhava de canto de olho para Deus para ter certeza que estava ali. Eu rezava para ele estar de bom-humor nesse dia e abençoar os noivos. Porque cá entre nós, viver apertado tira o bom-humor.

O susto do cigarro foi uns meses antes desse dia. Parei. Larguei. Deixei na memória, mas fujo dela o tempo todo, porque se pensar, tenho vontade de me entregar ao vício. Mas sei, como sei, que esse vício pode me matar mais rápido que a genética determina, resisto, mas não é fácil! “Só por hoje”, penso.

Quando olho para os lados e alguém está fumando, sinto vontade de acender um, de me entregar àquela sensação que nem sei descrever. Sinto até inveja do fumante, me vem a lembrança que sentia ao tragar, como um arrepio na alma, mas na hora a memória me leva para Deus na sua caixinha e penso que Ele deve estar muito apertado vivendo naquele cubículo e, por isso, precisa também nos causar o mesmo incômodo que sente. Será que Deus é sádico?

Sou uma idosa, já consigo ter direito a ser atendida prioritariamente nas filas especiais, há outras vantagens também de ter mais de 60 anos (tenho 62), mas não me sinto diferente em nada do que era quando tinha 52, 42, 32… Sou a mesma e não sou velha! Gosto do que querem que as idosas não gostem, mas eu ainda gosto. Se sempre vou gostar, não sei. Deus deve saber.

Hoje, no banco de trás do carro, quando o motorista parou naquele demorado farol, olhei para o lado. Por que olhei? Tinha um homem tomando banho na praça, usando a pia pública, pia de lavar as mãos, e ele tomando banho de caneca. Usava shorts, passava algum sabão… Olhei demoradamente aquela cena, era como um ímã, mas era um tapa na cara. Deus de novo me fazendo me sentir incomodada, eu no ar-condicionado, voltando do salão de beleza, que fiquei 4 horas, fazendo as unhas das mãos, dos pés, tingindo o cabelo, hidratando, lavando, escovando, tomando chá e café… 4 horas, e alguém se banhando no meio da rua… Ah, Deus, saia dessa caixinha, saia desse aperto logo e para com essa coisa sádica de me fazer sofrer pelo incômodo do banho do mendigo, pelo cigarro que renuncio.

Queria ter a indiferença de alguns que conheço… isso seria tão mais fácil! Se eu te soltar da caixinha, podemos fazer um trato? E essa freira que me apresentou você, onde será que está? Do outro lado? Melhor mesmo eu continuar longe do cigarro!

Adriana Chebabi  – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza.  Divide seu tempo entre seu trabalho de comunicação e mkt e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa. 

Foto Adriana: @gilguzzo_photography


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FÉ vs RELIGIÃO

Ter Fé é fazer parte de uma religião? Ter Fé é ir no culto ou na missa todo domingo? Ter Fé é doar o dízimo e obedecer a tudo o que a igreja pede? Se você concorda que sim, eu te digo que não! Ter Fé é acreditar na Força Suprema, ter Fé é acreditar em si próprio, acreditar que vai dar certo, porém muitas pessoas ainda confundem Fé com religião.

Eu tenho 23 anos, fui batizado e fiz primeira comunhão, fui criado como católico, mesmo minha família não tendo costume de frequentar muito a igreja. Porém, chegou um momento em minha vida, que percebi que não faço parte de nenhuma religião, por minha própria natureza. Sempre respeitei as pessoas que fazem parte de religiões, eu mesmo já estive presente em missas católicas, cultos evangélicos, centros espíritas e vejo que para algumas pessoas realmente isso é muito importante, como ex-dependentes químicos, pessoas em situação de extrema pobreza ou mesmo para pessoas que se sentem bem em frequentar esses ambientes.

Muitos vão me perguntar: Bruno, por que você prefere não frequentar igreja, você é ateu? Não, eu não sou ateu, eu acredito e sempre acreditei em Deus, em uma força superior, sempre tive a Fé presente em minha vida, creio na Força Suprema, mas não tenho Fé em igrejas, nem em religiões, mas por quê? Porque eu ainda vejo muita, muita hipocrisia e preconceito nessas religiões, ao mesmo tempo que o papel delas seria de unir as pessoas e pregar a paz, eu vejo pessoas de uma religião unidas, porém quem esta do lado de fora, ou pertence a outras religiões, tem o dedo apontado para elas, o que gera brigas, revoltas, intolerância e guerras.

Jesus pregava a paz e dizia “ame o próximo como a ti mesmo”, Maomé, Buda e tantos outros profetas de diversas religiões pregavam a paz e o amor, porém as religiões interpretam de outras formas, criando guerras e causando mortes.

Na história da humanidade o que mais gerou guerras foram as religiões, bilhões de pessoas já mataram e morreram em nome de religiões, e muitos vāo dizer: “mas isso foi no passado, hoje em dia já não vemos guerras de religiões” na América TALVEZ não (somente o preconceito…), mas no Oriente Médio essas guerras acontecem diariamente e nunca deixaram de existir. O ano é 2020 e diariamente muitas pessoas ainda sofrem com as guerras geradas pelas religiões.

Até hoje, temos tantas pessoas que usam a religião para enriquecer, se passando por profetas, acumulando dinheiro, comprando mansões fora do país, com o dinheiro de pessoas que ainda passam necessidades, que gastam metade ou mais do salário com a doação de dízimos, e pela falta de estudos muitas vezes não percebem este “roubo” que sofrem, a falta que esse dinheiro do dízimo vai fazer em casa, na mesa.

Estes são alguns dos motivos pelos quais eu prefiro ter Fé na Força Suprema, Fé na vida, do que ter Fé em religiões, e vocês o que pensam sobre esse assunto ?

Bruno de Andrade Nogueira – Belo Urbano. Estudante de jornalismo. Curte fazer acadêmia e tem como lema a frase “nós não somos iluminados, nós iluminamos”
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Os feminicídios precisam acabar!

Atualmente, o que se fala em estupro, agressão física e feminicídio é uma enormidade e uma triste verdade.

Quando vejo as notícias e as imagens das mulheres que escaparam com vida, fico muito indignado. Rostos e corpos mutilados!

Acho inacreditável um homem (qualquer adjetivo que tente usar vou manchar a classe utilizada), mas utilizando, esses vermes se consideram donos de suas companheiras.

Eles não poupam nem seus próprios filhos de presenciarem essas atrocidades.

Houve um caso que o marginal atirou na esposa com o nenê no colo.

Agora analiso o comportamento das mulheres: todas têm o direito de tentar ser felizes.

Mas a maioria não procura checar a “capivara”  – ficha corrida do aspirante a companheiro.

As redes sociais são um facilitador para que isso comece a acontecer; digamos, o pontapé inicial da relação infernal.

Levam esses malditos para dentro de casa, aí a máscara começa a cair…

Aí não trabalha, bebe, usa drogas e o sustento da casa fica por conta dela.

E no extremo, abusam sexualmente de seus enteados.

As agressões começam e também os perdões.

Perdoa uma, duas, três e por aí vai.

Quando não aguenta mais, coloca o marginal para fora.

Não adianta! A perseguição por não aceitar é constante.

A vítima faz inúmeros boletins de ocorrência, consegue a medida protetiva, que não vale nada! O agressor usa esse seguinte bordão: “Se não for minha, não será de mais ninguém”.

Medida ignorada, ameaça cumprida: mais um feminicídio executado.

A dependência econômica, o medo são fatores que levam as mulheres a aceitarem essa condição degradante. E do outro lado, a total impunidade deixa os agressores e assassinos numa situação muito cômoda e tranquila.

A minha opinião é que, na primeira agressão, se separe desse verme, pois o cenário nunca mudará.

Mas para que as vítimas tenham coragem de denunciar é preciso ter leis mais duras e severas, caso contrário, os agressores se sentirão donos da situação, deitando e rolando na impunidade.

E o que se vê, na maioria dos casos, são as relações acabando e os vários filhos dos diversos relacionamentos ficando com a mãe.

Eu, como homem, repudio totalmente esses comportamentos.

Não se pode perder sua dignidade e sua vida em troca de uma relação amorosa.

Mulher não é objeto e muito menos propriedade de ninguém.

É a criação mais bela de DEUS!

Eduardo Gonzalez Domingo – Belo Urbano. Formado em Educação Física. Atuou com voleibol em todas faixas etárias, recreativamente e competitivamente. Há 14 anos atua como Corretor de Imóveis em construção, ama o que faz, pois ente que é facilitador para as pessoas realizarem o sonho da casa própria. É fiel as amizades, de bom coração e fanático por esportes e música.

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Acordei num mundo novo

Um dia acordei e percebi que a cidade, o estado e o país que vivia estava diferente. Era um estado esquisito, mas melhor. Achava estranho por ser novo, diferente, até incomodo perto do que vivia, mas era bom, estranhamente bom, funcional e justo.

O estado era mais bem organizado, respeitava as pessoas. Todas elas. Por mais diferentes que fosse. Respeitava o tempo do corpo, da alma, da emoção. O trabalho, a economia não eram totens do sucesso individual, mas sim, expressão da união das pessoas em prol do seu próprio cuidado. Estavam limitados ao que era necessário, sem exigir dos indivíduos mais que o esforço necessário para atender ao necessário.

Havia um afeto coletivo genuíno. Não era sexual ou piegas, mas genuíno ao ponto de eu não saber explicar. Onde eu ia, me sentia acolhido como no útero de uma mãe. Pessoas educadas, calmas e colaborativas. As crianças eram livres, inteligentes e ouvidas. Os adultos eram sábios e ponderados, reconheciam seus erros e aprendiam. A justiça era feita na conversa, não no martelo, ou na balança cega por quem tem mais.

As ruas eram limpas, para que nenhum bicho, por mais selvagem que fosse, se contaminasse. Todos habitávamos em harmonia com as plantas que permeavam a cidade. Tudo era vida e tudo bem. Não havia concreto, mas o solo, a terra que sempre existiu, abraçando nossos pés. Esse mundo, parecido com um desenho bíblico havia se tornado real porque as pessoas simplesmente buscaram construí-lo.

Um exercício de imaginação é o princípio de um mundo novo. Convido você a imaginar esse dia, assim como imaginei para escrever essas linhas. Vem, pensa num mundo governado pelas mulheres!

Entendo se você estranhar esse depoimento, esse exercício imaginativo. Talvez nunca tenha imaginado nada sobre matriarcado ou sociedades governadas (ou mesmo geridas) a partir do etos feminino. Nem eu sou expert nisso. Mas a mulher tem outro tempo, outro espaço e outras demandas, necessidades e prioridades muito mais humanas. Homens como eu, como você talvez, temos que entender que há um mundo possível, bem diferente do que aquilo que chamamos de normal. Há algo que nunca tentamos, e não é porque o patriarcado está aí a um bom tempo que temos que conservá-lo. Às vezes, está errado a um bom tempo, temos que ter culhão para mudar urgentemente.

Uma mulher na política vai sim pensar na vida em gestação, aquela que só ela sabe como carregar em seu corpo. Vai pensar nas dificuldades que são, uma vez por mês, sangrar pela humanidade e na necessidade de pausa para sentir e refletir o momento. Vai pensar no tempo necessário para cimentar o sorriso em uma criança, até quando ela puder sorrir por si só e fazer o mundo ao redor sorrir junto. E a cada criança que sorri, a partir de políticas públicas baseadas em dilemas femininos, é um pedaço de uma sociedade mais humana e equilibrada que surge, buscando longe do trabalho ou da economia os totens de sucesso, mas sim na felicidade e na união dos povos.

Mulher no poder é necessário, assim como todas as outras identidades. Os homens precisam dar espaço e tentar o novo, por mais romântico que o texto pareça, pensar nisso é realmente necessário se quisermos superar as demandas econômicas, ecológicas, sociais e de paz do mundo. Pense nisso. 

Crido Santos – Belo urbano, designer e professor. Acredita que o saber e o sorriso são como um mel mágico que se multiplica ao se dividir, que adoça os sentidos e a vida. Adora a liberdade, a amizade, a gentileza, as viagens, os sabores, a música e o novo. Autor do blog Os Piores Poemas do Mundo e co-autor do livro O Corrosivo Coletivo.
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MUDANÇAS

Mudar é um coringa. O da carta, não o do cinema.

Mudar é, ao mesmo tempo, assustador e empolgante, um peso e um alívio, uma dor e um prazer… Mudar pode ser ruim quando as coisas estão boas, mas é a melhor saída quando as coisas estão ruins.

Nossa sociedade está sempre em movimento e sempre em busca de algo melhor, ainda que se torne temporariamente pior nesse processo. E nossa sociedade começou a mudar, algum tempo atrás. Uma leve melhora que provocou os egos mais conservadores que, na ânsia de proteger sua “zona de conforto”, lutaram contra essa melhora, o que fez de todos nós um pouco piores.

Mas isso é bom! Porque só quando nos sentimos desconfortáveis ou ameaçados é que resolvemos nos mexer. E nós crescemos somente quando existe um obstáculo à nossa frente. A piora é só o efeito colateral dos primeiros passos para a melhora.

Eu gosto de mudanças. De todas as mudanças! As que trazem dor e as que trazem prazer. Sim, ambas! A mudança, para mim, remete a desconforto, como para todos, mas desse desconforto surgem a excitação das novas informações e, com elas, novas possibilidades. Nossa sociedade, nossa cultura, principalmente nossos valores estão muito doentes e a cura só vem com a mudança.

Nestas eleições, eu busquei muitas mudanças e torci para que elas fossem as mais radicais possíveis. Agi até onde pude, mas fui limitado a dois míseros votos. Queria ver a maior diversidade possível nas casas executivas e legislativas deste imenso País, mas, com coerência e conhecimento, só consegui apoiar duas mulheres: uma para a Prefeitura e outra para a Câmara dos Vereadores.

Ao final, minha cidade querida terá 3 mulheres e 2 transgêneros* no seu conselho legislativo. Satisfação! No executivo, contudo, as opções sobreviventes são mais do enferrujado e hipócrita mesmo. Frustração.

Eu entendo que o momento é das mulheres e precisamos delas. Elas estão melhor preparadas para o cenário atual, pois elas não têm os vícios do poder patriarcal, têm a sensibilidade de quem é orientada para a congruência, para a união, e elas têm a virtude de dar voz a todos, coisa que anda em falta na cultura tupiniquim dos últimos tempos. O momento é também de quem não se vê lá, nem cá, ou, estando lá, sabe que seu lugar é aqui e vice-versa. Ser LGBTQI+ é ser disruptivo em essência. E a ruptura com o sistema é a mudança que nós mais precisamos!

Estamos longe ainda da diversidade que eu considero ideal, mas os resultados desta eleição, ao menos em São Paulo, trazem um avanço sem a menor sombra de dúvidas!

Parabéns a quem chegou lá e a quem contribuiu para esse princípio de mudança! Aos que tentam conter essa mesma mudança, sugiro que olhem para os dois lados, antes de atravessar a rua.

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* Fico, aqui, imaginando como cada um leu o número “2”.

REFERÊNCIAS:

RODRIGUES, Artur. Trans na política são resposta ao bolsonarismo, diz Erika Hilton, 6ª vereadora mais votada em SP. São Paulo: Folha de São Paulo, 16 nov. 2020. Disponível em: . Acesso em: 17 nov. 2020.

UOL Eleições 2020 – Apurações. São Paulo: UOL, 16 nov. 2020. Disponível em: . Acesso em: 17 nov. 2020.

Cássio C. Nogueira – Belo Urbano, psicanalista, coaching, marqueteiro, curioso, maluco com CRP, apaixonado pela vida e na potência máxima, sempre!