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Meu melhor/ pior amigo

Quando tenho dúvida na matéria
Ele me dá as respostas
Quando não sei o clima
Ele me mostra
Quando tenho saudades da minha amiga
Ele me leva até ela
Quando escrevo um texto novo
Ele o transporta a todos os meus conhecidos

Quando tenho outras coisas a fazer
Ele me prende
Quando quero dormir
Ele não me deixa
Quando quero privacidade
Ele não me dá
Até quando quero ficar sozinha
Ele está lá comigo

Quando olho para os lados
Mesmo sozinhos
Estão todos acompanhados
Quando saio de casa sem ele
Volto buscar
Ou fico sozinha de verdade
Me sinto ansiosa
E parece que falta uma parte de mim
Parece que deixei
Meu pai meu namorado todos os meus amigos
Em casa
Que não me importo com eles

Eu posso reportar cada segundo do meu dia
E mesmo que ninguém me cobre disso
Sinto que o dia não é completo se não o faço
Como se esse dia nem tivesse sido
Porque não foi divido com ninguém

Não sei como faziam antes dele
Como se combinava de sair juntos?
Como se conhecia gente nova?
Como se sabia o número de todo mundo?
Como se pedia para o pai ir buscar?
Como se guardavam as memórias?
Como se trazia comida?
Como se mostrava aos outros?
Como se fazia para alguém se interessar?

Não sei se preciso
Mas também não posso dizer que não
Não sei
Só sei
Que não vivo sem

Giulia Giacomello Pompilio – Bela Urbana, estudante de engenharia mecânica da UNICAMP, participa de grupos ativistas e feministas da faculdade, como o Engenheiras que Resistem. Fluente em 4 idiomas. Gosta de escrever poemas, contos e textos curtos, jogar tênis, aprender novos instrumentos e dançar sapateado. Foi premiada em olimpíadas e concursos nacionais e internacionais de matemática, programação, astronomia e física, além de ter um prêmio em uma simulação oficial da ONU.
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UM CAUSO ENTRE AS TECLAS E EU

Por mais incrível que pareça, eu não sou muito moderna. Por menos notável que pareço, eu sou adepta de certos universos.

E como não me aborreço com tatuagens, fui seguindo num aprender, sobre o que uma máquina pode nos fazer. E claro que foi por ensaio e erro. Quando resolvi enfrentar uma máquina fria, diante de meu olhar afim de não teclar ali, a minha poesia sustentada pelas minhas emoções, sensações e quiçá sentimentos, que a nobreza de uma sociedade regada aos píncaros por necessitar conversar, dialogar e até monologar os seus devaneios sensualizando a arritmia dos fonemas, metendo a linguagem na máquina para mim, posta’mente fria!!

Fui desafiada a grafitar um Romance, os mais afoitos ao carisma prazeroso, defensores das Salas de Bate papo, abusadamente de tecla em tecla deixando sair do anonimato, suas regras quentes de tato a tato, ops!!! De toque em toque… Um fato, nada exato!! Factual’ idade!!

E, quando eu ouvia histórias sobre encontros virtuais, e encontros por causa deste teclar frio entre os dedos a o prazer de estar em cio relutava, mas, no fundo queria sim, ver-me num tempo de modernidade onde a crença era bater nas teclas e se virtualizar. E, o meu causo com a máquina fria delegou-me postar com um desconhecido, arranjado por amigos, um Escritor poeta que tinha pela máquina uma fissura carnal, de deleite teclado e nada fóbico, apenas quente sob as emoções e sensações eloquentes para o momento, a hora e a disposição do teclar sensível aos vãos abertos pelo sistema de criação. E, por e-mails trocamos poesias que iriam nutrir, meu Primeiro Romance, com um parceiro ambulante e já bem acostumado, com a navegação constante da modernidade!!

E aquela máquina sem vida, foi me atentando ao saborear que o toque de cada um de nós, se faz compreender ao outro de uma forma in… de… vida, e in… calculável!!

Pois, eu viajei entre os vãos durante a troca de prosa em versos quentes e muitas vezes em explosão in… decente!!

E de poesia em poesia, senti na pele, na derme e na epiderme, que o toque nas teclas frias, só depende de nossa mente quente em hotelaria nada vegana, mas sim, carnal e coerente, com os hologramas que visualizamos dentro de nossa capacitação em enlaçar os dedos, com os domínios de nossa sensação de transpirar, o aluvião prazeroso de gozar em palavras o que sentimos, durante esse encontro de teclas suadas com AnJô, em sua casa (leia-se corpo) deflagrando palavras com o seu parceiro Amotinado, que saem de suas mentes fissuradas pelas sensações, entre os vãos do teclado e a picante imaginação.

E após uns dois meses de toques em poesias, o meu primeiro Romance saiu, e no dia do Lançamento nos conhecemos…

Joana D’arc de Paula – Bela Urbana, educadora infantil aposentada depois de 42 anos seguidos em uma mesma escola, não consegue aposenta-se da do calor e a da textura do observar a natureza arredor. Neste vai e vem de melodias entre pautas e simetrias, seu único interesse é tocar com seus toques grafitados pela emoção.
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Os aplicativos em nossa vida

Atualmente em nossos celulares temos muitas opções de aplicativos, diferentes formas de entretenimento, serviços de entrega, redes sociais e muitos outros.

Em muitos aspectos esses aplicativos nos ajudam, como exemplo quando estamos com amigos e queremos comprar cerveja ou lanche e não temos carro, nem um mercado próximo, ligamos aplicativos como Rappy e I-Food e rapidamente os pedidos chegam onde estamos.

Porém, temos muitos problemas que alguns aplicativos nos trazem, como fakenews (muitas) e o fato das pessoas passarem muitas horas nos aplicativos, perdendo a noção do tempo e muitas vezes também perdendo um belo dia de sol.

Com a internet, as redes sociais, pessoas que antes não tinham voz, agora podem também ter seu destaque na mídia e mostrar aos outros o que pensam, que fazem, que gostam e muito mais, mas o grande problema é se elas estão mesmo sendo verdadeiras ou apenas usando essas redes como uma fachada para esconder problemas e frustrações.

Enfim, a internet mudou muito o estilo de vida da população, e a questão que deixo aqui é: Como seria a vida sem ela?

Bruno de Andrade Nogueira – Belo Urbano. Estudante de jornalismo. Curte fazer acadêmia e tem como lema a frase “nós não somos iluminados, nós iluminamos”
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Meu aplicativo meu sonho

De repente tudo virou e se transformou.

Jogava bola na rua.

A rua era o aplicativo dos sonhos e da saúde.

Depois veio a faculdade, onde o conhecimento tornou-se o aplicativo da esperança.

Depois me senti só, num mundão novo, onde o trabalho tornou-se o aplicativo da realização.

Depois a nova família trazendo o aplicativo do amor incondicional.

E os anos se passaram e o aplicativo que nos transformava em pessoas diferenciadas ficou dúbio.

E hoje precisamos mais do que nunca do aplicativo, não aquele que destrói,  que nos torna um produto, mas aquele que nos salva, que nos alimenta,  que nos permite ter liberdade de escolha e tempo pra viver.

Antônio Pompílio Junior – Belo Urbano. Graduado em Análise de sistemas pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas . Pós-graduado em Gestão de Empresas pela UNICAMP e MBA Gerenciamento de Projetos E-Business pela FGV-RJ . Adora esportes, viagens e luta pela liberdade da vida e pelo amor das pessoas.
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Tempo digit@l

Acabei de ver “dilema das redes”, um documentário austero sobre os tempos digitais e como somos presas fáceis e passivas nas redes nos dias de hoje. Os grandes CEOs interpretam e fazem considerações ao que criaram. Um sentimento de médico e monstro como “Jekyl and Hyde”. E no meio disso, nós, Sapiens pouco sábios, metade zumbi monetizando fácil o que não tem preço. All incluse. Até aí nada de novo, porém o que vem no pensamento é porque nos deixamos levar tão facilmente.

A encruzilhada é porque chegamos num limite onde a máquina é o gestor de tudo? Acho que sim, mas espero que não. Fato é que organizam nossos desejos do dia como um cardápio com comida, forma física, formato dos lábios, plano de saúde, gozo e escolha do carro.

Convenhamos, o ser humano, complicadinho, está sempre correndo atrás de algo, nadando num karma coletivo de emoções e opiniões com hora marcada e datado para encerrar. Como aquelas corridas de cães galgos ou de cavalos olhando a cenoura e não vendo a chegada, só ouvindo o tiro condicionado da largada. Simplesmente vamos.

Lembro quando a moda eram os cabelos “mullets”, sim, desfilavam nossas madeixas armadas com garbo, elegância e muito laquê ao som dos anos 80, uma forma também bizarra olhando pra trás, mas genuína de um movimento pós punk. De la pra cá a ditadura de comportamento aumentou e se tornou flexível para todos. Ditaduras pra todos os gostos, gêneros e perfis do Instagram. Nada pessoal, mas nada passa ileso, para uma fake felicidade que flutua em cada shoot borbulhante de coca cola. É isso aí!

Por que a gente é assim? Estamos sob o jugo constante. Geração Z chegou para mostrar e para provar o self service de serviços midiáticos. É divertido? Sim. Doentio? Sim.

Algoritmos a parte estamos conectados porque somos gente. Bicho indecifrável e tão rasteiro que produz, produz e produz. Feitos dos mesmos ossos, plasmas, mitocôndrias e bactérias. Hoje, porém guiados por wazes pra lá e pra cá. Sabemos a hora de chegar e isso parece bastar.

Estou dizendo, gente é um troço complicado mesmo, só ver a época das eleições enquanto seu hater vizinho vocifera outros esperneiam e  corporações ganham.

Por fim minha consideração definitiva: não nos divertimos mais com ioiôs, bambolês, trotes, nem mesmo dançando new wave. Chega de tanto progresso, pra que tanto dele se no fim, ninguém mais curte um cabelão mullets?

Vamos de leve.

Meg Lovato – Bela Urbana, formada em comunicação social, coreógrafa e mestra de sapateado americano e dança para musicais. Tem dois filhos lindos. É chocolatra e do signo de touro. Não acredita em horóscopo mas sempre da uma olhadela na previsão do tempo.
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Uma nova era

Muitos anos atrás, não existiam celulares, sequer a internet. As pessoas tinham que andar quilômetros de distância, ou mandar uma carta, se queriam conversar com alguém. Elas tinham que ir às bibliotecas para achar alguma informação. Poderíamos ficar muito tempo contando o que os nossos ancestrais tinham que fazer sem a existência da tecnologia, mas a verdade é que, eu não sei o que é isso, “um mundo sem tecnologia”, não sei mandar cartas, não sei a sensação de ficar anos sem ver um parente distante, não sei como foi nada disso, por isso, eu não vim escrever como era antes, mas eu vim aqui para contar a minha visão sobre a nova era da humanidade, a era em que eu nasci: em um mundo repleto de informações e tecnologias.

Eu posso dizer que cresci junto com os celulares, e é incrível ver como eles evoluíram em pouco tempo, a curva de evolução só tem aumentado até hoje, e para ser sincero não faço ideia de até onde isso vai. Viver “junto” a esses celulares virou algo normal para nós, podemos ficar horas sem cansar nesses aparelhos, pois a quantidade de informações e funções que eles oferecem é extremamente impossível de se calcular, pois a cada dia uma nova funcionalidade aparece. As grandes empresas do mundo todo, são, praticamente focadas em tecnologia, senão, envolve-a. Os mecanismos de pesquisa são muito úteis hoje em dia, eu praticamente devo realizar mais de dez buscas no dia pelos assuntos que me interessam, e constantemente estou baixando novos aplicativos com as mais diversas funcionalidades.

As coisas que se tornaram possíveis graças as tecnologias e a internet são infinitas, eu convivo com tudo isso como se fosse algo normal, mas não deixo de imaginar como seria viver sem elas, ou como as pessoas que nasceram sem isso se sentem a respeito. Toda essa era uniu grandes personalidades do mundo inteiro, a internet encurtou distâncias, e está em constante mutação, e faz parte da minha vida, é algo muito importante para mim, por mais que a internet tenha trazido coisas ruins, ela também trouxe coisas boas, junto aos celulares e tudo que eles proporcionaram. E essa é minha visão geral da tecnologia: algo que mudou o mundo no passado, e algo que ajuda e melhorar nosso futuro.

Danilo Vicentin – Belo Urbano, estudante do nono ano, gosta de escrever histórias, desenhar, andar de bicicleta e de jogos digitais.

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A Tecnologia na minha vida

A tecnologia foi algo que deslumbrei desde pequena, que na época o mundo ainda não era digital e as brincadeiras eram na rua, foi com o brinquedo Pense Bem, que parecia um computador, que iniciou minha jornada tecnológica. A partir, daí, me apaixonei pela tecnologia, e acho que facilitou muito a minha vida no dia a dia.

Logo que me formei no Ensino Médio, já pedi de formatura, um computador, mas ele não fazia nada, além da programação em linguagens de computador. Claro, que acabei fazendo curso de Análise de Sistema na Puccamp, e assim, estágios que me possibilitou aprender a mexer efetivamente. Na época, a Puccamp estava fazendo conexão com a Unicamp para dar acesso a internet. E adorávamos mandar e-mails e entrar nos sites.

A partir dos e-mails, vieram as ferramentas de mensagens, Messenger, Skype e depois o whatsapp. Sempre preferi falar via aplicativos de mensagens e e-mails, é uma evolução da comunicação para mim, acho muito mais prático do que parar e ficar falando, você responde quando pode.

Assim, terminei a faculdade,  já criei minha empresa, chamada Ingaia, com meu marido, criando sites e sistemas dinâmicos, claro na internet e o banco de dados na “nuvem”( cloud) para o mercado imobiliário. Naquela época, o acesso a internet era discado, e muitos nem acreditavam na internet, e hoje, vejo que fomos visionários e empreendedores, e a internet domina até o comércio,  invertendo os negócios. Atualmente, e ainda mais, agora na pandemia, quem cria um negócio apenas fisicamente, está fadado a fechar, primeiro tem que criar no mundo digital.

Até para me comunicar dentro da minha empresa com os funcionários, já usava os aplicativos de mensagens, você resolve na hora e rápido, além, de ficar documentado. Isso, muitas vezes, me possibilitou trabalhar a distância, principalmente, quando meus filhos nasceram, sem deixar de trabalhar e ainda, poder ficar perto dos meus bebês.

Além da fator da comunicação, a tecnologia trouxe muitos benefícios na minha, como agenda online, organizador de tarefas diárias e projetos, fazendo com que desse conta de tantas tarefas que fui assumindo na minha vida. 

Outras tecnologias, que eram menos digitais, também, facilitam a vida no meu lar, como máquinas de lavar e secar, lavar louças, cafeteiras e todos os eletrodomésticos, cada vez mais fazendo o trabalho operacional, e agora, os robôs que aspiram e passam pano, que me salvou nessa pandemia, como no desenho animado da minha infância, “Os Jetson”. E até mesmos, os aparelhos eletrodomésticos estão virando digitais, com a “internet das coisas”, onde você controla TVs, cafeteiras, robôs aspiradores pela internet através do celular.

Para mim, tudo isso foi natural, sempre achei que as pessoas usavam pouco da tecnologia no dia a dia, para se comunicar e fazer e reuniões, mas a pandemia mostrou quantos recursos temos na mão, evitando o deslocamento, e facilitando a trabalho. Ficar nas redes sociais, é apenas um contato com as pessoas, postando seu dia a dia, só atrapalha, quando as pessoas exageram seu tempo nisso, esse é o lado negativo da tecnologia. Ter contato digital, aproxima as amizades, e ter que ser facilitar, não substituir o contato físico por completo, afinal,  somos seres humanos e precisamos do convívio social. As redes sociais, me trouxeram de volta muitos amigos da infância e adolescência.

Amo a tecnologia, mas sou a que menos fico, nas redes sociais e celular, da família. Digo sempre aos meus filhos, cuidado com a quantidade de horas que fica nos aparelhos ( celular, TV, vídeo games e etc). Procuro otimizar meu tempo com as ferramentas tecnológicas e não deixar que elas dominem meu dia dia, apenas otimizar. Senão, será um vício, e atrapalha sua vida, em vez de ajudar. Portanto, tudo tem seu lado bom e ruim, na minha vida a tecnologia trouxe mais pontos positivos, afinal, quem controla minha vida sou eu, e não a tecnologia que me controla.

Camila Monteiro de Morais Andrade – Bela Urbana. Empresária, fundadora da Ingaia, formada pela Puccamp em Análise de Sistema, MBA em TIGEN pela FGV, Mãe de 2 filhos, casada, filha e irmã.
Ama pintar, sempre com pincéis, pintura decorativa e agora aquarela. Ama plantas, vinho, chocolate
s e viajar.


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APLICATIVO. NÃO, SÓ APP

Ativo ou Passivo?

Aplica. Implica. Explica. Replica. Multiplica.

Que peste é essa?

Promete ser o atalho para muitos desejos. É o quê?

Melhor abreviar – App – para não tomar meu tempo, nem o seu e deixar a tecnologia da última geração de nerds tomar conta de todo o resto.

Aí, com certeza, vai sobrar tempo e vai nos dar a liberdade de sermos nós mesmos e a oportunidade de pensarmos no que realmente importa e o prazer de não termos que nos preocupar com o supérfluo, mesmo que ninguém mais saiba distinguir o que é irrelevante num mundo de urgências e impactos.

App é qualidade de vida, solução de problemas, propósito, inovação, isto é, a glória do século!

Eu, como sou moderna e tecnológica, delego algumas coisas básicas da minha rotina para poder me dedicar às outras. Assim, a vida fica mais fácil, mais ágil e… mais frágil também.

Será? Nem quero pensar nisso agora, minha agenda está lotada, não sei a que horas vou sair da frente desse computador.

Melhor deixar para depois, me programar, aderir à técnica do pomodoro: a cada 15 minutos o smartphone me avisa que é para parar, alongar o corpo, distrair os olhos no instagram, tipo hora do recreio (#SQN).

A maravilha é que de olho na tela não risco de esquecer de nada. As mensagens são salvadoras (algumas têm até tutoriais):

Desperte!

Medite!

Beba água!

2 mil passos no dia. E eu nem saí de casa, mas, bebi tanta água. Tive que fazer xixi. Foi isso.

3 horas de tela. Vire á esquerda. Aniversário da mamãe. Oferta de passagem aérea. Possível exposição ao covid19. O motorista chega em 1 minuto. Alta na bolsa. Você chegou ao seu destino. Bônus para próxima compra. Novos templates. Sua encomenda foi entregue.

Compromisso em 30 minutos. O xampu acabou.

Oi? Como assim o xampu acabou? Sem aviso? Sem agenda? Sem sinal sonoro? Sem notificação por escrito?

E agora? Estou atrasada, o chuveiro ligado, o cabelo molhado e não tem xampu? Não tem xampu. É o fim da picada. Será que ninguém nesse mundo foi capaz de pensar num app que meça a quantidade diária de xampu que necessita uma mulher, brasileira, classe média, sem tempo para nada e avise quando o xampu está para acabar?

O que os empreendedores estão fazendo que ainda não pensaram nessa dor? Não lavam os cabelos? Usam sabonete em barra? Fazem estoque de xampu?

É simplesmente inacreditável. Falta de imaginação, falta de solidariedade, falta de higiene.

Minha indignação em neon. Neon? Não, isso é muito anos 80. Melhor fazer uma live, pedir aos amigos para seguirem o canal e para não esquecerem de acionar o sininho que alerta quando o vídeo estiver disponível. Depois tem que curtir, comentar e claro, fazer viralizar para engajar o público nessa pegada higiênica e sustentável e super útil de nunca deixar faltar xampu.

Já posso ver o novo unicórnio, do meu banheiro para o mundo: XampuApp.
Quem explica como foi que a gente se deixou levar por essa avalanche de quadradinhos coloridos nas telas touches dos celulares, entregando a eles a missão de fazer por nós o que nós mesmos somos capazes de fazer com algum esforço e inteligência?

Pode ser implicância de alguém que é quase 5.0, mas continua analógica, com peças originais e que passou a vida memorizando números de telefones e datas de aniversários.

Na última atualização do software, fui informada pelo pessoal do home office que ninguém mais recebe parabéns, que os telefones raramente tocam e que os cumprimentos, por mensagens icônicas, economizam palavras à exaustão.

A fala está em desuso, mas os podcasts estão em alta. Conteúdo bom, produzido com análise crítica, faz uma leitura de temas no cenário atual e se espalha por aí, para ser ouvido onde, quando e como quiser. Poupa tempo e interação. A gente pode avançar a fala, pular para o próximo, pausar, pode tudo.

Resumindo, a vida está cada vez mais disponível para upload imediato, em todas as plataformas digitais, pronta para delivery. Com sorte pode ser que não tenha taxa de entrega.

Se tiver, fica free, passa no cartão, débito ou crédito, só não pode parcelar, porque é app, né?

A vantagem é estar ao alcance da sua mão.

De novo a pergunta: isso é ativo ou passivo?

Dany Cais – Bela Urbana, fonoaudióloga por formação, comunicóloga por vocação e gentóloga por paixão. Colecionadora de histórias, experimenta a vida cultivando hábitos simples, flores e amigos. 
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A pauta é: Esses tais APPs

Vamos começar a publicar uma série de textos sobre os impactos dos apps na nossa vida diária.

Os autores são de gerações diferentes, o que enriquece muito essa roda de conversas e reflexões. Para essa jornada de textos, convidei alguns adolescentes e adultos bem jovens que vão debutar com seus textos e reflexões aqui no Belas Urbanas.

Será que todas as gerações são hoje impactadas da mesma forma? Qual é a dificuldade de quem nasceu em um mundo analógico se adaptar para esse mundo tão digital? Será que existe? Será que depende da idade que tínhamos quando começou essa transição? E para as gerações mais novas que não conheceram o mundo sem a internet e esses Apps, será que existem questionamentos do que faz bem ou mal? Como se comportam? Existe um mundo mais virtual ou real? Existe um App dos sonhos?

Enfim, a ideia é refletirmos através de várias visões sobre nosso comportamento na sociedade e como nossas atitudes na vida, seja virtual ou real, podem de fato serem construtivas ou destrutivas.

Se todos queremos harmonia, paz, amor e prosperidade; o caminho é olharmos para os temas que nos levam para perto ou longe desses desejos.

Participe, seja comentando, seja compartilhando, e se quiser nos contar a sua visão, entre em contato pelo e-mail: comercial@teste2.webtagger.com.br/belasUrbanasWP.

Agora, vamos aos textos, nas telas.

Adriana Chebabi  – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza.  Divide seu tempo entre seu trabalho de comunicação e mkt e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa. 

Foto Adriana: @gilguzzo_photography


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Tira a pele

Revertemos…singelas apostas.

Crosta de ferrugem que molha a roseira. Mel.

Um contorno de água quando tiramos os sapatos…

e  fico com os dedos em algum desenho, laços.

Revejo o cansaço, o pão no forno, o que temos.

Tiro toda a roupa…até a pele. Vestido de aço. Sou.

o fogo entre as mordaças, as escolhas, cada uma delas.

Vejo no espelho o que mora em meu peito. Beija.

Me aquece os espaços. Não há liga sem as palavras

e um silêncio que muda.

Então me caça…me afoga em risos, em decorrente.

Me prende na lava dos amaldiçoados e quentes.

Pois se reverto eu me despedaço…

Lambendo sempre os copos de requeijão,

quebrando as taças.

Vem…Me posta…me basta.

Siomara Carlson – Bela urbana. Arte Educadora e Assistente Social. Pós-graduada em Arteterapia e Políticas Públicas. Ama cachorros, poesia e chocolate. @poesia.de.si