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Sobre uma relação abusiva! Parte 5…

Eu cansada de tantas manipulações, humilhações dele e da família! Pedi para ele ir embora! Ele prontamente atendeu! Sumiu!

Aparecia quando bem entendia, e para me culpabilizar e infernizar a vida!

Dias antes da minha filha nascer, eu já com 9 meses de gestação, ele apareceu em casa e das 23 da noite as 2 da manhã ele gritou, me fez ajoelhar aos seus pés e pedir desculpas!

Eu implorava perdão sem nem saber o motivo, e de maneira cruel ele olhava pra mim e gritava cobrando justificativa! Gritava para que eu falasse o motivo do perdão! Eu chorei por horas! Por dias! Eu não dormia, não descansava! Eu passava todos os minutos pedindo desculpas aos meus filhos!

Dias depois ele me enviou uma carta linda, dizendo que os problemas de um casal era responsabilidade dos dois! Que se ele fazia o que fazia, também era responsabilidade minha! ( E NÃO! ERA A PSICOPATIA DELE MESMO).

No hospital foi um show de horror! Ele carregava aquele teatro de pai maravilhado, a mãe atuando como a vó sensível que não se sentia a vontade em pegar a PRIMEIRA neta por minha causa! É mesmo eu passando por um trabalho de parto de quase 40 horas que resultou em uma cesárea, mesmo eu pedindo para não receber visitas! Mas estava o circo todo armado! A família dele toda! Levando comida para dentro do quarto, para eles, chamaram vizinhos, enquanto eu nem forças tinha para me levantar! Eu implorei para que não usassem perfumes fortes, pois eu ainda estava enjoando muito e por causa do meu bebê! Não adiantou! Chegavam banhados a perfumes e com marmitas de peixe!

E quando eu resolvi falar! Caos! Ele me pegou com o bebê no colo e me deixou na porta de casa como um saco de roupa suja!

Vez ou outra voltava, dizia que me amava e a nossa filha! Dizia que queria uma vida com a gente! Mas quando via que mesmo vulnerável, eu não mais aceitaria viver da maneira dele, a conversa mudava!

Dias depois da cesárea, eu ainda com físico e emocional tão sensível, ele forçou a barra para termos relações, eu tive uma crise de choro no meio! Ele teve raiva, vomitou o ódio dele por horas! Eu, puérpera, depois de meses de humilhação e ainda passando por isso!

Luciana me deu as mãos, juntou ao meu redor algumas amigas mulheres! Elas iam até mim toda semana! Me deixavam fortalecidas! Era uma corrente de proteção!

A dona do imóvel que eu morava, foi em casa cobrar o aluguel! Se deparou com uma mulher destruída e uma bebê no colo! Contei a história e ela ficou chocada! Atordoada foi atrás dele no intuito de responsabilizar ele pelo aluguel, era o mínimo!

Flávia chegou na casa deles e se deparou com ele e a mãe! Já com um documento pronto de autorização de despejo!
Ela voltou com os olhos marejados!

Luciana percebeu relutante, mas sem saída! Que precisava ser minha proteção! Então, não me deixava mais sozinha, as poucas vezes que ele ia até lá, tirar foto dos 15 minutos que passava com a filha no mês!

Inventou para meio mundo que eu não deixava ter contato!

Meu filho, mulheres ao meu redor e Luciana me tiraram do fundo do poço!

Eu pedi ajuda desde a gestação! Mas a sociedade está acostumada a passar pano pra macho escroto e psicopata! A sociedade está acostumada a culpabilizar a mulher por tudo! E assim foi comigo! Os amigos e amigas dele fingiram não ver! Apenas um amigo dele se aproximou de mim e me acolheu! Me ouvia em tantas noites insones de muito choro, me fortalecia só de estar ali comigo! Tentava desesperadamente me fazer entender toda a força que eu carregava e que nem eu mesma acreditava!

Eu tive a sorte de ter Luciana e Iuri ao meu lado! Eu tive a sorte dela ter me levado até a Amanda, uma psicóloga competente e sensível!

Lembro de quando eu estava certa de que não tinha motivos pra eu viver já que nem boa mãe eu era! E Amanda virou pra mim e disse: não faça de uma vírgula, a sua história de vida inteira!

E eu fixamente comecei a enxergar essa pessoa como uma vírgula!
E fixamente coloquei como meta me reerguer e fazer o mesmo com outras e para outras mulheres!

Quando já estava no meu atual casamento, grávida da minha terceira filha! Ele me procurou! Para novamente me humilhar! Me atacou falando que eu faço das minhas relações uma futura aposentadoria! Me acusando de estar engravidando para pegar dinheiro de cada pai! Ele, que nem pensão paga! Ele que se esforça para ligar uma vez no ano para a filha!

Ali, eu passei horas chorando, não por mim, mas por perceber que a atual mulher dele, já com uma filha deles, é mais uma vítima, mesmo que ela ainda não saiba! Pedi as deusas que mantenha elas em proteção!

Eu poderia passar semanas aqui escrevendo sobre todo o terror que passei!
Essa série de texto não representa nem 10% dos absurdos que eu vivi e que muitas mulheres estão vivendo!

Escrever sobre isso e cutucar essa ferida! Por mais cicatrizada que esteja, me fez tremer, me fez faltar o ar!

Esses homens abusivos e psicopatas deixam marcas eternas na gente!

Precisamos sempre que for possível gritas nossas histórias!

E eu mulher que carrega essa bagagem estendo minhas mãos pra você mulher que está passando por isso!

Você não está errada, você não é ruim, não é louca! Você é uma mulher incrível! E com certeza vai se reerguer! Você é uma mulher incrivelmente FODA!

Carol Oliveira – Bela Urbana, chef de cozinha, mãe de 3 filhos. Adoro escrever sobre o dia dia real. Inspirada pelas fotos do meu marido… Sigo tentando ver poesia e arte nesse momento de tanta angustia e medos!

Foto Ricardo Lima
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Sobre uma relação abusiva! Parte 4…

Eu, grávida, com outro filho já! Tentando com que isso não afetasse meu primeiro filho de maneira que já estava afetando! Tentando seguir com a gravidez minimamente em paz! Em vão! Chorei e me desesperei todos os dias da minha gravidez! Comecei a planejar o parto humanizado, e participava das rodas! Ele ia comigo, era lindo, ele era perfeito… na frente dos outros! Eu comecei a ter pânico das segundas-feiras, porque sabia que logo após o céu que ele me levava por querer mostrar para os outros o quão bom ele era pra mim, inclusive “assumindo” o meu filho mais velho… ele
me empurraria para o inferno! Era um terror sem fim!

Eu me sentia cada vez mais fraca, e estava! Tive dengue durante a gravidez, mal levantava da cama! Ele chegava, perguntava se não teria almoço, e com a minha negativa aos prantos, ele saía tranquilamente para comer fora!

Sem se preocupar em me alimentar! Lembro que em um desses dias o máximo que eu consegui foi me arrastar até a cozinha e fazer um macarrão instantâneo! Ele quando chegou e viu a embalagem, me chamou de irresponsável, de imbecil pra baixo por estar comendo algo tão sem nutrientes estando grávida! Mas jamais fez algo para eu comer, mesmo estando com dengue! Em um desses dias, aos gritos, me falou que sentia pena da criança que estava sendo gerada dentro de mim!

Eu chorava! Muito!

Coloquei meu filho em horários especiais na escola, para que ele presenciasse cada vez menos todas essas atrocidades! E para que pelo menos ele tivesse sua alimentação com qualidade e completa!

Muitas vezes quando ia levar ele para a escola, eu passava horas no pátio! Com medo de voltar pra casa!

Durante a gravidez ele muitas vezes sumia durante a noite! E lógico não tinha celular porque não queria fazer parte desse sistema! Eu, grávida, numa cidade que não era minha, sem família e quase sem amigos! E ele não tinha celular e sumia! Quando chegava pela manhã, me fazia sentir a pessoa mais alucinada por estar em desespero com a situação!

No meio dessa merda toda, um dia eu mergulhada em tristeza, meu filho na época com 9 anos, olhou pra mim e disse! Mãe… tenha coragem, eu to do seu lado e essa pessoa não merece ser pai desse bebê e nem meu! Aquilo foi como se ele estivesse me salvando de um afogamento!

Ali comecei a ver como se estivesse de fora! No meio desse processo todo conheci minha vizinha Luciana, que mal sabia, ela e eu, que me salvaria e me traria a força tão intensa do feminismo!

Era ela que me levava para o hospital no meio da noite quando eu passava mal por tanto stress! Era ela que muitas vezes levou comida pra mim! Já que ele comia até o que eu comprava para meu filho, e quando eu questionava, era chamada de mesquinha e egoísta!

Muito esgotada com tudo isso e já grávida de 7 meses, muito magra! A médica constatou que meu bebê estava abaixo do peso e que eu precisaria me alimentar melhor!

Carol Oliveira – Bela Urbana, chef de cozinha, mãe de 3 filhos. Adoro escrever sobre o dia dia real. Inspirada pelas fotos do meu marido… Sigo tentando ver poesia e arte nesse momento de tanta angustia e medos!

Foto Ricardo Lima
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Sobre uma relação abusiva! Parte 3…

Pessoas assim praticamente nunca agem sozinhos! Na grande maioria das vezes sua família apoia e reforça todos esses atos cruéis!
E comigo foi assim!

Uma família que achava que eu tinha dinheiro para sustentar os devaneios do filho! Uma família que apoiava, omitia graves fatos do passado! Uma família que finge o tempo inteiro uma bondade que jamais existiu! Uma família hipócrita! Encenam uma doçura que faz com que qualquer um queira fazer parte da vida deles!

E assim seguimos! Fomos morar juntos! Fizemos um casamento, que só após eu ter negado a proposta de emprego eu soube que seria somente encenação! Não seria no papel! Porque logicamente ele não se compromete com nada! E com toda sua postura esquerdomacho que se preze, me convenceu que papéis serviam apenas para provar algo para a sociedade e que nada disso importava para nós!

Eu vivia numa gangorra de emoções, num abismo prestes a despencar!

Fomos morar juntos e logo no começo eu conversei sobre o fato de não querer ter mais filhos antes de ter o “casamento” estruturado! Obviamente não fui respeitada, ele me invadiu sem permissão e eu engravidei!
Mas logicamente dizia que era por amor!

Já grávida fomos contar para a família dele, todos comemoraram! A mãe dele se emocionou, disse estar muito feliz com a chegada da primeira neta, quando todos saíram do ambiente que estávamos, ela olhou pra mim e friamente me questionou e disse que não era para eu ter engravidado antes da filha dela! Ali eu vi que seria só ladeira abaixo! Me vi numa novela, daquelas que nos deixam fixados na tela com tanta maldade!

E assim foi! Todo mês na data que comemoraríamos “aniversário “ de casamento, ela o chamava para almoçar! E ele ia, e se eu falasse algo… eu era louca e ressentida!

Logo no início da gravidez, me senti desesperada com toda a situação! Ele um vagabundo, não levantava antes das 14h para trabalhar! Eu super enjoada, tinha dias que nem água conseguia tomar…

A família dele falando que era mentira minha os enjoos! Certa vez o pai dele passou horas me ofendendo, eu chorando e tentando me defender! Dia seguinte fui parar no hospital!

Logo no início da gravidez, quando tentei questionar ele de algo que eu não concordava… ele pulou em mim e começou a me enforcar!

Quando eu consegui empurrar e correr, ele chorou muito! Implorando perdão e logicamente pedindo para que eu não fizesse ele chegar aquele ponto!

Carol Oliveira – Bela Urbana, chef de cozinha, mãe de 3 filhos. Adoro escrever sobre o dia dia real. Inspirada pelas fotos do meu marido… Sigo tentando ver poesia e arte nesse momento de tanta angustia e medos!

Foto Ricardo Lima
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Sobre uma relação abusiva! Parte 2…

Segui tentando ser boa o suficiente pra ele! Perdi o emprego, neguei outra proposta! Nesse momento eu acreditava fixamente que o que eu conquistei até ali, não prestava! Ele tinha planos incríveis de vida! Falava em vivermos com menos, com bem menos! Mesmo ele usando do meu dinheiro para ter do bom e do melhor! Mas o tempo inteiro me fazia acreditar que não percebia suas próprias ações! Afinal ele um ser de luz, não tinha apego ao dinheiro! Não tinha conta em banco!

Finalmente me chamou para estar entre os amigos dele, um chá de panela! Fomos juntos comprar o presente! Chegando na loja ele escolheu o presente e inclusive alguns itens para minha casa! E adivinha quem pagou a conta? Eu! Aquilo me deixava péssima, porém não foram poucas as vezes que eu lutei comigo mesma e com o coração dilacerado o questionei! E obviamente o fim era sempre eu implorando desculpa por pensar qualquer coisa ruim dele! Um homem tão iluminado, espiritualizado! Sim! Ele se dizia médium, espiritualizado! E muitas das vezes que eu confrontava as ações dele comigo, ele dizia ter uma mulher em espírito, de outras vidas, que por relações mal resolvidas, atrapalhava as relações dele!

Parece mentira! Parece loucura!
Mas era ele manipulando mesmo! Com maestria! Fazia cenas e cenas, me induzindo a acreditar que atos dela(?) o deixava mal! E que era ela que agia para que nossa relação fosse do céu ao inferno!

Falava de suas ex namoradas, tentando de todas as formas me deixar insegura em relação a elas! Provocava situações onde ele entrava em contato com elas, e ao obter resposta, agia como se elas estivessem atrás dele!

Nesse momento eu já estava tão absurdamente vulnerável, e me sentindo tão absurdamente pequena, que não conseguir lidar com as minhas dúvidas! A única certeza que eu tinha é que ele era muito bom, e eu muito péssima!

Comecei a acreditar que a minha vida não valia praticamente nada!
Então, por várias vezes pensei em dar um fim! Ele quando percebeu toda essa minha vulnerabilidade teve a incrível ideia de colocar um documentário para eu assistir, sobre suicídios! Sim, ele sabia o que estava fazendo!
Fiquei mal por dias!

Nesse meio tempo por vezes ele terminava, e quando percebia que eu estava conseguindo seguir em frente, vinha e puxava o tapete novamente!

Era um ciclo sem fim! E quando numa dessas vezes eu estava quase aceitando uma proposta de emprego na minha cidade, então ele veio com muito amor e muitos planos! Me pediu em casamento! Emocionado me disse que queria seguir juntos e construir uma vida! Eu não consegui recusar! Quando poucas pessoas me falavam que era melhor não, ele fazia coisas e me deixava contra todos que davam essa negativa!

Então fui e embarquei nesse pesadelo!

Carol Oliveira – Bela Urbana, chef de cozinha, mãe de 3 filhos. Adoro escrever sobre o dia dia real. Inspirada pelas fotos do meu marido… Sigo tentando ver poesia e arte nesse momento de tanta angustia e medos!

Foto Ricardo Lima
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Sobre uma relação abusiva! Parte 1…

Dificilmente uma relação abusiva começa com cenas de terror! E muito menos as pessoas carregam plaquinhas escritas “oi eu sou um desgraçado!”.
Muito pelo contrário! E no meu caso foi exatamente assim!
Quando conheci o abusador, e vi nele a alegria e leveza em pessoa… mal eu sabia o que estaria por vir!

Começamos a nos relacionar e foi lindo, ele escreveu uma música sobre mim no dia seguinte do nosso encontro! E que encontro! Passamos a noite conversando! Parecia um encontro de almas!

Ele foi sutilmente me mostrando que minha vida toda estava errada! Que o que ele propunha era o certo!
Começou aos poucos me fazendo enxergar que meu trabalho era péssimo! E que eu mãe solo há 8 anos, estava o tempo todo falhando como mãe! Aliás eu estava falhando em todas as áreas da minha vida!

E ele sendo um ser de luz, grandioso em toda a sua bondade me aceitava!
Não só me aceitava! Estava disposto a ficar ao meu lado, construir uma família comigo, e me mostrar novos horizontes! Mesmo eu sendo bem péssima em todas as áreas da minha vida!

Me colocou em dúvida em todas as minhas questões! Inclusive eu que corria, que surfava, que estava com a autoestima lá no céu…. aos poucos ele me fez acreditar que tinha algo errado comigo!

Não foi aos gritos, não foi me batendo! Não!
Foi com carinho! Foi sendo fofo!

Chegou a me falar que tudo bem minha vagina ser feia, que provavelmente um cirurgião plástico arrumaria! E quando eu indignada questionei… não… ele não gritou! Ele chorou copiosamente me pedindo perdão! E chorou por horas! Me fazendo sentir o gosto amargo da manipulação!

Era sempre assim! No fim eu acabava sempre colocando em dúvida o meu próprio caráter! Porque como assim eu era capaz de magoar uma pessoa tão incrível?

Carol Oliveira – Bela Urbana, chef de cozinha, mãe de 3 filhos. Adoro escrever sobre o dia dia real. Inspirada pelas fotos do meu marido… Sigo tentando ver poesia e arte nesse momento de tanta angustia e medos!

Foto Ricardo Lima
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Eu ou Ele

No primeiro dia ele disse como eu era linda e ele me amava;

No segundo dia ele lavou toda a louça comigo, passou nossas roupas e cozinhou pra mim;

No terceiro dia ele elogiou minha roupa;

No quarto dia ele falou que adorava meus amigos;

No quinto dia ele me encorajou a arrumar emprego;

No sexto dia ele perguntou se não era melhor eu tirar o batom;

No sétimo dia ele falou que achava melhor eu não sair com meus amigos porque eu tinha que dar mais atenção pra ele;

No oitavo dia ele reclamou que eu trabalhava muito e disse que talvez fosse hora de parar;

No nono dia ele parou de lavar a roupa e me mandou fazer a janta;

No décimo dia eu já não tinha mais certeza

Se eu era eu

Ou era dele

Giulia Giacomello Pompilio – Bela Urbana, estudante de engenharia mecânica da UNICAMP, participa de grupos ativistas e feministas da faculdade, como o Engenheiras que Resistem. Fluente em 4 idiomas. Gosta de escrever poemas, contos e textos curtos, jogar tênis, aprender novos instrumentos e dançar sapateado. Foi premiada em olimpíadas e concursos nacionais e internacionais de matemática, programação, astronomia e física, além de ter um prêmio em uma simulação oficial da ONU.

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DESABAFO

Pensei muito antes de escrever aqui… mas preciso por pra fora… pra eu ficar em paz.

Esses dias fiquei sabendo por um amigo em comum, que o pai dos meus filhos irá se casar de novo. Até aí tudo bem, que seja feliz nessa nova etapa de vida… é um direito dele, como é meu também…

Desejo do fundo do meu coração, que ele não faça com a sua nova esposa e família o que que fez com a antiga família.

Só estou escrevendo, porque tive essa conversa com um dos meus filhos, que tem o mesmo desejo que eu… mas que lembra com tristeza do pai que teve… um pai ausente de amor, de carinho de amizade… um pai que pisou em seu primeiro vídeo game por puro prazer, um pai que só porque ele e seu irmão mais velho estavam rindo ao ver um programa na TV, foi motivo dos dois apanharem… um pai onde um filho pede um sorvete e isso vira motivo para levar bronca, um pai onde foi ver seu filho jogar futebol (e para quem conhece esse meu filho, sabe como ele ama futebol), fala que ele jogou mal, sendo que nesse dia ele foi o melhor em campo, (palavras do treinador)…. do pai que não levava seus filhos para passear porque o mesmo, chamava seus filhos de rabo… e se não fosse esse meu filho, me salvar…hoje não estaria aqui escrevendo, pois, ele viu o pai traiçoeiramente me dar um murro na nuca.

Tenho o filho mais velho, que nunca teve um pai… pois me lembro como fosse hoje, quando liguei para esse cidadão, dando a notícia que estava grávida ele me xingou e quando chegou em casa me bateu. Apanhei outras vezes durante a gravidez… esse filho, ficou sem conversar mais de dez anos com esse pai… o pai sempre falava que ele seria um vagabundo… não seria ninguém na vida… graças a Deus, a praga não pegou.

Com meu filho do meio, ele quase não falava nada, pois o mesmo batia de frente…

Vivi com essa pessoa por vinte e sete anos, e de verdade, eu me pergunto o porquê de tanto tempo.

Vivi aprisionada, pois não podia ter minha opinião própria, não podia trabalhar, depois de muitos anos de casa, consegui um emprego onde eu morava, gostava e muito… só que aí, ele falou para eu ficar em casa que ele me pagava.

Quando estava grávida do meu filho mais novo, ele saiu do apartamento onde morávamos, para agarrar uma vizinha…todo mundo sabia da história, menos eu… até o marido da mulher me chamar pra conversar.

Passear? (risos irônicos), passeávamos muito aos domingos… me colocava no carro, e me levava para dar volta no castelo. Detalhe, sem descer do carro e porquê os filhos eram rabos.

Sempre colocava seu órgão genital pra fora e me obrigava ficar segurando…

Ir em almoço de família? Não podia pois, falava que minha família não gostava de mim…me aturavam por obrigação…

Me obrigou a andar de carro com ele, sem blusa…

Bem… sei que muitos, não tem nada com a minha vida e minha história… mas precisava por pra fora…pois hoje, o cidadão, viaja, come fora, hoje ele não tem os rabos…. a vida ficou mais fácil… fazem seis anos que sou divorciada, e desde então, ele nunca mais teve contato com os filhos.

Na conversa que eu tive com meu filho mais novo, chegamos a conclusão que, por mais que doa pra eles, filhos, (me dói por ver o lado dos meninos, porque fui eu que não quis mais o casamento ). Vamos seguir em frente, porque o estrago emocional, psicológico que ele nos causou é grande sim,.(por mais que eu seja uma pessoa alegre, só eu sei os FANTASMAS que eu carrego ainda), decidimos não sofrer mais com isso, porque enquanto a gente sofre, ele não tá nem aí…

Desculpem pelo texto, pelos erros de português… mas precisava vomitar…

LIGAÇÃO #180 – URGENT’EDECENT’ECOERENTE

Paula Roberta Caparoz – Bela Urbana, escorpiana irrequieta, nada a comove mais do que atitudes. Amante de qualquer arma que desafie seus próprios desejos. Aprendendo a discernir o fato e o relato interno, independente da avalanche externa.
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SILÊNCIO

1978. O início da faculdade, de inauguração da vida futura.

1978. O início do fim do merecimento do amor. O início do autoboicote.

Tinha um dog alemão preto, obediente. Foi usado como ameaça velada.

Uma festa de república.  Uma saída com o cara lindo e bom papo para comprar cigarros.  Uma parada na casa dele para pegar um agasalho.  

O dog alemão vigiando e atento aos comandos.

Foi assim.  Como máquina obedecendo aos comandos. 

Sobrevivência.  Pura e simplesmente. 

1978. Nunca mais sonhos perfeitos. Nunca mais entrega total. 

Até hoje, silêncio. Vergonha. 

MULHER – Bela urbana, 50 anos mais, não quis ser identificada
SOS – ligue 180
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Quando decidi dar um BASTA num relacionamento abusivo

Quando eu decidi dar um BASTA num relacionamento abusivo, busquei compreensão das situações onde eu me considerada culpada ou ainda merecedora de tais abusos ou violência, me questionando: “O que tenho que fazer para não acontecer de novo?”, “Será que estou sendo muito permissiva?”, “Por que a pessoa que deveria ser parceria de todas as horas, me agride? Onde tenho errado, será minha roupa, algo que falei ou fiz?”, “Será que sou eu que sempre faço algo que desencadeia essa reação na pessoa?”, “Qual será meu defeito?”…

Eu tinha tantas perguntas sem respostas, querendo justificar o injustificável, que fui procurar ajuda de uma psicóloga, e com suas orientações fui instruída a ser eu mesma, testando com as demais relações que eu mantinha: amigos, filhas, parentes, colegas de trabalho, enfim… Sem justificar o porquê das coisas e das minhas escolhas, apenas experimentar ser eu mesma.

Confesso que num primeiro momento, me senti totalmente perdida, porque há muitos anos eu abria mão das minhas preferências, as quais se perderam no tempo, eu passei a me contentar com o que era possível ou restava das preferências alheias. Mas aos poucos fui me encontrando, consegui resgatar a autoestima e a autoconfiança, cada vez que eu mergulhava mais fundo e pra dentro.

Nessa jornada na busca pela autoestima, resgatei valores e princípios que são fundamentais para sustentar qualquer relação: Respeito, Comunicação, Desapego, Reciprocidade e Aceitação. A prática desses princípios trouxe à luz da consciência a forma como tornando minhas relações mais construtivas a medida em que os laços se estreitam.

Praticar o autoamor foi e continua sendo fundamental para que minhas relações não sejam tóxicas, abusivas ou violentas.

Luana Carla – Bela urbana, analista corporal e comportamental. Sua paixão é poder contribuir para evolução da nossa espécie através do seu trabalho, sendo facilitadora do processo evolutivo interno, auxiliando pessoas a encontrarem soluções para seus conflitos de forma mais harmoniosa possível, respeitando seu funcionamento natural. E assim viverem em paz consigo e com o ambiente a sua volta.
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Vamos falar sobre RELACIONAMENTOS ABUSIVOS

Quando decidi trazer o tema Relacionamentos Abusivos para o Belas Urbanas, não tinha noção real da complexidade do tema.

Nesse período de seleção dos textos, conversei com muitas mulheres, mas quero deixar claro que não são só mulheres que são vítimas, assim como não são só relacionamentos “amorosos” héteros que são abusivos, está também nos relacionamentos homoafetivos e em todos os tipos de relações, entre amigos, no trabalho, entre pais e filhos.

As histórias dos casais héteros se destacam porque muitas vezes terminam em feminicídio. Palavra que se tornou recorrente nos últimos anos e mais ainda, nesse período de isolamento que a pandemia nos trouxe.

Toda relação que inferioriza, destruindo a autoestima e a autoconfiança é abusiva.

Palavras podem destruir. Não podemos aceitar violências veladas que estão estruturadas na nossa sociedade e disfarçadas de piadas que rebaixem o outro. Não é mimimi, é respeito. São vidas.

Pode ser a sua, a minha, a de quem amamos.

Ser consciente é o primeiro passo para uma transformação individual e coletiva.

Acreditamos que palavras também salvam e, por isso, iremos começar aqui no Belas Urbanas a publicar uma série de textos com depoimentos pessoais, dados, poesias, contos, tudo relacionado a esse assunto, para que mais e mais pessoas tenham consciência da gravidade e de como podem se salvar e ajudar outras pessoas.

Te convido a acompanhar, ler, dar sua opinião e compartilhar.

Se tiver alguma história que queira compartilhar, nos encaminhe um e-mail: comercial@teste2.webtagger.com.br/belasUrbanasWP

Juntas somos mais fortes. Somos Belas Urbanas!

Adriana Chebabi  – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza.  Divide seu tempo entre seu trabalho de comunicação e mkt e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa.