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EU TE AMO NÃO É PRA TODO MUNDO

O grupo estava lá, eu te amo pra cá, eu te amo pra lá e te amo pra galera geral. Amo vocês diziam todos no face, no insta, na live…

Parou. Ninguém ama assim. Chega dessa demagogia de tanto eu te amo raso.

Algumas palavras precisam e devem ser preservadas. Elas não podem cair na banalidade, na marginalidade. Não podem cair na vala comum.

O coleguinha falou eu te amo e você sem graça devolveu, eu também. NÃO faça isso. Amor é outra coisa.

Se quiser saber se ama alguém, pense por quem você daria a sua vida? Por quem você emprestaria a barriga para gerar um filho? Por quem você doaria um rim? Por quem você rasparia o cabelo para ficar igual? Por quem você adiaria um projeto por escolha própria? Por quem você deixaria o último pedaço do seu prato preferido? Por quem seus olhos brilhariam em qualquer pequena conquista? Por quem seu coração pularia de alegria ao ver?

Por quem?

Amamos várias coisas, amamos várias pessoas durante nossa vida. Amamos muitas para sempre, mas definitivamente não amamos todo mundo. Podemos gostar e gostar muito. Podemos sentir um enorme bem querer por várias pessoas que fizeram e fazem parte da nossa vida. Desejar coisas boas, ou mesmo querer fazer mais coisas juntos, mas amor, amor mesmo é outra coisa e não pode jamais ser vulgarizado.

Quem te ama fala inclusive o que você tem medo de ver e ouvir. Quem te ama te coloca para frente e para pensar.

Esse “eu te amo” de todo mundo para todo mundo não me convence. Não entro nessa. Faço questão de preservar meu eu te amo para quem de fato eu ame.

Me desculpem, mas eu não amo todos vocês.

Adriana Chebabi  – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza.  Divide seu tempo entre seu trabalho de comunicação e mkt e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa . 

Foto Adriana: @gilguzzo @ofotografico

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Ranços de uma Quarentena!

E surgem nas telas, os “Donos da Palavra”!
Aplausos!
Vaias!
Xingamentos!
Vamos lá, é isso mesmo que eles mais querem…
Como parasitas, se alimentam e absorvem toda essa enxurrada de informações, que é despejada à sua volta. Todas as fontes, todos os assuntos, todas as verdades e todas as inverdades, agregando a esse arsenal, uma pesada carga de energia! Boa ou ruim?
Não importa, Bônus!
Plim!
Próxima fase.
Hora de vomitar, ou melhor, informar, passar adiante todo o seu “conhecimento”.
De alguma forma, alguém tem que se pronunciar, então, é tiro pra todo lado, encaminha, compartilha, copia e cola!
E fica ali, de olho, só aguardando o primeiro round.

Ao observar o surgimento de vários representantes dessa nova “Espécie “, digo que é fato afirmar:

⁃ Esses seres de “suprema sabedoria”, sabem como ninguém, ignorar o sentido das palavras Respeito, amizade e livre arbítrio.

⁃ Será uma regra? Depois penso nisso? (Deve ser assim mesmo!)

Gritar a sua “Palavra”, talvez seja mais importante do que esses meros “detalhes”.
O que vejo, em muitos casos, é o fim de relações, que se perdem durante uma disputa de egos, nesse jogo do “Quem tem razão, quem grita mais alto?”
Por fim, à você, “Dono da Palavra “, dedico o meu profundo silêncio, minha atenção já conseguiu, parei pra te ouvir, me fez pensar e lamentar também.
Plim!
Ponto!
Talvez, um dia, eu tire um tempinho pra tentar entender essa sua imensa necessidade auto-afirmação…não hoje, um dia!
Plim!
Fim de jogo!

Ganhei?

Gabi Leite – Bela Urbana, publicitária, empresária, mãe. Ama pão com banana e queijo, viajar e criar. Acredita que ser do bem, ainda é a melhor pedida!
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O novo nasce da mulher!

Ela é quem da à luz ao ser humano.
A energia feminina ganha espaço para que o novo ocupe seu lugar.
Privilégio do nosso corpo.
Privilégio que também vem com responsabilidade… Contribuir para os que chegam através de nós, evoluam, aconteçam no âmbito da terra e registrem essa transformação.
Me descobri mãe, gestora de uma Vida, ganhando outras perspectivas.
Então, me soltei com todos meus erros e acertos, convencida em fazer o meu melhor.
Agora vejo-me degustando da mentoria dos pequenos passos e me orgulho.
Contudo ver o desabrochar dos filhos trilhando seus caminhos tão particulares, por vezes, nos incomoda a ponto de tornar quase que insuportável dor a existência da separação ou distância.
Pois bem! Eles crescem.
No entanto precisamos compreender e incentivá-los, na força, na luz, na Vida.
Diante disso, vejo eles dando início a tudo que vivenciamos juntos intensamente.
Agora em silêncio reflito aos dias de hoje, enxergando o mundo através dos olhos deles, que, todo nosso tempo, envolvimento emocional e energia empregada na vida prática, elucida nosso projeto… (Ser Mãe)!

Simone Oliveira – Bela Urbana
Formada em marketing, mãe da Bia e do Junior, esposa e apaixonada por livros, Harley Davidson e Moda !
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Dia 10 de maio e aí?

Eram 6h15 quando meu marido virou para mim na mesa de café da manhã e me perguntou: e aí? O que você quer no dia das mães?
Comecei a chorar sem parar…ele arregalou o olho, não entendia nada…mas foi gentil em esperar eu respirar com calma e pelo menos conseguir falar o que tinha acontecido.

Todos os anos, eu visito meus pais que moram à 250 km de mim.
O meu presente de dia das mães, sempre foi estar com a minha mãe!
Nada me fazia mais feliz.
Claro que meu marido e meus filhos também iam para lá no final da tarde de domingo, mas isso já era suficientes para nós comemorarmos, pois estávamos todos os outros dias do ano bem juntinhos.

Mas e agora? Fiquei calma e tentava organizar as ideias…e se…

A gente fosse e dormíssemos na minha tia e só ficássemos de longe?
E se só eu fosse, já que que só meu marido trabalha fora?
E se eu fosse e nem dormisse em Altinópolis… passasse o dia?
E se eu andasse 250 km só para almoçarmos juntos?
E se…
E se…

E se eu estivesse com corona sem saber?
E se ela ficasse doente?

E se eu soubesse que eu passei?
E se algo pior acontecesse?
Eu conseguiria viver com a culpa de ter tomado a decisão errada?
Eu não teria como voltar atrás…

Foi aí que eu recebi um post pelo whatsApp: ˜VOCÊ NÃO ESTA PRESO EM SUA CASA, VOCÊ ESTÁ SALVO˜. Mude a linguagem e sua atitude mudará.

Então, finalmente tomei uma decisão…vou continuar desejando para ela, a
mesma coisa que sempre falo primeiro nas comemorações… te desejo
SAÚDE!

Vamos nos juntar pelo whatsApp, zoom e qualquer outra tecnologia…

Mas quero ela “vivinha da Silva“ para poder abraçar muito, fazermos um bolo juntas, dançarmos na cozinha ouvindo a música que eu dediquei para ela na rádio da cidade vizinha, tomar um cafezinho sentada na área e por fim, deitar com ela na cama bem juntinhas, assistindo aos programas da Rede Aparecida enquanto eu pego na sua mão envolta em um lindo terço.

Mãe, feliz dia das mães!

Roberta Corsi – Bela Urbana,
coordenadora do Movimento Gentileza Sim
que tem como objetivo “unir pessoas que
acreditam na gentileza” e incansavelmente positiva,
para conhecer o movimento, acesse https://www.facebook.com/movimentogentilezasim 

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Maneiras simples de Viver

Há pouco mais de um mês, 24 de março de 2020, escrevi meu primeiro texto para Belas e foi muito interessante e importante realizar este desafio!

Estávamos no início da pandemia do Covid 19, diante de muitas incertezas e tendo que nos manter em total isolamento.

Continuamos enfrentando as diversas dificuldades trazidas por este vírus invisível a olhos nus, lutando para vencer esta batalha contra este inimigo viral tão assustador!

No início mantive uma rotina em decorrência da escola das crianças, agora eles em férias a rotina acaba ficando um pouco mais complicada mas tentamos sempre priorizar algumas atividades e agora mais do que nunca estamos focados em ajudar o próximo, doar alimentos, produtos de higiene e limpeza, ou seja, a ajuda ao próximo, aqueles que precisam.

Fazer o bem, faz bem, cultivar o amor prolifera amor, ter fé e esperança nos ajuda a superar todas estas adversidades!

A menos de alguns dias deste dia das mães atípico e totalmente diferente, para muitos e para mim triste por termos que estar afastados de quem amamos, procuramos focar em fazer o bem e tentarmos alegrar quem amamos.

Uma flor com uma mensagem de paz e alegria, uma cesta de café da manhã ou um cartão pelo correio (naquele papel de carta que hoje não existem mais) ou mesmo o virtual.

Valorizando gestos simples …

Seguimos firmes com fé e muita esperança de que dias melhores virão e que logo seguiremos juntos de novo, valorizando ainda mais maneiras simples de viver! Nos lembrar que tudo tem sua razão de ser… que o seres humanos na dificuldade estão aprendendo muito!

Ana Carolina Rogé Ferreira Grieco – Bela Urbana, mulher, advogada e empresária. Virginiana que ama jogar tênis e ficar com a familia!
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TODAS AS MÃES SÃO “MARIAS”

Tendo como base a visão judaico-cristã, Maria, a mãe de Jesus, é uma mulher perfeita. É uma virgem que dá à luz e sofre em silêncio ao pé do calvário.

Mas, como são as “Marias” de hoje? São mulheres que lutam, choram, encantam com largos sorrisos, questionam, se rebelam, erram, acertam, amam, odeiam, podem ser perfeitas dentro de suas realidades e imperfeições.

Há sempre grandes expectativas sociais e pressões exercidas sobre as “Marias”.

O julgamento moral que pesa sobre elas é um tanto quanto cruel pois quando avaliadas sob os ollhos de terceiros e da sociedade, “Marias” tendem a ter como destaque as imperfeições e não a humanidade.

“Marias” podem SIM ser perfeitamente imperfeitas. E não por isso menos valiosas perante o mundo.

Angela Carolina Pace – Bela Urbana, publicitária, mãe, tem como hobby estudar Leis. Possui preferência por filmes de tribunais de todas as áreas jurídicas.
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PENSANDO ALTO PARA O DIA DAS MÃES…

A…  (m)…e (ntar) é um alimento…

Um toque sem armamento…

Um forte gesto sem argumentos.

No próximo (10/05) domingo é o

Dia das Mães.

Então: sem armamentos e argumentos vamos confiar no #ficaemcasa, para continuar a ter esse “necessário” alimento. Faz muita falta… Só sabe quem não tem… E principalmente quem a perdeu para o Covid-19.

Joana D’arc de Paula – Bela Urbana, educadora infantil aposentada depois de 42 anos seguidos em uma mesma escola, não consegue aposenta-se da do calor e a da textura do observar a natureza arredor. Neste vai e vem de melodias entre pautas e simetrias, seu único interesse é tocar com seus toques grafitados pela emoção.
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CONVIDO você

Ele chegou!
Mesmo sem convid ar. Deu até falta de ar!

Trouxe medo. Trouxe angústia. Trouxe morte e preocupação…

Mudou a vida, a rotina.

Deu e tirou o trabalho.

Ele fez ficar em casa quem podia e quem não queria. 

Fez pai e mãe cuidarem de filho, filho cuidar dos pais.

Fez a gente se isolar. 

Fez a limpeza viralizar.

A máscara. Veio pra ficar.

Fez das varandas barzinhos e do quintal academia. 

O abraço virou fantasia…o beijo, desejo. A saudade, o maior sentimento. 

Ele chegou de repente. Ninguém se preparou para recebê-lo. 

Trouxe meme, clip e tiktok. Trouxe choro e riso. Trouxe home office e comemorações virtuais. 

Ele valorizou a LIVE e fez a VIDA valer muito mais. 

Fez a madame cozinhar e o empregado salvar. 

Trouxe mais dificuldade mas também solidariedade. 

Tirou crianças das escolas para aprender *o principal* em casa.

Ele tirou o padre da Igreja e o pastor do culto…mas a fé?Ah, a fé… A fé reinou. Predominou.  

Ele chegou e viralizou e não se importou com rico ou pobre. Preto ou branco. Europeu ou asiático.

Na verdade ele quer é tirar o fôlego de todos! 

Mas a ciência logo descobrirá um jeito de fazê-lo ir embora. 

Nossa Senhora!

E chegará o dia de, com vida, convidá-lo para ir embora. Pra nunca mais voltar. E tudo voltar ao seu devido lugar. 

Mas… como toda visita… alguma coisa ele nos deixou.

Saudades…nunca, mas todas as  descobertas do que nós seres humano somos capaz! 

Então… CONVIDO você a escrever sua nova história. 

Vera Lígia Bellinazzi Peres – Bela Urbana, casada, mãe da Bruna e do Matheus e avó do Léo, pedagoga, professora aposentada pela Prefeitura Municipal de Campinas, atualmente diretora da creche:  Centro Educacional e de Assistência Social, ” Coração de Maria “



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Le Corona Ici et Maintenant

Aujourd’hui, le 14 avril 2020, depuis un mois on ne sort pas de la maison. En Suisse, ce n’est pas complètement interdit de sortir et l’autorisation n’est pas nécessaire non plus. Mais la situation dehors nous appelle à ce que nous restions tranquilles et solidaires avec ceux qui ont besoin de sortir
pour travailler et pour les personnes les plus vulnérables. Ce type de confinement participatif fonctionne assez bien par ici, probablement due à une population suisse avec un sens naturel de la responsabilité et de la discipline tout enraciné.

Cependant beaucoup de personnes cherchent les coupables, d’autres font des prévisions sur les divers scénarios futurs, d’autres nient la réalité comme une façon de se protéger et d’autres encore essaient de politiser au maximum la situation, comme c’est le cas au Brésil. Mais, tous ont besoin, à un certain moment, de penser à soi-même. Le regard devient plus intérieur qu’extérieur. Avant, il n’y avait pas beaucoup de temps pour cela.

Si le virus est apparu dans le monde animal, dans un laboratoire, à travers la 5G, ou dans la propre Terre, il est là, avec son pouvoir invisible, sans limitation géographique, ethnique, culturelle, temporaire ou spirituelle. Mais, tous doivent collaborer selon la collectivité, d’un jour à l’autre, c’est
fini la prépondérance de l’individualisme. La solidarité et l’altruisme sont passés au premier plan.

Il est arrivé sans nous demander la permission et il a exigé que tout soit redimensionné : le temps, l’économie, l’alimentation, les voyages, les relations entre les personnes, les familles et les priorités.

Si on analyse ses conséquences physiques dans le corps humain, il frappe principalement les poumons, l’organe qui, dans la médecine chinoise, est lié à la tristesse. Donc, nous pouvons réfléchir comment était l’humanité jusqu’à maintenant et même les conditions de nos ressources naturelles.

Quand nous observons les centres d’énergie du corps, appelés les Chakras, les poumons sont liés au Chakra du Cœur. Chakra lié au système respiratoire ; il faut se rappeler que la première et la dernière chose que l’on fait pendant notre visite sur cette planète, c’est inspirer et expirer, respectivement. Nous sommes soumis à penser que ça ne dépend pas de nous, inspirer et expirer, et finalement on se demande combien de fois nous remercions le souffle qui nous a permis d’être ici et maintenant.

Au-delà, il y a un autre organe lié à ce Chakra, comme son nom l’indique, le cœur, qui symbolise l’amour inconditionnel, le pardon, la compassion. Encore une fois on réfléchit comment étaient ces sentiments dans notre société, avec quelle rareté nous les avons ressentis.

Au niveau des sens, le Chakra du Cœur est lié aux bras et aux mains, c’est à dire au toucher et, soudainement, on ne peut plus se faire des câlins…on doit maintenir les deux mètres de distance les uns des autres. Quand on aime bien quelqu’un, naturellement, on a envie de faire un câlin parce que
les cœurs se rapprochent, on fait l’accueil avec le cœur. On pense à combien d’opportunités de se faire des câlins nous avons laissé tomber.

À propos de son nom et apparence, Corona, ou couronne pour nous. Encore une fois, il fait référence aux centres d’énergie du corps et du Chakra Coronaire, au sommet de la tête, lié à notre spiritualité et transcendance. Notre capacité de réveil à travers le corps physique. Il paraît que c’est maintenant ou jamais…

Plus que jamais, nous sommes obligés d’appendre à être en pleine conscience – connue comme “mindfulness” – être ici et maintenant. L’être humain est l’esclave de sa propre souffrance pour vivre
dans les souvenirs du passé ou dans le futur incertain, et il oublie que la vie se passe à l’instant présent. Maintenant, sans avoir plusieurs choix, nous apprenons à vivre dans l’instant présent, ici et maintenant.

Et, c’est dans ce scénario que, virtuellement, moi et mes élèves, qui à certains moments, deviennent aussi mes enseignants, comprenons le vrai sens de la pratique du Yoga. Le mot Yoga vient du sanskrit “Yuj”, qui veut dire l’union, mettre ensemble, approcher. Unir le corps physique et mental, le matériel et le spirituel, l’énergie masculine et féminine, dans un équilibre parfait. Même loin, la leçon continue à être, nous sommes tous Un.

Viviane Hilkner – Bela Urbana, professionnel de Communication et Marketing (PUCC et INPG, Campinas). Elle a travaillé au Brésil, dans les agences de communication et dans les médias, et, en Italie, au Trade Marketing et au Brand Development & Licensing, dans les entreprises multinationales. Quand elle a déménagé en Suisse, elle a changé son style de vie et elle est tombée amoureuse de la pratique du Hatha Yoga. Elle voulait trop partager cette pratique et sagesse millénaires, donc elle est devenue enseignante. Actuellement, elle enseigne au Centre Kaizen e au Club de Yoga de l’Association Sports et Loisirs chez Nesllé. Elle organise des workshops et des retraites en Suisse et ailleurs, principalement en Grèce. Sa profession est son loisir et son loisir, sa profession.

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OS CONVITES DO COVID

O Covid me trouxe vários convites para um mundo que eu precisava realmente conhecer… ou resgatar. 

Minha alma pedia recolhimento, quietude, pausa, mas eu não sabia. Meu nível de inconsciência com ela não permitia compreender que eu não precisava abraçar o mundo, que o externo não me preenche e que a paz habita aqui dentro de mim. 

Eu precisava deste tempo: #fiqueemcasa. Carecia deste isolamento comigo mesma para entender que a Carolina aspira por voos muito mais profundos. 

No começo um desespero, porque mudar os padrões mentais e aceitar que temos pouco controle sobre a vida não é um processo fácil. Para quem é mulher sabe que somos um importante ponto de equilíbrio na família e quando estamos em desarmonia parece que fica todo mundo fora do eixo. 

Bom, deixa eu contextualizar: sou filha única e as pessoas que me criaram foram essencialmente minha mãe e avó, mulheres marcantes. Meu tio e tia maternos tiveram uma participação incrível. Meu pai foi ausente. Com a ida de minha avó e tio, a família ficou basicamente composta por mãe e tia, aparentemente pequena, mas enorme em termos de força feminina. Duas mulheres poderosas que me deram a base para ser o que sou e me fundamentam até hoje. Ambas idosas e, portanto, mais vulneráveis ao Covid. Desafio number one lançado.

Sou mãe de três filhos e mais três enteados, esposa, ex esposa, bancária, professora de yoga e uma pessoa ativa, cheia de sonhos e projetos. Nesta atual conjuntura, sem a minha santa ajudante, o Covid me fez encarar alguns convites: conciliar uma casa grande para limpar e organizar,  comida para um batalhão (já viram prato de adolescente?), roupas sem fim para lavar (parece que brotam!),  tempo para cuidar dos meus queridos (prezo por isso!) , alta produtividade no home office do banco, práticas e aulas de yoga (meu porto seguro) e suporte aos meus filhos que estão se adaptando à novidade das aulas online.

Isso não é pouco, mas sinceramente o que me desestabilizou foi não saber lidar com o inesperado que o Covid convida. Em um cenário em que estava tudo “bem”, de repente vem um vírus que tira a vida de milhares de pessoas e todo mundo fica perdido, sem saber o que fazer, se vai morrer e o que vai ser… O fato de faltar ar já é para mim um sintoma apavorante. Sou sagitariana, gosto de liberdade e vento no rosto. Tudo isso é muito suspense para mim, que sempre fui chegada em uma boa comédia. Bateu um medo chato, daqueles que embrulham o estômago. 

Separada do primeiro casamento, como ficariam as crianças neste vai para lá, vai para cá da guarda compartilhada? E meus enteados que também vivenciam este vai e vem, ficariam em uma casa só? Tem casal que optou por fazer isso, mas conhecendo bem meu ex e meu marido (pais super presentes), não acho que aceitariam ficar sem a convivência dos filhos e, sendo empática, eu também não aceitaria, a não ser em uma condição muito extrema. O afeto aumenta a imunidade. E foi batata! O dinâmico vai e vem permaneceu aqui em casa… alguns dias estamos em 8 pessoas, outros em 4 ou 5 ou 3, depende da quantidade de crianças. Posso dizer que este foi o primeiro convite do Covid que aceitei. Tem uma voz interna que me diz: ENTREGA E CONFIA e nela me agarro todos os dias. 

O segundo convite foi um pouco mais doloroso: lidar com o fato de ter duas idosas que amo vulneráveis a uma pandemia implacável. Não posso conceber nada de ruim a elas… amarga a boca e minha glândula timo aperta de tristeza (se não sabe sobre a timo, busque conhecer este simpático e importante órgão). Pela segunda vez aceitei o chamado do Covid: dedicar mais tempo a quem eu amo, ainda que à distância, mas com o CORAÇÃO CONECTADO como nunca.  Fortaleci minha fé e sigo proseando com Deus. Este convite foi incrivelmente providencial, Namastê! 

Voltando à questão de conciliar os inúmeros afazeres, estou tendo a oportunidade de presenciar momentos maravilhosos neste isolamento. O Covid nos ofertou aqui em casa ao COLABORATIVISMO.  Todos ajudando, conscientes de seu papel, de uma forma como nunca ocorreu, apesar das minhas inúmeras tentativas. Um dia um cozinha, o outro lava a louça, outro estende a roupa, todos arrumam seus quartos, desde o caçula que tem 7 anos até o mais velho com 14. Este convite espero que perdure após a pandemia, pois, como nunca, percebemos e cuidamos do outro, trazendo um significado mais AMOROSO à vida.

O vírus chinês sacudiu a humanidade. Nos tirou do comodismo fácil. Não sei como está a convivência na sua casa, ou se tem ficado só, mas lidar com as manias, hábitos e personalidades de cada um certamente é uma habilidade que tenho exercitado. Esta convivência intensa é a chamada intimidade. Algo que invade, atropela e não é à toa que aumentaram o número de divórcios. Não estamos acostumados, mas é uma grande oportunidade de sermos mais flexíveis nos relacionamentos. Uma amiga de adolescência dizia a seguinte frase: Intimidade dá nojo! Eu ria e hoje entendo com certa beleza estas palavras. O Covid me convidou à TRANSIGÊNCIA.  

Outra boa parte desta história, foi o tempo para poder conviver com meus filhos e marido. Estou conhecendo cada um muito melhor. Do silêncio da alma, saem grandes reflexões. Concebi que cada um tem a sua essência e que todas podem ser maravilhosas se houver aceitação e respeito. A tendência controladora de uma mãe ou pai de família pode provocar estragos de personalidade. A orientação dos pais pode ser firme e doce ao mesmo tempo, resguardando o âmago de cada um. Isso tem a ver com RESPEITO, no seu sentido mais íntegro, e me fez bem despertar para este convite.

O Covid me permitiu aprofundar nas práticas de Yoga, nos estudos de Patanjali e Iyengar. Faço asanas (posturas) o tempo todo, até enquanto trabalho. Aprendi a harmonizar cada chakra. Estou me deliciando com o mundo vegano (me tornar vegana tem sido uma mudança profunda dentro de minhas raízes libaneses, mas muito coerente com os meus valores). Tomo Sol todos os dias, medito logo cedo, organizo as ideias, SILENCIO a mente. O silencio é o som da alma. Fui convidada por este vírus atrevido a curtir o presente e mergulhar para dentro. Percebo minhas imperfeições, reconheço minha humanidade, cultivo minhas virtudes. É uma longa jornada o autoconhecimento, talvez a maior de todas, mas é uma trilha encantadora. Esta busca só é possível com o silêncio e a quietude, com o retiro da mente. O estado introspectivo permite contemplação e plenitude. Sensação de paz e libertação. O isolamento era necessário para a nossa evolução. Convite aceito Covid! Om Shanti Om.

Carolina Salek Fiad Martinati – Bela Urbana, Mulher, mãe (muito mãe), yoguin, aromaterapeuta, reikiana, professora, entusiasta da vida. Acredita que o corpo é instrumento de cura e evolução. Lema de sempre: Leve a vida leve.