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Ideias para fazer o bem – Campinas/SP/Brasil 24.03.2020

A pedido da profissional, prima e amiga fui convidada a escrever sobre toda esta assustadora realidade que estamos enfrentando, amo estes desafios e como amo escrever, cá estou!

Mulher, advogada, empresária, mãe e dona de casa acostumada a madrugar e não parar até a hora de descansar. Ser obrigada a parar em casa por completo. Fácil, não, difícil, muito difícil!

Os primeiros dias, a falta de rotina dá margem a ansiedade, às crianças assustadas e o marido ainda sem muita consciência de tudo que está ocorrendo a nossa volta, homem tem tendência a negação.

Os dias vão passando e a angústia daqueles que dependem de nossa empresa, pagamento de vales transportes, vales alimentação do nosso Grab a Dog no Aeroporto Internacional de Viracopos, em breve os salários e o aluguel…., o que fazer sem poder sair de casa mas ao mesmo tempo manter nossa equipe lá, trabalhando, pois dependem dos seus empregos para se manter e manter suas famílias e filhos, ou seja, sobreviver!

Muitas recomendações reforçadas, fazendo tudo aquilo que está a nosso alcance visando proteger nossa equipe e clientes, por outro lado, a contradição: de que o mais correto é a recomendação de que todos permaneçam em suas casas!

O aniversário da nossa querida Bisa em Bebedouro, a 300 km de distância, nosso amor de avó desde que a conheci quando comecei a namorar meu marido Fábio aos 30 de novembro de 1998, que no último dia 20/03/2020, comemorou muitos anos e como sempre tudo desde o início do ano programado, para estarmos ao lado dela, não foi possível.

O coração aperta de tanta angústia, como é difícil se manter afastado! Manter o afastamento social, ficar longe para proteger quem amamos!

Para uma virginiana sempre super programada, os imprevistos e esta necessidade de se manter isolada chega ser a oportunidade de percebemos que o ser humano tem muita capacidade de mudar seu estilo de vida e ser feliz!

O que nos resta é nos reinventar, desde o primeiro dia que estou em casa com meus filhos, muitas boas ideias estão surgindo e percebo como os seres humanos tem uma grande capacidade de criar e fazer o bem quando desafiados.

Combinei com minha família na quinta, 19/03/2020 uma pequena rotina: iniciamos com a aula sobre a importância da lavagem das mãos, com direito a aula pratica e muitas risadas por aqui. Logo após as atividades escolares que tentaremos realizar nos períodos das manhãs e às tardes poderiam assistir tv, ler um livro, jogar um jogo, treinar nosso violão e na sexta um cinema em casa com pipoca ou uma gordice, como amo chamar alguma extravagância alimentar que de vez em quando nos permitimos por aqui.

Surgem ideias para fazer o bem daqueles que mais precisam, já compartilhei o telefone de um supermercado delivery com minha Tia Maura caso seja necessário e também me coloquei à disposição pois afinal não me enquadro como sendo de nenhum grupo de risco e oferecer ajuda aqueles que tem mais de 70 anos, e um alto risco de letalidade acaba fazendo toda a diferença.

Por fim, o mais novo projeto que já começamos a colocar em prática por aqui a doação de sabonetes antissepticos, aqueles que não tem condições de comprar e com isso irmos fazendo a diferença em tempos muito difíceis que temos que nos reinventar e semear, mesmo que a distância o bem e o amor! Por aqui já começamos e como não podemos sair de casa, estamos fazendo uma distribuição digital que fará a diferença.

Já reduzi a jornada de trabalho de minha ajudante por aqui mas no dia que ela vem para me ajudar, está levando vários sabonetes antibactericida para doar as pessoas que precisam, não tem condições de comprar e muitas vezes desconhecem inclusive o bem que tudo isso faz em relação ao combate à estes vírus e doenças.

Um gesto de carinho para proteger quem precisa neste momento em que quem tem mais consciência e talvez oportunidades, possam fazer a diferença mesmo que afastados uns dos outros e assim com pequenos gestos neste momento de tanta dificuldade, vamos enchendo o mundo de amor e proteção!

Mantenham – se distantes para depois podermos celebrar o amor!

Beijo de longe com carinho e preocupação.

Ana Carolina Rogé Ferreira Grieco – Bela Urbana, mulher, advogada e empresária. Virginiana que ama jogar tênis e ficar com a familia!
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Bolo, unha e Corona Vírus? – Valinhos/SP/Brasil 23.03.2020

Eu começo o dia lendo notícias ruins nos sites, na TV e logo em seguida, parto para minha energia diária…o site Só Notícia Boa…, lá mostra o lado bom de tudo, inclusive sobre este assunto e aí as informações ficam balanceadas…mas meu coração prefere terminar o momento de atualização “com notícias positivas…o dia fica bem melhor”!

Mas, estou em casa e a minha realidade é o que realmente importa.

Minha mãe de 83 anos em casa, filhos sem aula em casa e…de repente o WhatsApp toca. Era minha manicure confirmando o horário de amanhã.

Pensamento 1- Meu Deus, eu não posso ir, não posso fazer isso com minha mãe…será que seria perigoso pra ela? Será que eu seria culpada se eu passasse algo para ela? E meus irmãos? E minha família?

Pensamento 2- Puxa, como sou egoísta, eu é quem poderia levar o vírus pra minha manicure, afinal, ela tem uma mãe acamada e corre mais riscos do que a minha… Ela seria culpada por trabalhar? E o dinheiro dela no fim do mês? E se alguém da família dela pegasse de mim?

Pensamento 3- Nossa, será que preciso mesmo correr este risco? Eu não sei se tenho alguma coisa que ainda não apareceu.

Pensamento 4- E meus clientes? Vai aparecer minhas unhas sem fazer nas reuniões online?

Foi assim minha tarde, uma mistura de sentimentos…às vezes egoísta, às vezes com medo… e foi aí que o amor e a gentileza falou mais alto…

Comecei a pegar os ovos, a manteiga, o leite, a canela, a noz moscada, a ameixa, a farinha de trigo….misturei tudo…, mas achei ainda faltava alguma coisa especial…coloquei então castanhas e mel, que nem tinha na receita. Dei um toque final com fermento em pó, muito amor e bons pensamentos…

Em seguida, untei a forma e coloquei tudo lá dentro. Com o tempo, o cheiro foi se espalhando pela casa toda e todos perguntando que eu estava fazendo e a resposta foi… estava fazendo quarentena, cuidando da família (fiz dois) e fazendo gentileza!

Pode ser que enquanto você esteja lendo este texto, ainda tenha sobrado um pedacinho de bolo no salão da Paula…

Mas se quiser a receitas, me liga…a gente aproveita, bate um papo, você passa o tempo e minha quarentena em casa ficará ainda mais divertida!

Agora, sem unha bonita, mas com muita consciência e muita gentileza!

Roberta Corsi – Bela Urbana, coordenadora do Movimento Gentileza Sim que tem como objetivo “unir pessoas que acreditam na gentileza” e incansavelmente positiva, para conhecer o movimento acesse https://www.facebook.com/movimentogentilezasim 
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Como minha vida mudou em alguns dias – Campinas/SP/Brasil 22.03.2020

Quando a epidemia do Covid-19 virou pandemia, uma de minhas filhas me perguntou o que era isso e eu como sempre fui ao dicionário buscar primeiro o significado da palavra para começar a explicar a ela, ao ler, fui me dando conta da amplitude de significados para nossa vida aqui no Brasil, com tantas notícias sobre o Corona vírus já sabíamos que outras nações estavam sofrendo seus efeitos de maneiras devastadoras porém era lá, não aqui, não ainda; os dias foram passando e as mudanças para nós aqui começaram, as escolas fecharam, todos os dias uma nova providência a ser tomada, o clube fechou, os parques públicos fecharam, os shoppings vão fechar, a instrução é o isolamento social, as crianças estão sem aula desde o dia 16/03 e ainda no fim de semana uma amiga da minha filha veio dormir aqui em casa e depois no domingo foi a vez da minha filha dormir na casa dela, na segunda-feira já começamos a entender melhor o quê significa isolamento social, portanto expliquei para minhas filhas que não estavam de férias e não era feriado forçado, que as amigas não poderiam mais vir em nossa casa e nem elas saírem para a casa das amigas, as coisas têm acontecido muito rápido, fui ao supermercado bem cedo ontem e encontro filas e filas quando antes no mesmo horário estava vazio, o álcool gel sumiu das prateleiras, apenas alguns dias antes comprei 500ml por R$ 13,00 e agora após muito procurar encontrei em uma farmácia 200ml por R$ 20,00, fui ao hortifruti e não tinha batata, e nem para repor, nunca vi isso em todos esses anos que frequento esse lugar, vi pessoas com máscara e pessoas se afastando das outras, obviamente seguindo as instruções para evitar o contágio, vi medo em meu olhar, vi medo do olhar dos outros.

Ao ouvir um áudio da irmã de uma amiga que vive na Itália, tive um momento de pânico, ela descrevia um cenário de guerra que só vi em filmes até hoje e não era uma notícia falsa, não era filme, o marido dela têm que preencher um formulário e entregar em um posto policial todos os dias quando sai para trabalhar pois todos estão isolados e precisam de autorização para sair de casa, o supermercado recebe apenas 5 pessoas por vez e os outros fazem filas do lado de fora, todos de máscaras e luvas, chegam a esperar duas horas para entrar, durante esses últimos três dias tenho tentado respirar conscientemente várias vezes ao dia para controlar os pensamentos em minha cabeça, sou duas o tempo todo: uma que faz suas atividades normalmente, cozinha, paga contas, limpa a casa, conversa com marido e filhas, cumpre sua rotina de isolamento imposto e a outra que percebe como um vírus parou o mundo e se desespera ao pensar nos desdobramentos, nos efeitos a curto e longo prazo na economia mundial,  as empresas que não resistirão ao impacto disso, as agências de viagem que vão falir, os pequenos empresários que demitem funcionários diariamente, os restaurantes que irão fechar, enfim, um efeito dominó que pela primeira vez em minha vida sou testemunha e tento manter minha sanidade mental para não transmitir esse sentimento às minhas filhas para fingir que apesar da nossa vida ter mudado tanto, tudo está bem quando sei que não, nada está bem, é um momento de pouco controle e por isso sei que é imprescindível manter a sanidade mental, buscar a qualquer custo a serenidade, cada um à sua maneira e fazer a minha parte, cumprir as regras de higiene e de isolamento social dentro do possível e ter esperança em dias melhores, ter fé que algo há a aprender em toda e qualquer situação e seguir adiante por mais um dia, tentar focar em tudo o que posso ser grata em cada dia e não sair como uma louca para buscar papel higiênico e álcool gel em todos os supermercados que encontrar.

Percebo quão frágil podemos nos tornar perante a um vírus, perante a tragédia, percebo como a falta de controle sobre uma situação nos desestabiliza e percebo também a força que temos quando nos agrupamos todos com o mesmo objetivo, outras nações provaram isso como Taiwan, que foram eficientes em controlar o vírus, cada um fazendo um esforço individual, nunca vi uma situação de isolamento se tornar o elo de união entre as pessoas, todos combatendo um vírus e essa lição é a que quero manter em minhas experiências, quero crer que o velho clichê funciona sim, que juntos somos mais fortes, o ser humano precisa de outro para viver, ser feliz e prosperar, isolados sim, sozinhos nunca. Tenho fé que sairemos fortalecidos dessa situação extrema, isso também é aceitar a dádiva de estarmos vivos, aceitar os altos e baixos e fortalecer nossa resiliência.

Eliane Ibrahim – Bela Urbana, administradora, professora de Inglês, mãe de duas, esposa, feminista, ama cozinhar, ler, viajar e conversar longamente e profundamente sobre a vida com os amigos do peito, apaixonada pela “Disciplina Positiva” na educação das crianças, praticante e entusiasta da Comunicação não-violenta (CNV) e do perdão.
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Vivendo dia após dia – São Paulo/SP/Brasil 21.03.2020

Aos que não me conhecem sou um paciente bariátrico,  com baixa imunidade e estou isolado devido ao Covid 19.  Já pesei 216 kilos, fiz a bariátrica em abril de 2017, perdi 103 kilos e recuperei apenas 1. 

Tenho dificuldade de ambular, utilizo duas muletas canadenses, tenho 4 hérnias de disco na região lombar e torácica.  Estou afastado do trabalho há três anos. 

Sou síndico em um condomínio na Vila Clementino com duas torres e 80 apartamentos. 

Atualmente estou isolado, sem condições de sair de casa, nem para visitar minha mãe em Campinas que também está isolada com seus 92 anos de idade .

Sou casado há 33 anos com a Claudia Lavras, não tivemos filhos. Há mais de três  anos ela vem cuidando de cada passo meu. De vez em quando ficamos tristes e um pouco deprimidos, pois só consigo me alimentar em torno de 130 gramas por refeição.  Isso acarreta uma tristeza em minha face e uma tristeza na Claudia por ver eu praticamente definhando diariamente.  

Minha reposição de proteínas é bem complicada. Utilizo medicações diárias para dor, além de um adesivo de opioide nas costas.  

Com o isolamento começamos a fazer diversos pratos e congelar , pois não sabemos o que pode acontecer amanhã.  

Tivemos a ideia de fazer pães caseiros para suprir a falta do pão francês,  pois temos ficado em casa. Os pães ficaram uma delícia,  demos um para os porteiros do prédio com um pouco de manteiga, eles adoraram . 

Então divulguei essa receita com fotos para meus amigos e recebi muitas outras receitas, de outros tipos de pães.  

Fazer pão é algo muito legal , normalmente colocamos amor na massa e quando vemos ele pronto é uma grande satisfação.

Aos que tem filhos podem envolver eles nessa fabricação. Isso gera sentimentos de solidariedade e compaixão.

Outra coisa legal é identificar no seu condomínio quais são os idosos, que não tem apoio familiar e colocar moradores jovens para ajudar na reposição de suprimentos tais como: alimentos, produtos de limpeza e remédios.  Esse gesto gera um sentimento de gratidão para ambos os lados e melhora muito a convivência nos prédios.  

E assim vamos vivendo dia após dia,  tentando ajudar ao próximo e fazer um mundo com mais respeito e cidadania . 

Entendo que muitas coisas ruins ainda podem vir, pois o mundo está “parando ” com as atividades financeiras. 

Por isso procurem não gastar com supérfluos. Não sabemos o que acontecerá amanhã. 

Silvio Lavras – Belo Urbano, administrador de empresas, trabalha na Editora Abril há mais de 20 anos (mas por causa da obesidade está afastado do trabalho), palmeirense, adora viajar. Antes da redução bariatrica gostava de pizzas e churrascos, hoje se alimenta de tudo, porém em quantidade mínima. Casado há 33 anos com Claudia Lavras, não tem filhos.
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Sensações em um confinamento – Campinas/SP/Brasil 20.03.2020

Ontem eu estava muito animada.

Ouvi músicas, cantei, dancei, interagi com família e amigos pelas redes sociais e até escrevi um texto sob encomenda. Pensei que passaria rápido.

Mas hoje já faltou a vontade de levantar da cama. Horário descontrolou inteiro. Durmo às 21h, acordo meia noite, durmo novamente às 5h30 e às 8h já estou procurando o que fazer. Molhei as plantas, lavei o cabelo mas preferi nem ver meu saldo bancário para não me desesperar. Tem conta pra pagar. Mas hoje esquece, não vou nem olhar!

Escuto barulho de carros, motos e bate aquela saudade de passear com meu cachorro e com os filhos na pracinha.

Chorei, chorei de soluçar. Por ver como viramos reféns com tanta facilidade. Reféns de governo, de vírus, de ideologias, de preconceitos, de pessoas, do dinheiro, da nossa mente e também das nossas fraquezas.

Onde está a culpa do ser humano por tudo isso? Mas por que sempre temos que achar culpados? Pode ser destino, pode ser profecia, pode ser oportunidade, pode ser calamidade.

Para mim uma coisa é certa: não é por acaso que estamos vivendo a pandemia na quaresma.

Muitos planos rapidamente foram mudados. Sussurrou no meu coração a voz doce de uma bela menina dos olhos escuros e pele branquinha suplicando por paz. – Minha filha, nem tudo depende de mim, mas vou tentar. E ela dizia: – Mamãe, alguém tem que começar.

Vivamos essa quaresma e pandemia tentando olhar ao menos um ponto positivo. As grandes oportunidades que só agora a vida nos tráz.

Angela Carolina PaceBela Urbana, publicitária, mãe, tem como hobby estudar Leis. Possui preferência por filmes de tribunais de todas as áreas jurídicas.
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Ressignificar – Conoravírus – Campinas/SP/Brasil 19.03.2020

De repente parei pra pensar e me deparei com algo inusitado… A força e o poder do medo!

Foram algumas notícias incertas, alguns dias de algo mais concreto, e pronto! O caos se instaurou, o pânico tomou conta e a tragédia aconteceu.

Fico me perguntando o porquê de alguns seres humanos terem tanto medo de adoecer e morrer, mas não se importam com o sofrimento e morte alheios.

Ao mesmo tempo, tantos outros são dedicados, disponíveis, capazes de uma doação íntegra, com atos ininterruptos de dedicação. E aí fica a questão… O que determina esse comportamento? O que é realmente transformador e faz com que atitudes estúpidas de uns sejam inversamente proporcionais à grandeza da empatia e entrega de outros?

Neste caso agora, o tal “invisível a olho nu”, que tanto estrago tem causado, imagino que mudou comportamentos porque vem apavorando a sensação de finitude gerada.

A vulnerabilidade escondida atrás dos muros da soberba, da ambição, do poder, de repente vem à tona e transforma todos igualmente em seres frágeis.

A capacidade de afetar um mundo gerou um sentimento igualitário… o pânico! E através desse medo incontrolável, a busca por sobrevivência se tornou o denominador comum.

Mas as evidências ainda mostram as diferenças. O sistema deixa de amparar uma classe, isso é injusto! E mortes continuam a acontecer… Os motivos são diversos, tão graves quanto esse. E o que efetivamente está sendo feito?

Também passada a pandemia, algo irá mudar?

Os olhares serão mais generosos? A mão poderá ser estendida para tirar alguém do chão? O abraço será um gesto que salva vidas? Poderemos nos aproximar e nos sentirmos seguros, amparados?

Será utopia?

Mais que isso, é o desejo genuíno de que ocorram mudanças. Mudanças de almas…

Passou da hora de ressignificarmos os olhares, os apertos de mãos, os abraços, os beijos, os valores, as prioridades… enfim, a vida!

Simara Bussiol Manfrinatti Bittar – Bela Urbana, pedagoga, revisora, escritora e conselheira de direitos humanos. Ama o universo da leitura e escrita. Comida japonesa faz parte dos seus melhores momentos gastronômicos. Aventuras nas alturas são as suas preferidas, mas o melhor são as boas risadas com os filhos, família e amigos.
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Coronavírus na Alemanha dia 18.03.2020

Por onde começar e quando parar? A enxurrada de notícias sobre Corona é quase infinita. Tudo muda todos os dias. Uma coisa é certa: o número de infecções na Alemanha continua a aumentar rapidamente. Ainda não sentimos os efeitos do fechamento de lojas, bares e estabelecimentos públicos, fechamento da vida pública, por assim dizer.

Os políticos estão tentando desesperadamente agir e não apenas reagir. Só ficará claro se o plano será bem-sucedido caso o número de novas infecções comece a diminuir. Precisamos esperar uns 15 dias até termos alguma noção. Aguardamos ansiosos grudados em nossos celulares.

Hoje a Alemanha tem mais de 10.000 infecções confirmadas e sabe-se lá quantas mais escondidas em cidadãos assintomáticos.

Enquanto isso, todos os políticos aqui estão se movimentando.

A chanceler alemã Angela Merkel falou à população na sexta-feira passada que caso não sejam respeitadas  as medidas impostas 70% da população será infectada pelo COVID-19.

A figura política aqui com as ideias mais progressistas (e coerentes) é o primeiro ministro da Baviera, Markus Söder. Sua sugestão de que os jogadores da Bundesliga (Brasileirão daqui) deveriam renunciar aos salários para ajudar os clubes, deixou alguns dirigentes ofegantes. Mas faz sentido certo? Jogadores milionários sem trabalhar…

Mas é fato que muitos clubes de futebol daqui já estão negociando a renúncia aos salários.

O governo alemão também apresentou um  pacote de suporte econômico para socorro às empresas da ordem 1/2 trilhão de euros. É em momentos como este que sinto a potência de uma economia de primeiro mundo.

Alemão é um povo disciplinado e organizado, até para sair de férias . Todos tinham suas férias de Páscoa minimamente organizadas mas… todo mundo cancelou.

No momento, viajar para o exterior é proibido e está fortemente recomendado não tirar férias e transitar pelo país sem necessidade. 

Enquanto isso todos cortando a grama do jardim ou dando voltas no quarteirão, aproveitando o primeiro dia ensolarado da quase primavera.

Fique seguro meu Brasil, não brinquem com este vírus. Nada de praias, missas, bares e baladas.

Protejam uns aos outros.

Silvia Lima – Bela Urbana, publicitária, leonina, mãe do Gabriel e Lucas. Atua na área de moda internacional com foco em sustentabilidade. Mora em Stuttgart, adora uma viagem, só ou bem acompanhada, regada a muito vinho. Acredita no casamento, desde que não seja sempre com o mesmo marido, já que está no terceiro, que foi coletando mundo afora! É uma das sócias da Kbsa Inovação Responsável, que ajuda empresas de moda brasileiras a atuarem no mercado internacional por meio da sustentabilidade. www.kbsa.com.br
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ALGORITMO

Máquinas que me ouvem
Parecem frias, mas enfim
Máquinas interagem assim

São assim programadas
Manipuladas, sem vida
E que cuidam de mim

É verdade, fui isolado
Algoritmo programado
Por um capitalista teen

Vende minha alma
História, paz e calma
Numa bolsa em Pequim

Distraído, peço comida,
Carro, sexo, pet, post
Vida, drogas, Matrix, fim.

Crido Santos – Belo urbano, designer e professor. Acredita que o saber e o sorriso são como um mel mágico que se multiplica ao se dividir, que adoça os sentidos e a vida. Adora a liberdade, a amizade, a gentileza, as viagens, os sabores, a música e o novo. Autor do blog Os Piores Poemas do Mundo e co-autor do livro O Corrosivo Coletivo.
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Foi perfeito

Não sei se foi o tempo nublado, a chuva fina que caía, os armários brancos e a pedra preta na cozinha ou o vento fresquinho que soprava através da cortina…. O fato é que segunda passada fui fazer um café à tarde e, de repente, por um segundo, uma fração de segundo, eu não estava aqui. Eu estava lá, no apartamento de São Paulo, na João Julião.

O tempo parou e me ofereceu seu ombro. 

Finalmente pude descansar meu coração, meus olhos, no exato momento que repousei minha cabeça em seu ombro.

Finalmente as sensações de paz, de aconchego, segurança e felicidade há muito desconhecidos. Finalmente.

Apenas uma centelha divina que o tempo me ofertou. Apenas uma saudade matada de forma deliciosa.

E essa sensação ainda me acompanha, quase uma semana depois – não posso e não quero perdê-la. 

Que abraço mais amigo que o tempo me deu!

Naquele microssegundo, minha mãe e minha tia estavam na sala, fazendo os bordados de ponto cruz, falando amenidades e esperando o meu café…

Voltei para a sala, já neste tempo e neste lugar – meu lugar – e me deliciei com o amor imenso que se apoderou de mim.

A única testemunha foi a Nina. Quietinha, mas tenho certeza que seu coraçãozinho também entendeu aquela magia que aconteceu.

Nada deveria ser acrescentado ou tirado daquela centelha divina. Foi perfeito.

E, como num delicioso passe de mágica, à noite sonhei que estava na cozinha fazendo um bolo com a mamãe.

Talvez porque tenho sentido uma vontade grande de fazer o “bolo de aniversário” que, mesmo fora de datas específicas, às vezes fazíamos. Com camadas de recheio, leite condensado cozido, creme holandês com morangos, glacê de antigamente, chocolate branco.

O fato é que este ombro tão carinhosamente me ofertado, deixou saudades. Mas saudade da boa, daquela que provoca um leve sorriso e brilho nos olhos.

Saudade da boa! 

Ruth Leekning – Bela Urbana, enfermeira alegremente aposentada, apaixonada por sons e sensações que dão paz e que ama cozinhar.  Acredita que amor e física quântica combinados são a resposta para a vida plena. Louca pela Nina  (na foto, já com 15 anos )

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O movimento do amor

O movimento do amor.

Que misterioso é o movimento do amor.

Sentimento que não se explica.

Dimensão que não se vê.

Força que não se mede.

Ele esta em todo lugar e em lugar algum.

Provoca dores mas também cura feridas.

É um sentimento, uma energia ou um movimento?

Algo acontece quando o amor chega. 

Quando toca cada ser vivo. 

Há um movimento do amor.

Ele pode mudar atitudes, gestos e transformar. 
Sentimento que envolve as pessoas, une e comove. 

É empatia é altruísmo…

É vida.

É amor.

Sentimento que quando intenso, dói. 

A sua ausência corrói. 

O amor é Capaz de mover montanhas e mudar as estações.

Esquenta no frio e congela no calor. 

O amor não tem Explicação. 

Ele esta na palavra dita. Está nas promessas. Está nos olhos. Está nos gestos. No ar que respiramos. Na natureza.Na vida. Em Deus.

Faz suspirar e chorar. Faz cativar. Faz doar.

Misterioso sentimento.

Sentimento puramente humano que contagia, penetra e transborda.

Misterioso sentimento Movimento. O amor. 

Vera Lígia Bellinazzi Peres – Bela Urbana, 54 anos, casada, mãe da Bruna e do Matheus e avó do Léo, pedagoga, professora aposentada pela Prefeitura Municipal de Campinas, atualmente diretora da creche:  Centro Educacional e de Assistência Social, ” Coração de Maria “