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E para que querer se envolver?

Daí você ouve: não quero me envolver!

Oi? Estou louca? Foi isso mesmo que ouvi, meu caro?

Não quer se envolver? Pensasse nisso quando se virou num roupante e me beijou há tempos.

Não quer se envolver? Pensasse nisso quando nossos encontros viraram casuais e depois rotineiros nem que fosse para um café. 

Não quer se envolver? Pensasse nisso  a cada momento do dia que me mandava mensagens para dizer oi, contar da vida, jogar conversa fora.

Não quer se envolver?  Pensasse nisso quando me olhou nos olhos e disse que estava apaixonado e depois, repetidas vezes, que me amava.

Não quer se envolver? Pensasse nisso quando insistia em dizer que eu era real, a mulher da sua vida e que eu não acreditava em você e que isso te machucava.

Não quer se envolver? Pensasse nisso quando ME envolveu e me fez acreditar nesse sentimento.

Não quer me envolver?  Pensasse nisso antes de chorar porque sabia que iria me perder.

Não quer se envolver? Pensasse nisso quando disse que não tinha direito de me pedir para te esperar voltar, mesmo sabendo que eu esperaria por esse amor.

Não quer se envolver?  Pensasse antes de me fazer acreditar que tudo ia dar certo quando você resolvesse suas confusões mentais. 

Não quer se envolver?  Então não envolva nunca mais alguém na sua bagunça e a convença que você quer se envolver.

Não quer se envolver?  Então simplesmente  não se envolva. Mas faça isso antes de brincar com os sentimentos de uma pessoa boa, que se entrega.

Não quer se envolver? Então não fale eu te amo de maneira tão irresponsável,  porque alguém  realmente pode acreditar e se importar…

Marina Prado – Bela Urbana, jornalista por formação, inquieta por natureza. 30 e poucos anos de risada e drama, como boa geminiana. Sobre ela só uma certeza: ou frio ou quente. Nunca morno!

  

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Histórias curiosas das mamas – Juliana

Juliana sentiu um carocinho na mama direita e pensando ser por conta da época da menstruação, retenção de líquidos não deu muita atenção, notou porém que ele continuou lá, consulta, exame e punção, doeu um pouco, e do momento dos exames até o resultado da punção, sua vida parou, era como se ela vivesse duas vidas: aquela que tinha antes: levantar, estudar, trabalhar, etc. e a outra que congelou após o carocinho, foram dias que se revelaram meses, noites mal dormidas e
imaginação fértil: “o médico vai dizer que tenho câncer, nunca vou poder amamentar, meu namorado não vai querer uma mulher sem mama, vou morrer jovem….” só quem é mulher sabe como a vida anda em paralelo quando enfrentamos uma situação assim, tão simples para alguns
mas que pode decidir todo seu futuro.
Não tinha coragem de contar para a mãe, a tia que estava com câncer e se submetendo a sessões de quimioterapia, e nesse momento Juliana sentia que suas preocupações com ela mesma eram até egoístas, afinal era só um carocinho e uma suspeita, nada mais, tentava se tranquilizar e não conseguia, a mãe percebia que algo não andava bem e perguntava, ela dizia estar tudo bem, finalmente chegou o dia do resultado da punção e felizmente era apenas um cisto e nada mais grave, explodiu em lágrimas, deixou o drama sair, ligou para a mãe, contou tudo, finalmente foi comemorar com as amigas, sua vida tinha voltado ao normal.
Hoje Juliana come menos carne vermelha, procura comer mais legumes e verduras e dormir uma quantidade de horas razoável, tenta meditar e sabe da importância de manter relacionamentos saudáveis, procura resolver as mágoas rapidamente, desodorante somente sem Alumínio, por isso fabrica o seu próprio, sabendo de sua genética mantém seus exames ginecológicos em dia, quando pensa em reclamar de que tem uma mama maior que a outra se lembra do carocinho de anos antes, respira, agradece a Deus pela saúde e fala para o espelho “minhas mamas são
perfeitas e lindas assim como elas são, como sou feliz”.
Que possamos honrar, amar e cuidar nossas mamas e a responsabilidade que é tê-las, elas alimentam o corpo de alguém, o desejo de alguém, elas inclusive matam a sede de alguém, elas são ao mesmo tempo pesar e benção, dor e prazer, como toda a vida é: cheia de contrastes, assim são as mamas, fazem as mulheres tão bonitas, poderosas e tão peculiares em suas formas, elas são incríveis.

Eliane Ibrahim – Bela Urbana, administradora, professora de Inglês, mãe de duas, esposa, feminista, ama cozinhar, ler, viajar e conversar longamente e profundamente sobre a vida com os amigos do peito, apaixonada pela “Disciplina Positiva” na educação das crianças, praticante e entusiasta da Comunicação não-violenta (CNV) e do perdão.
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Histórias curiosas das mamas – Marta

Marta já era uma adulta completa e responsável quando se tornou mãe e apesar da expectativa em torno da chegada da primeira filha se sentia preparada e informada para lidar com as novidades em torno do nascimento e enfrentar a amamentação, no fundo ela achava que não teria grandes problemas em amamentar afinal de contas sua mãe tinha feito essa tarefa com tanta desenvoltura como se orgulhava de dizer e além disso tinha tido muito leite e Marta tinha sido amamentada até os dois anos; sua filha chegou e assim que a trouxeram para ser amamentada pela primeira vez seu tio, quase um pai para ela estava no quarto nesse momento, Marta se sentiu totalmente envergonhada, desajeitada e totalmente insegura, suas mamas doíam, teve uma sensação de estranhamento pois não era um homem a tocar seus mamilos, era uma criança, pela primeira vez em sua vida sentiria aquele toque e ele despertaria outros sentimentos, repentinamente sentiu um misto de emoções: medo de não conseguir alimentar a filha, medo de sentir dor e sentiu, ao mesmo tempo tinha lido tanto sobre aquilo tudo e queria demonstrar a todos que tudo era muito normal e que se sentia super segura para amamentar sua filha, a última coisa que queria naquele momento era ter a presença do tio ali, se sentia inadequada e não teve coragem de pedir para ter privacidade e ali na frente do marido, do tio, da tia, da enfermeira deixou-se despir e até hoje se arrepende disso, ela não precisava tentar agradar ninguém e nem provar nada a ninguém e no auge dos hormônios pós-parto mostrou a mama para seu tio e apesar de dizer a si mesma que “tudo bem” é isso que as mães fazem se sentiu morrer por dentro, se violentou, ficou tão tensa que não conseguiu absorver a beleza da primeira vez que alimentou sua filha, a memória que ela tem daquele primeiro momento foi: “Meu Deus mostrei meu seio para meu tio”, era muito estranho, foi também quando ela experimentou alguém sugando seu peito e não era sexo, mais estranho ainda. Conflitos das mamas.

Eliane Ibrahim – Bela Urbana, administradora, professora de Inglês, mãe de duas, esposa, feminista, ama cozinhar, ler, viajar e conversar longamente e profundamente sobre a vida com os amigos do peito, apaixonada pela “Disciplina Positiva” na educação das crianças, praticante e entusiasta da Comunicação não-violenta (CNV) e do perdão.
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Histórias curiosas das mamas

Ao ter mamas as mulheres desde muito jovens começam a experimentar sentimentos conflitantes ao vê-las se desenvolvendo, nas adolescentes a mãe observa se está crescendo, o pediatra verifica, ou seja, é uma expectativa em torno do primeiro sutiã, logo a menina percebe que não é assim tão agradável usá-lo mas ainda assim se sente bem pois afinal de contas é assim que acontece para todas, se sente normal, então tudo bem; a jovem se sente autoconsciente de suas formas, quando põe camiseta branca a mãe logo diz: – filha, está sem sutiã? Uma peça de roupa a mais para levar para trocar após o banho, ai meu Deus!

Crescemos e nossas mamas são objetos de desejo, de prazer, flertamos com a vontade de ter contato íntimo com o namorado de deixá-lo acariciar nossas mamas, porém na cabeça vem todas as recomendações das nossas mães e hesitamos até deixar que alguém nos toque intimamente em um lugar tão nosso, tão protegido, tão cheio de tabu, outra vez o conflito: pode ser bom e pode ser ruim, a expectativa do prazer e o receio de fazer algo proibido, já sabemos que o corpo é nosso mas a contradição é que ao mesmo tempo que as mamas são das mulheres elas pertencem a outros: à mãe que quer cuidar da filha, não quer a filha magoada e nem mal falada, ao namorado, marido que quer o toque, quer dar vazão ao desejo, ao filho quando ela amamenta, a mulher por sua vez quando deseja o toque do namorado em suas mamas pensa: será que é o momento? Será que posso confiar meu corpo a essa pessoa? Sente culpa pois a mãe se preocupa.

Assim as mamas seguem com as mulheres nessa relação de prazer, dor, delícia, partilha e conflito por toda a vida. Vem a descoberta do prazer sexual, vem exames ginecológicos, mamografias, vem amamentação, vem menopausa e as vezes vem o impronunciável, aquele que muitas pessoas até falam baixinho ao mencioná-lo, vem o câncer, vem a retirada da mama ou vem a cura, a relação das mulheres com as mamas é intensa, amorosa, dolorosa, prazerosa e impacta nossas vidas de variadas maneiras, o corpo feminino é também embelezado pelas mamas, elas tem função também estética: mamas pequenas, redondas, caídas, grandes, enfim, variados modelos, aspectos e tamanhos.

Eliane Ibrahim – Bela Urbana, administradora, professora de Inglês, mãe de duas, esposa, feminista, ama cozinhar, ler, viajar e conversar longamente e profundamente sobre a vida com os amigos do peito, apaixonada pela “Disciplina Positiva” na educação das crianças, praticante e entusiasta da Comunicação não-violenta (CNV) e do perdão.

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Farta de abuso

E farto me sinto, quando o abuso rouba sonhos,
impossibilita salvar vidas, e
determina pobreza.

E farto me sinto, quando a irresponsabilidade vira de lama,
mancha de óleo,
ou queda de prédio.

E farto me sinto, quando o desmatamento é lucrativo,
há extração ilegal de madeiras, e
a floresta queima.

E tem mais, farto me sinto, quando há auxílio moradia,
verba de gabinete, salário extra, auxílio saúde, carros oficiais,
e condições especiais de aposentadoria.

Farto da demência coletiva de mentes manipuladas.
Farto da hipocrisia dos abusadores profetas.
Farto me sinto, de discursos de ódio e da violência diária.
Engulo, mas não digiro.

Farto, quase enfarto.
Farto, quase parto.
Farto, não me calo, falo, mas me sinto só.

Se farto você não está,
só me resta pensar que a fartura é para você!

Adriana e Claudia Chebabi Andrade – Belas Urbanas, irmãs. Publicitária e pedagoga. Leão e touro. Morena e loira (hoje já estão quase iguais). Mães. A mais velha e a caçula. Acreditam que todos tem direito a comida, diversão e arte, como já disse os Titãs.
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O que me encanta em alguém? Por Simara

O que me encanta em alguém…

Encanta-me o simples, os pequenos gestos, o olhar sem preconceitos, sem “dedos apontados”, sem críticas infundadas…

Encanta-me o jeito diferente de ser, o que agrega, o que ensina, mas também o que aprende, apreende e transforma.

Encanta-me o olhar que acalma, a mão que acaricia e ergue do chão.

Encanta-me a perseverança, a intuição, a convicção flexível, a possibilidade de diálogo, a busca.

Encanta-me a fé, que não precisa ter nome, religião ou dogma, mas sim a força que impulsiona e faz seguir.

Encanta-me a empatia, o se colocar no lugar do outro, o altruísmo, a gratidão, a afetividade, o bem-querer e, acima de tudo, o respeito!

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O que me encanta em alguém? Por Vinicius

Me encanta gente que sorri, seja para a vida ou que ri de si mesma. O mundo já anda muito carrancudo – precisamos de mais risadas, gargalhas, sorrisos e alegria.

Me encanta gente que tolera, e que, é claro, pensa diferente um monte de
assunto, mas que tem a capacidade de tolerar e bater um papo e simplesmente almoçar juntos e jogar conversa fora.

Me encanta conversar com criança, que de tão inocente a conversa, o papo não cansa, só instiga, só abre a mente, só alimenta a alma. Me encanta gente que não tem vergonha de dizer “eu te amo”.

Me encanta gente educada, que, vamos combinar, nos acaricia a alma, com gentilezas escassas.

Me encanta a espirituosidade da minha filha, que faz graça, imitando sotaque francês, sem ter nenhuma noção de onde fica a França, que cavalga em seu cavalo de brinquedo como se fosse um grande manga larga.

Me encanta os olhos negros da Leila, que trabalha, corre atrás e batalha, me encanta essa parceria desinteressada.

Me encanta gente que reconhece as falhas e que por ser um mero mortal, sabe que estamos aqui de passagem, mais sendo encantados do que encantando.

Vinícius Eugenio – Belo Urbano47 anos, publicitário, redator, atua com criação há mais de 25 anos, mas sem dúvida, a sua melhor criação, feita em dupla com a Leila, foi a Valentina. Espirituoso, prático e pragmático, gosta tudo de preto no branco, até por isso, é corintiano razoavelmente apaixonado. Saudosista confesso, colecionador de objetos antigos e admirador nato de Fuscas antigos. 

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O que me encanta em alguém? Por Crido Santos

Me encanta a fala profunda, além dos clichês e estereótipos, o diálogo. Me encanta o olhar acolhedor e aberto. O ouvido atento ao outro e o gesto gentil. Me encanta o pensamento no coletivo antes do individual. O trato como sujeito e não objeto. A moderação das ideias e ideologias nas visões de mundo, afinal, todas são úteis.

Me encanta a poesia no pensamento, a beleza no coração e a verdade nos lábios de quem é solidário. O balanço de um cabelo livre das amarras da mente, das cores, da idade que reflete a cabeça aberta que os porta. Me encanta o andar firme e seguro de quem não deve nada a ninguém e a resposta pronta para quem condena. Quem luta pelo bem do mundo. Quem não se prende aos fetiches do consumo, das coisas, das modas.

Me encanta a liberdade de quem voa para dentro de si como um Concorde. A liberdade de quem pensa, não apenas sente. E pensa no bem, não no ódio. Quem sente o bom, não a maldade. Me encantam as mãos abertas e dadas. O corpo no formato que for, na cor que for, na idade que for.

Pareço exigente, mas é o mínimo que deveríamos cultivar. Apenas sinto que deveria me esforçar mais, pois estou aquém de minhas pretensões. O mundo merece sempre mais, e eu mereço ser correspondido na medida do que aprendia a ser. Apenas isso. 

Crido Santos – Belo urbano, designer e professor. Acredita que o saber e o sorriso são como um mel mágico que se multiplica ao se dividir, que adoça os sentidos e a vida. Adora a liberdade, a amizade, a gentileza, as viagens, os sabores, a música e o novo. Autor do blog Os Piores Poemas do Mundo e co-autor do livro O Corrosivo Coletivo.
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O que me encanta em alguém? Por Joana

Todo SER VIVO é um SER ENCANTADO!!

Um SER ENCANTADO é enlaçado ao outro, na medida em que seu encanto entrelace o encontro. O melhor sobre sermos encantados é sem dúvida alguma, quando o encontro é sedimentado pela dualidade da avidez diante da unidade de cada um.

Eu me encanto com o OLHAR d’outro… Pois, para mim os OLHOS FALAM… Não mentem mesmo quando fechados… E aquilo que sentimos extrapola… Executando o compasso da vibração de nossas emoções… E, se acontecer um contato por meio de um toque mais expressivo, sentimos o transpirar da pele, o calor úmido e a sensação do sentimento aferido, pois, os OLHOS FALAM e esse ENCANTO é Divinal!

Eu me encanto com o OLHAR  d’outro.

Joana D’arc de Paula – Bela Urbana, educadora infantil aposentada depois de 42 anos seguidos em uma mesma escola, não consegue aposenta-se da do calor e a da textura do observar a natureza arredor. Neste vai e vem de melodias entre pautas e simetrias, seu único interesse é tocar com seus toques grafitados pela emoção.
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O que me encanta em alguém? Por Eliane

Em primeiro lugar a conexão, algo que gostamos juntos, um interesse dividido, uma opinião parecida ou algo que achamos engraçado, por vezes até o que é completamente oposto, algo que eu ame e a pessoa odeie e assim ficamos ali naquela defesa de gostos e desgostos, na verdade o encanto aí é a conversa, o argumento.

Me encanta também o riso em meio ao desespero, e que nas situações mais absurdas ainda encontra um motivo para uma piadinha mesmo que leve, só para descontrair o ambiente, sem mal gosto, sem ser indecente. O bom gosto me encanta, não falo de roupa e nem de estilo, falo do bom gosto da alma, do jeito de ser, sabe aquela pessoa que tem um argumento excelente para te colocar no seu lugar durante uma discussão mas não o usa apenas por tem um espírito elevado, uma classe emocional altíssima, ou seja, daquelas pessoas que não gostam de magoar ninguém gratuitamente, isso me encanta, é lindo demais ver essa evolução de caráter acontecendo. Me encanta pessoas humildes, que não tem necessidade de fazer marketing pessoal com frequência, há pessoas que tem qualidades que falam por elas próprias e basta, todos podem reconhecer essas qualidades mesmo sem a pessoa falar nada sobre si, isso me encanta, me encanta um aperto de mão firme e quem gosta de ajudar, quem tem consciência do outro, abre a porta do elevador e oferece passagem, tem gestos gentis, também me encanta aqueles que se atrevem a ser eles mesmos sem culpa, mesmo que não agrade a muitos, contradição? Não sei, mas me encanta, talvez por eu ser alguém que tem muito medo de magoar as pessoas e muitas vezes tenha que me magoar para proteger alguém…não sei. O encanto de alguém para mim está em seu jeito peculiar, o jeito que se comporta nas redes sociais, a maneira como cuida as palavras escritas e faladas, que goste de ler livros, isso me encanta, as pessoas que gostam de livrarias sempre chamam minha atenção, os que amam viajar e explorar comidas diferentes, os que amam as plantas, os que leem rótulos de alimentos, os que falam de comidas e de dietas. As pessoas de riso fácil e descomplicadas, aquelas que dizem quando não gostaram de algo e dizem também quando gostaram, as que não se importam em elogiar e desculpam-se quando erram, aquelas que sabem olhar nos olhos e ouvir com cuidado e atenção, sem julgamentos.

E você? O que te encanta em alguém?