Um dia desses fiquei pensando na minha idade e na tal “maturidade”. No dicionário ela é condição de plenitude em arte, saber ou habilidade adquirida. É também “termo último do desenvolvimento.”
Ela chega e é para ficar. Chega muito rápido! As pessoas culpam o tempo dizendo que ele é cruel, mas eu descobri muita coisa boa que essa maturidade nos dá. Muito mais prazeres do que pensamos! Lembranças das experiências vividas; histórias e mais histórias, para contar e relembrar; o prazer de ouvir o netinho te chamar de vovó; o prazer de ver os filhos seguindo sua vida e ter a amizade deles; um delicioso sentimento de leveza e sabedoria; segurança para enfrentar os medos; e muito mais fé.
Foi com a chegada da maturIDADE que pude desfrutar de muitas coisas boas. Me peguei outro dia pensando nem saber mais o que mais desejar da vida…..O que ainda não fiz? O que mais posso querer? O que preciso?
Com ela dei mais valor as pessoas do que as coisas; mais valor a saúde do que a aparência; mais valor aos passeios do que ao dinheiro guardado; Ah Maturidade! Você é muito boa para quem consegue te encontrar. E quem não consegue é porque já morreu ou não atingiu o “termo último do desenvolvimento. “Que venha 5.4!”
Vera Lígia Bellinazzi Peres – Bela Urbana, casada, mãe da Bruna e do Matheus e avó do Léo, pedagoga, professora aposentada pela Prefeitura Municipal de Campinas, atualmente diretora da creche: Centro Educacional e de Assistência Social, ” Coração de Maria“
Outro dia a vida me trouxe de volta uma pessoa que foi muito próxima há alguns anos, conversamos, tímidos, desajeitados e constrangidos inicialmente, ao evoluir a conversa fomos nos reconhecendo e o conforto da amizade antiga voltou um pouquinho; tínhamos nossos compromissos, o encontro não durou mais que dez minutos, voltei para meus pensamentos com pedaços de lembranças da vida que eu tinha quando ele fez parte dela, naquela época tivemos um breve romance, eu era muito jovem, curti uma dor de cotovelo danada pois ele era apaixonado por outra pessoa e de repente ela também se viu apaixonada por ele, ou seja, eu conhecia os dois, tive que ver os pombinhos sempre juntos, frequentávamos o mesmo grupo de amigos, foi triste, sentia uma dor física mesmo no peito, parecia que o coração iria sangrar, eu chorei muito por isso, sentia tudo com tal intensidade, com tal paixão que achei que fosse morrer de amor; o tempo passou, eu aprendi tanto com esse episódio, eu me prendi aquela máxima de que se existe amor por alguém e se ele é real, é preciso deixar a pessoa livre para que ela escolha o que o coração dela pedir, sem tragédia, simples assim, a fila anda, como dizem, minha fala interior me dizia isso, uma maneira que encontrei para amenizar minha perda, minha dor, obviamente ele já estava com ela e era livre para fazer o que bem entendesse, nunca tivemos um relacionamento de verdade, foi apenas o inicio de algo que nunca começou, mas naqueles breves encontros eu me sentia bem, me identificava com ele e o mais triste talvez não tenha sido perder o futuro namoro que nunca veio, e sim a conexão que eu sentia com ele; eu tinha plena consciência que nossa recente amizade não iria evoluir, eu segui minha vida e passei a prestar mais atenção às conexões, aos encontros que tinham potencial de se transformar em uma amizade verdadeira pois entendi que eles poderiam ser muitos breves.
Ao longo dos anos sinto que aquele intenso
sentimento mesmo tão efêmero me transformou, e sou grata por isso, apesar do
amargo da perda me deixou uma ternura tão grande pois amei, eu ainda não tinha
sentido nada parecido, confesso que depois durante meu percurso pela vida me
apaixonei muitas outras vezes mas aquele encontro me alertou para as conexões,
para estar atenta, para não deixar de aproveitar nem que fosse uma horinha de
conversa com aquela pessoa especial, mesmo que não fosse com intenção amorosa,
apenas sentir e aproveitar a presença de um ser humano que se aproxima de nossa
alma, nem todos tem esse poder, nem todos tem esse toque mágico e nem sempre a
vida nos presenteia com esse tipo de sentimento, é preciso saboreá-lo,
usufrui-lo antes que se desvaneça como fumaça na correria do dia a dia, na
viagem que nos leva para outros lugares, nas mudanças inevitáveis, nas mortes
prematuras, nas desavenças repentinas, nas palavras mal pensadas e proferidas
no impulso.
Amo as conexões, os encontros, e aqui cito Rubem
Alves: “Não havíamos marcado hora, não
havíamos marcado lugar. E, na infinita possibilidade de lugares, na infinita
possibilidade de tempos, nossos tempos e nossos lugares coincidiram. E deu-se o
encontro”.
Tenho tanto carinho pelas pessoas
especiais que passaram por minha vida e que no momento não fazem mais parte
dela, queria que o mundo mantivesse perto de mim todos com quem amo estar e
conversar e trocar energias boas, esse contato me traz um pouco mais de sentido
para vida, há dias que buscar o sentido é como encontrar uma agulha no palheiro,
mas esses encontros me dão a certeza que a vida também é boa, amorosa, pode ser
leve e que ali com aquela pessoa posso ter um colo, um aconchego, muitas
risadas e falar do tudo e do nada, não serei julgada, serei aceita tal qual
como sou, nada mais, nem menos, isso é conexão, isso é amor, seja ele em
formato de homem ou mulher, quer seja um amor romântico ou uma amizade, é como
nos sentimos na nossa casa, conexão verdadeira é quando um rosto inchado de
chorar, um nariz escorrendo, um coque mal feito, maquiagem borrada, quando você
fala demais e possui alguns quilos extras não te fazem mais feia, na verdade,
só significa que você é humano e é isso que nos conecta com outro ser humano,
nosso eu real, quando as máscaras estão caídas ou guardadas nos esconderijos e
ainda assim aquele alguém especial nos ama.
Agradeço a todos meus encontros especiais, aos meus amados amigos e companheiros de alma que eu ganhei de presente no trajeto, por momentos ou por anos, mesmo longe estão presentes em tudo que há de mais belo em mim, tudo que me fez chegar até esse momento, preciso de vocês como uma flor precisa de água.
Eliane Ibrahim – Bela Urbana, administradora, professora de Inglês, mãe de duas, esposa, feminista, ama cozinhar, ler, viajar e conversar longamente e profundamente sobre a vida com os amigos do peito, apaixonada pela “Disciplina Positiva” na educação das crianças, praticante e entusiasta da Comunicação não-violenta (CNV) e do perdão.
..tem uma coisa que me deixa muito chateada, é eu não saber que profissão eu quero seguir, isso me deixa angustiada, porque eu adoro trabalhar com pessoas, mas a maioria dos empregos, pagam mal, falta emprego. Como é difícil morar em um País pobre.
Esses dias ganhei uma bolsa de estudos para fazer um curso de computação, só teria que pagar o material, mas minha mãe já veio falando que era caro, meu para falou que não tinha condições, tudo bem, não fiz. Só que ontem meu irmão ganhou uma bolsa igualzinha, só que em outro lugar. Com ele minha mãe já foi até lá hoje ver, ela fica com dó dele, eu também fico, mas não é justo ele fazer e eu não, só que eu também não sei se ele irá fazer, mas esse apoio que deram para ele, para mim não deram nenhum apoio. Isso não é justo e nem certo.
29 de agosto – Gisa Luiza – 16 anos
Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza. Divide seu tempo entre as consultorias de comunicação e marketing e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa . A personagem Gisa Luiza do “Fragmentos de um diário” é uma homenagem a suas duas avós – Giselda e Ana Luiza
Irão tentar convencer você de certas coisas. Por exemplo que uma árvore não tem alma, mesmo que ela prove do amor em forma de fruta saborosa.
Irão desconfiar de suas verdades, mesmo sabendo que você viu o crime da rua sem saída.
Irão desconfiar de suas lembranças, mesmo sabendo que tudo está no arquivo vivo de sua massa cinzenta.
Irão desconfiar de sua inquietude mesmo sabendo das suas sutilezas.
Irão desconfiar da sua sanidade, mesmo aplaudindo a reverence das borboletas.
Irão desconfiar da sua alegria, mesmo quando a sorte numa manhã sorriu em abundância.
E quando se der por vencido, não esqueça de lembrar que você é a substância viva do universo e é dele todas as verdades.
Meg Lovato – Bela Urbana, formada em comunicação social, coreógrafa e mestra de sapateado americano e dança para musicais. Tem dois filhos lindos. É chocolatra e do signo de touro. Não acredita em horóscopo mas sempre da uma olhadela na previsão do tempo.
Eu vou louvar a vida de meu pai Numa canção assim, bonita E tenho certeza que ela vai Trazer ao mundo mais amor.
Quando teve terra, era roceiro. Foi jardineiro, beato e pedreiro. Foi gerente sábio, foi padeiro. Balconista, caixa e caixeiro.
Já alugou casa e vendeu carro, Trocando Dollar, virou investidor. Patrão, mascate ou assalariado, Sem passar fome, sempre ele lutou.
Foi Motorista, camelô, De faxineiro a doutor E agora na proeza dos oitenta Aposentado, por favor!
Eu vou louvar a vida de meu pai Numa canção assim, bonita E tenho certeza que ela vai Trazer ao mundo mais amor.
Crido Santos – Belo urbano, designer e professor. Acredita que o saber e o sorriso são como um mel mágico que se multiplica ao se dividir, que adoça os sentidos e a vida. Adora a liberdade, a amizade, a gentileza, as viagens, os sabores, a música e o novo. Autor do blog Os Piores Poemas do Mundo e co-autor do livro O Corrosivo Coletivo.
É com você, mulher, que levanta todos os dias em busca da sobrevivência…
Que cuida, cuida e cuida…
Preocupa-se com tudo e com todos e dá conta de múltiplas tarefas.
É com você, mulher, que ergue a cabeça, mira objetivos e busca conquistas, não desistindo ao primeiro obstáculo.
É com você, mulher com M maiúsculo, que falo… saiba que seu valor é único e especial!
Não acredite quando ouvir um não que te feche a porta. Não desanime quando te disserem que teu lugar é algum que você não queira estar. Não se cale frente à necessidade de denunciar um golpe covarde e frio contra seu corpo e sua alma!
Não perca o que de mais precioso existe: sua essência… Você! Lute, insista, persista, enfrente e acredite que seu dia, o Dia da Mulher, deve ser comemorado diariamente, onde o respeito seja a palavra de ordem. A você, mulher, só o melhor da vida!
Simara Bussiol Manfrinatti Bittar – Bela Urbana, pedagoga, revisora, escritora e conselheira de direitos humanos. Ama o universo da leitura e escrita. Comida japonesa faz parte dos seus melhores momentos gastronômicos. Aventuras nas alturas são as suas preferidas, mas o melhor são as boas risadas com os filhos, família e amigos.
É a maior explicação de que o ditado marca desejos egocêntricos incontroláveis de emoções…
E provoca reações determinantes que podem ser a desobediência como o maior conflito…
Que vai gerar grandes turbulências.
Está escrito! Olhe ai outra frase bem famosa!
Quais as lembranças de seus ditados escolares?
Fazendo uma analogia hoje sobre estes momentos causídicos na sala, realmente qual a equivalência hoje sobre este evento?
Os objetivos do ditador do ditado variam na medida do apreço às suas ideias e, principalmente ao seu ideal convicto que a Ordem depende do Grito! E cada um tem seu Ipiranga contabilizado e descrito no dentro de suas loucuras, diante de seu próprio infinito!
O ditador é duro na queda nós podemos observar a história… E também julgar o dito pelo não dito que nos cabe na vivência diária, em todos os aspectos e situações vivenciadas.
O ditar rompe barreiras, mas a descida das palavras age como uma piracema ao contrário do poema!
Joana D’arc de Paula – Bela Urbana, educadora infantil aposentada depois de 42 anos seguidos em uma mesma escola, não consegue aposenta-se da do calor e a da textura do observar a natureza arredor. Neste vai e vem de melodias entre pautas e simetrias, seu único interesse é tocar com seus toques grafitados pela emoção.
Menino veste azul e menina veste
rosa… e quem veste humanidade? Respeito? Educação? Carinho? Ternura? Que
cores determinam o cuidado que podemos e devemos ter com o outro?
Esse papo me fez pensar em duas
questões pra mim muito caras. Primeiro me lembrou “bandeiras antigas”, que no
caso eram (ainda são e é preciso que continuem) sendo levantadas por minorias, como
as mulheres por exemplo, buscando voz, o voto, o direito de escrever, de se
expressar… Depois me fez pensar em masculinidades “construídas” permeadas por
violência, força, disputa… As duas questões determinadas por questões de
gênero.
Falando especificamente sobre a
diferença entre meninos e meninas, o gênero talvez seja umas das primeiras
diferenciações sociais que as crianças percebem, afinal são expostas a modelos,
a papéis sociais desenvolvidos pelas pessoas com as quais convivem. É e nesse
momento em que começam as limitações do que “é de menino” e o que “é de
menina”. Uma limitação construída e incentivada socialmente. Que fique claro que
estamos falando de crianças, sendo assim, não falamos sobre opção sexual,
afetiva ou algo do tipo e sim de sonhos, de brinquedos, de brincadeiras, de
profissões, de lugares, que eles aprendem desde cedo que podem ou não ocupar…
Quando eu penso em um grupo de
crianças vivendo os seus processos educativos, a escola/educação, ainda que com
todas as suas questões (estruturais, valorização dos profissionais, adaptação
de currículos…) ainda me vem à cabeça como um espaço de convivência ímpar.
Lá, meninas e meninos, crianças, encontram seus pares, seus diferentes e iguais
ao mesmo tempo. E a dinâmica de se relacionar nesse espaço, apesar de muitas
vezes trabalhosa, é extremamente potente no que diz respeito ao olhar para a
igualdade.
Tem uma frase do Boaventura de Souza que diz que “…temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades”. E pra mim, isso quer dizer que temos o dever de mostrar para as crianças que a singularidade delas as torna especiais e que ainda que sejamos todos diferentes, podemos ser iguais nos nossos sonhos, desejos e planos – meninos ou meninas, ou como se sentirem. Meninos e meninas… crianças vestem sonhos!
Michelle Felippe – Bela Urbana, professora por convicção e teimosa. Apaixonada por doces, cinema, poesia urbana e astrologia. Acredita que ainda vai aprender a levar a vida com a mesma leveza e impetuosidade das crianças.
Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza. Divide seu tempo entre as consultorias de comunicação e marketing e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa . Foto: @gilguzzo @ofotografico
É um Ritmo de toda uma Africa Melodia da mão Europeia Harmonia do índio ao natural Veio tudo parar no meu quintal!
E o que faço com tudo isso? Uma letra que une e iguala! Um poema do mundo eu Canto No baque, um baque de virada!
Sabores que soam da Africa Linguás cáucaso-européias Na terra do Índio Meridional Miscigenado, eu sou um igual.
Crido Santos – Belo urbano, designer e professor. Acredita que o saber e o sorriso são como um mel mágico que se multiplica ao se dividir, que adoça os sentidos e a vida. Adora a liberdade, a amizade, a gentileza, as viagens, os sabores, a música e o novo. Autor do blog Os Piores Poemas do Mundo e co-autor do livro O Corrosivo Coletivo.
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