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Aonde a mulher vai, a bolsa vai atrás.

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Gloss, RG, chicletes, um troco e você.

Gloss, batom, rímel, RG, chicletes, um troco e você.

Gloss, batom claro e escuro, rímel, RG, celular, documento do carro, óculos de sol, absorventes, chicletes, dinheiro e você.

Gloss, batom claro e escuro, rímel, protetor solar, RG, celular, documento do carro, óculos de sol, cartão do plano de saúde, cartão de crédito, chaves, chicletes, absorventes, agenda, dinheiro, moedas e você.

Gloss, batons de todas as cores, lápis delineador, rímel, protetor solar, RG, documentos gerais, óculos de sol e óculos de grau, celular, cartão do plano de saúde, cartões de créditos em vencimentos diferentes, pílula, absorventes, amostra de perfume, chicletes, dinheiro, moedas, agenda, lixa de unha, pinça e você.

Gloss, batons de todas as cores, lápis delineador, rímel, protetor solar, RG, documentos, óculos de sol e óculos de grau, celular, cartão do plano de saúde, cartões de créditos, pílula, absorventes, remédios para dores em geral, principalmente cólicas, lixa de unha, pinças, vitaminas, chicletes, chocolates, dinheiro, moedas, agenda e lenços umedecidos e você.

Gloss, batons de todas as cores, lápis delineador, rímel, protetor solar, RG, documentos, óculos de sol e óculos de grau, celular, cartão do plano de saúde, cartões de créditos, pílula, absorventes, remédios para dores em geral, lixa de unha, pinças, vitaminas, lenços umedecidos, água termal, chicletes, chocolates, perfume, dinheiro, moedas, agenda, bloco de notas, 13 canetas, elásticos de cabelo, piranhas, bijuterias, papeizinhos, amostra de perfume, talão de cheque, notas fiscais, agulha e linha, pendrive, poesia solta, desenhos dos filhos, pocket books, creme para as mãos e você.

A Bolsa da mulher é viva, orgânica e descontrolada. Conforme crescemos a bolsa também ganha”hormônios” e vai se transformando num pequeno monstrinho adorável que orbita no nosso eixo.

Pequena, média ou maxi, ela parece ser uma extensão de nós mesmas, como pequenos jabutis e caramujos e encontramos nela (quase) tudo que precisamos. “Mãe, me da uma caneta?” “Desceu pra mim…” “Tem o telefone daquele medico?” “Acho que deixei na outra bolsa…”

Verdade incontestável: Toda mulher adora uma bolsa nova.

Se um dia, você escapar da morte e desembocar numa ilha primitiva e deserta, não reze pelos aviões e sim para que venha boiando uma bolsa feminina na sua direção. Certeza que vai se der bem (pelo menos até os nativos não te acharem).

Todo esse texto é pra dizer que sim, a bolsa tem uma importância absoluta para nós que desde fase tenra vamos escolher a mochila do ano letivo, mas, bom mesmo é depois de adulta, largar toda a parafernália e sair sem lenço e sem documento.

Só você.

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Meg Lovato – Bela Urbana, formada em comunicação social, coreógrafa e mestra de sapateado americano e dança para musicais. Tem dois filhos lindos. É chocolatra e do signo de touro. Não acredita em horóscopo mas sempre da uma olhadela na previsão do tempo.

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Namorados

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Ela 16, ele 17.

Amor à primeira vista? Depende da vista…

Ela num momento deprê, sem ver sentido em continuar… Resolveu encontrar a irmã numa festa, mas com uma atitude foda-se a vida, que, por algum motivo, passou  por… Autoconfiante a menina! Ele adorou aquela menina super decidida, pena que ela não queria papo com ninguém…

A campainha da casa toca, a irmã pede para ela ver quem é. Ele estava no portão, junto com o primo, para fazer um trabalho com a irmã. Ela, num momento mais animado com a vida, viu-o pela primeira vez…

Meses se passaram, os dois adolescentes, ele finalmente a pediu em namoro… Ela: “até que enfim”

Casaram, criaram os filhos, vieram os netos…

Hoje ela olha para ele e sabe que o que eles tem é especial… Passaram por tanto nessa jornada, mas a vontade de estar junto e a capacidade de se re apaixonar foi definitivo naquele primeiro olhar, no amor à primeira vista, que nunca saberemos exatamente quando foi.

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Synnöve Dahlström Hilkner Bela Urbana, é artista visual, cartunista e ilustradora. Nasceu na Finlândia e mora no Brasil desde pequena. Formada em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda pela PUCC. Desde 1992, atua nas áreas de marketing e comunicação, tendo trabalhado também como tradutora e professora de inglês. Participa de exposições individuais e coletivas, como artista e curadora, além de salões de humor, especialmente o Salão de Humor de Piracicaba, também faz ilustrações para livros. É do signo de Touro, no horóscopo chinês é do signo do Coelho e não acredita em horóscopo.

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CONCRETO

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desperto               esperto

incerto                concreto

discreto              dispenso

repenso    concreto   feto

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde escreve contos, poesias e crônicas nesse blog. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre sua agência Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa :)

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O Impeachment do Homem “moderno”.

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Chegou a hora bravos guerreiros. Façamos o impeachment desse homem frouxo e absurdo que inventamos e deixamos nascer. Nosso poeta Gonzaguinha bem dizia que um HOMEM também chora. Sempre falamos de um homem com H maiúsculo, está na hora do homem com todas as letras maiúsculas. Fora homem moderno, que precisa de tons de cinza para marcar uma mulher. HOMEM marca o coração, a alma da mulher, e não com agressão, mas com atitudes e até mesmo com um olhar. HOMEM: abandona seu Peter Pan interior e enfrenta seu Capitão Gancho e permita-se ser adulto. Façamos o impeachment desse homem moderno e frouxo que atende seu desejo machista dos comerciais de cerveja. HOMEM não quer o “verão”, HOMEM quer a MULHER. Está na hora de fazermos como Hamlet, tão bem exposto pelo Professor Leandro Karnal, e escarnecermos da hipocrisia que tomou conta e, como Hamlet, pedir ao menos uma vez na vida que parem de fingir e sejam vocês mesmos!!! O resto, como diz Hamlet em uma cena, são palavras, palavras, palavras.

Por um mundo melhor, digo sim ao Impeachment desse homem moderno, que em pleno congresso carrega um cartaz escrito “Tchau querida”. Falta de respeito com a comandante em chefe. Em nome de Deus, da esposa e dos filhos e por fim em nome da amante. Fora homem calhorda, seja você recebido na CPI do caráter. Padre Fábio de Melo, um HOMEM com todas as letras nos expõe um contraponto em seu livro “Tempo de Esperas” entre um Filósofo e um Jardineiro, e nos mostra que o Jardineiro sai ganhando, pois usa sua força para arar a terra, mas também usa sua sensibilidade, se despoja de seu orgulho e prepotência e cultiva suas flores com doçura e masculinidade.

Um HOMEM decidido sabe dobrar seus joelhos, para seu Rei e Senhor, para orar, para pedir proteção, para proteger suas crianças, para trabalhar e para pedir perdão. O homem que precisa sofrer impeachment não entende o poder do joelho, nem o poder do seu amor. Hoje há os românticos que dizem que duas metades se completam, e os realistas que acreditam que pessoas precisam ser inteiras e dois inteiros se juntam. Creio na junção, creio em dois inteiros que se completam, mas o homem precisa ser HOMEM, senão teremos isso que aí está o homem safadão que infelizmente é aceito como algo legal. Impeachment no  homem que transforma seu carro em arma e ceifa vidas, um homem que acredita em ficção e tapas com tons, um homem que não se questiona, um homem Peter Pan que não cresce, que não enfrenta a si mesmo, que não se permite chorar, ser doce e que sente sua masculinidade abalada por seu lado feminino. Chega de homenzinhos heteros homofóbicos mal resolvidos que por medo de si agridem em força ou palavras quem tem opção diferente da sua. HOMEM hétero respeita, convive e ama. HOMENS: façamos logo o impeachment desse homenzinho moderno e vamos nos impor, na bravura de nossa imperfeição avante!

Não há outra saída ao HOMEM que não seja encarar a si mesmo. Papa Francisco, líder da Igreja Católica disse que felicidade não está em aplicativos.  Está na hora do homem acordar para si mesmo e para seu mundo. Que as mulheres possam receber seu novo HOMEM e o ajudem a serem conduzidos para uma nova fase, sim, HOMEM aceita de bom grado o auxílio de MULHERES que amadureceram e os ajudem a sair da caverna. Então está decretado sem caber recurso e sem ir para o Senado, Homem “moderninho”, você sofreu Impeachment. Agora vai, e procura sua MULHER e dê a ela seu maior presente, seu coração másculo e terno, mas lembre-se: Conduza-a no tango da vida porque é preciso, mas como no tango, seja gentil.

E caro homem, nunca se esqueça, carregue um lenço como no filme “Um Senhor Estagiário” pois toda mulher precisa de um homem que enxugue suas lágrimas, ou ao menos as faça secar com dignidade, e jamais as faça chorar, salvo, quando ela perceber que de homem você virou HOMEM, aí o choro é livre, elas esperam por esse dia querido HOMEM, VER VOCÊ CRESCER!

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Renato B Sampaio – Belo Urbano, publicitário, cristão e um questionador da vida, sempre em busca da verdade. Signo de áries, fã de Jazz, Blues e Música gospel.

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E eu fiquei, conscientemente, com o sapo!

 

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Neste mês completo 36 anos. Anos bem vividos, aproveitados, suados, com dias de puro êxtase e outros de tristeza dramática… Durante boa parte desses 36 anos, ouvi as histórias de amor, do tipo “foram felizes para sempre” em que a princesa necessita terminantemente ficar com o príncipe. Mas não qualquer príncipe. Ele tinha que ser o mais belo, o mais forte, o mais encantador, vir montado em um cavalo branco, fazer juras de amor eterno. Dos príncipes das histórias infantis (que menina nunca quis ser a princesa?), passamos para os príncipes mais modernos, também da ficção. Quem nunca quis um Richard Gere em Pretty Woman, ou Hugh Grant em Notting Hill??? Um sonho, não?

Nãooooooo!!! Passei anos, involuntariamente, procurando o príncipe encantado… Me apaixonei perdidamente, vivi histórias lindas, outras tensas… outras que preferia apagar. Vivi. Mas nunca o príncipe era o príncipe. Em algum momento, ele deixava o cavalo, a roupa, o charme e virava o sapo. E eu descia do sapatinho de cristal e subia nas tamancas para sair do conto de fadas e entrar na história da vida real.

Até que de repente, não mais do que de repente, aparece o sapo. Sapo mesmo. Lindo, é verdade, mas avesso a tudo o que príncipe sugere. Ele não é um ogro, é somente normal. Me faz flutuar com pequenas coisas e me estatela com a cara no chão quando me dá um choque de realidade. Há algum tempo, chamei ele de príncipe. E ele fez uma careta. Daí corrigi… Sapo… e ele me abriu aquele sorriso encantador que nem o príncipe mais lindo da Disney tem. E depois do tão esperado beijo dos contos de fada, ele seguiu um sapo. Não se transformou em estereótipo algum. Isso não é bárbaro?

O meu sapo está aí, todo santo dia, para me mostrar que a vida não é um conto de fadas e que a fada madrinha pode errar na medida do vestido. Mas ele é capaz de ficar acordado para me acalmar quando estou triste, de me fazer rir das pequenas coisas, de me enervar porque não responde na hora que eu quero as minhas mensagens, até de me mandar desencanar de algo que nem sei ainda que estou encanando. Um sapo tão doce e tão normal. Que me lembra também que eu não preciso ser a princesa a todo e qualquer momento da minha vida. Que, às vezes (no meu caso quase sempre), posso estar sem maquiagem, de rabo de cavalo e dormindo de meias.

Esses meus 36 anos me serviram para mostrar que os príncipes no cavalo branco, resgatando a princesa são mesmo coisa da Disney. E que, apesar de amar o salto, o vestido e o baile, não estou em apuros para ser socorrida. Muito pelo contrário.

Desisti do príncipe. Escolhi, conscientemente, o sapo. E que seja eterno enquanto dure esse coaxar… Hoje, ele me faz feliz em nossa lagoa e em nossa história de amor imperfeita. Se ele sair saltitando amanhã, vou chorar, como uma donzela indefesa, mas vou ter a certeza, que vivi momentos mágicos ao lado justo daquele que é sempre tão maltratado. Viva o meu sapo!

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Marina Prado – Bela Urbana, jornalista por formação, inquieta por natureza. 30 e poucos anos de risada e drama, como boa gemiana. Sobre ela só uma certeza: ou frio ou quente. Nunca morno!

 

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Quando você virou estrela

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Quando você virou estrela

Pairava reticências no ar

A pergunta não respondida

A frase nunca dita

Uma conversa interrompida

 

Quando você virou estrela

Descia água dos céus

Um ser de luz é assim

Rega o solo sem fim

 

Estrela que brilha

Estrela que ofusca

Estrela sempre presente

Estrela temperamental

 

Quando você se foi

Na virada de um milênio

Seu neto me perguntou

O que acontece quando alguém vai

 

Vira estrela, meu filho

No céu sempre haverá um ponto

Eu ainda não sabia que você se fora

Mas respondi de pronto

 

Na virada de uma nova era

Um telefonema de ano novo

Uma conversa para continuar

De algo que nunca saberei

Da gargalhada gostosa

Sobraram reticências

Um até logo

 

E você mãe

Sempre tão forte e bela

Deixou a lembrança dessa voz

E virava estrela

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Synnöve Dahlström Hilkner Bela Urbana, é artista visual, cartunista e ilustradora. Nasceu na Finlândia e mora no Brasil desde pequena. Formada em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda pela PUCC. Desde 1992, atua nas áreas de marketing e comunicação, tendo trabalhado também como tradutora e professora de inglês. Participa de exposições individuais e coletivas, como artista e curadora, além de salões de humor, especialmente o Salão de Humor de Piracicaba, também faz ilustrações para livros. É do signo de Touro, no horóscopo chinês é do signo do Coelho e não acredita em horóscopo.

 

 

 

 

 

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Fragmentos de um diário – 17

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Lembro muito de uma história da infância, onde eu e minha irmã plantamos feijão em vasinhos com algodão molhado. O meu feijão eu cuidava nos mínimos detalhes, molhava todos os dias. Minha irmã já não, nem a via molhar o tal do feijão. Porém, apesar de todo o meu cuidado, era o feijão dela que crescia mais rápido e mais forte e quando percebi, me causou um imensa insatisfação. Não me lembro ao certo o fim da história, se meu feijão morreu afogado de tanta água (por zelo) que colocava nele ou se antes disso minha mãe interferiu e me falou que eu não precisava molhá-lo todo dia (lembro-me disso), mas não me lembro em que ordem foi.

Concluindo, o que tiro é que não devemos superproteger, mas como podermos ter essa consciência que estamos superprotegendo?

25 de agosto – Gisa Luiza – 32 anos

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde escreve contos, poesias e crônicas nesse blog. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre sua agência Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa :) . A personagem Gisa Luiza do “Fragmentos de um diário” é uma homenagem a suas duas avós – Giselda e Ana Luiza

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Conselhos do Kiabo

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Não vou dizer sim, nem que não…. vou ficar assim no meio da navalha, em cima do muro, causando tensão…… não, peraí, e ainda digo mais….nem pensem que vou parar de usar vermelho, nem os verdes, todos os amarelos, laranjas lindos e também roxo. Sequestrar cor é coisa de texto de peça infantil. E por falar nisso até encenei num espetáculo com este tema: uma bruxa terrível, roubava as cores do mundo, e o enredo se desenvolvia em cima de tentar recuperar estas cores… ou seja a cor do mundo todo. Entendeu porque vermelho é lindo ?

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Jeff Keese – Belo Urbano, é arquiteto, produtor de exposições de arte, e durante 7 anos foi consultor do mapa das artes de São Paulo. O Kiabo é um personagem que criou na adolescência para dar conselhos para as mulheres, por isso os conselhos do Kiabo estão sendo divulgados no Belas Urbanas.

 

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Janelas do tempo

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Às vezes falo, às vezes calo.

Às vezes mudo, às vezes nulo.

Às vezes nada.

Às vezes tudo.

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Gil Guzzo – Belo Urbano, é autor, ator e diretor. Em teatro, participou de diversos festivais, entre eles, o Theater der Welt na Alemanha. Como diretor, foi premiado com o espetáculo Viandeiros, no 7º Fetacam. Vencedor do prêmio para produção de curta metragem do edital da Cinemateca Catarinense, por dois anos consecutivos (2011 e 2012), com os filmes Água Mornas e Taí…ó. Uma aventura na Lagoa, respectivamente. Em 15 anos como profissional, atuou em 16 peças, 3 longas-metragens, 6 novelas e mais de 70 filmes publicitários. Em 2014 finalizou seu quinto texto teatral e o primeiro livro de contos. É fundador e diretor artístico do Teatro do Desequilíbrio – Núcleo de Pesquisa e Produção Teatral Contemporânea e é Coordenador de Produção Cultural e Design do Senac Santa Catarina. E o melhor de tudo: é o pai da Bia e do Antônio.

© Gil Guzzo – Proibida qualquer tipo de reprodução das imagens sem autorização. Imagens protegidas pela Lei do Direito Autoral Nº 9.610 de 19/02/1998

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Finja naturalidade…

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Passamos com frequência por situações que mexem com os mais diversos tipos de emoção, mas aprendemos desde bebês a ‘fingir naturalidade’. Aja como se aquela situação fosse a coisa mais natural do mundo… e às vezes até é, mas por estarmos vivenciando nós pela primeira vez, temos um turbilhão de sentimentos nos enlouquecendo, às vezes.

Primeiro dia de escola. Claro que é natural, todos vão pra escola!! Mas para aquela mãe e aquele filho essa separação não é natural! É o nosso bebê deixando de ser bebê e começando a vida adulta. Estamos com o coração apertado e muitas vezes aquela criança está insegura, com medo do desconhecido, sente nossa falta. Mas… finja naturalidade, faz parte do desenvolvimento daquelas pessoas.

Primeiro bailinho, festinha, baladinha… nada mais aterrorizante!!! Não sabemos como é, se seremos chamadas pra dançar, se ‘aquele’ menino vai estar lá, e se estiver vai prestar atenção em mim? Mas, por via das dúvidas, finja naturalidade, aja como se fosse a sua rotina! Claro que é divertido! Bem, quase sempre… mas aqueles momentos de incerteza são cruéis!!

Primeiro beijo… mil borboletas no estômago, a cabeça girando… mas finja naturalidade, não saia pulando e gritando de euforia, afinal isso daria na cara a inexperiência, além de deixar o autor do beijo muito seguro… não, não podemos… mas provavelmente ele também está tão eufórico quanto você e adoraria um sinal de que agradou. Mas como fingimos naturalidade, ele finge também… simples assim! E aquele primeiro beijo perde metade da graça por termos que fingir naturalidade!

Primeira entrevista de emprego. Ah, as mãos tremendo, o coração aos pulos, a insegurança da avaliação, da competição, da ‘autoridade’ representada pelos recrutadores. Mas… finja naturalidade! Finja que aquela vaga nem é tão importante pra você, que essa aprovação não vai fazer toda a diferença no seu futuro, que é só mais um processo seletivo qualquer.

E assim, segue… casamento, filhos, carreira, promoções, demissões, perdas… passamos pelas mais variadas experiências, grande parte delas fazendo de conta que está tudo bem, que é tudo natural, quando na verdade estamos eufóricas ou quebradas por dentro. Fingimos uma naturalidade que beira o absurdo em determinadas situações.

Porque a vida segue o seu curso, porque no fim as coisas se ajeitam, porque no fim as coisas são mesmo naturais e acontecem todos os dias… com os outros! Com os nossos pais! Com os nossos amigos! E por isso, quando é a nossa vez, fingimos naturalidade… Embora nossos corações estejam aos pulos! Embora tenhamos mil perguntas ao mesmo tempo em nossas mentes!

E ao ler esse texto, por favor, finja naturalidade… afinal é mais um texto qualquer que alguém qualquer escreveu!

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Tove Dahlström – Belas Urbana, é mãe, avó, namorada, ex-mulher, ex-namorada, sogra, e administradora de empresas que atua como coordenadora de marketing numa empresa de embalagens. Finlandesa, morando no Brasil desde criança, é uma menina Dahlström… o que dispensa maiores explicações. Na profissão, tem paixão pelo mundo das embalagens e dos cosméticos, e além da curiosidade sobre mercado, tendencias de consumo, etc., enfrenta os desafios mais clichês do mundo corporativo, mas só quem está passando entende.