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Último dia das crianças…

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Dia 12 esta chegando e eu até me esqueci de comprar os presentes dos meus filhos? Correria? Não…é um aperto no coração mesmo, afinal vão fazer 12 anos daqui a alguns dias e de acordo com as leis do nosso país, não serão mais criança.

Escrever sobre isto é descobrir de onde vem esta “dorzinha” na barriga, na boca do estômago. É pensar que me sobra pouco tempo pra rolar na cama, subir em árvores, jogar bola e comer pipoca a qualquer hora. Daqui a pouco, vão preferir os amigos (como na minha idade….kkk).

Bom, este assunto está muito triste e minha dor esta aumentando pra caramba…

Mas esta dor, com certeza não vai passar e sabe por quê?

Estes dias, um dos meus filhos foi convidado para ir ao cinema. Achei a ideia legal e depois de bisbilhotar quem ia, onde era, quem iria levar, a que horas iria terminar etc, me dei por satisfeita avisei minha filha que estava tudo certinho e combinado.

Depois de minha filha me lembrar umas 5 vezes por dia a semana toda, o sábado chegou. Claro, entrei no carro e estava animada pra assistir o filme.

Comprei o ingresso dela, o meu e foi ai que tudo começou.

Junto com a gente estavam mais 4 mães que compraram as entradas dos filhos, pipocas e refrigerantes….mais nada!

Fiquei paralisada, atônita e sem palavras. Todo mundo percebeu meu olhar de surpresa por perceber que era a única mãe que iria assistir ao filme. O silêncio tomou conta da nossa rodinha de mães até que fui logo dizendo pra minha filha que ficaria na ultima fileira e que ela poderia ficar à vontade com sua turma nas fileiras da frente.

Entramos no cinema, o filme começou e eu não parava de pensar…

Porque as mães não vieram? Será que estou fora de moda? Será que minha filha esta “passando mico”, será que ela paquera algum dos meninos? Será que as outras mães estão certas?

Estava totalmente perdida e inquieta. Comi o meu lanche do Mc Donald’s e o da minha filha bem no escurinho sem nem perceber. (Porque do lanche? Chegamos cedo pra comer, mas acabei guardando porque todos os amigos chegaram de repente na bilheteria e foi aquela bagunça.)

Comi. Comi sem perceber tamanha era minha ansiedade. O filme acabou na saída fingi que nem conhecia as crianças. Esperei lá fora, nos despedimos, coloquei meu braço no ombro da minha filha e dei um abraço meio disfarçado.

Pra minha surpresa, sem eu perguntar nada, ela olhou pra mim e disse:

– Mãe, não se preocupe, não acho ruim de você ir ao cinema comigo. Me sinto até mais segura!

Deu aquele sorriso que eu amo de paixão e ficamos o caminho todo de volta comentando sobre como o filme foi divertido. Demos boas risadas e até imitávamos alguns personagens.

Bom, se ela é criança ou se ela é pré adolescente eu não sei, mas eu, com 44 anos, me tornei criança vendo aquele filme, conversando com minha filha no carro e o que importa mesmo é que temos uma a outra…pra sempre!

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Roberta Corsi – Coordenadora do Movimento Gentileza Sim que tem como objetivo “unir pessoas que acreditam na gentileza” e incansavelmente positiva. Acesse  https://www.facebook.com/movimentogentilezasim esse texto foi originalmente publicado no blog Ordens e Desordens no casamento https://www.ordensedesordens.com

 

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Ser criança

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Sou brilho…

Luz intensa,

Infelizmente muitas vezes ofuscada por maus-tratos

Porém com força para resplandecer.

Sou garra

Vivo com as mãos sujas de terra,

Muitas vezes aniquiladas pela droga

ou enfraquecida pela corrente que ata, reprime,

Mas busco a força e o impulso para sobreviver.

Sou também sorriso

Brinco, pulo, faço graça, quero aplauso

Trago vida, perpetuo a espécie

Sou o presente

A esperança do futuro

Sou de todas as cores, raças, religiões, convicções políticas…

Sou cidadão, tenho direitos e deveres

Quero afeto, atenção

Estou aqui!

Brinque comigo, invista em mim

Sei que posso ir além

Permita que as etapas se deem

E que eu possa ser o que sou, no tempo certo,

Pois hoje sou apenas CRIANÇA!”

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Simara Bussiol Manfrinatti Bittar – Pedagoga, revisora, escritora, conselheira de direitos humanos. 

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A Casa do Quintal

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Debaixo da jaboticabeira não havia grama… Tinha uma terra fofinha que era meu lugar ideal para brincar.

Para esse lugar eu levava o mundo e, um dia, minhas duas bonecas me pediram uma casa… Demorei um pouco para arquitetar e construir a casa, mas quando terminei eu sabia que aquela era “A Casa”!!! Era perfeita, não faltava nada e as bonecas estava saltitando de alegria!

Tive que levantar do chão para admirar a perfeição da casa, extasiada por ter criado algo tão fantástico!!!

Na sombra da jaboticabeira perdemos noção do tempo brincando…

Mamãe me chamou para jantar quando já era escuro.

No dia seguinte fui ver a casa, mas ela sumira com a chuva… Mamãe disse que eu deveria desenhar outra igual na terra… Mas a mágica havia acabado, nunca mais consegui desenhar casa tão fantástica quanto aquela…

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Synnöve Dahlström Hilkner É artista visual, cartunista e ilustradora. Formada em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda pela PUCCAMP. Desde 1992, atua nas áreas de marketing e comunicação, tendo trabalhado também como tradutora e professora de inglês, com ênfase em Negócios. Nascida na Finlândia, mora no Brasil desde os 7 anos e vive atualmente em Campinas com o marido, com quem tem uma empresa de construção civil. Tem 3 filhos e 2 netas. Desde 2011 dedica-se às artes e afins em tempo quase integral – pois é preciso trabalhar para pagar as custas de ser artista – participando de exposições individuais e coletivas, além de salões de humor, especialmente o Salão de Humor de Piracicaba, também faz ilustrações para livros.É do signo de Touro e no horóscopo chinês é do signo do Coelho. Contribui para o Belas Urbanas com suas experiências de vida.

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Criar e crianças

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Toda criança deve ter o direito de ser criança. De brincar, de estudar, de ser cuidada e protegida, necessidades básicas de toda criança, mas infelizmente nem todas tem acesso a isso.

Gosto muito dos pensamentos infantis  e da forma que fazem conexão com as coisas. Uma vez meu filho mais velho – quando tinha 05 anos –  vendo um anão, me perguntou, porque ele era daquele jeito. Eu respondi que ele era um anão. Alguns minutos ele silêncio e ele solta: – mas mãe, porque ele não usa o gorrinho?

Tão pura sua colocação e tão forte a imagem que ele tinha dos sete anões. Olhem a influência dos desenhos e filmes em nossas crianças. Me questiono que devemos filtrar o que nossas crianças assistem.

Porém, não conseguimos filtrar tudo. Como passar um filtro sobre as coisas reais que acontecem? Não temos o poder de filtrar tantas e tantas notícias ruins que batem nas nossas telas todos os dias e que nossas crianças, cada vez mais cedo tem acesso.

Os questionamentos chegam e devem chegar, mas como explicar sem matar essa pureza infantil, que acredita no ser humano, que tem o lado bom muito maior que o mal, como?  Ah, se o mundo fosse governado pelas crianças comeríamos brigadeiro todos os dias.

A criança que brinca aprende e cresce de forma saudável.  Incentivar que meninas e meninos deixem tão cedo de ser crinças em função de mil e uma outra atividades é ignorância e frustração de um adulto que em algum momento foi tolido de brincar, porque quem de verdade viveu sua infância de forma rica sabe a importância de brincar e o impacto que isso causa na pessoa e na sociedade a longo prazo.

Brincar é criar e criar é vida. Precisamos criar o tempo todo e durante toda a vida, seja para cozinhar ou para descobrir um novo remédio. Em qualquer profissão criar é algo bem vindo, mesmo nas profissões que nos parecem mais concretas criar é o que faz o mundo ir para frente, superar o que nos parecia sem saída.

Então, que tal pensarmos um pouco sobre esse tema?

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde é a responsável pela autoria de todas os contos e poesias. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre sua agência  Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos.

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A Fome não é sonho!

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A fome me bate às 5 e 30 da manhã…
Toma água que passa! Tomo mas não passa….
Então a porta se abre e entram bandejas de comida, pão, café com leite, geleias, frios, mel, waffles, frutas, seguidas por ninfas flutuantes cantando “J’ai faim” ao som de harpas…
– Sshhhhh – digo num sussurro, – vocês vão acordar meu marido…
Em câmara lenta todos se voltam para mim e param, pairam no ar.
Os bandejeiros se curvam diante de mim com uma pirueta em câmera lenta.
Decido que é melhor levantar e gesticulo para que todos me sigam. Assim que fecho a porta do quarto os trompetes tocam.
Resolvida a desfrutar desse desjejum, dirijo-me à cozinha, sento à mesa e imediatamente, sentam- se nas 3 outras cadeiras, Luis Fenando Veríssimo, Coco Chanel e Pablito Picasso, cada um me perguntando, em seu idioma e ao mesmo tempo: você tem fome de quê?

Entre um gole e outro de café:
– De humor inteligente – digo ao Veríssimo que também toma um gole de café enquanto dá uma olhada no jornal que entra voando na cozinha, em busca de informação.
– da coragem de ir à luta com elegância, uma bela urbana – digo a Chanel, que pega a tesoura e corta meu cabelo chanel para parar de cair na salada de frutas.
– arte sempre! – respondo a um Picasso que está montando uma obra no prato de waffles com os frios, a geleia e finalizando com uvas…
– Sabe, na verdade, a lista é bem mais extensa, mas a mesa só tem quatro lugares – A algazarra de ninfas e trompetes quase ensurdecedora.

Chanel se levanta e começa a sair dizendo – Não abrace a fome do mundo, faça o que está a seu alcance que as peças do dominó passam a se ajeitar, uma dando um um empurrãozinho à próxima…

Pablo está na sala admirando uma reprodução de um de seus quadros – As cores do mundo existem, mesmo que alguns dias estejam em preto, branco e cinza como Guernica…

Luis Fernando Veríssimo não diz nada, pois sei que posso recorrer a seus textos atualizados quase que diariamente quando achar necessário.

A fome desiste de me bater por ora, termino meu café e o dia começa!

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Synnöve Dahlström Hilkner É artista visual, cartunista e ilustradora. Formada em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda pela PUCCAMP. Desde 1992, atua nas áreas de marketing e comunicação, tendo trabalhado também como tradutora e professora de inglês, com ênfase em Negócios. Nascida na Finlândia, mora no Brasil desde os 7 anos e vive atualmente em Campinas com o marido, com quem tem uma empresa de construção civil. Tem 3 filhos e 2 netas. Desde 2011 dedica-se às artes e afins em tempo quase integral – pois é preciso trabalhar para pagar as custas de ser artista – participando de exposições individuais e coletivas, além de salões de humor, especialmente o Salão de Humor de Piracicaba, também faz ilustrações para livros.É do signo de Touro e no horóscopo chinês é do signo do Coelho. Contribui para o Belas Urbanas com suas experiências de vida.

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E você, vai fazer o quê com a fome?

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A fome é miserável

Corrói

Dói

Machuca

A fome é o que falta

A fome é vontade

A fome é cinza

A fome não tem cheiro

tem nada, só nada.

A fome te dá dois caminhos

Seguir em frente e matar a fome

Ou

Parar e morrer de fome.

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde é a responsável pela autoria de todas os contos e poesias. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre sua agência  Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos.

 

 

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Fragmentos de um diário – 8

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…. “bateu aquela FOME. Aquela. Sim aquela grande que dói o estomago, que dói, mas que não da vontade de comer. Não sei explicar essa fome, mas essa fome que me veio, no meio da manhã, com o filho do lado que eu levava para fazer o terceiro exame médico do dia. Talvez fosse fome de nervoso, sim existe, eu sempre tenho. Fico nervosa e vem a fome, poderia ser o contrário, assim emagreceria, mas não, quero comer nesses momentos, só que ontem foi diferente, ontem veio a fome e um vazio, não queria comer, mas tinha fome.  Meu filho me disse que tinha fome, mas não podia comer porque tinha que fazer o exame de sangue e no semáforo o pedinte, simpático, sujo, com roupas rasgadas, sorria e me fazia sinal que estava com fome. SIM A FOME de cada um é FOME, estávamos os três naquele momento próximos fisicamente, nós dois no carro com ar condicionado e ele fora, mas nós três tínhamos fome. FOME de comida, fome de tempo, fome de carinho, fome de cuidado, fome de esperança, fome de tranquilidade, fome, fome, fome…..”

30 de setembro – Gisa Luiza – 47 anos

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde é a responsável pela autoria de todas os contos e poesias. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre sua agência  Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. A personagem Gisa Luiza do “Fragmentos de um diário” é uma homenagem a suas duas avós – Giselda e Ana Luiza.

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ONU e Fome – Fatos e Números

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Em tempos de crise nacional e internacional, financeira, política e social, nós estamos vendo hoje, no mundo, a maior massa de população em migração, refugiados que fogem da fome e da guerra.

Vamos falar um pouco sobre FOME, em dados da ONU:

“Quando lutamos juntos não há limites para o que podemos alcançar” – Ban Ki-Moon em discurso na ONU no dia 28 de setembro de 2015, ao apresentar relatório anual sobre o trabalho da organização.

Seguem partes de seu discurso:

Em um mundo em que a desigualdade está crescendo, a confiança diminuindo e a impaciência com as lideranças é ampla, é hora de passar as promessas do papel para as ações.

O objetivo é claro e a missão possível: acabar com a extrema pobreza até 2030.

É tempo de repensarmos sobre com cultivamos, dividimos e consumimos comida. Se feito da forma certa, é possível garantir nutrição a todos, com ganhos decentes, além de proteção ambiental e desenvolvimento rural.

Do jeito que hoje está, nossos solos, a água, oceanos, florestas e biodiversidade estão em rápida degradação.  A mudança climática pressiona mais ainda os recursos de que dependemos, aumentando os riscos de desastres naturais.

Diante disso, uma mudança dramática é necessária, para conseguirmos nutrir 795 milhões de vítimas da fome e o adicional de 2 bilhões que virão até 2050.

Vamos aos fatos e números:

FOME:

  • No mundo, uma em cada nove pessoas estão desnutridas – 795 milhões – a grande maioria em países em desenvolvimento.
  • Falta de nutrição causa quase a metade da morte de crianças até cinco anos – 3.1 crianças por ano. Pelo menos uma em cada quatro tem problemas de crescimento.
  • 66 milhões de crianças vão para a escola com fome nos países em desenvolvimento, 23 milhões apenas na África.

O que pode ser feito:

  • A Agricultura é o maior empregador de mão-de-obra do mundo, provendo sustento para 40% da população global.
  •  500 milhões de pequenas propriedades rurais ao redor do mundo proveem 80% da comida consumida em grande parte do mundo desenvolvido. Investir em pequenos produtores rurais é essencial para haver segurança da manutenção de alimentos e nutrição não só para os mais pobres, mas também para assegurar proteção aos mercados locais e globais.
  • Se mulheres fazendeiras tivessem o mesmo acesso a recursos que os homens, o número de famintos no mundo poderia ser reduzido a até 150 milhões.
  • 1.4 bilhões de pessoas no mundo não tem acesso à eletricidade – a maioria vive em áreas rurais. A pobreza de eletricidade em muitas regiões é uma barreira para reduzir a fome e assegurar que o mundo possa produzir comida suficiente para abastecer a demanda futura.

Qual é a minha parte nisso? Qual é a sua? O que podemos fazer? Vale a reflexão.

Beijos Belas e Belos.

FOTO PERFIL Synnove

Synnöve Dahlström Hilkner É artista visual, cartunista e ilustradora. Formada em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda pela PUCCAMP. Desde 1992, atua nas áreas de marketing e comunicação, tendo trabalhado também como tradutora e professora de inglês, com ênfase em Negócios. Nascida na Finlândia, mora no Brasil desde os 7 anos e vive atualmente em Campinas com o marido, com quem tem uma empresa de construção civil. Tem 3 filhos e 2 netas. Desde 2011 dedica-se às artes e afins em tempo quase integral – pois é preciso trabalhar para pagar as custas de ser artista – participando de exposições individuais e coletivas, além de salões de humor, especialmente o Salão de Humor de Piracicaba, também faz ilustrações para livros.É do signo de Touro e no horóscopo chinês é do signo do Coelho. Contribui para o Belas Urbanas com suas experiências de vida.

OBS.: Traduzi partes do discurso de Ban Ki-Moon do dia 28/09/2015 na ONU

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Blefei

shutterstock_171846605 (2) - cartas

Blefei

Eu sei que blefei quando disse que me enganei
Parecia até que eu já sabia como tudo se daria
Se repetiria? Sim, vocês parecem cópias “made in china”
Aqui ou lá na Síria, crianças morrem e
a gente corre pra não perder a cena na TV.

Por que?

Falta amor ao próximo, falta amor próprio
Sobra exibicionismo, transborda egoísmo
Não vamos confundir, mas vale insistir?
Passo a vez!

Agora eu peço seis cartas e te questiono:
Cabem sentimentos? Cabem palavras de conforto?
Insinuo e insisto, aposto e peço jogo:
Somos um leque de 7 bilhões de cartas marcadas, peço perdão
faço cara de valete, finjo não ver essas aberrações expostas entre nossas mãos

Embaralho pensamentos, espalho esmolas como um bom cristão
Você joga as damas na cama, depois julga o “desempenho” na mesa do bar,
rindo com seus amigos acéfalos sem nem cogitar qualquer razão para não estereotipar
Sem perceber que a piada é você que não sabe brincar, entedia a todos sem precisar falar.

Quando abre a boca eu fecho os olhos me dá dor de cabeça, vou parar de jogar
Eu sei que disse que conseguia te acompanhar, repito, me enganei, eu só queria rir
Talvez fugir um pouco de mim, me sentir melhor olhando para sua cara de dó, mas não dá
Faz assim, vamos trapacear, fica com o meu quarteto de reis e se alguém perguntar diz que eu blefei.

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Lucas Alberti Amaral – nascido em 08/11/87, vem há 27 anos distribuindo muito mau humor e tentando matar a fome. Formado em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela METROCAMP, trabalha na área há 6 anos, tem uma página onde espalha pensamentos materializados em textos curtos e tentativas de poesias www.facebook.com/quaseinedito (curte lá!). Concilia a dura missão de morar em Campinas – SP (cidade onde nasceu) e trabalhar em Barueri-SP, não acredita em horóscopo, mas é de Escorpião, lua em Gêmeos com ascendente em Peixes e Netuno na casa 10. Por fim odeia falar de si mesmo na terceira pessoa.

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Jogo

shutterstock_308589128 (1) dados

disfarça e finge que tá tudo bem

que seu coração nem bate

nem sangra

olha nos olhos e atravessa

não vê

porque a conquista é só um jogo

de azar

e ninguém vence

se precisa escolher lados

 

eu te quero

mas só um pouco

eu te espero

mas só até amanhã

eu me entrego

e me retraio

com suas certezas

que você me entrega

e depois pede de volta

como num jogo de cartas

feito só de adversários

se defendendo das palavras

se ausentando dos olhares

se esquivando dos nós

 

eu não te deixo perceber

que minha derrota

não depende da sua vitória

mas do meu próprio cansaço

quando já não quero mais

suas falas que não dizem

seus olhos que fogem

suas mãos que escorregam

e partem sem razão

 

eu já não aposto minhas fichas

nas suas cartas marcadas

porque não entrego os pontos

por outro blefe seu
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Luciana –  não tem idade, mas escreve desde a escola, quando descobriu que voz não tem nada a ver com som. Não tem métrica, técnica ou ideologia. Não gosta de maiúsculas e acredita na escrita crua. Escreve em livro, caderno, máquina e computador. Só escreve. É só o que sabe fazer.(e atualiza, às vezes, o Monólogo da Fuga) www.facebook.com/monologodafuga