De repente tudo errou.
De repente tudo passou.
Cadê aquelas flores que nunca viveram?
E aquele lugar lindo e chique que a menina sentava, as aparências enganam
Cadê a rede, o tenente, a cachorra?
De repente não tem mais passeio, nem mini-saia, nem mini-blusa.
Cadê o choro bobo? Descobriu o ovo de páscoa?
Cadê os sonhos que nos transformam em marinheiros e mergulhadores.
De repente o bonde passou, a boneca foi embora, a cachorra morreu.
E as estrelas do céu vermelho ainda estão lá!
As bailarinas dançaram e a união também
Novamente o ovo de páscoa, quer um pedaço?
Acabou…
Vai chover na linda piscina azul.
Cadê os cachos loiros, seu guaraná e aquela pessoa emburrada do teu lado?
Os cachos loiros e o guaraná foram embora, mas o emburramento ainda não acabou, ficou.
Cadê a foto da revista? E a vergonha já acabou?
Iguais em tempos diferentes, quem sabe um dia iguais no mesmo tempo.
Sumiram as águas e o falso violão.
Sumiram aquelas águas mas está o meu violão.
O balão estourou, o bolo acabou e a menina criança virou a menina mulher.
A música, sempre a música.
O homem tocava pra tentar ser feliz, elas tocavam, as outras tocavam sem saber que se encontravam.
Cadê os amigos, os primos, aquele abraço?
Cadê a fantasia e seu brilho?
De repente o carnaval passou, os carnavais passaram.
De repente a imitação não deu certo, assopre do teu jeito!
Cadê esse piano que eu não conheço e esse cara que leva o mistério com ele?
Cadê o mar?
Ta onde sempre esteve, só não está aqui e agora.
Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde é a responsável pela autoria de todas os contos e poesias. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre sua agência Modo Comunicação e Marketing www.modo.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos.