Junho traz seu doze novamente. Diferente dos outros onze do ano, nele tem, como sempre vem, dose extra e escancarada de casais absolvidos do silêncio da rotina, e que parecem reencontrar, nesse dia, o fogo de suas paixões adormecidas, e a voz própria das declarações. O amor vencendo mais um dia.
Dia de ver amores escorrendo pela tela, derretidos, daquela que acaba de encontrar quem já não pode perder, nem tampouco desencantar, e daquele que jamais esqueceu quem o faz lembrar da ordem exata das cores no arco-íris. Afinal, vê todos os dias a cada vez que acorda com ela nos braços, raiado. Um dia adocicado na medida.
Um dia de não dosar fotos, e de não dizer das brigas sem espaço ou vez. Na voz, apenas os poemas de amor e “era uma vez”, dos inéditos, saídos de algum canto onde guardamos a chave da felicidade, aos usados, batidos, gastos, mas igualmente perfeitos, feito roupa preferida, lavada e passada pra enfeitar quem a gente quer ver sempre quentinho… Um dia de esquentar as coisas, com o devido requinte.
Um dia de lembrar que não há dia, nem doze, nem dose, nem posse, nem fase. Amor é todo dia, sem adiamentos… Amar é vestir, todo dia, a felicidade que a gente descobre no outro, e emprestar, de si, a liberdade de repetir essa escolha, de novo, amanhã.