O tempo, que carrega em si a juventude bem mais rapidamente do que a percepção dá conta de saber, sabe ser cruel mesmo onde há amor e cuidado… Por sua incapacidade, talvez, de esperar… Ou de dar um pedaço suficientemente grande de si para que a gente consiga se preparar, e entender… Poderia ser de algum tamanho suficiente?! Acho que não. Ver partir é parte dessa coisa toda, e dói apesar da certeza. Perder não é ganhar, afinal de contas… Mas assistir alguém seu, dos raros que te ensinaram a verdadeira magia da vida, esquecer-se até mesmo de si, é o mais frio e feio retrato da tristeza. Uma partida que não chega… Um adeus que não se adia… Um nó feito de silêncio, e que cega a voz na garganta, e faz correr ladeira abaixo, dos olhos para a atmosfera, o que ainda resta de grito. Memórias de areia numa insana ventania. A lousa, com as suas histórias favoritas, se apagando… e se apagando… e apagando apegos até então inquebráveis. Mas é tudo de vidro mesmo… No fim, muito antes começado, vê-se que somos feitos de momentos, que passam com a gente… Empilhe, então, seus sorrisos na contramão da saudade, e não adie colos, corpos, beijos e nem sonhos. É tudo urgente, nessa eterna e curta dança contra o tempo. A música tá tocando…
Assistam o filme “O Pai”, mesmo quem já viveu perdas diluídas para o alzheimer, ou quem ainda não. Catarse para alguns… Lição para todos! É tudo pra ontem.