Ainda sobre espaços não ocupados ou gotas
que nem foram diluídas.
Sobre perder quase 18 quilos, vomitar as palavras ou
tampar os espelhos.
Sobre se recompor ou não…sobrepor um vestido neutro,
alisar os cabelos com os dedos, decantar a saúde aos
gestos.
Nenhuma bebida quente. Sim! Ela não bebia e ela não
bebe. Ela come as sobras e os restinhos. Quem se
importa?
A sociedade é como um gatilho, atira pra todos os lados, e
ela corre, engorda o que perdeu, perde o que nunca teve,
solicita nada. Ela nunca pede!
Recria os espaços, acolhe sua cria com a amplitude do
amor supremo e protege.
Solta os dedos, ajeita a louça, tempera os dias. Ela pagou
todas as contas, até aquelas que não eram suas.
Deita no silêncio, na incerteza e na faxina.
Não! Ela não é louca!
Ela é um vulcão, uma calmaria, um reflexo de quem
abusou…e ela tem horas que queria:
“Para de me maltratar, por favor, para!”.
Gritaria se fosse ouvida.
Mas,₢ um pouquinho.
A sorte é que seu dorso é um pedaço de ombro forte e ela
ama, ama a poesia.