A pedido da profissional, prima e amiga fui convidada a escrever sobre toda esta assustadora realidade que estamos enfrentando, amo estes desafios e como amo escrever, cá estou!
Mulher, advogada, empresária, mãe e dona de casa acostumada a madrugar e não parar até a hora de descansar. Ser obrigada a parar em casa por completo. Fácil, não, difícil, muito difícil!
Os primeiros dias, a falta de rotina dá margem a ansiedade, às crianças assustadas e o marido ainda sem muita consciência de tudo que está ocorrendo a nossa volta, homem tem tendência a negação.
Os dias vão passando e a angústia daqueles que dependem de nossa empresa, pagamento de vales transportes, vales alimentação do nosso Grab a Dog no Aeroporto Internacional de Viracopos, em breve os salários e o aluguel…., o que fazer sem poder sair de casa mas ao mesmo tempo manter nossa equipe lá, trabalhando, pois dependem dos seus empregos para se manter e manter suas famílias e filhos, ou seja, sobreviver!
Muitas recomendações reforçadas, fazendo tudo aquilo que está a nosso alcance visando proteger nossa equipe e clientes, por outro lado, a contradição: de que o mais correto é a recomendação de que todos permaneçam em suas casas!
O aniversário da nossa querida Bisa em Bebedouro, a 300 km de distância, nosso amor de avó desde que a conheci quando comecei a namorar meu marido Fábio aos 30 de novembro de 1998, que no último dia 20/03/2020, comemorou muitos anos e como sempre tudo desde o início do ano programado, para estarmos ao lado dela, não foi possível.
O coração aperta de tanta angústia, como é difícil se manter afastado! Manter o afastamento social, ficar longe para proteger quem amamos!
Para uma virginiana sempre super programada, os imprevistos e esta necessidade de se manter isolada chega ser a oportunidade de percebemos que o ser humano tem muita capacidade de mudar seu estilo de vida e ser feliz!
O que nos resta é nos reinventar, desde o primeiro dia que estou em casa com meus filhos, muitas boas ideias estão surgindo e percebo como os seres humanos tem uma grande capacidade de criar e fazer o bem quando desafiados.
Combinei com minha família na quinta, 19/03/2020 uma pequena rotina: iniciamos com a aula sobre a importância da lavagem das mãos, com direito a aula pratica e muitas risadas por aqui. Logo após as atividades escolares que tentaremos realizar nos períodos das manhãs e às tardes poderiam assistir tv, ler um livro, jogar um jogo, treinar nosso violão e na sexta um cinema em casa com pipoca ou uma gordice, como amo chamar alguma extravagância alimentar que de vez em quando nos permitimos por aqui.
Surgem ideias para fazer o bem daqueles que mais precisam, já compartilhei o telefone de um supermercado delivery com minha Tia Maura caso seja necessário e também me coloquei à disposição pois afinal não me enquadro como sendo de nenhum grupo de risco e oferecer ajuda aqueles que tem mais de 70 anos, e um alto risco de letalidade acaba fazendo toda a diferença.
Por fim, o mais novo projeto que já começamos a colocar em prática por aqui a doação de sabonetes antissepticos, aqueles que não tem condições de comprar e com isso irmos fazendo a diferença em tempos muito difíceis que temos que nos reinventar e semear, mesmo que a distância o bem e o amor! Por aqui já começamos e como não podemos sair de casa, estamos fazendo uma distribuição digital que fará a diferença.
Já reduzi a jornada de trabalho de minha ajudante por aqui mas no dia que ela vem para me ajudar, está levando vários sabonetes antibactericida para doar as pessoas que precisam, não tem condições de comprar e muitas vezes desconhecem inclusive o bem que tudo isso faz em relação ao combate à estes vírus e doenças.
Um gesto de carinho para proteger quem precisa neste momento em que quem tem mais consciência e talvez oportunidades, possam fazer a diferença mesmo que afastados uns dos outros e assim com pequenos gestos neste momento de tanta dificuldade, vamos enchendo o mundo de amor e proteção!
Mantenham – se distantes para depois podermos celebrar o amor!
Beijo de longe com carinho e preocupação.