Estou diferente, me sinto mudada
Não sou a mesma de ontem
Muito menos a da semana passada
Na verdade, não mudo, muto
Minhas células estão transformadas
Vivo já num outro mundo
Mas dizem que sou coisa rara
Bicho esquisito do mato
É que no bosque me sinto em casa!
Cama feita de folhas
De musgos a almofada
Lavo a roupa na ribeira
Tomo banho na cascata
Como frutas silvestres
Vejo a fauna divertida
Tomo sorvete de neve
Espelho d’água refletida
Com os dedos me penteio
Faço uma trança de flores
Quando sinto chegar a tristeza
Lembro do Gil: “Menina não chores”