Ontem teus olhos não lembravam em nada o azul do céu
Nem um dia nublado
Estavam diferentes
Não olhavam para lugar algum, nem mesmo para você
Eram de um brilho áspero
Espalhando tristeza e rigidez pelo teu corpo
Nada a fazer
Bati em silêncio a última porta
A porta da memória
Antes de partir, no retrovisor
Um pôr-do-sol caminhava para o nunca mais da noite
Um outro, sem saber, iria nascer infinitamente em outros lugares.
Gil Guzzo – Belo Urbano, é autor, ator, diretor e fotógrafo. Em teatro, participou de diversos festivais, entre eles, o Theater der Welt na Alemanha. Como diretor, foi premiado com o espetáculo Viandeiros, no 7º Fetacam. Vencedor do prêmio para produção de curta metragem do edital da Cinemateca Catarinense, por dois anos consecutivos (2011 e 2012), com os filmes Água Mornas e Taí…ó. Uma aventura na Lagoa, respectivamente. Em 15 anos como profissional, atuou em 16 peças, 3 longas-metragens, 6 novelas e mais de 70 filmes publicitários. Em 2014 finalizou seu quinto texto teatral e o primeiro livro de contos. É fundador e diretor artístico do Teatro do Desequilíbrio – Núcleo de Pesquisa e Produção Teatral Contemporânea. E o melhor de tudo: é o pai da Bia e do Antônio.
Fotografia – ©gilguzzo