Todas as vezes que visito praia, entro no mar para me despedir e agradecer com muita emoção a dádiva de ter estado ali e vivido aqueles momentos, se eu passar um mês na praia eu faço esse ritual todos os dias ao ir embora, tenho medo de acontecer alguma coisa e eu ter deixado de agradecer e mais importante: de me despedir.
Quando eu morrer quero ser cremada e que joguem minhas cinzas no mar.
Eu me sinto em um paraíso quando tenho contato com o mar, qualquer tipo de incômodo que eu tenha eu trato de resolver rapidamente, a coceira que me dá o contato com a areia eu resolvo levando água da torneira em uma garrafa PET, quando vou a uma praia que tem chuveiro ou torneira eu adoro, me lavo e já estou pronta para passar mais algumas horas de felicidade olhando o mar, brincando na água com minhas filhas, tomando uma cerveja, deitada na areia, olhando o horizonte, cochilando ouvindo o barulho do mar, tirando fotos, catando conchinhas com a Luisa, sentindo aquela brisa gostosa, apreciando o nascer ou o pôr do sol, fazer uma caminhada em alguma trilha, inventando mil praias para visitar com meu marido, visitar as pedras, conversar com as pessoas ao redor, aquelas conversas de férias, leves e divertidas, comer em um restaurante em frente ao mar, puro deleite, o estado supremo do prazer terreno para mim é estar no mar, vivenciá-lo em riqueza de detalhes.
Quando ficar mais velha quero morar perto do mar ou ao menos passar alguns meses perto dele.
Tenho um pensamento recorrente: será que eu amo o mar assim apenas porque não vou frequentemente? Será que se eu morasse em uma cidade de praia eu iria com frequência a praia? Será que perderia esse meu amor e entusiasmo pelo mar? Talvez algum dia eu tenha respostas para minhas perguntas, no momento, eu como uma romântica que gosta de dizer que não é romântica, fico no conforto e no encanto de suspirar pela próxima vez que vou pisar na areia e me encontrar com meu amado mar.