O romper da linha de nylon que segura as miçangas causa de repente uma tremenda dor,
O barulho desumano de cada miçanga que cai no chão rasga meu coração, faz tremer meus sentidos,
Mesmo distante e sem ação pude sentir, ouvir e não acreditar no que estava acontecendo,
Sem entender pude tremer na responsabilidade do branco que pesa um tanto com o passar do tempo.
Ainda atordoado pude ouvir de longe a voz que me disse “o Recado Esta Dado”;
Ponderei acreditando fazer tudo correto, é fato que eu estava enganado.;
Olhei para luz acesa que fazia chorar a parafina que descia lentamente como minhas lágrimas;
Meu coração em pedaços, agora envolto ao pano branco me fez sentir ainda mais só;
Ao questionar minha dúvida, de dor, rancor, fraqueza e falta de entendimento, ouvi a voz suave que me disse de um recomeço;
Diante de tantos que já passei na minha vida, me pergunto se está é minha sina, sempre ter que recomeçar;
Perdido, distante, triste e quase invisível, estou novamente na beira da estrada que me consome e que não some, só consome cada pedaço meu;
Não estou só porque tenho uma multidão comigo, mas envergonhado, porque tenho uma multidão comigo;
Caíram junto com as miçangas, minha dignidade, parte do meu coração;
Tenho medo de que caia também minha coragem e eu desista dessa emoção;
Já sem esperança do amor, se perder este pedaço de fé, o que será de mim?;
Se perder o que me resta, não me resta mais nada além de tentar recomeçar, de novo.
Se no que digo sou sincero, se busco sempre a razão, se repudio a mentira, como consigo ser tão distante da verdade em meu coração?
A razão insiste em seguir em frente, movendo a mente, tentando ser o que não é.
A emoção me mostra que tão distante está o meu coração, que o que amo jamais poderá ser o que se quer;
Se insistir no coração vou destruir a razão, me perder na solidão e esquecer todo caminho do meu ser.