Outro dia a CPFL – Companhia Paulista de Força e Luz – fez manutenção no meu bairro e precisou desligar a energia. No comunicado enviado, o prazo para esse desligamento era das 13h30 às 17h30, porém dizia que poderiam ocorrer atrasos.
Apesar de ter recebido a comunicação impressa uns dia antes, me esqueci completamente e também não avisei meus filhos. Todos ficaram irritados, mas eu fui calma e ajudei a achar saídas. O meu filho mais velho, que tinha programado para fazer uma entrevista on-line para uma trabalho da faculdade, ficou tenso, porque já estava marcado com o profissional e precisava gravar, como somente o laptop tinha um pouco de bateria, disse para ele falar a verdade e marcar para outro dia. Deu certo.
Bom, a falta de energia foi até 20h30, três horas a mais que o programado e tudo foi descarregando…. Nos vimos sem nada de conexões, sem computadores, sem celulares, sem TV, sem luz. Começou a dar uma certa angústia. Ficamos no escuro, acendemos uma vela, resolvi esperar e ficar quieta. Os filhos perguntavam: – Quando vai voltar? Como se eu tivesse a resposta para tudo. Aliás, por que será que os filhos sempre acham que as mães sabem tudo?
Resolvi ir para a varanda, peguei meu violão, que não pegava há muito tempo. Fiquei com ele, tocando, brincando, tirando um sonzinho, enquanto sentia o vento gostoso dar uma aliviada no dia que tinha sido tão quente, olhando o entardecer até escurecer.
Continuei na varanda, no escuro, com o violão… Foi bom, comecei a prestar atenção no que estava sentindo. Estava gostando daquele momento diferente, bem diferente do meu dia a dia. Exerci a paciência. Apreciei a natureza mais do que o meu habitual, senti o vento e me deliciei com isso. Nem as horas eu sabia… não tenho aqui nenhum relógio de ponteiros.
Por fim, percebi que estava gostando daquilo, mas queria muito compartilhar o que estava sentindo naquele momento nas minhas redes sociais. Uma certa ansiedade me batia por querer comunicar e uma certa agonia de não ter como fazê-lo.
LARANJA: Sinal de alerta