Faz tempo que quero escrever sobre ela. Talvez o mesmo tempo que ela veio pra ficar na minha vida.
Pra mim saudade é DOR. Uma dor física apesar de abstrata.
O tal nó na garganta.
Pensando bem….a saudade existe desde que nascemos porque com certeza a gente chora que é para dizer: Quero voltar para o útero da mamãe.
Uma coisa é certa. Ela dói. Pode até provocar um sorriso acanhado, enquanto lembramos de algo ou alguém. Mas em seguida o coração acelera, chega a dor, a lágrima vem….É ela se instalou naquele instante de pensamento. E fez doer.
A ciência diz que temos guardadas infinitas memórias em nossa mente. Memórias de todos os tipos. E quando abrimos essa janelinha, guardada lá no fundo, vem a SAUDADE junto.
A saudade está sempre com a gente: nas memórias guardadas, nas lembranças do ontem e de anos atrás, nas pessoas que não vemos mais, no tempo que passou.
Ela está na despedida que já anuncia sua chegada.
Ela está nas fotos, nas músicas, nos pensamentos. Está no cheiro. Está no sonho.
E dói. Dói fisicamente.
Por que será que nós humanos sofremos tanto por causa dela? Talvez porque sem ela a vida seria sem graça. O passado não ficaria na memória e pessoas não fariam falta.
Todas as vezes que me despeço dos meus amores dói. Dói de chorar, não de rir. Mas logo vem a rotina e a saudade fica quietinha num canto qualquer pra de novo se fazer viva num novo encontro e despedida.
Vera Lígia Bellinazzi Peres – Bela Urbana, 53 anos, casada, mãe da Bruna e do Matheus e avó do Léo, pedagoga, professora aposentada pela Prefeitura Municipal de Campinas, atualmente diretora da creche: Centro Educacional e de Assistência Social, ” Coração de Maria “