Vivo duas vidas
Cinco vidas
Oito se precisar
Nenhuma vida
sabe da outra
E vez ou outra
Tento eu disfarçar
E fingem acreditar
Uma no bar
Outra no mar
No labor ou casa,
Liceu ou praça
Material ou virtual
Cada vida me traz
Um prazer especial
Cada uma das vidas
me completa de certo
Não se harmonizam
Cada uma das vidas
Me conforta o peito
Mas não completam
Deveria assumir uma
Eu sei, mas tenho medo
Pois uma apenas é finita
Sendo assim incompleta
Teria eu de ser adulto cedo?
E viver a incompletude
Sem culpar ninguém
Ou cobrar de alguém
Que por mim, mude?
Deveria eu aprender
Que sofrer é crucial
Para poder crescer?
Deveria eu experimentar
Viver como os outros, amar?
E deixar de autosabotar?