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Sentir Jesus de Perto

Desde criança sempre fui fanzão de Jesus, meus pais muito católicos nos obrigavam a ir na igreja, porém eu achava enfadonho e falso todo aquele mise-en-scène dos padres, sentia fazendo mímicas que vinham sendo repetidas através dos séculos.

O tempo passou mas nem por isso deixei de ser fanzão de Jesus, a vida me ajudou, e mesmo sendo eu um Artista de Teatro consegui juntar o “Sagrado dinheirinho” para conhecer a terra de meu Ídolo. Passei uns cinco meses sem dormir direito, só vendo fotos, lendo matérias sobre quem já havia viajado a Israel, tinha medo e curiosidade ao mesmo tempo, mas todo mundo falava nas matérias que Israel é um país extremamente seguro, eu acreditei e lá fui conhecer a terra de Jesus.

Chegando lá entendi porque Israel é seguro, levei uma GERAL e fui sabatinado na imigração de maneira incisiva, eles encasquetaram porque eu estava lá sozinho (alias não estava, estava com DEUS) e fizeram um milhão de perguntas, mais de um policial da imigração o fizera, e para piorar tudo o que eu falava só poderia ser comprovado com os documentos que estavam na minha mala, que detalhe, não estava comigo porque a esteira é depois da Imigração, na volta fui entender porque eles pegaram no meu pé, eu ao tempo todo no meu parco e porque não dizer “POOR” english dizia que estava lá pra conhecer os SANTOS CAMINHOS DE JESUS, repeti isso várias vezes, e depois descobri que embora lá seja um pais que recebe turistas Judeus, Católicos e Muçulmanos, os Judeus que são maioria, não são AFEITOS com quem é fanzão de Jesus como eu, isso senti na viagem toda. Mas lá estávamos Eu, Jesus e DEUS, na terra do Pai, do Filho e do Fã.

Gente no ótimo português: é de Passar mal !!! A minha visão de Deus e Jesus não é a da igreja católica que tanto me traumatizara, mas de um cara que veio ao mundo pra ensinar, tudo dentro de uma simplicidade muito grande, fui a todos os locais que Jesus passara, e os que mais me chamavam atenção e me fazia sentir meu Ídolo eram os mais simples, outra coisa que me chocou era que você chegava a locais como Nazaré e via uma cidade moderníssima e do lado a parte antiga do tempo de Jesus, todas elas eram assim, sempre o lado INTERNET, e o lado deserto de rípio, aliás me choquei com o deserto que não é formado de areia, que era assim que eu imaginava Jesus andando por ele.

Três foram os melhores momentos, quando fui a Cafarnaum, Jerusalém e Belém. Jerusalém é a consagração da viagem, é muito LOUCO aquelas muralhas gigantescas, portões gigantes, gente de TODO MUNDO, e vielas, becos sem fim, da a sensação que você não vai sair dali nunca, de tanta rua pequenina. Sem mapa ninguém anda lá não, até de GPS me perdi, mas algo estava errado… uma curiosidade, o Google MAPS não acha Belém de jeito nenhum, apelei para o WAZE, que detalhe é de ISRAEL, porém quando você cria a rota, aparece em VERMELHO, esse local é de RISCO, meu amigo me deu medo e não entendia porque, porém ao me dirigir pra lá entendi, não há sinalização de Jerusalém para Belém, e quando você chega em Belém o WAZE começa e manda sinais em vermelho dizendo que lá é uma zona de risco, para completar você começa a ver soldados armados até os dentes e com cara de poucos amigos, mas eu estava lá, lá onde meu Ídolo nascera, mas algo estava errado….

Continuei minha viagem programada pra dez dias, é obrigatório ir ao mar morto, lá você vê em todos lugares, beba muita água e não afunde a cabeça na água … fiz tudo ao contrário, sou teimoso, e confesso que me arrependi de ter afundado a cabeça, imaginem a ardência da água do mar vezes 100 nos olhos, mas fiquei por ali aguentando na raça pra não passar vergonha de ser teimoso. Uma coisa que também me chamou a atenção, eu estava sem agencia sem guia, loquei um carro criei meu roteiro e fiz tudo por mim, eu ia a locais e ficava por horas me deleitando com o espaço, sentindo emoções e via aqueles montes de pessoas com guias passando segundos, nos locais a quilômetros deles e eu tive a honra de ser visto dentro do palácio de Herodes, isso mesmo, os turistas guiados a uns 100 metros do palácio e eu lá com meu carrinho do lado e dando uns “Rolês” dentro do palácio. Uma curiosidade as agencias dizem que em dez dias em Israel você não conhece nada, eu resolvi tudo em quatro dias, essa é a vantagem de você ter um carro é escolher o que vai fazer.

Tel Aviv é sem graça, me senti em Copacabana, tudo infinitamente caro e você só vê a modernidade de Israel lá, existe Haifa a parte antiga, mas não se compara com as cidades menores, não era isso que eu procurava, eu estava lá pelo meu amigo Jesus. Eis que chega o grande dia a ida a Cafarnaum, algo me dizia que lá seria especial, e foi, é a menor cidade que se pode associar a Jesus, é uma gracinha e o mais legal esta na frente do mar da Galiléia. Quando sentei embaixo de umas árvores em formato de círculo e olhei pra casa de Pedro e o mar da Galiléia, veio o sentido da viagem, senti um calor no corpo e na alma, uma vontade de sorrir e chorar ao mesmo tempo e me senti abraçado pelo meu ídolo amigo e irmão Jesus, chorei meu povo feito menino !!! Era Jesus do jeito que eu sempre pensei, simples, pequenino, humilde como Cafarnaum, ali tinha valido a viagem e entendi o que estava “ERRADO” em Belém e em Jerusalém, os Judeus após a vida e morte de Jesus não queriam perpetuar a história dele, muito fora destruído, até a própria Jerusalém, na gruta da natividade você é tratado com truculência e não pode meditar no que seria o local do nascimento de Jesus, e quando se fica diante dele você tem certeza que não é lá, Jesus não era o comércio de souvenirs, não era a pompa das igrejas, Jesus era o homem que andava no deserto e que nada tinha além das vestes e da humildade.

Depois de Cafarnaum entendi o porque de tantas perguntas na imigração. Porém, em todo os lugares que você vá, é muito bem tratado pelos Judeus que são educadíssimos e falam muito bem inglês, só eu quem não. É maravilhoso ir a Israel mas fiquem bem longes da parte GLAMOUR TURISTICO , lá o meu amigo e Ídolo não está.

Hugo Vidal – Belo Urbano, é jornalista, ator e diretor há 29 anos, gosta muito de descobrir novas paisagens rodando com sua moto, aliás uma de suas paixões é o motociclimo. 

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INSÔNIA E ESTRELAS

É à noite que as horas se prolongam
E se esticam que nem garça para fazer caber os silêncios.
Nas noites insones adormeço meus vazios
E acomodo as minhas imensidões.
À noite, quando tempo não passa,
É que passeiam os receios,
As incertezas, devaneios,
O turbilhão de nós mesmos.
E enquanto tudo adormece,
O sono desobedece,
E os medos ensaiam danças.
Mas é também à noite, quando o dormir não chega,
Que sonhos brincam de esconde-esconde,
Que o escuro e a quietude fazem tranças.
Há uma beleza incerta no sono que foge,
Há uma calma escondida na pressa do sono em fuga.
O silêncio noturno que acorda os tormentos
É o mesmo que desperta lindas saudades
E flores de pensamentos.
É que noite acordada tem cheiro de lua,
E segredos de vaga-lume.
Esperar pela manhã é quase é um exercício de poesia.
Ah, não devemos temer as noites.
Não, não devemos temê-las.
Nas noites moram as insônias
mas também moram as estrelas…

Alda Nilma de Miranda – Bela Urbana, publicitária, autora da coleção infantil “Tem planta que virou bicho!” e mais 03 livros saindo do forno. Gosta de tudo que envolve tinta e papel: ler, desenhar e escrever, mas o que gosta mesmo é de inventar motivos para reunir gente querida. Afinal, tem coisa melhor que usar o tempo para estar com os amigos?

(poesia premiada – Prêmio Literário Acrisio de Camargo 2017- 2o lugar-categoria poesia)
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PASSO

Com um passo,

seu passo

passou meu passo.

Com o passo pra trás,

apertei o passo.

Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza.  Divide seu tempo entre as consultorias de comunicação e marketing e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa :).

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Sobre ser humana professora…

Tem dias em que o ‘dia’ na escola não é muito simples…

Não dá pra dizer que o dia é pesado porque dentro desse mesmo dia coexistem situações de ‘desespero’ e esperança… então é desnecessário rotular assim.

Estar entre as crianças é uma das coisas que mais fazem sentido pra mim. Com e apesar de todas as questões que enfrentamos. Com e por todos os momentos especiais que vivenciamos.

Muitas profissões são difíceis, complicadas, dolorosas, talvez seja aquela velha história do ônus e do bônus de todas as situações. Que fique claro que respeito e admiro todas elas.

Mas hoje, eu queria deixar mais claro ainda o quando eu admiro as minhas colegas professoras (‘os’ também, mas somos a maioria garotas!). O quanto eu admiro e o quanto estar lá também faz sentido por elas existirem, por estar lá também com elas. O quanto eu admiro a maneira como a gente pode olhar uma pra outra com respeito e compreensão… o quanto eu admiro a maneira como a gente pode perceber a dor, ou o desespero, ou a angústia, ou que seja um simples nó e de alguma maneira ‘tornar’ aquele nó também nosso.

Porque nesse momento, em que essa angústia é partilhada, de alguma forma a esperança se refaz, ainda que por vezes, nem se vislumbre solução. Nesse momento, em que a gente divide o que está pesado, de alguma forma talvez a gente se lembre dos outros momentos que fazem tanto sentido, dos outros momentos que sustentam o nosso fazer diário, a nossa crença diante de condições tão delicadas e muitas vezes desfavoráveis.

E aí que a gente talvez perceba a nossa humanidade da forma mais concreta, junto com toda limitação, mas também com toda a nossa força.

Michelle Felippe – Bela Urbana, professora por convicção e teimosa. Apaixonada por doces, cinema, poesia urbana e astrologia. Acredita que ainda vai aprender a levar a vida com a mesma leveza e impetuosidade das crianças.

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Cotidiano

Quem mais poderia ser

Que tais linhas há de tecer

Em meio ao conturbado dia

Que ainda presa pela harmonia

Que encanta a todos com alegria

E tenta de tudo rir e torcer

Que melhor possa ser o próximo amanhecer

Sem métrica

Sem estética

Só com a boa intenção

Uma rima, um sorriso

Um coração

Como uma oração

Como o saltimbanco e sua canção

Como um amador

No anseio de ser professor

Da arte de articular

Prosa para comunicar

Nada que o devaneio

Que o inútil anseio

Podia vir a passar

E tempo gastar

Sem mais esperar

A hora de se despedir

Ir para casa e enfim dormir

 

Sonhar, sonhar, sonhar

Ao amanhecer acordar

Tudo recomeçar

Criar, criar e recriar

A mesma rotina de enrolar

Até a hora chegar

De novamente se despedir

Ira para casa e enfim dormir

Crido Santos – Belo urbano, designer e professor. Acredita que o saber e o sorriso são como um mel mágico que se multiplica ao se dividir, que adoça os sentidos e a vida. Adora a liberdade, a amizade, a gentileza, as viagens, os sabores, a música e o novo. Autor do blog Os Piores Poemas do Mundo e co-autor do livro O Corrosivo Coletivo.

 

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Verso-re-verso, in-verso

Com você aprendi que nem sempre ficamos com quem amamos. (Por hora)

Que às vezes é preciso abrir mão do que você quer pra que as coisas voltem a fluir. (Mesmo que seu coração grite)

Que existe um outro alguém que pensa diferente de você. (É preciso ter empatia)

Que as pessoas passam por processos necessários. (Pela dor ou por amor)

Que é preciso ter paciência e ignorar a todos que sopram no seu ouvido. (Cada um com sua ferida)

Que o amor é lindo mas também pode ser cruel. (Não é uma simples dor de cotovelo)

Que não existe amor maior que deixar ir porque se for amor um dia ele volta. (O universo conspira)

E se ele voltar…tudo não passará de mais um amor. (Mas sempre será único)

Cris Saad – Bela Urbana, professora universitária, publicitária, fã do vento, da lua e do acaso. Apaixonada por música e dança, enfim apaixonada pela liberdade, pela loucura do movimento e o gozo do encontro.

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Conselhos da Madame Zoraide – 7

Olá consulentes.

Existe aquele velho ditado popular que diz: “quem tem pressa come crú”.

Porém, quem tem pressa COME, mesmo que seja crú.

Entendeu?

Até a pressa, ops, a próxima consulentes.

PS.: É a pressa… 😉

Madame Zoraide – Bela Urbana, nascida no início da década de 80, vinda de Vênus. Começou  atendendo pelo telefone, atingiu o sucesso absoluto, mas foi reprimida por forças maiores, tempos depois começou a fazer mapas astrais e estudar signos e numerologias, sempre soube tudo do presente, do passado, do futuro e dos cantos de qualquer lugar. É irônica, é sabida e é loira. Seu slogan é ” Madame Zoraide sabe tudo”. Tem um canal no Youtube: Madame Zoraide dicas e conselhos www.youtube.com/channel/UCxrDqIToNwKB_eHRMrJLN-Q.  Também atende pela sua página no facebook @madamezoraide. Se é um personagem? Só a criadora sabe 😉

 

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Relacionamentos voláteis

Vivemos a era dos relacionamentos voláteis. Aqueles que “evaporam” ao menor sinal de cansaço, chateações ou dos velhos problemas do cotidiano que afetam a todos nós. Afinal, o “mercado” está tão fácil que é muito mais simples largar o “avatar (vulgo parceiro(a))” atual e procurar um novo que preencha perfeitamente nosso formulário interno dos “requisitos” perfeitos para termos a famosa “harmonia”.

Só que essa perfeição mágica (e ilusória) esperada em relacionamentos não faz parte de um mundo cada vez mais contaminado por egos, egoísmos e, de novo, volatilidade sem limites.

Como crianças, trocamos de “brinquedo” sempre que enjoamos do antigo. Iniciamos (ou pensamos que) um novo ciclo, sem rumo, sem direção. O resultado degenerativo de tudo isso se mostra no “vazio” que vemos em nossos meios sociais onde o jogo da conquista pelo próximo “avatar” é muito mais prazeroso do que manter a “antiguidade” que já temos em nossas vidas.

Hoje o certo (e visto com bom olhos) é desistir e não consertar como era na época dos nossos pais. Trocar é fácil, ficar é ridículo. Isso é cool! E, dessa forma, com cabeças (e mentes) superficiais nos vangloriamos de termos novos “avatares” aos quilos espalhados por nossas vidas. Agora estamos chafundando no próprio lodo que criamos em uma sociedade massacrada, estressada e depressiva.

Um viva a modernidade que nada resolveu e que nada criou de concreto.Ainda somos marionetes controladas por nossas vontades voláteis e ilusórias. Uma hora iremos acordar, só que o tempo… (como dizia Cazuza), “ o tempo não para…”

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Luis Fernando – Belo Urbano, jornalista que trabalha com projetos digitais desde 2000. estudante iniciante de budismo tibetano há quatro anos, o que ampliou seu olhar sobre a vida e seus desdobramentos 

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Não deixe alguém ferir duas vezes seu coração

“Não deixe alguém ferir duas vezes seu coração”.
Deixe sim
Duas
Três
Quantas vezes forem necessárias
Pois, o carma é de quem fere
A paz é de quem suporta
E quem suporta
Se torna forte
E faz do seu coração
Uma oração
Que acalenta a alma
E diz que amou
Até onde o coração suportou
E perceberá
Que, de tão forte que ele se tornou
Ele novamente se apaixonará
Por outro coração
Tão forte como ele
E, então
Entenderá
Que o sofrimento
Era, de fato
Aprendizagem

Jorge Luis de Souza – Belo Urbano, artista plástico, pedagogo e empresário. Como todo bom leonino é muito dedicado a tudo que faz. Não resiste a um chocolate. Ama escrever e ama sua família.

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O MELHOR ÂNGULO

A frase mais ouvida de uma mulher diante do meu olhar de observadora e pronta para captar  as suas inúmeras máscaras, suspeitas ou não, é quase sempre: Qual seria o seu melhor ângulo?

Antes do grande dia tão esperado e que eu mesma, sendo do mesmo gênero, não me dou conta o quanto esse momento comigo pode ser tão transformador e significativo.

Antes do encontro, pergunto se elas tem algum vestido, se querem um cabelo diferente, um batom mais chamativo ou mais discreto. Ouço tantas respostas sem muita certeza de ser o que elas são realmente.

Uma já me disse: nossa, percebi que minhas roupas são neutras e quase todas pretas. Minhas lingeries são todas beges. Uma outra mulher: será que eu vou me soltar? Estou com medo. Acho que não sou bonita. Não tenho um bom ângulo. Não tenho um sorriso bonito. Minhas gorduras vão aparecer. Por favor, não esquece do photoshop para tirar as minhas marcas de expressão.

Meninas, mulheres, se vocês soubessem como vocês crescem interiormente, se conhecem sem querer e ficam tão lindas e tão especiais do jeito que bem entenderem na sua maior liberdade diante dos meus olhos e da minhas lentes.

Se vocês mulheres tivessem a consciência do seu poder feminino, entenderiam que não sou só eu que me rendo em cada olhar, cada gesto, de cada uma de vocês.

Macarena Lobos –  formada em comunicação social, fotógrafa há 20 anos, já clicou muitos globais, assim como grandes eventos, trabalhos publicitários e muitas coberturas jornalísticas. De natureza apaixonada e vibrante, se arrisca e segue em frete. Uma grande paixão é sua filha.