Os últimos acontecimentos na política nacional e na minha própria vida me levara a uma reflexão, que não me gerou conclusões (não aquelas as quais ansiamos), mas me suscitou dúvidas pertinentes. Despertou máximas que estavam arraigadas em mim e que por um motivo qualquer (ou medo ou comodismo) eu sequer costumada a pronunciá-las, seja em voz alta ou mentalmente.
Eu me nego a acreditar que num país com tantos corruptos (em todas as esferas da sociedade e não só na política), a corrupção seja a única saída ou escolha;
Eu me nego a acreditar que as desilusões com as pessoas, em todos os níveis de relacionamento, são argumentos para se desistir de tentar e confiar;
Eu me nego a acordar todos os dias para viver uma rotina besta de trabalho ou vida só para me financiar, como muitos querem me fazer crer que é preciso;
Eu me nego a ler as notícias no jornal, os estereótipos na mídia e achar que o mundo é tão só e simplesmente isso;
Eu me nego a viver pensando que em quanto mulher só tenho dois caminhos me ensinados na infância: ou ser a princesa de contos de fadas, esperando o príncipe e o “felizes para sempre”, ou ser a profissional bem sucedida e emocionalmente frustrada;
Eu me nego a colocar o sapato de cristal, esquecer o sapo, servir ao outro, a não cantar em voz alta a música que estiver na minha cabeça (seja eu desafinada ou não), a não dormir o quanto o meu corpo pede, a não chorar por vergonha, a ter que ser forte porque assim alguém espera que eu seja.
Ando me negando tanta coisa, que já nem tenho mais certeza real do que ando me permitindo. Mas, saber o que não quero já é um bom começo para se chegar ao que anseio, mesmo que isso esteja meio nebuloso no momento, assim como a política e a vida… Por enquanto, a certeza máxima é seguir tendo fé no ser humano (no outro e em mim) por mais que o mundo, as pessoas e as situações nos desencoragem!
Marina Prado – Bela Urbana, recém chegada ao time. Jornalista por formação, inquieta por natureza. 30 e poucos anos de risada e drama, como boa gemiana. Sobre ela só uma certeza: ou frio ou quente. Nunca morno!