Amar é tão doce que deveria ser o açúcar,
o quase pedaço de dedo entre as sobremesas. Um olhar
que não se deita sem demorar no arranhar as costas.
Vira promessa quando não promete nada. E te acompanha.
O nu no ranger dos seios ao menor sinal de boca.
Eu que te amei tão vagabunda, tão sutil e tão louca
que bebia o mel das próprias roupas, das que são expostas.
Amar é como não precisar do ar e nele se recompor afogado.
Ligeira faca de palavras. Um céu limpo e o teu olhar.
Que olhar…que tanto gesto e vontade do meu sexo, você dizia
aos todos cantos de qualquer sala, até escura.
E te amei amando, te amei morrendo dentro e tanto e tanto
que pude comer os peitos, de roupas, de camas, de rua.
Amar…que droga é essa? No instante em que me jurou ficar
eu soube que te perderia.