Você sabia que uma em cada quatro mulheres brasileiras não têm acesso garantido a absorventes? Sabia que uma em cada cinco mulheres não dispõe de R$ 15,00 para cuidar da higiene pessoal no ciclo menstrual? E ainda, que alunas vulneráveis de escolas públicas se ausentam 45 dias no ano, em função da ausência de absorvente?
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 1 entre 10 meninas no mundo sofrem com o impacto da pobreza menstrual na vida escolar.
Fornecer absorventes íntimos é garantir a dignidade de todas as mulheres, para que elas não faltem ao serviço, de suas atividades e no caso das alunas, não faltem da escola, local este, possível para que se amplie as oportunidades de desenvolvimento pessoal, profissional e econômico.
Vale dizer que em muitos países essa questão já é um direito garantido pelo governo.
A Escócia foi o primeiro país do mundo a oferecer produtos menstruais gratuitos de forma universal. Nos EUA, vários Estados aprovaram leis que obrigam o fornecimento desses produtos de forma gratuita nas escolas.
Em Campinas, a equipe da Escola Estadual Tenista Maria Esther Andion Bueno, localizada no Jardim Rossin Região do Campo Grande, por meio do Programa de Dignidade Íntima do Governo do Estado de São Paulo, propôs uma reflexão em como garantir o direito aos absorventes e ao mesmo tempo, fazê-lo de uma forma que fosse respeitosa com as alunas?
Pensando nisso, eles deram início a um projeto, que possibilitou pensar na acessibilidade ao absorvente de forma autônoma das alunas, iniciaram um processo de diálogo formativo com os alunos do grêmio estudantil e com os professores da escola e propuseram a comunicação desta ação à toda comunidade escolar.
Em relação a acessibilidade ao absorvente de forma autônoma com as alunas, com a ajuda voluntária do engenheiro Diego Aparecido Paixão da Silva, eles desenvolveram uma máquina que será instalada no banheiro femino para que as alunas possam retirar o absorvente quando necessitarem e de forma privada. A ideia não é apenas garantir a entrega dos absorventes, mas cuidar da aluna de forma integral, respeitando sua privacidade e protegendo-a de situações de exposição em função de sua saúde íntima.
Quanto ao processo de diálogo, ele é contínuo, reflexivo, formativo e a cada nova ação/questão, novos desafios e novas perguntas são levantadas na escola que busca internamente e em parceria com a rede de proteção encontrar caminhos possíveis de superação. Um exemplo disso é o diálogo que a escola promoverá com a ginecologista do Posto de Saúde da região para orientar a equipe escolar.
Por fim, a comunicação desta ação, ficou sob responsabilidade dos alunos, com supervisão dos profissionais da escola, que estão elaborando o jornal que será entregue a todos seus alunos e seus familiares.
E assim, se confirma o ideal de uma escola que propicia o agir e refletir sobre o mundo a fim de modificá-lo para seja mais justo!
O meu agradecimento ao diretor da escola Arnaldo Valentim Silva que compartilhou essa experiência na expectativa que esta ação seja ampliada e possa atender continuamente as alunas das escolas públicas.
Se você tiver interesse em apoiar, conhecer mais sobre essa ideia, é só entrar em contato!
Dados adicionais: Na semana do dia 11/10/2021 será instalada a máquina na escola!
Diretor da escola – Arnaldo Valentim Silva – arnaldovalentimsilva@gmail.com