Contribuindo na exploração do tema Envelhecer, acabei de completar 60 anos e me dei conta que “os anos passaram”, mais cronologicamente do que fisicamente. Digo isso porque após a tal aposentadoria, puxamos o freio e vamos fazer o que realmente nos faz feliz, que no meu caso: cuidar da saúde como um todo, que também inclui cozinhar.
O cuidado com a saúde envolve aspectos físicos como a própria atividade física e alimentação, como também aspectos emocionais. Temos tempo agora, depois de filhos criados e encaminhados, de voltar o olhar para nós e perceber que somos e podemos ser falíveis.
Me dei uma viagem de 60 anos e percebi que já tinha algumas limitações / cuidados, comparados a viagem de 5 anos atrás: carregar a mala, o peso da mochila, a organização da documentação, a exploração dos locais em um único dia, a preocupação com alimentação melhor, a necessidade de hotéis e não hostels…
E comparado a minha mãe de 87 anos, que julgamos gozar de boa saúde, percebemos que “as falhas” estão chegando de mansinho e esse “mansinho” impede que ela as perceba. O discurso agora é com o cuidado de fazê-la entender que “é normal”: Que os esquecimentos e confusões virão, que o joelho /quadril vai doer, que as extremidades vão formigar, que a fome não vai aparecer em algumas refeições, que a solidão vai bater…enfim, que a “máquina” está dando sinais de “prazo de validade”. Não é questão de esperar a morte, é saber e entender que ela é a coroação do percurso, é questão de entender com gratidão, a “missão cumprida”.
Aproveito todas as situações e digo aos que estão comigo: nessas situações, me ajudem a ser leve, me falem sobre o processo que está acontecendo comigo “até que eu entenda”, aceite, corrija, enfim…fique em paz com a realidade.
Aceitar o envelhecer é sinal de gratidão! Sinal de uma vida bem (ou nem tanto) vivida, mas com o privilégio de passar pelas etapas, pelas gerações… Sejamos leves e amemos sem acepção, sem julgamento. Simplesmente amemos e sejamos gratos por cada amanhecer!