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SER mãe e TER mãe!

Eu tenho 51 e sou mãe de dois filhos e ambos na faculdade. Até ai…. só quem é mãe sabe o que
já passamos… mas, o que importa é que agora resolvi olhar pra trás e pra frente: (Ah, importante dizer que estas conclusões ou “momentos” de lucidez, são graças à terapia).

PARA TRÁS (Eu como mãe até hoje):
Foi me pedido durante o processo da terapia que eu escrevesse o que é ser mãe pra mim.
Muito animada, lá fui eu colocando tudo o que eu achava…
Ser cuidadosa, estar disponível, gostar de cozinhar, contar histórias, cuidar da saúde dos filhos, estar presente constantemente, ser carinhosa, amorosa, meiga, gentil, doce, ter paciência,passear com os filhos, ensinar a rezar, a ser ético…nossa, coloquei tanta coisa e quando eu fui ler…arregalei os olhos e achei que era o perfil de algo que nem existia…um super herói? E ainda coloquei DUAS VEZES saber cozinhar! Fechei os olhos e tornei a ler… bom, foi o suficiente para eu repensar…

PARA FRENTE (eu como filha, olhando para minha mãe):
Antes de começar, as lágrimas já estão descendo pelo meu rosto…
Hoje, ela está com 84 anos. O Alzheimer começa a dar seus primeiros sinais mais fortes. Troca de remédios, esquecimentos de documentos, tombos, repetições nas histórias, desorientação…
Mas, que mãe ela foi? O que aprendi com ela? Se ela se for?
Um dia a Monja Cohen disse em uma palestra. Sua mãe NUNCA MORRE. Todos ficaram curiosos e foi ai que ela explicou. Vou explicar como se fosse comigo para facilitar.
Se eu vejo alguém atravessando a rua, é como se eu ouvisse minha mãe dizendo pra ajudar… aí eu vou!
Se estou fazendo comida e bato com a colher na beirada da panela, eu a ouço dizer… cuidado, vai amassar!
Se tenho preguiça de rezar, ouço ela me dizendo… preguiça para ir a uma festa você não tem!
E por ai vai…

Bom, não sejamos perfeitas, cuidemos de nós e saibamos que nunca morreremos para nossos filhos!
Feliz dia das mães!

Roberta Corsi – Bela Urbana, coordenadora do Movimento Gentileza Sim que tem como objetivo “unir pessoas que acreditam na gentileza” e incansavelmente positiva, para conhecer o movimento acesse https://www.facebook.com/movimentogentilezasim 
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Fizemos um acordo

Brasil
Terça Feira 3 de Maio de 2022.

Hoje foi mais uma terça daquelas que meu pequeno tenta me convencer de que está com febre, fome, sono e outras mil histórias que conhecemos bem para não ir à escola. A manipulação vem e o corte certeiro volta.

Hoje foi mais uma terça mas com um toque diferente, meu filho estava choroso e querendo abraços. Me disse que não ia conseguir ficar longe, pois teve um pesadelo e me pediu “Mamãe por favor não morra!”. Como ouvir algo assim sem tremer toda minha musculatura? O que eu poderia dizer? Não poderia prometer mas o coração de mãe não se engana, e disso eu sabia.

Fizemos um acordo, “meu amor você está em meu coração e eu preciso estar sempre no seu coração também, quando não pudermos nos ver por seja por dias ou por uma eternidade você vai sentir a brisa do vento em sua face e lá serei eu à te tocar, quando olhar para os dias ensolarados serão os dias que eu mais te amarei e quando forem os dias de chuva, saiba que ali é meu amor transbordando de todo meu coração e nunca mais estaremos longe um do outro”.

Ele me abraçou, chorou e eu perguntei porque estava escorrendo aquelas lágrimas no seu rostinho, ele me olhou e disse “meu amor está transbordando neste momento mamãe, vou para escola porque sei que vai estar comigo sempre que eu ver o sol, a chuva ou o vento”.

A maternidade é isso, não dá pra explicar. Você só saberá sentir.

Quero dedicar este texto a meu filho, o meu grande companheiro e amor da minha vida.

Bebessauro

Gi Gonçalves – Bela Urbana, mãe, mulher e profissional. Acredita na igualdade social e luta por um mundo onde as mulheres conheçam o seu próprio valor. 

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A busca

Busco ser compreensivo, entender o inexplicável, sorrir do meu choro, aceitar o inaceitável;
Busco ser tranquilo no meio da gritaria, calar a agressividade, falar auto com euforia, nos cantos da cidade;
Busco ser amante das artes, sorrir para belas esculturas, fazer cara de paisagem.
Busco ser colecionador de verdades que nunca poderão ser provadas, certezas incertas sonhadas na alvorada;

Há sim, eu busco não ser o homem, que não entende nada, que não lê nada, que não ouve nada;
Busco ser a bússola mesmo sem saber o caminho, a resposta para perguntas que não sei interpretar, a calma para quem deseja amar;
Busco ser senso, bom senso, incenso, nervoso, poluído e denso, temperado, insosso, sonolento, sóbrio, embriagado, pulguento;
Busco ser rotina sem limitação, controle de expressão, ontologia, serenidade vazia, muitas vezes solidão;

Busco ser o sorriso de quem chorou, o abraço de quem partiu, a tristeza de quem ficou;
Dentro ou fora eu busco me encontrar, me entender, me interpretar, busco saber para depois falar;
Mas agora eu busco não chorar, ser forte, aceitar, busco compreender que eu não consigo mudar;
Estou buscando existir, ser, permanecer e depois tranquilamente desaparecer.

André Araújo – Belo Urbano. Homem em construção. Romântico por natureza e apaixonado por Belas Urbanas. Formado em Sistemas, mas que tem a poesia no coração e com um sorriso de menino. Sempre irá encher os olhos de água ao ver uma Bela Mulher sorrindo

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Quer saber?

Para saber o que é paciência: Construa uma casa.
Para saber o que é amor incondicional: Tenha filhos.
Para saber sobre o tempo: Observe o seu envelhecimento.
Para um casamento duradouro: Potencialize sua aceitação e seu altruísmo.
Para resolver todos os problemas: O dia seguinte.
Para saber o que é dor e angústia? Basta perder quem amamos.
Para perdoar de verdade: Só ficando sem memória.
E se você quer sentir que é verdadeiramente amado e lindo? Conviva com as crianças.
Para não ter medo de nada: Sugiro a fé.
Para saber o que é saudade: ́Vislumbre a longa estrada que te separa dos seus amores.
Para alcançar a alegria: Curta o sonho que antecede a conquista porque na verdade é tudo uma ilusão passageira.

Viver é seguir um caminho sem volta a espreita do que virá e sabendo que misteriosamente haverá um fim.

Vera Lígia Bellinazzi Peres – Bela Urbana, casada, mãe da Bruna e do Matheus e avó do Léo, pedagoga, professora aposentada pela Prefeitura Municipal de Campinas, atualmente diretora da creche:  Centro Educacional e de Assistência Social, ” Coração de Maria “
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Tentáculos de concreto

Oferenda em forma de pensamentos e sussurros, altas magnitudes aderindo meu silêncio transformado em tentáculos que falam de saudades incrustadas.

Prata mais próxima da rua, prata que invade a casa, que abraça, enquanto entre o cinza dos concretos da cidade sigo minha sina à deriva.

As cidades são tudo isso, um amontoamento de pontos nos quais somos jogados como estrangeiros em nossas próprias vidas.

Nossa prataria é lata vulgar, por mais que tentemos mudar nos inserimos nesse preto e branco da cidade.

Cristina Bonetti – Bela urbana, piracaiense, amante da literatura e de música clássica desde a infância. Filha e neta de escultores. Fã de Manoel Bandeira, Fernando Pessoa, Paulo Coelho e Pablo Neruda. Poetisa, artista plástica e publicitária. Co-autor: Paulo Monteiro

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A CASA DOS HOMENS

Em uma reflexão muito rápida sobre os três finalistas do programa de TV que se encerra proximamente, não poderia ficar calado. Esta reflexão veio carregada dos estudos que já realizo há muitos anos. A presença de homens sempre esteve em destaque em vários espaços sociais. Na cozinha é o “chefe”. No serviço de restaurante é o “maitre”. Nos serviços de hospedaria, a autoridade geralmente é um “concierge” e assim em diversos segmentos. Na moda é o “estilista”. Não é de se espantar que a eliminação dos participantes indica o grau de gradualmente preconceito enraizado na sociedade brasileira. Sabemos quem está na frente da maioria das casas brasileiras.

A casa vazia de sentimentos, de coração e de emoções.

Coberta de estratégias, de ciladas e de pseudo razões.

Encobre as desigualdades e as diferenças de oportunidades.

Vibram os ganhadores honestos e certos de suas verdades.

A pseudo natureza superior dos homens, estampada no programa de grande audiência, remete à dominação masculina como o modelo de honestidade, de irmandade entre os homens, ao sexismo porque fizeram um pacto, uma aliança vingativa e eletiva e às fronteiras rígidas de um machismo velado, que por ser velado é cruel trançando os intransponíveis limites entre os gêneros masculino e feminino.

Triste é a casa sem voz.

Espelho da mesma farsa.

Onde o domínio é sempre feroz.

Lugar da mentira comparsa.

Quando o reinado do machismo encerrar, iremos olhar para trás e sentir vergonha porque por milhares de anos sustentamos uma sociedade assim. Dividida. Isolada. Apartada entre masculino e feminino. Porque esta sociedade tem medo de se integrar. Feminino e masculino na pessoa humana. Isso gera tanta violência. Gera conflitos em vez de paz. A violência contra a mulher precisa acabar. Homens precisam parar de ter medo do feminino. Podem aprender mais a solucionar seus conflitos com a diferença. Homens que estão começando a perder a cabeça pelo fim do relacionamento, por uma traição, por uma guarda de filho não alcançada, por um patrimônio dividido, podem virar a chave e mudar a sua própria história.

Que as novas moradas

possam ostentar novas fotos coladas.

Cantos de abril.

Sergio Barbosa – Belo Urbano. Professor de Filosofia. Co fundador da Campanha Laco Branco. Gestor de projetos voltados para homens autores de violência contra a mulher. Pai de três pessoas maravilhosas. Adora plantas e verde.
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Vida de escritor

Ela queria escrever. Seu pai não queria.

Optou por si.

Taí, já de cara, o primeiro motivo: ser-se. Manifestar-se. Vomitar a vontade e saborear a cor que se produz.

Quero então, e escrevo primeiramente sobre o desejo, que é esse o verdadeiro motor da escrita: o tesão que faz a gente sair do banheiro direto para o cadeira, ainda pelada, abrir a tampa do computador com pressa e logo despejar a primeira frase: “Ela queria escrever; seu pai não queria.” Foda-se, que a idéia desse começo, a propósito, saiu mesmo de lá, enquanto a água caía sobre meus ombros e o devaneio flutuava em neblinas; em gotas que escorriam pelo vidro do box fazendo loucos caminhos orgânicos, uma trilha para especulações abstratas, mente de artista; pois o escritor é, desse tipo. Gente diferente do pai da gente: advogada, médico, dentista, engenheira e ponto final. É desse tipo de gente que o artista foge, a propósito; tem que fugir.

A regra, o quadrado, o exato; o cálculo, o esquadro, aquela coisa que fazia círculos perfeitos, bolhas que não estouram, eu sou o lápis. Sim, artistas são lápis com olhos coloridos; rabiscamos na neve os mais absurdos arcos-íris e encontramos ouro. Brilha diferente, esse nosso. Então quando esse lápis fura a bolha, de dentro para fora, é um arco iris dourado que cintila nos poros.
É isso o que procuramos. É por isso que ela escrevia, a filha: encontrar diamantes.

‘Mas que diamantes são esses?’ perguntava o pai.

‘Tem que procurar fundo, velho’, respondia a garota e imediatamente e se metia-cavucando no meio das páginas, virando uma após a outra, ora com vidrada lentidão, ora voraz como quem esmiuça um palheiro na busca da agulha, e acha. E acha muitas, pois o artista encontra. Encontra no meio da rua palavras para expressar o cosmo; no metrô o ritmo para expressar a velocidade do maratonista, no balé a ironia para expressar o desconforto da amante apaixonada, e assim por muitos quartos, daqueles tipo Usher.

A gente enxerga torto, desviado, distorcido, adulterado. Pela tinta, pela letra, pelo som ou pelo rosto, o nariz do palhaço te escancara um sorrisão; você tava triste lembra?

Transformação, é por isso que eu escrevo. Transformo rostos. Crio narizes, arranco dentes e faço chorar. Sou um
mutante azul e espinhoso; noutro planeta passo a voar e em seguida limpo o chão com pés de cinderela.

A imagem vem e deixo fluir, sabe.

Mas o pai não fluía. A linguagem de um era além do alcance do outro; e assim nascia o conflito de mais uma história, um conto cuja professora lá daquelas distantes ‘vidas’ nos instigara a escrever.

Por que eu escrevo? me pergunto novamente? Por tudo isso, talvez por muito mais; ou até menos, dependendo da hora, do momento, da liberdade de fazer, do parir sem perceber.

Sim, parir sem perceber.

É isso que faço quando sinto, e não paro.

Eurico Palazzo: Belo urbano, trabalha com com Literatura: desenvolvimento humano a partir dela. É também escritor, de Crônicas, Contos, onde o profissional e o pessoal se amalgamam.

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Equilíbrio desequilibrado

Sentia enjoos.

Vivia enjoada, na estrada, na curva, no carro, no balanço, na rede…

Sempre foi assim, mas, mas, mas…

As vezes repetia as frases porque o enjoo batia no seu cérebro

e as palavras rodavam na sua boca

Aprendeu o equilíbrio fora do eixo.

Um equilíbrio desequilibrado,

fora da linha reta.

mas, mas, mas, vivia enjoada.

Torta, bamba,

com um nó na garganta

no labirinto

com medo de encontrar o Minotauro

ou talvez

medo maior

de descobrir

que o Minotauro era ela

Adriana Chebabi  – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza.  Divide seu tempo entre seu trabalho de comunicação e mkt e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa.

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O mar

Todas as vezes que visito praia, entro no mar para me despedir e agradecer com muita emoção a dádiva de ter estado ali e vivido aqueles momentos, se eu passar um mês na praia eu faço esse ritual todos os dias ao ir embora, tenho medo de acontecer alguma coisa e eu ter deixado de agradecer e mais importante: de me despedir.
Quando eu morrer quero ser cremada e que joguem minhas cinzas no mar.

Eu me sinto em um paraíso quando tenho contato com o mar, qualquer tipo de incômodo que eu tenha eu trato de resolver rapidamente, a coceira que me dá o contato com a areia eu resolvo levando água da torneira em uma garrafa PET, quando vou a uma praia que tem chuveiro ou torneira eu adoro, me lavo e já estou pronta para passar mais algumas horas de felicidade olhando o mar, brincando na água com minhas filhas, tomando uma cerveja, deitada na areia, olhando o horizonte, cochilando ouvindo o barulho do mar, tirando fotos, catando conchinhas com a Luisa, sentindo aquela brisa gostosa, apreciando o nascer ou o pôr do sol, fazer uma caminhada em alguma trilha, inventando mil praias para visitar com meu marido,  visitar as pedras, conversar com as pessoas ao redor, aquelas conversas de férias, leves e divertidas, comer em um restaurante em frente ao mar, puro deleite, o estado supremo do prazer terreno para mim é estar no mar, vivenciá-lo em riqueza de detalhes.

Quando ficar mais velha quero morar perto do mar ou ao menos passar alguns meses perto dele.
Tenho um pensamento recorrente: será que eu amo o mar assim apenas porque não vou frequentemente? Será que se eu morasse em uma cidade de praia eu iria com frequência a praia? Será que perderia esse meu amor e entusiasmo pelo mar? Talvez algum dia eu tenha respostas para minhas perguntas, no momento, eu como uma romântica que gosta de dizer que não é romântica, fico no conforto e no encanto de suspirar pela próxima vez que vou pisar na areia e me encontrar com meu amado mar.

Eliane Ibrahim – Bela Urbana, administradora, professora de Inglês, mãe de duas, esposa, feminista, ama cozinhar, ler, viajar e conversar longamente e profundamente sobre a vida com os amigos do peito, apaixonada pela “Disciplina Positiva” na educação das crianças, praticante e entusiasta da Comunicação não-violenta (CNV) e do perdão.

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Sacolejar d’alma

Desperto do sonho

Mantenho as sombras

Qualifico o drama

Arrebento a cama

Alimento d’alma

Resoluta chama

Santo imbróglio

Dantes fluentes

Jeito indecente

Sombras cabais

Desvios astrais

Vampiros calientes

Postos apostas

Intensos reais

Assombrações temporais

Figuras as conduzem

Para mentes e

Corpos orgânicos

Medos tão reais

Vultos esfomeados canibais

Suspiros revelam eunucos

Acorda em cio os temporais

Assombrações lúdicas

Esferas animais!

(e não é loucura da joaninha)

Joana D’arc de Paula – Bela Urbana, educadora infantil aposentada depois de 42 anos seguidos em uma mesma escola, não consegue aposenta-se da do calor e a da textura do observar a natureza arredor. Neste vai e vem de melodias entre pautas e simetrias, seu único interesse é tocar com seus toques grafitados pela emoção.