Posted on Leave a comment

Luz de Abril

Sei que é estranho depois de tanto tempo ainda ficar pensando;
Você marcou demais a minha vida, tinha uma forma polida de mexer as mãos e de sorrir;
Tinha uma inteligência natural sobre tudo, sobre o Universo e sobre as pessoas;
Muitas vezes me perguntei como poderia, como era tão inteligente;

Mesmo não sendo seu filho, muitas vezes me senti conectado com o tom da sua voz, que ainda escuto;
Tom que por muitas vezes me disse “Seu Caminho não é aqui Dé” e eu olhava com profunda admiração para você;
O cigarro garrado na mão e posições claras sobre o que pensava e o que queria;
Sabia muito bem se colocar no seu lugar e colocar quem quer que fosse também no seu lugar;

Já tem tempo que você partiu, partiu para outro lugar, partiu porque sua missão acabou, partiu porque tinha que partir;
Mas mesmo com tanto tempo, guardo de você muitas resposta e confesso, ainda meu pego perguntando e ouvindo no mesmo tom de você;
A luz de Abril, o sorriso que se partiu, as lembranças que deixou, os sonhos que me ajudou a construir;
Tudo isso ficou aqui, então Luz de Abril, você também ficou, meu coração, ainda de menino, agradece o colo quente que me deu.

Um enorme beijo no seu coração.

André Araújo – Belo Urbano. Homem em construção. Romântico por natureza e apaixonado por Belas Urbanas. Formado em Sistemas, mas que tem a poesia no coração e com um sorriso de menino. Sempre irá encher os olhos de água ao ver uma Bela Mulher sorrindo
Posted on Leave a comment

Nunca sei onde tudo começa…

As vezes parto dos jardins de Rosa, minha bisavó de vó e mãe, e de um amor que a gente hoje teima em ver apenas em livro bom… Ela, em sua forçosa pena de freira, cumpria a tradição sem vocação, vendo o mundo revezar da janela do convento. Mas era feita de flor e força, e reagiu no dia em que lhe brotou o amor, quando o velho jardineiro de sempre deu ao sobrinho, jardineiro de nunca, a missão de “educar” os jardins… E através da moldura de pedra, a Rosa viva e o jovem jardineiro substituto viram nascer o amor à primeira vista, e vencer a deserdação, as incertezas e o próprio tempo. Vó Delfina nasceu dessa luta… Gosto muito dessa parte do caminho que chega até aqui… Orgulho-me dessa coragem, sorrindo ao imaginar que um pouco dela ainda corre, quase nada diluída, nas minhas veias de admiração pela minha avó e por minha mãe.

As vezes tropeço na fila de pretendentes de meu bisavô de vô e mãe, no tempo em que se ia aos tabloides do Porto atrás de nova chance de matrimônio. Mas que tipo de amor pode nascer daí? – você se pergunta… O mais puro de toda a minha certeza. Na fileira de candidatas a bisavó, minha futura avó Delfina, única e ímpar, tentava a sorte. Muitas vidas a levaram até ali, algumas que os segredos já não contam mais, mas que muitos fados saberiam cantar em sua própria voz (e como eu gostaria de ouvir!). Esperava sua vez… Na outra ponta do acaso, um dos filhos de meu bisavô Cardoso resolveu ser mais. Pugilista desconstruído à mágoas, basquetebolista de rala-coco, nadador d’ouro e ourives de prata, jamais soube que era a minha pessoa favorita nesse mundo, mas encontrou ali, naquela fila de mãe postiça, a dona de seu coração e do que mais pudesse querer. Seu Cardoso, como o tempo tratou de cunhar, foi de Dona Delfina até o fim. E eu sempre acho esse um começo muito lindo de compartilhar. Portugal ficou no mar quando veio o Brasil, e o amor absolvido deu alguns filhos incontestáveis. E há, ainda, nessas vírgulas de conto de fadas, um bocado de começos e amores viscerais…

As vezes entro um pouco mais à frente no tempo, quando “o sol” ainda era rua e mãe do último, primeiro e eterno Milheiro brasileiro. Reza a lenda que ela, “o sol” da rua do sol, irmã de meu avô de mãe, e mãe de meu Dindinho-vô, era a personificação da beleza. E entra aqui, nesse outro começo, como primeira musa do meu belo Dindinho, sopro de amor em seu lar de tantas privações. Cresceu (ele) fugindo da fome nas macieiras dos vizinhos, onde também se escondia da falta de amor de seu pai. Aprendeu a machucar, mas o que soube mesmo fazer, desse esconderijo em diante, foi ensinar o valor da luta e do cuidar. A falta de comida e de amor o levou a ter sempre maçãs em casa, e a amar demais… E como amou!.. A segunda musa, essa proibida, já apareceu em outro começo.. Em outra de suas escapadas do pai, encontrou no lar de seu tio (meu avô Cardoso, irmão de sua mãe), refúgio, sem imaginar que acharia mais do que procurava. A terceira paixão da família irrompe aí.. Avassaladora, instintiva, recíproca, desenfreada, incontrolável, corroendo limites, diluindo diferenças de idade, e acontecendo à flor da pele em outros novos esconderijos. Uma Tia, que é também minha avó Delfina, e seu sobrinho, meu Dindinho também, impulsionados a amantes de uma forma que eu jamais conseguiria julgar. Nem preciso. Primeiro nos segredos de Portugal.. E depois, ante a saudade de alguns poucos anos de afastados, veio ao Brasil ter com seus tios, o sobrinho que era mais.. Minha mãe nasce por aí, nesses tempos de glória e mais luta, para ser mais uma de suas musas descendentes, e meus tios, poucos anos depois, completam o ninho. No mesmo lar uma mãe, dois pais, dois tios, filhos, primos e irmãos, e um segredo que jamais poderia superar o amor. Não superou.

As vezes acabo começando pelo fim, que é também começo, quando eu já estava aqui de prova, de feto e de fato, de afeto e artefato, neto de meus avós de mãe, e crescendo nessa deliciosa família sem par. E eu fui neto mesmo de verdade, até quando de mentira, indo pra lá e pra cá entre Santa Teresa e Ipanema, céu e céu, entre amores e elos que nenhuma desconfiança poderia alcançar. Me esbaldei! Até meus 16 anos foi desse jeito: o vô era o Cardoso, e eu tinha algo que ninguém mais tinha – um Dindinho que era tipo segundo vô. Aí o primeiro se foi, e o segundo virou primeiro, até que deixou de ser, também, depois, nesse balé de cuca-maluca. O teste pra desenrolar terminou de confundir, e a verdade da vez é que minha mãe não é mais filha do Dindinho de novo, que é pai dos meus tios realmente, que não são filhos do Cardoso por enquanto, que pode ser o pai da minha mãe com certeza.. E é, também, meu avô, novamente, e pai, também, dos meus tios, sem duvida, e avô dos meus primos além, e eternas saudades enfim, enquanto o Dindinho, que então se apaga, foi e é, também, tudo isso, e muito isso, e muito mais, e de novo, e em dobro, e pra sempre, sempre. Foi mesmo filho do sol.. E hoje somos todos saudades raiadas.

O fato é que nunca sei mesmo onde tudo começa na história da gente, mas me aplaca pensar que posso ir por aí, por qualquer desses muitos começos, que terei sempre um grande amor pra contar e explicar a nossa familia. Nasceu e cresceu em amores reais, que de tão ternos e eternos, seguem vivos na gente, entre a gente e da gente, com cada um que partiu sendo, pra sempre, parte de nós. A missão agora é seguir, começando, todo dia de novo, e juntos.

Obrigado por tudo, Dindinho-vô.

Bernardo Fernandes – Belo Urbano. Um gêmio canceriano, e um ingênuo de 35 anos, nesse contínuo processo insano de se descobrir. Achou na Comunicação uma paixão e uma labuta, e vive nessa luta de existir além do resistir, fazendo diferente e diferença… Ser feliz de propósito, sabe? Sem se distrair desse propósito. E vai assim, escrevendo o que a alma escolhe dizer, tocando o que a viola resolve contar, fazendo festas com cachorros e amigos perdidos, e brincando de volei, de pique, e de ser feliz na aventura da sua viagem. Vai uma carona?
Posted on 2 Comments

Ainda penso em você

Provavelmente não existo mais em seus pensamentos, não importa, quanto a mim:
ainda penso em você.

Na cerveja, na saudade daquele olhar cheio de enigmas que busco encontrar, no
sorriso furtivo que me recordo em todos os detalhes.

No jeito tímido, nas piadas bobas.

Sei, é adolescente, chega a ser ridículo, mas: ainda penso em você.

Na promessa velada do tudo que nunca chegou a ser, do universo paralelo que
tínhamos ou não, era tudo mentira? Era intenso para você como era para mim? Não
sei. No vínculo permeado de silêncio que nos olhos abrigavam um todo, um mundo, a
beleza daqueles momentos fortuitos. A poeira do tempo guardou tudo em segredo.

Sei que ainda penso em você. Em dias quietos e contemplativos, nas sextas-feiras,
ainda penso em você. Saudades infinitas, doloridas, daquelas que apertam o peito.

Ainda penso em você e dói, mas também é bom pois sei que assim de alguma
maneira você mora em mim.

Eliane Ibrahim – Bela Urbana, administradora, professora de Inglês, mãe de duas, esposa, feminista, ama cozinhar, ler, viajar e conversar longamente e profundamente sobre a vida com os amigos do peito, apaixonada pela “Disciplina Positiva” na educação das crianças, praticante e entusiasta da Comunicação não-violenta (CNV) e do perdão.

Posted on Leave a comment

Um tal Albanês

 Para chegar lá, preciso situar um pouco a história.

 Sou filha de imigrantes portugueses e credito a isso, o meu pé fora de casa, da cidade, do país, nômade que continuo sendo.

 Assim criei os meus para que voassem tão logo pudessem.

 E eles foram saindo aos poucos, os três.

Quando ainda éramos os quatro, depois de casamentos desfeitos, ficamos fora apenas três anos.

Por fim, aluguei a casa e fui atrás de um deles, a filha do meio que se mudou pra Londres, fiquei pouco menos de um mês e senti o gosto da liberdade, num país estranho, outra língua, outra cultura. Pensava em voltar rápido, o problema era o meu inglês quase inexistente. Então a volta foi direto para uma aula particular de inglês e reaprender aquela língua já esquecida com o tempo. A coragem e a determinação eram bem maiores que esse pequeno obstáculo.

Agora a cena era, dois anos depois, a filha casada. Dinheiro juntado para alugar um quarto. Lembro bem da sensação ao chegar a cidade próxima a Londres e falar pra mim, é aqui que quero morar.

Uma semana era o meu prazo para estar junto a filha e arranjar um quarto para passar os próximos três meses, a esperança era conseguir trabalho que me mantivesse por mais tempo. Nunca deixo de sonhar.

Tudo muito caro e com a ajuda da filha, negociamos um quarto mínimo numa casa onde moravam dois Albanezes e uma Jamaicana com um filho de três anos.

Me esperavam, uma cama de solteiro com um colchão afundando, uma cômoda e uma cadeira. O quarto era colado ao banheiro que servia a todos. Sem problemas, na casa os banhos eram semanais para minha alegria, porque duravam horas, eu no meu tradicional banho diário feliz. Os quartos em cima, cozinha e sala vazia embaixo. Choquei. O dono era um Nigeriano que alugava a casa. E realugava os quartos, disse que ia trazer uma mesa e umas cadeiras. Nunca vi.

A cidade ficava duas paradas de trem da cidade da filha, o local era mais bonito que o da filha. A proposta era caminhar cedo, banho, trem para a casa da filha. Arrumar, fazer comida e quando ela voltasse, dar um oi e partir para casa dormir. Final de semana era pegar o trem e em vinte minutos estar no centro de Londres, andar a toa nas feiras, comer nas barracas, viver. Estava feliz. É preciso muito desprendimento e determinação para pisar nesse caminho, mas essa era eu, sou eu.

Assim que fui apresentada aos outros moradores da casa, um homem me chamou atenção nos seus 1.90m boa aparência. Dividia o quarto com o sobrinho de vinte e poucos anos. Expliquei que falava pouco inglês e estava estudando. Eles falavam um inglês sofrível e Albanes, que eu nunca iria aprender.

Na primeira manha após a mudança, eu na janela da cozinha, vi o Albanez velho de nome Fred, passar e fixar seu olhar nos meu. Nós mulheres, sabemos identificar olhares e esse foi bem significativo. Mas estranhei um pouco já que ele aparentava uns cinco anos mais novo que eu. Eu chegando na casa dos 60, cabelos naturalmente brancos e ele com seus 54 talvez. Hora, hora, hora, me senti uma gata….

Vida seguindo, num bom domingo, pós passeios, almoço e a volta pra casa. Ninguém na casa. Desci pra sala vazia, coloquei música no ipad e sentei no chão. Tinha um jardim abandonado por trás de belas portas de vidro me dando a sensação de amplidão após a saída do minúsculo quarto. Claro que já me imaginava limpando e cuidando daquele lugar acabado para pelo menos ter para onde olhar.

Ali sentei e me esqueci. Eis que surge o Fred com roupas nos braços e percebi no canto da sala um varal de pé onde ele foi calmamente pendurando as roupas. Do jeito estava, do jeito fiquei. Ele usava uma bermuda azul clara e uma camiseta branca suja. Iria vê-lo nesses trajes, todo tempo que passei ali.

Se aproximou, dei um leve sorriso e ele me perguntou de onde eu vinha e fui contando um pouco do que sabia me expressar em inglês. Por fim, resolvi mostrar fotos dos filhos e da praia de onde eu vinha. Senti que ele se aproximou demais, mais do que eu gostaria. Ao fundo um sambinha e ele me pega pelos bracos todo desajeitado, me chamando pra dancar….oi…..

Aonde foi que eu atropelei o enredo…

No no no just a moment…..sorry …..e por ai vai…

Nessa hora do chega pra lá e chega pra cá, senti o cheiro azedo de suor e pouco banho de sua camiseta branca suja. Bateu feio.

Subiu,  eu continuei ouvindo música, sentada no chão e tola, me dando conta que já tinha construído um castelo e colocado o Albanes num cercadinho. Qual nada, tolinha…

E segue o caminho. Rotina, trem, compras, lojas de caridade, descobertas no lugar, aprendizados. Pouco via o cheiroso, mas notei que nossas rotinas eram parecidas, ele saia muito cedo pra trabalhar, eu pra caminhar, mesmo no inverno, 3 graus e eu lá. Não conseguia parar. No retorno a casa por volta das seis horas da tarde, já o encontrava no seu shortinho azul preparando o jantar na pequena cozinha.

Cruzamos várias vezes a escada dias após aquele domingo e ele sequer me comprimentava. Não entendi nada. Mais uma semana e mais um domingo, só ele e eu na casa. Ele entrou na sala, eu no lugar escolhido, no meu pouco inglês, resolvi perguntar porque ele não me comprimentava. Não respondeu, envolvido numa mudança interminável para o andar de cima.

Nesse dia eu tinha almoçado com minha filha e genro e tomado umas duas taças de vinho, suficiente para me animar e aturar a camiseta suja e resolvi oferecer ajuda, até hoje duvido de tamanha estupidez. Um armário numa escada em caracol, essa a insanidade. Devo isso ao teor alcoólico. Por fim, armário no corredor, e ele veio buscar outras coisas, nos esbarramos nos últimos degraus da escada estreita. SUFICIENTE. Ai foi cena piegas de filme americano, tiramos as roupas e saímos derrubando tudo. O cenário foi minha cama molenga, tudo rápido, suado, fedido e muito doido. Contando com o detalhe do rapaz ser bem bem dotado para meu desespero e eu na seca há tempos, literalmente vi estrelas…

Durou, dois minutos ou menos. Sorte minha o banheiro colado ao quarto e eu banho imediato.

Banho tomado, quarto trancado e a realidade bateu forte porque o álcool já tinha saído do sangue. Que merda é essa?! Acabei de chegar, vou embora em dois meses, esse Albanez ou vai me matar transando ou vai me matar, matando.

Aos poucos fui sabendo que morava há dez anos em Londres era motorista de ônibus.

Nunca casou, suficiente para mim. Claro que eu já achava que ia ficar ali e viver um romance, carinho, fazer comida, lavar a roupa, bem necessário, passear sair pra beber, tudo o que a gente vive sonhando. Mas não foi bem por aí, o cara era estranho e estranho ficou. Depois desse atropelamento inicial na escada o cara voltou a não me cumprimentar aí fiquei muito puta e resolvi nem olhar para a cara dele e evitar passar por ele. Mas ele era MAIS esquisito ainda e esperava eu sair do quarto e ficava me olhando. Claro que eu achei que ele ia me matar.

Ele era meio responsável por coisas da casa e a praga do roteador caquético dava ruim volta e meia e claro que a Lady aqui, tinha que pedir ajuda do estranho. Numa dessas ajudas foi o aquecedor do quarto, ele entrou, porta aberta, mexeu, tenho certeza que não fez nada, fingiu. Frio ,gelado. Lá fui eu bater na porta do quarto dele e pedir ajuda de novo, aí ele consertou de verdade. Só que a proximidade da cama nos tirou qualquer dúvida e lá fomos nós para mais um round, claro que eu perdia sempre, nenhum beijo, nenhum nada, só põe tira e tchau. Porra caí de novo, mas já estava até gostando da histórinha na minha cabeça. Odiava, queria matar, depois ria e fugia dele. Num outro domingo, era único dia de folga dele,  não o vi em momento algum, saí voltei, fiz a vida e fui dormir, lá pelas tantas escuto batidas na porta, acordei assustada e abri devagar e aquele 1m90 de um homem bêbado veio caindo por cima de mim. Imagina o esforço que fiz para colocar esse idiota sentado na cama e tentar expulsá-lo do quarto…. out out out, tanto gritei empurrei que coloquei o idiota para fora .

Pensava comigo FUDEU, dois meses ainda aqui com esse encosto. Claro que continuou tudo como antes. Perdi aos poucos ILUSÕES e o pouco tesão. Resolvi ir vivendo, realmente não consegui trabalho e comecei a preparar a saída. Mas resolvi dar uma sacaneada no Abanês. Malas prontas, viajaria na manhã seguinte. Desci e fui à cozinha e resolvi chamá-lo para me despedir, ele subiu ao quarto. Fred I’m going to Brazil tomorrow Morning. What… ele achando que aquilo era tudo. Claro que demos a última péssima rápida suada  e eu senti um gostinho bom de Vai se Fuder Fred…

Maria Nazareth Dias Coelho – Bela Urbana. Jornalista de formação. Mãe e avó. É chef de cozinha e faz diários, escreve crônicas. Divide seu tempo morando um pouco no Brasil e na Escócia. Viaja pra outros lugares quando consigo e sempre com pouca grana e caminhar e limpar os lugares e uma das suas missões.

 

Posted on Leave a comment

Todo ser humano tem algo a contribuir

Agir implica em correr riscos, acertar e errar. No entanto nem todos tem a coragem necessária e, se escondem atrás das críticas ou de modo pretensioso se dizem donos da verdade. Interessante que ao falar muito do outro revelo mais de mim mesmo. A potência que há no outro pode despertar inveja e, sendo assim a perseguição dos incomodados.

Esse tipo de atitude é algo antigo entre nós humanos, veja o que diz o apóstolo Tiago 2, nas escrituras sagradas: Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.

O desafio é como implicar essas pessoas que ficam a margem da vida, despertando a consciência que o bom da vida está em nadar no mar da existência.

Penso que lamentar ou se queixar são palavras lançadas ao vento, mortas e vazias.

Talvez a resistência dessas pessoas possa ser amenizadas na medida que, se perceberem em suas potencialidades. Todo ser humano tem algo a contribuir inclusive esses que apenas reclamam.

O texto RelacioLamentos X Relacionamentos me fez lembrar de uma história:

A carroça vazia

“Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer. Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou: – Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa? Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi: – Estou ouvindo um barulho de carroça. – Isso mesmo, disse meu pai, é uma carroça vazia … Perguntei ao meu pai: – Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos? – Ora, respondeu meu pai. É muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz.”

Maria das Graças Guedes de Carvalho – Bela Urbana. Psicologa clinica. Ama a vida e suas dádivas como ser mãe, cuidar de pessoas e visitar o Mar.


Posted on Leave a comment

Olhar seus olhos

Guardo o olhar que brilha para você,
sem medo de errar, reflete o que tem dentro de mim;
Paixão, amor e desejo, tudo que este olhar tem para dizer;
Entrego o olhar que fixa em você

O mesmo olhar que ao ver, já sabe tudo que tem para dizer;
Ele não a deixa sem graça apenas chama a sua atenção;
Chama que se acende ao imaginar este olhar mais perto de você;
Chama que queima, e que faz você tremer;

Acesso o olhar que conquista você,
Não existem palavras, seu corpo já entendeu;
Seu olhar fita o meu e também me faz tremer;
Não a perco de vista, procuro o seu olhar, o seu olhar procura o meu;

Encontro de olhos fechados as suas mãos, cujo o olhar não percebeu,
Sinto o suor delicado que a imaginação efervesceu;
Como um orvalho da natureza que se criou quando seu olhar cruzou o meu;
Este suor delicado cujo a chama amadureceu, leva a imaginação insana, o seu olhar cruzou o meu.

André Araújo – Belo Urbano. Homem em construção. Romântico por natureza e apaixonado por Belas Urbanas. Formado em Sistemas, mas que tem a poesia no coração e com um sorriso de menino. Sempre irá encher os olhos de água ao ver uma Bela Mulher sorrindo

Posted on Leave a comment

Ninho vazio

Ninho remete na minha concepção, aquela imagem”fofa” da mamãe pássaro voando para buscar o alimento dos seus filhotinhos que a esperam no abrigo (ninho) protegido e feito por ela com muito amor.

Eu no ninho vazio, me fez refletir que este ninho foi criado e é diferente do vivenciado.

O criado serve para alimentar e encorajar os seus para a VIDA, o vazio é sentido, dolorido, solitário.

É neste momento que você se depara que o que criou, alimentou, voou.

Cabe então sentir,chorar e sorrir ao mesmo tempo pois uma parte da sua Vida e de Meta foi cumprida.

Agora o ninho criado, vazio, terá que ser vivido só por você pois o filhote virou pássaro grande com belas asas fortes e sonhadoras.

Viva o ninho vazio mas olhe para o alto e admire esse belo vôo.

Daniella De Sá Andreoli – Bela Urbana, virginiana, mãe, proprietária da D&E Corretora de Seguros, adorar viver a vida intensamente, adora gastronomia, teatro, estudou exatas, mas se pudesse viveria de SOM, MAR e LUZ.
Posted on Leave a comment

Linguagens do amor

Sendo a linguagem a capacidade de comunicarmos nossos estados emocionais e a maneira como percebemos e vivenciamos a realidade, quando mencionamos a questão da linguagem do amor estamos nos referindo a forma como o casal se interage entre si, lembrando que tal linguagem não se restringe somente a questão dos relacionamentos afetivos eróticos.

Tal proposta encontra-se no belo livro As cinco linguagens do Amor, de Gary Chapman. Nele encontramos descrito as cinco linguagens que são: palavras de afirmação, formas de servir, qualidade do tempo, toque físico, dar presentes.

No tocante a linguagem palavras de afirmação, temos uma forma de comunicação onde o amado profere não somente palavras e frases concernentes a aparencia física da pessoa, como também, principalmente a algo que ela faz, reforçando e ajundando-a a se perceber no seu funcionamento. “Voce esta de parabéns pela maneira como lidou com esta situação, tenho muito orgulho de Ti”, por exemplo.

Na linguagem que se caracteriza como modo de servir, estamos no terrritório do fazer, propriamente dito, como por exemplo, arrumar algo na casa, no sentido do conserto, lavar uma louça, dentre outros afazares.

No modo dar presente, como o termo sugere, não se limita a questão do valor, mas sim da postura que denota um se lembrar da pessoa e presenteá-la, expressando sua ternura e afeto.

No tocante ao toque físico, estamos perante a alguém que se sente amada e valorizada com beijos, abraços, que se sente acolhida quando caminham de mãos juntas, por exemplo.

Quando mencionamos sobre qualidade do tempo, estamos diante de alguém que prima pela qualidade em que se passa com o companheiro/a quando estão juntos, prestando atenção no movimento do parceiro/a como subsídio ao diálogo.

Assim, conhecer a linguagem do Amor, que se da pelo autoconhecimento e pelo conhecimento do outro, na vivência e no diálogo, não somente facilita a interação, como também propicia o surgimento de novas experiências, mais gratificantes e enriquecedoras.

Quando a pessoa não se percebe na sua linguagem e por extensão a linguagem do companheiro, a maneira como manifesta a sua queixa, pode ser indicativo do que lhe apraz.

Isto fica evidente quando o companheiro/a queixa-se da falta de amor do parceiro/a quando este lhe da presentes ao invés de lhe abraçar e beijar como desejaria.

Em suma, ter conhecimento das cinco linguagens e exercitá-las, além da que lhe é predominante, não somente facilita as relações, como também fortalece a pessoa internamente ao deixá-la mais flexível.

José Eduardo Bertazzoli – Belo Urbano. Psicólogo Clínico, especialista em Dependência Química e Psicopatologia, atualmente trabalhando no Centro de Atenção Psicossocial, CAPS Álcool e Droga Reviver, do Serviço de Saúde Mental Dr. Cândido Ferreira. Amante de leitura, mitologia, poesia e esporte.. acredita na realização do potencial humano.
Posted on Leave a comment

Abrir a embalagem

Relacionar é uma interação comportamental. E, ao me dar esse presente posso abrir a embalagem, como dizia meus pai, ou seguir adiante “alone” completamente só.

Relacionamento uma palavra subjetiva, tendo claramente a sua objetividade. É bem por aí!

Como qualquer palavra, esse evento vem baseado em algo que sempre irá nos transformar! Tudo em nossa vivencia é e tem relação com algo e ou alguém.

Pensem sobre…

A base do amor é a amizade.

E a base da amizade é o companheirismo.

E estar relacionado é acompanhar a situação, vivenciar um único verso.

Que revela e nada resvala…

Que semeia com uma insistência perceptível…

Que norteia os batimentos cardíacos…

Que umidece para ungir os porso e alimentar a’lma…

Que resguarda sem sofrimento a espera da esperança…

Que salta aos olhos e imprime o silenciar da mente…

Que nada generaliza e impõe sofrimentos…

Que sem barulho impregna e solidifica o sentimento…

Que nada tem com o sofrer e sofrer e tudo bem com o viver!

A base do amor é:

“A AMIZADE PROFUNDA”…

Aquela que nos leva ao companheirismo!

Por isso, depende somente de nós uma relação em gênero, número e grau

Eu pergunto: Como vai indo a sua relação com você mesmo?

Qual é a base sustentável que te alimenta os poros com arrepios uiiiiiii!

(e não e loucura da 🐞).

Joana D’arc de Paula – Bela Urbana, educadora infantil aposentada depois de 42 anos seguidos em uma mesma escola, não consegue aposenta-se da do calor e a da textura do observar a natureza a redor. Neste vai e vem de melodias entre pautas e simetrias, seu único interesse é tocar com seus toques grafitados pela emoção.
Posted on 2 Comments

RelacioLamentos X Relacionamentos

Uma simples letra muda tudo e traz o trocadilho com a palavra “relacionamento” que se trocar o N pelo L vira “relacioLAMENTO”.

Comecei a pensar nessa palavra há uns 15 anos. Ela vinha na minha mente por uma questão de trabalho. Trabalhava com algumas células de equipes para um grande cliente, mas essas células reclamavam muito umas das outras e eu tinha que ouvir, resolver, enfim, era algo chato e cansativo demais, mas como a responsável pela conta, o problema final era meu… percebia que muitos dos problemas eram criados por coisas insignificantes que não eram problemas reais, ou por egos inflamados, e poderiam muito ser resolvidos se os envolvidos tivessem boa vontade para tanto. Porém, reclamar era mais fácil e conveniente.

Cheguei a escrever em um jornal interno, que tínhamos na agência, sobre esses “relacioLamentos“. Me lembro de muitos comentários das pessoas que não tinham entendido. Será que a maioria das pessoas entende somente o que lhe convém? Será que é muito difícil refletir, olhar o todo e achar soluções?

Acredito que vivemos muita superficialidade, muitas relações líquidas, muitos “eu te amo” vazio, muitos egos inflados e inflamados e por isso o que deveria ser positivo vira um poço de lamentos em busca do culpado, onde existe um “coitadismo” exacerbado e mãos repletas de estilingues.

Nas relações de trabalho, fica bem claro dois perfis bem distintos de profissionais. A primeira é a turma da mão na massa. Aquela que faz, que busca saídas, que entrega soluções, que realiza ações, que mesmo quando erra, tenta novamente consertar o que deu errado. A outra turma é a que fala, aponta problemas, mas não sabe resolvê-los. Muitos falam bem e até se vendem melhor do que a turma do que faz. Apontar o que pode ser melhorado é muito fácil, difícil é ir lá e criar processos, quebrar paradigmas, mudar posturas, achar novos caminhos e caminhar.

Então, hoje em dia, seja na vida pessoal ou na vida profissional, eu tenho muito respeito por quem, que quando aponta algo errado ou que pode ser melhorado, tem a humildade de se colocar no problema e buscar a solução em conjunto e realmente trabalhar para isso colocando a mão na massa e não só a voz no trombone.

RelacioLamentos não levam a nada positivo e ficam nessa esfera da lamentação. Lugar chato e sem saída. Já relacioNamentos são o caminho escolhido pela a turma que além de apontar os problemas, vão lá e fazem algo. Aliás, são os que fazem a diferença para melhor nesse mundão.

Adriana Chebabi  – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza.  Divide seu tempo entre seu trabalho de comunicação e mkt e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa.