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Tudo bem em seu abril?

Se por ventura o tudo bem precisa ser negociado a cada instante, que lemos uma notícia, está havendo a necessidade de nos reconhcermos como habitantes de um mesmo tempo, em uma mesma história e também num memso planeta, alguém dúvida?

#Canceleacovid

Joana D’arc de Paula – Bela Urbana, educadora infantil aposentada depois de 42 anos seguidos em uma mesma escola, não consegue aposenta-se da do calor e a da textura do observar a natureza arredor. Neste vai e vem de melodias entre pautas e simetrias, seu único interesse é tocar com seus toques grafitados pela emoção.

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O TEMPO E A VIDA

Vivemos no tempo ou o tempo e que vive em nós?

Qual é o tempo certo?

Será que o tempo existe mesmo?

E que tempo é esse?

Pra mim, pra você, para o outro, para o mundo.

Dizem que o tempo passa, passou ou passará.

Como já disse um poeta “o tempo não pára”.

E se ele não pára, será que nós podemos parar?

Será que podemos estar parados, mesmo nos movimentando, e vice-versa?

Pode ser um paradoxo, uma incoerência ou até loucura.

Às vezes, quando o tempo para prá mim, é quando eu me sinto mais VIVO.

Flávio Oliveira – Belo Urbano, pai da Júlia, Terapeuta Integrativo, Facilitador de Grupos de Homens e um apaixonado por Filosofia, Poesia e Astronomia.
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CovidAndo a evolução

Com Covid aprendi que:

– O autocuidado não deveria ser uma escolha. Nosso corpo é a maior preciosidade que temos no mundo terreno. Cuide-se com muito amor.

– O autoconhecimento nos faz perceber precocemente os sinais do nosso corpo, oportunizando tempo para a cura.

– O nosso maior propósito aqui neste planeta é conhecer a si mesmo a ponto de conseguirmos aprimorar nosso espírito.

– Cuide dos seus processos intuitivos, estimule-os. A intuição é o nosso maior GPS.

– Ter amigos desejando o nosso bem nos fortalece e nos conecta com uma fonte imensurável de luz.

– Alimentar laços de amor todos os dias de nossas vidas deve ser a nossa maior prioridade.

–   Cuidar de quem amamos com dedicação é uma das coisas que mais vale a pena nesta vida.

– Demonstrar amor ao próximo só é possível quando nosso coração transborda de amor por nós mesmos.

– Antes de querer salvar o mundo, salve a si mesmo.

– Os cachorros são grandes companheiros dos homens e nos ensinam o que é amar incondicionalmente.

–  Mergulhar nas nossas sombras é necessário para a evolução.

– Abrir-se para o inesperado é reconhecer nossa falta de controle e confiar no que Deus reserva para a nossa vida.

– Viver o presente é alinhar corpo, mente e alma, trazendo estado de consciência para nossas escolhas.

– Dentro do mal há bem e dentro do bem há mal. A divisão do que bem e mal é feita pela a nossa mente… para a alma não há dualidade.

–  O covid não é monstro, ele só veio nos mostrar como somos frágeis na matéria e quão melhores podemos ser no espírito.

– Só hoje é tempo de perdoar, de agradecer, de ajudar e de entrar em contato com a sua melhor versão. A vida é passageira mas nossa caminhada é eterna.

Carolina Salek Fiad – Bela Urbana, Mulher, mãe (muito mãe), yoguin, aromaterapeuta, reikiana, professora, entusiasta da vida. Acredita que o corpo é instrumento de cura e evolução. Lema de sempre: Leve a vida leve.
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E o Corona Continua Aqui e Agora

Após um ano de pandemia, o Corona continua aqui e agora. Um pouco disfarçado, em suas novas variantes, ele continua dominando a área no nosso dia-a-dia.

Confinamento, semi-confinamento, imunidade de rebanho. Lavagem das mãos, álcool gel. Máscara de tecido, máscara descartável. Vacina, não vacina. Abre escola, fecha escola, Abre comércio, fecha comércio. O perto ficou longe e o longe ficou perto. Vida e morte. Parece que as dualidades se acentuaram ao invés de se integrarem.

Incrível a dificuldade de adaptação do ser humano ainda. Não vêem a hora de “voltar como antes”, viajar como antes, abraçar como antes, viver como antes, quando sabemos que não existe nada como antes, com pandemia ou sem pandemia. Não vivem o aqui e agora, não percebendo a sutileza da vida no aqui e agora, não compreendendo que perdem o instante imperceptível da vida, procurando voltar. A volta ao passado nunca foi igual e nunca será, a vida segue seu fluxo sem perdão, sem piedade. O passado é somente nosso grande mestre e autor da nossa saudade, a vida segue aqui e agora.

Incrível, igualmente, a inquietação e medo de como será o futuro. Devemos planejar sim, mas sem se “pré-ocupar” demasiadamente, lembrando que a colheita dependerá do plantio, o futuro sera construído sobre os pilares que colocamos hoje, aqui e agora.

Muitos leigos aprimoraram seus conhecimentos durante esse ano, acompanharam índices de transmissão, fizeram até prescrição de tratamentos, opinaram sobre vacinas, DNA, RNA, ousaram até dar palpite na decisão de quem deve ficar vivo e receber tratamento na UTI, com que idade e em que condições. Realmente, a humanidade está baixa, mas sabemos que “de médico e de louco, todo mundo tem um pouco.”

Viemos para este planeta com um número limitado de respirações, que, para alguns, ficou mais limitado ainda. Emprestamos o oxigênio da natureza para estarmos aqui e nunca agradecemos. E foi no estado do Amazonas, na Amazônia, no assim chamado, “pulmão do mundo”, que faltou o oxigênio, primordial e imprescindível para estarmos aqui e agora.

Famílias aprenderam a ficar distantes, outras aprenderam a ficar juntas. O ensino e o aprendizado tiveram que ser questionados e reformulados. Políticos foram pressionados a tomar decisões e não flutuar só em discursos políticos. Holofotes apontaram naturalmente absurdos ideológicos. Órgãos mundiais foram questionados sobre o que fazem e como. A economia foi golpeada e terá que ser reformulada para se reerguer. E a Saúde se mostrou doente com seu modelo de organização.

O vírus atingiu todos os departamentos dos meios sociais e individuais, foi se infiltrando e se instalando nas fraquezas de cada um. Para essa infecção, infelizmente, os nossos cientistas não encontrarão um anticorpo ou vacina. Precisaremos mais do que nunca da auto-vacina. Precisaremos da disciplina, da compaixão, da empatia, da colaboração e do amor. Ainda teremos que olhar para dentro, o interior permanece antes do exterior.

Resta ainda a esperança, esta que nunca morre, pela memória dos que perdemos e foram levados pela pandemia, de uma reorganização saudável, da limpeza não só física, mas também emocional, da reelaboração positiva das relações, do verdadeiro sentido da globalização, do valor da vida no instante presente, do despertar espiritual, ou pelo menos, do despertar ao que é invisível a olho nu, como ele….aqui e agora.

Viviane Hilkner – Bela Urbanapublicitária (PUCC) e Profissional de Marketing (INPG). Atuou na área, no Brasil, em agências de publicidade e meios de comunicação, e, na Itália, em multinacionais no Trade Marketing e Brand Development & Licensing. Morando na Suíça, mudou seu estilo de vida e apaixonou-se pela prática de Hatha Yoga. Ansiando compartilhar esta prática e sabedoria milenares, fornou-se professora.Atualmente, ensina no Centre Kaizen e no Club de Yoga da Associação de Esportes e Lazer da Nestlé.Organiza Workshops e Retiros de Yoga na Suíça e no exterior, principalmente, na Grécia.Sua profissão tornou-se hobby e seu hobby, sua profissão.


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ESTAMOS TODOS NO “BIG BROTHER”

Confesso, sem problemas. Assisto sim ao Big Brother 21.

Melhor assistir ao BBB do que os noticiários que mostram cenas dantescas de mortes e números alarmantes da Pandemia.

Estamos exaustos.

Não sou NEGACIONISTA, muito pelo contrário, sigo à risca todas as orientações e protocolos de prevenção da Covid.

Mas, assistido ao programa, percebo que nós também estamos vivendo em um “Big Brother”. Vejamos:

  • Há um confinamento mundial, físico e emocional;
  • Uma grande parte vive na “xepa”, ou seja, não consegue colocar comida na mesa por causa da crise econômica;
  • Há brigas e mais brigas entre os governantes, farpas para todos os lados;
  • Muita gente dançando em baladas, mesmo que clandestinas;
  • Muitos saindo do jogo. Mas no caso do Big Brother daqui de fora, são pessoas saindo involuntariamente do jogo da VIDA;
  • Alguns parecem que jogam mais, outros menos. No BBB aqui de fora, uns assumem suas responsabilidades individuais no combate ao vírus, já outros parecem levar a vida normalmente.

Mas a GRANDE DIFERENÇA do Big Brother da TV com o Big Brother que está rolando aqui fora é que…

…o da TV tem dia e horário para acabar.

Angela Carolina Pace – Bela Urbana, publicitária, mãe, apaixonada por Direito. Tem como hobby e necessidade estudar as Leis. Sonha que um dia as Leis realmente sejam iguais para todos.
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A primeira vez pela segunda vez

Há pouco menos de 500 anos o calendário era outro, o ano se iniciava no final de março com a chegada da primavera no hemisfério norte e outono para nós, abaixo da linha do equador.

A partir de 2020, aqui no Brasil começamos uma nova contagem de tempo que acaba de completar um ano, um ciclo.

Certa vez, um amigo me disse que sempre após um evento marcante em nossas vidas deveríamos esperar um ano para avaliar com clareza e realidade como estamos, pois, como ele disse, após um ano teríamos experimentado viver a “primeira vez” de várias situações.

Agora que acabamos de retornar ao mesmo ponto da órbita solar que estávamos quando fomos colocados à prova em nossa imensa capacidade de adaptação, aceitação, superação e esperança, vejo que estamos tendo a chance de fazer pela primeira vez em uma segunda vez.

Eu ainda não, pois nasci em dezembro, mas alguns de vocês ou seus filhos já comemoraram o segundo aniversário nesta nova dinâmica, outros estão experimentando novos formatos e modelos de convivência e relacionamento.

O convite aqui é para refletirmos e percebermos como somos capazes de aprender e ensinar mesmo nas situações mais adversas da vida. Não quero romantizar, nem dramatizar o que estamos vivendo, longe disso. Proponho apenas que cada um olhe para o seu “mundo” e perceba a oportunidade que estamos tendo de rever tantas variáveis e fatores em tão pouco tempo. Quantos processos individuais e coletivos foram catalizados nessas quatro estações.

O que será que foi pior, aquilo que aconteceu e queríamos ter evitado ou aquilo que não desejávamos e simplesmente aconteceu. É aí que entra a diferença entre conformismo e aceitação, quando acessamos um lugar de paz e leveza em nosso coração, onde a dor, o medo e a insegurança não existem.

Será que quando algo acontece em nossa vida é realmente a primeira vez?

Embora digam que um raio nunca cai no mesmo lugar, algumas teorias dizem que “tudo acontece duas vezes”. Primeiro na nossa mente e depois na realidade. O jogador de basquete Michel Jordan dizia que antes das partidas mais importantes da sua vida, ele “imaginava” algumas jogadas e “magicamente” no dia do jogo elas aconteciam exatamente como ele havia imaginado.

Pensando assim, podemos contribuir com a realidade imaginando soluções, caminhos e pontes para nos conectar com a sociedade e o mundo que queremos, para que quando ele existir tenhamos a sensação de estamos vivendo a primeira vez pela segunda vez.

Flávio Oliveira – Belo Urbano, pai da Júlia, Terapeuta Integrativo, Facilitador de Grupos de Homens e um apaixonado por Filosofia, Poesia e Astronomia.

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Palavras de resistência

Fui convidada a escrever um texto… pandemia, um ano depois.

Me estranhei com a dor muda, com o sofrimento silenciado, com a sensação de impotência e desesperança com que me deparei, ao tentar trazer em palavras minha vivência de agora.

Tantas perdas, tantas relações estremecidas, tantos momentos perdidos, tanta instabilidade material.

A principio estávamos lutando, sendo fortes, praticando resiliência frente a um inimigo imensamente maior que nós, contra o qual tínhamos poucas armas e nenhum conhecimento.

Agora estamos nos relacionando com um inimigo conhecido, antigo, com a manifestação da ignorância nos inúmeros erros de gestão. Erros que significam vidas. Erros que significam vazios. Erros que significam também nossa falta de capacidade de reagir enquanto povo brasileiro de forma organizada e assertiva.

Palavras de motivação e reflexões sobre como cada um pode lidar melhor com os fatos já não cabem mais.

Precisamos de palavras de misericórdia. Precisamos de compaixão ativa.

Precisamos transmutar essa dor muda em ação pelos mais necessitados.

Precisamos colocar nossos recursos internos e externos à disposição, para socorrer os que estão ficando pelo caminho. Para oferecer o pão, mas também a alma e o coração.

Direcionar nossa energia de indignação, dor e medo em ações de
corpo, fala e mente, na escala que nos for possível.

Etienne Janiake – Bela Urbana, psicóloga, professora de Yoga e meditação, mãe, se encanta pelo florescimento humano e pelo cultivo de relações mais lúcidas e compassivas. Nas horas vagas adora dançar e desenhar mandalas.
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Ela continua…

A pandemia continua e o que eu poderia falar que você não saiba…nada!

Então, vou falar o que aprendi até agora:

– Que, cuidar de plantas não é uma obrigação e fica cada vez mais prazeroso quando se faz com calma.

– Que todo mundo da casa pode ajudar de alguma forma.

– Que a gente subestima o conhecimento culinário dos filhos e do marido.

– Que usava muito tempo meu para limpeza de casa e passar roupas (não passo quase nada agora).

– Que aquele monte de roupas, sapatos e bolsas, não fazem tanta diferença… nem os batons…mas, os perfumes sim… eles me trazem lembranças e os pijamas então? Nossa, eles devem ser muuuuito confortáveis e bonitos, afinal… eu mereço estar bonita na melhor hora do dia!

– Que fazer um esporte é cuidar da gente, mais que isso… é liberdade de sair e ter um tempinho pra você!

– Que eu corria muito para depois, só no fim do dia encontrar quem valia realmente a pena… hoje, ficamos o dia todo juntos!

Que apesar de não parecer… gente famosa, também é de carne e osso como eu!

 E o principal… a gente começa a fazer vários cursos on line, ler livros para aprender… mas que na verdade, quem tem mesmo razão é a Monja Cohen…

O INFERNO SOMOS NÓS.

Tudo depende de como a gente resolve enfrentar a vida e qualquer coisa que nos aconteça. Você que define como quer e vai enfrentar a vida, as pessoas e essa pandemia. Acorda, sacode a poeira e dá a volta por cima!

Roberta Corsi – Bela Urbana.
Fundadora e coordenadora do
Movimento Gentileza Sim,
que tem por objetivo “unir pessoas que acreditam na gentileza” e incansavelmente positiva. Mãe da Gabi e do Gui. Gosta muito de reunir a família ao redor de uma boa mesa
.
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Um ano pós início da Covid-19

Custo a acreditar que um ano se passou, ainda tenho uma sensação de irrealidade apesar de ter me acostumado às máscaras, aos protocolos e ao distanciamento social, não farei desse texto um julgamento, ou reclamarei da atitude das pessoas, não quero e nem me colocarei na posição de juíza, me recuso, já não tenho tempo a perder.

Foi um ano lindo: tive a oportunidade de conviver muito estreitamente com minhas filhas e meu marido, a logística do dia a dia simplificou, cada beijo e abraço foram mais especiais, estar em praças e parques me fez sentir em uma viagem, um privilégio, não me faltou alimento e eu não tive que vender meu botijão de gás para comprar comida e cozinhar com querosene no fogareiro (muitos tiveram), não me faltou um abraço apertado e um carinho em momentos difíceis, meu pai foi vacinado, ele pegou Covid em dezembro, não precisou de internação, sobreviveu, continuou a trabalhar, aparentemente não teve sequelas, a gratidão inundou meu coração, a cada dia ao abrir os olhos senti alegria por estar viva, por ter minhas pessoas favoritas com saúde e ao meu lado e mais um dia para estar nesse mundo, finalmente consegui ler o livro do Roberto Bolaño, uma conquista pessoal incrível, já tinha tentado um milhão de vezes antes e não, não era o momento, encontrei mais conforto e alegria nos livros, não desisti das caminhadas, elas mantiveram minha sanidade, virei fã dos óleos essenciais, especialmente o de lavanda, para acalmar, cada longa conversa com amigos foram celebradas como uma festa, cozinhei bastante e sempre com música para animar o dia.

Foi um ano horrível: Em alguns momentos senti que não conseguiria levantar da cama e enfrentar a mesmice, chorei bastante, me senti no limite do estresse, pensei em procurar um psiquiatra, achei que iria perder o controle, quando meu pai perdeu o paladar e olfato e sabia que teria que levá-lo ao hospital, eu não queria, perdi o ar, pensei nas minhas filhas, achei que teria crise de pânico, pus a máscara ( a do autocontrole também) e fui, ele ficou bem, na nossa família ninguém se contagiou ou se sim, fomos assintomáticos, nos encontramos no Natal e no dia 31/12 estava no hospital com ele, passamos dias tensos, tudo passou. As crianças voltaram para a escola de maneira presencial, não durou muito, me acostumei a comprar por internet, antes comprava apenas alguns itens, mudei. Tive que enfrentar climatério e lidar com a adolescência das minhas filhas, mistura explosiva, senti uma sensibilidade inédita, tudo mudou de proporção, chorei demais, como dizer que tudo está bem se ao redor tantas pessoas estão morrendo ou passando fome, como não se sentir tocado com o sofrimento alheio,  sobre a administração da pandemia pelo presidente e ministros, vou me abster, parei de ver e ouvir notícias com constância, não tenho estômago, tive que escolher entre manter o equilíbrio ou ficar informada, hoje escolho as notícias que leio.

Entre o lindo e o horrível da vida com pandemia, tento focar no fato de que a vacina chegou,  minha família e amigos estão bem dentro do possível dessa situação, vivo um dia de cada vez e procuro ter consciência de cada minuto dele, saboreando como uma manga madura, penso várias vezes antes de ser dura com alguém, relevo, faço o que posso para ajudar dentro do meu possível, ao mesmo tempo outro dia me vi jogando uma assadeira no chão com violência, enlouqueci,  gritei com minha filha, depois chorei, me arrependi e abracei, nunca fui uma pessoa de ceder a esses impulsos violentos, minha filha disse que surtei, falei que estava só sendo humana, me perdoei, me permiti ser imperfeita e me aceitei com virtudes e falhas, tudo faz parte do viver, apesar das agruras, das saudades, das batalhas diárias a alegria vibra aqui dentro, quero seguir assim com ou sem pandemia, nunca houve garantias mas a iminência da morte nos ensina a escolher melhor, a perdoar rápido e a aproveitar qualquer brechinha para escolher e usufruir as pequenas alegrias do dia a dia para conseguir fôlego para lidar com os desafios.

Eliane Ibrahim – Bela Urbana, administradora, professora de Inglês, mãe de duas, esposa, feminista, ama cozinhar, ler, viajar e conversar longamente e profundamente sobre a vida com os amigos do peito, apaixonada pela “Disciplina Positiva” na educação das crianças, praticante e entusiasta da Comunicação não-violenta (CNV) e do perdão.
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Vitão

Moto boy Vitão

Entrega aqui, agora, na hora

Quando pedem…

Vitor, Vitão e sua moto

Quase uma música…

Seu capacete fora da validade

Ninguém sabe, ninguém viu

Entrega, corre

Aplicativo ativo

Pandemia ativa

Mais motoboys

Mais entregas

Mais concorrência

Menos dinheiro…

Vitão sem muito estudo

Gosta de pilotar

Gosta de correr riscos no trânsito

Adrenalina e ignorância

Incoerência na balada abalada funk

Gosta de Rosa

De Violeta não

Tira o capacete

Pitota na estrada vazia

Rosto no vento

Perigo iminente

No ar

No tombo que pode levar

Na multa que pode tomar

Na vida que pode evaporar

Vitão, sem sentir o que pode perder

Voa como o pássaro no céu

Respira fundo, profundo

Chora pelo vizinho que se foi

Pela prima que não tem ar

Pela mãe que precisa trabalhar

e se arriscar na lotação lotada

Vitão, o grandão, o da moto, o boy

Sabe exatamente o que é, onde está e o que quer

Por isso chora, mas é de alegria por estar vivo.

Adriana Chebabi  – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza.  Divide seu tempo entre seu trabalho de comunicação e mkt e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa.