Posted on Leave a comment

O saco sempre esteve cheio

Antes de ler esse texto, saiba que ele expressa a minha opinião. Você pode não concordar, posso não concordar com a sua, mas defenderei sempre o direito de expressá-la, ok?

Desde que mundo é mundo a humanidade vive de saco cheio. Faz guerras, conquista terras, monta exércitos, mata, deixa viver, ama, odeia, liberta, prende, educa, encarcera e por aí vai. Tudo porque o saco sempre esteve cheio. Cheio de amor, de ódio, de coragem, de medo, de ganância, de compaixão, de sonhos, de desilusões. De força, fraqueza. Inquietude. Paz.

Vamos comparar nosso corpo como um saco. Você coloca a medida. 1000lt, 100lt, 50lt, 30lt… saquinho de pia, de lavabo… mas é um saco. Imagine-se como um saco. De tecido forte, de plástico, de ráfia, de estopa… você decide. Porque o seu corpo tem uma pele que vai carregar esse saco e ele pode rasgar ou pode aguentar a carga.

Esse texto, a princípio, era para falar sobre a minha experiência na pandemia nesse um ano. Mas resolvi que mudaria um pouco esse foco porque são tantas análises sobre o tema, tantas notícias, tantos textões, um monte de opinião e resolvi fazer esse comparativo porque, simplesmente, também estou de saco cheio. Fiz uma autoanálise e talvez possa te ajudar a fazer também. Embarca comigo nesse devaneio.

Meu saco está cheio, já faz tempo. Nesses últimos anos decidia como encher esse saco, esse corpo, essa mente. Fiz tantas maluquices que fiquei de saco cheio de porcaria. Mas no fundo do saco, deixei o melhor de mim. Foi preciso, nesse último ano, passar por muitas, boas e ruins, para conseguir esvaziar o lixo e encontrar sentimentos que poderiam me transformar. Transformar o meu caminho, a minha vida e me dar a liberdade que eu tanto precisava e não sabia como chegar ao topo, já que me soterrei em entulho. Nesse último ano, essa pandemia me questionou a chance de cavar até o topo. Tive medo de perder minha vida, minha filha, minha mãe, minha família, amigos… tive medo do futuro incerto. Meu medo ficou maior porque estava muito perdida na depressão. Mas consegui encontrar um rumo. Vendo a tristeza que assolava a vida de muitas pessoas, como eu poderia me privilegiar da minha, como poderia ajudar e construir um entorno melhor, cavei, cavei, cavei… até chegar lá na boca do saco e jogar o lixo fora. Ainda está no processo de lixo seletivo, descartável, reutilizável, mas estou tentando fazer um bom trabalho.

Achei que com toda essa situação no mundo as pessoas seriam melhores, mais solidárias, teriam mais compaixão. Menos egoísmo, egocentrismo. Mais parceria, menos individualismo.

Atualmente, podemos ver de tudo. Pessoas, empresas e projetos incríveis foram descobertos, destacados. Exceções importantes, impactantes e de grandes iniciativas pessoais ou em grupo. Muitos disseram que sairíamos dessa como pessoas melhores. Algumas sim. Mas a humanidade parece ainda “não ter dado certo.” Acho que continuamos devendo como seres humanos.

O umbigo continua sendo o centro das atenções, pessoas preocupadas com sua própria liberdade e irritadas com suas privações. Desgoverno que nos dá uma baita insegurança, pessoas erradas, movimentos errados, tardios.

Sim, as pessoas precisam trabalhar, ganhar seu sustento, as famílias precisam comer. O país não pode parar. Mas acredito que existem formas seguras de fazer essa máquina Brasil andar. Escolas abertas, comércio, academias… enquanto hospitais estão cheios e pessoas morrem nos corredores sem ar. SEM AR!

Respira fundo antes de dar a sua opinião. Respirou? Pois é. Você, assim como eu, somos privilegiados por termos ar. Por termos pulmões. Pulmões que nos fazem acordar pra vida!

Não estamos vivendo só o negacionismo. Estamos vivendo uma tremenda burrice e barbárie.

Você aprendeu a escolher o que tirar, reciclar e deixar no seu saco? Se sente parte de uma sociedade complexa, se tornou mais atento e solidário ou não tem nenhuma conexão coletiva? Fica se enchendo de política e discurso ou tenta olhar para si e para o próximo?

Nesse ponto de vista, seu saco está cheio de que?

Dani Fantini – Bela Urbana, Relações Públicas de formação. Se jogando na escrita de coração!
Mãe da Marina, filha super companheira! Cuida da casa, trabalha com gente, ama animais, plantas, é cercada de bons amigos e leva a vida com humor! Pode-se dizer que é completa, mesmo faltando algumas peças nesse enorme quebra-cabeças que é viver!


Foto Dani: @solange.portes

Posted on Leave a comment

Até quando seremos salvos?

O vírus chegou,
Em dois mil e vinte,
Ninguém se importou,
Direi o seguinte:
O Carnaval skindow, skindow,
A aglomeração rolou,
A Páscoa passou,
Ninguém se importou,
O vírus mutou,
O povo assustou,
O respirador acabou,
O cemitério lotou.

A Páscoa está aí,
Dez longos dias,
Para refletir.
Quem diria!

A Sexta não “sextou”
O Cristo vai morrer,
Para nos salvar,
Outra vez!

Feliz Renascimento,
Em 2021.
Você vai se importar?
Outrossim,
Espero que sim.

L.C. Bocatto– Belo Urbano. Diretor do Instituto IFEM – Instituto da Família Empresária
Criador da Ferramenta de Análise Científica Individual e Familiar. Formações – Mestre em Comunicação e Mercado, MBA em Controladoria, Contador, Psicanalista Terapeuta com foco em famílias e indivíduo com problemas Econômicos (perda de riquezas) e Financeiros (saldos negativos de caixa)


Posted on 1 Comment

Mutação alegria

Estou diferente, me sinto mudada
Não sou a mesma de ontem
Muito menos a da semana passada

Na verdade, não mudo, muto
Minhas células estão transformadas
Vivo já num outro mundo

Mas dizem que sou coisa rara
Bicho esquisito do mato
É que no bosque me sinto em casa!

Cama feita de folhas
De musgos a almofada
Lavo a roupa na ribeira
Tomo banho na cascata

Como frutas silvestres
Vejo a fauna divertida
Tomo sorvete de neve
Espelho d’água refletida

Com os dedos me penteio
Faço uma trança de flores
Quando sinto chegar a tristeza
Lembro do Gil: “Menina não chores”

Gisela Chebabi Abramides – Bela Urbana. Vive no bairro de ”La Floresta” (Barcelona) – Catalunha – Espanha. De todas as artes amante. Das ciências experimentais docente. Do Brasil, saudade permanente.
Posted on 1 Comment

SAL NA TERRA

O sal na terra não aduba
O sal na terra desidrata
O sal na terra incomoda
Faz a raiz ir além
Faz a raiz ir a águas fundas
Faz a raiz crescer
Faz a planta crescer
Faz a planta ir ao sol
Faz a planta evoluir
O sal da terra, a raiz crescer
O sal da terra, a planta subir
O sal da terra, sai da terra
Faz ser maior, incomoda.

Crido Santos – Belo urbano, designer e professor. Acredita que o saber e o sorriso são como um mel mágico que se multiplica ao se dividir, que adoça os sentidos e a vida. Adora a liberdade, a amizade, a gentileza, as viagens, os sabores, a música e o novo. Autor do blog Os Piores Poemas do Mundo e co-autor do livro O Corrosivo Coletivo.
Posted on 3 Comments

NADA

Você me perde, cada dia um pouco. O luar vai sumindo.

A certeza que o fim é o melhor caminho, dói.

O fogo está apagando e o que sinto no coração, é a certeza do não, só que algo não combina, poque no sonho eu queria,

queria as mãos dadas, a pele encostando, queria caminhar na mesma direção, queria seus olhos brilhando tão intensamente como os meus.

Mas, mas, mas, a letargia

Mas, mas, mas, o vício

Mas, mas, mas, a solidão

Mas, mas, mas, cada hora um mas

Mas a vida vai passando

rápida

e eu enxergo os meus sonhos ficando longe

Como se o mar me puxasse para dentro

e os sonhos ficando… longe

e você nada, nada,

NADA E VOLTA (grito)

NADA com todas suas forças

Acha aí dentro de você (a força)

Mas nada….

eu começo a ter forças e nado, devagar

sabendo o perigo de me afogar com você

mas é devagar porque não quero te deixar

mas quero viver, então começo a nadar, devagar, e começo a aumentar o ritmo

Eu sei que esse ritmo vai aumentar ainda mais

e eu penso, berro, na minha cabeça

NADA NADA NADA

e nada vejo, nada, nadinha

talvez seja a hora de acordar, acordar desse sonho

Porque está passando do ponto

Virando pesadelo, com ursos no meio da estrada

Você com medo

Eu com medo também, mas firme, quero caminhar para frente,

Alguém tem que estar são

Seguro na sua mão, você tem muito medo, pânico

Se fechou nesse mundo

De segredos, de medos, de vícios, de dores

Mundo pequeno e o mundo é tão grande…

Queria te mostrar, mas você não quer ver.

Eu NADO

Você NADA.

Adriana Chebabi  – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza.  Divide seu tempo entre seu trabalho de comunicação e mkt e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa. 

Foto Adriana: @gilguzzo @ofotografico
Posted on Leave a comment

Livre de Você

Incendiei o teu jardim

Rabisquei tuas pinturas

As partituras que você compôs

Manchei com vinho tinto

Eu cuspi nos teus versos

As cartas de amor eu rasguei

Uma por uma

O poeta tinha razão

Eram ridículas

Hoje não tem flor nem telas

Tua música está de ressaca

O poema está contaminado

E não sobraram cartas para contar a nossa história

MADAME ZORAIDE: – “Para combatermos os freios morais inibidores. Um copo de vinho. “

Fernando Farah – Belo Urbano, graduado em Direito e Antropologia. Advogado apaixonado por todas as artes!
Posted on Leave a comment

PASSEIO

Caminhei olhando a rua e me peguei no tempo;
Como em um sonho, as coisas ao meu redor pareciam andar mais devagar;
Uma leve música cantarolava em meus pensamentos;
Anti a rua, o tempo e o som lembrei do seu olhar;

Sua voz doce recitava uma poesia;
Seu olhar demonstrava muita paixão;
Pensei, lembrando, quem sabe um dia…
Poderei conhecer seu coração!

Hoje conheceremos as minhas lembranças de um sonho bom;
Onde, de mãos dadas, caminhava com você;
Tinhas a rua, o som a brisa e o tempo, que ao seu lado, no meu sonho, parecia não correr;

Foi próximo ao lago, amparado pelo belo pôr do sol;
Que segurei suas mãos levemente e, com os lábios trêmulos, beijei você!
Foi um beijo leve como a brisa daquela tarde linda, sensível como uma poesia recitada por você;
E, ao final deste beijo, com um olhar um pouco sem jeito, descansou seu rosto no meu peito;

Peito este que tinha o coração palpitante de emoção, e em um turbilhão de pensamentos, não encontrei palavra nenhuma para dizer;
Passei meu braço pela sua cintura, e como em um doce que chega ao fim, caminhamos sem falar, mas ficou escrito, isso nunca mais se apagará!

André Araújo – Belo Urbano. Homem em construção. Romântico por natureza e apaixonado por Belas Urbanas. Formado em Sistemas, mas que tem a poesia no coração. 46 anos de idade, com um sorriso de menino. Sempre irá encher os olhos de água ao ver uma Bela Mulher sorrindo.

Posted on Leave a comment

Olhar sem manobra

Durante um bom tempo ficou alí…

perdida na costura e nas linhas engasgadas.

Parecia até soberba, indiscreta ou maliciosa. Era nada.  

Era um turbilhão de medo e desafio.

Os anos passando até pelos dentes, os cabelos deslocados, maçãs do rosto quentes

e molhados versos.

Andava cansada e dizia isso em silêncio todos os dias quando estava no chuveiro,

aquele momento único em que podia desmoronar um pouquinho.

Era ansiedade e medo… Ou só cansaço.

Tudo o que mais queria era que mãos confiáveis lhe tirassem os sapatos e as meias.

E que ao olhar para a bunda dela sentisse tesão de carinho, de vontade de amor,

daquele amor que não julga o corpo pela estética, daquele que julga cada cicatriz ou marca de forma poética.

Ser vista além dos detalhes finos, brutos, marcados pela idade ou leves.

Por tudo!

Olhos sem censura, olhos sem manobras registradas, olhos de feiticeiras águas.

E uma massagem nas costas… Ah…uma massagem no ego.

Ela merecia…

Poder ouvir baixinho no ouvido um sussurro:

 “amo cada detalhe do teu corpo cansado”.

Era tudo o que ela queria…

Siomara Carlson – Bela urbana. Arte Educadora e Assistente Social. Pós-graduada em Arteterapia e Políticas Públicas. Ama cachorros, poesia e chocolate. @poesia.de.si


Posted on Leave a comment

Enfim somos nós

Somos nós que curamos o mundo.

Somos nós que deixamos de sermos imundos.

Somos nós que escolhemos atrair o bem.

Somos nós que fazemos o mundo ao redor ser mais do que qualquer um ou alguém.

Quer você por essa vida passar sem nada a acrescentar, não entendeu nada de ser.

Não entendeu que para ser é preciso viver.

Viver não é uma arte. É mais complexo tanto quanto um descarte.

Quando se descarta, se isola. Quando se isola, se faz uma escolha.

E na escolha da vida, ah… as escolhas da vida…

Se o caminho que você traça não olhar ao redor, então você, realmente, não aprendeu nada.

Submerso ficamos num rio que corre sem poucos enxergarem seu verdadeiro destino. Ou sua verdadeira nascente. Se você for até a sua nascente, saberá o caminho a percorrer. Pode até ter medo dos riscos a correr.

Desvios haverão de existir. Mas existe a possibilidade de canalizar. Esvaziar um lado e abrir um outro. Menor, maior, fluído, que abasteça. Que aconteça.

Se você não veio a esse mundo para abastecer vidas com o seu bem, então você, realmente, não entendeu nada. Nada de ser alguém.

Dani Fantini -Bela Urbana, mãe de uma menina moça, que a acompanhou em toda a sua jornada, que não viu crescer, mas acompanha seu presente e seu futuro. É dona de casa, escritora, que trabalha com gente, que ama animais, a vida e que venceu a morte no auge de uma depressão. Podemos dizer que sim, é completa, mesmo faltando algumas peças desse enorme quebra-cabeça que é a vida!

Foto Dani: @solange.portes
Posted on Leave a comment

QUANDO

Quando a vela queimar: ascenda.

Quando o sol irradiar: levante.

Quando a frustração abalar: reaja.

Quando alguém te desgostar: fuja.

Quando um sonho acabar sem realizar: deseje.

Quando os filhos crescerem e a casa ecoar: mude.

Quando tudo parece não dar certo: insista.

Quando for dormir: agradeça.

Quando tiver vontade de chorar: cante.

Quando não concordar: ouça. 

Quando sentir saudade: lembre.

Quando gostar: repita.

Quando ficar angustiado: dance.

Quando tudo passar: grite.

Quando o outono chegar: aprecie. 

Quando uma criança sorrir: retribua. 

Quando puder: faça. 

Porque quando tudo acabar: fim. 

Vera Lígia Bellinazzi Peres – Bela Urbana, casada, mãe da Bruna e do Matheus e avó do Léo, pedagoga, professora aposentada pela Prefeitura Municipal de Campinas, atualmente diretora da creche:  Centro Educacional e de Assistência Social, ” Coração de Maria “