Posted on Leave a comment

Você é brasileira? Então samba aí para a gente ver…

Ah, fevereiro! O mês mais esperado do ano na áurea época da minha juventude! As cinco noites com bailes de Carnaval nos clubes sociais da minha cidade, no interior de São Paulo, são algumas das minhas melhores lembranças daqueles tempos.

Atualmente, depois de quase 20 anos morando na Dinamarca, já quase nem me lembro que fevereiro é mês de Carnaval. Primeiro, porque aqui não existe a tradição carnavalesca como no Brasil – a comemoração dos dinamarqueses, chamada Fastelavn, é só para crianças, e consiste basicamente em fantasiar-se e bater num barril de madeira até quebrá-lo para pegar as guloseimas escondidas dentro dele. Segundo, porque não há clima para Carnaval aqui em fevereiro, nem literal nem metaforicamente. Os dias são frios e escuros, não combinam com o Carnaval que conhecemos e apreciamos. E terceiro, neste ano de pandemia, Carnaval parece coisa de um passado muito distante.

Em tempos normais, pode-se, sim, participar de uma folia carnavalesca ao estilo brasileiro por essas latitudes, mas em outra época do ano. Existem organizações que promovem festas em algumas cidades da Dinamarca no mês de maio, quando o clima está mais apropriado. Trata-se de festivais que incluem música, dança, desfiles de escolas de samba e outras atividades. Participei várias vezes desse Carnaval fora de temporada em Copenhague para sentir-me um pouco mais perto de casa.

O que me parece mais interessante desses eventos é que geralmente são organizados por dinamarqueses que se identificam e abraçam esse aspecto da cultura brasileira, às vezes até com mais paixão que os próprios brasileiros.

O Carnaval celebrado no Brasil sempre foi muito promovido internacionalmente e, de fato, fascina muitos estrangeiros. É algo que quase qualquer pessoa no mundo pensa quando se fala do Brasil, além do futebol, é claro! Isso é muito bacana, mas eu gostaria que o Brasil se destacasse por outras capacidades também; que outras ideias viessem à mente das pessoas quando pensassem sobre o nosso país.

Em várias ocasiões, ouvi o comentário: Você é brasileira? Sabe sambar? Samba um pouquinho para a gente ver… Eu nunca fiquei ofendida com isso, porque achava legal que as pessoas tinham interesse pela nossa cultura. Mas hoje, pensando bem, acho que é muito pouco. O Brasil tem tanto mais para mostrar, mas ainda insiste em promover apenas uma pequena fração de suas muitas facetas.

É certo que crise política, escândalos de corrupção e outros problemas socioeconômicos que nos assolam há bastante tempo não favorecem a imagem do Brasil no exterior, mas acho que, mesmo assim, ainda temos muitas coisas boas de que nos orgulharmos.

A tradição carnavalesca, a música e os aspectos culturais do Brasil devem ser preservados e difundidos, mas precisamos mostrar para o mundo que podemos oferecer mais do que isso. Gostaria que o país do futebol e do Carnaval também fosse reconhecido por seus avanços científicos e tecnológicos, por seus valores democráticos, por sua criatividade, seu respeito à vida e ao meio ambiente e por encontrar soluções sustentáveis para o desenvolvimento do nosso país.

Como já dizia um velho samba-enredo da Mocidade: “Sonhar não custa nada…”

Miriam Moraes Bengtsson – Bela Urbana, formada em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda pela PUCCAMP e possui mestrado em Comunicação e Inglês pela Universidade de Roskilde, na Dinamarca. Desde 92, atua nas áreas de mkt e comunicação. Natural de Garca, SP, vive atualmente em Copenhague, Dinamarca, com marido e dois filhos. Trabalha com comunicação digital e branding em empresa da área farmacêutica. Em seu tempo livre, gosta de praticar esportes, viajar e estar com família e amigos.
Posted on Leave a comment

As Máscaras Masculinas no Carnaval

A grande maioria das pessoas espera e se prepara ansiosamente para a maior folia do Brasil, o carnaval.

Historicamente, a folia de carnaval acontece durante três dias que antecedem a quarta-feira de cinzas, dia que se dá início à quaresma e que simboliza a reflexão e mudança de vida. Carnaval vem do latim carnem levare – afastar-se da carne – mas como assim? Sabe aquela história que todo regime começa na segunda-feira e no fim de semana antes você come e faz tudo que pode? Então, carnaval é isso aí… aproveitar ao máximo os prazeres da carne.

Na magia do carnaval nos despimos da repressão e censura, das obrigações e responsabilidades do cotidiano para nos vestirmos de fantasias e máscaras, com uma falsa sensação de que “tudo é permitido”, vivendo intensamente a alegria, o prazer e a descontração, mas por baixo da máscara da folia aparecem outras máscaras, aquelas que vamos colocando desde a infância, que culturalmente é passado de geração em geração e nem percebemos – as máscaras do patriarcado, do machismo estrutural e privilégios masculinos. 

Sei que este ano, devido à Covid, o carnaval de rua foi adiado e nos clubes cancelado, assim como o ponto facultativo na grande maioria das cidades, mas por que este artigo então? Porque o povo brasileiro é festeiro, e é bem provável que o carnaval particular aconteça. E um fato é que no período de carnaval há o aumento do índice de assédio (que acontece o ano inteiro) e, por incrível que pareça, a grande parte se dá em lugares privados e não públicos, ou seja, nos lares e entre amigos e familiares.

E aí homens, quais comportamentos resultantes das máscaras que estamos tendo ou abafando e que afloram mais no carnaval?

Uma máscara comum é a do assédio e que muitos homens se justificam como paquera. Assédio é quando o espaço da mulher é invadido, a mulher é desrespeitada, o seu corpo é como objeto, a sua segurança é ameaçada e seus direitos violados. Isso é desamor! E paquera é onde o respeito acontece e o espaço da sedução é vivido pelos dois. Há um consentimento, um interesse das duas partes, há liberdade de escolha, e a entrega ao desfrute do amor e erotismo acontece.  

Quais outras máscaras utilizamos e que para nos autoafirmarmos (defesa da própria identidade) na nossa masculinidade, utilizamos da violência verbal, física, sexual e assim por diante? 

Nós homens, e como seres humanos, temos a condição básica de pertencimento a outro ser humano e de criarmos vínculos emocionais. Queremos amar e sermos amados!

Mas como viver isso? Nos autoconhecendo e nos desenvolvendo! E o primeiro passo é tomarmos a decisão de não mais fazer mal para as mulheres e qualquer outro ser humano e assumirmos a responsabilidade por absolutamente tudo, de como vivemos, e parando de procurar culpados.

O segundo passo é identificarmos as máscaras que utilizamos. Nos observar em nossos comportamentos e os impactos que causamos nos outros. O machismo estrutural acontece de muitas maneiras, mas tem a característica de depreciar, discriminar, ser preconceituoso, de dominar e de ser superior.

Quanto mais nos conhecemos, mais ampliamos a consciência e passamos a nos respeitar e respeitar o outro, e com o outro, desfrutamos o melhor do carnaval com a máscara da alegria, do prazer e descontração!

Viva o carnaval, viva a vida!

Wlamir Stervid ou Boy, para aqueles que o conhecem pelo apelido. Belo urbano, apaixonado pela sua família, por gente e natureza. Sua chácara é seu recanto. Devido ao seu processo de transformação, trabalha com desenvolvimento humano, é Coach Ontológico e idealizador do Homens de Propósito, um movimento entre homens para o autodesenvolvimento e transformação do masculino.
Posted on Leave a comment

O que o carnaval tem a ver com isso?

A indústria sexualiza o corpo da mulher desde que ele começa a se desenvolver. Talvez o carnaval seja um dos momentos em que isso mais fique visível para todo mundo ver, e que mesmo assim ainda existem muitas pessoas que não notam. Nós mulheres passamos nossa vida inteira tentando nos encaixar em um padrão de beleza que é cruel, desafiador e que na maioria das vezes não se molda aos nossos corpos. Nós estamos constantemente encarando o espelho e procurando por defeitos que nem ao menos existem.

Vivemos muitas vezes com pessoas que acreditam que o corpo de uma mulher diz mais sobre ela do que quem ela realmente é. Vivemos em um mundo onde uma mulher não consegue andar na rua com a roupa que quiser sem ser assediada, comentada ou observada. Vivemos em uma sociedade patriarcal e machista que nos ensina desde cedo a entrar nos moldes e nos portar “do jeito que deve ser”.

Mas o que o carnaval tem a ver com tudo isso? Bom, pode ser que muitas mulheres usem essa data para dar seu grito de liberdade e sair na avenida com a roupa que quiser, do jeito que quiser sem que ninguém ache nada sobre isso. Pode ser também que para muitas a sexualização dos seus corpos fique ainda pior no momento em que a sociedade julga o tipo de roupa usada ou o comportamento das mulheres que saem na avenida.

A verdade é que o problema está nas pessoas que se veem no direito de julgar e sexualizar os corpos femininos. Nas crianças que desde sempre se veem encurraladas por conta disso. Nas adolescentes que antes mesmo de entenderem o que o corpo significa já são taxadas como objeto. Nas adultas que lidam diariamente com a monstruosidade que é se espremer nos padrões, muitas vezes gerando transtornos e compulsões alimentares.

O problema está na nossa sociedade doente. Porque as mulheres só querem ser elas mesmas, se portar como quiserem, se vestir como der vontade e, mesmo assim, continuar sendo respeitadas!

Juliana Manfrinatti Bittar – Bela Urbana. Bióloga. Gestora empresarial em formação. Apaixonada por livros, se arrisca às vezes na escrita. Tem como um dos objetivos de vida conhecer todas as maiores e mais bonitas bibliotecas e livrarias do mundo.
Posted on Leave a comment

Propaganda, carnaval e mulher

Como não pensar em propaganda com a chegada do carnaval? O brasileiro, mesmo não sendo adepto do pagode, do frevo e dos ritmos das escolas de samba, gosta de carnaval por muitos motivos: descanso, viagem, festas, bebedeira e reunião com os amigos, agarros e beijos, muitos beijos, roubados não importa de quem. É um período de liberação total dos costumes.

Tenho um primo de Salvador que contou, certa vez, que havia beijado mais de 200 mulheres, pelas ladeiras, no carnaval da Bahia. A “pegação” indiscriminada é o que muitos fazem nessa época e saem contando como vantagem.

As empresas sempre aproveitaram o Carnaval para apresentar propostas de produtos. Diversas marcas, ao longo de séculos, não se esquecem dessa época, porque parece que as pessoas desligam sua autocensura e se liberam para ampliar alguns limites impostos pela sociedade. O Carnaval tem sido visto como um período de relaxamento em todos os sentidos.

A festa do prazer. A festa da carne.

Muitas coisas foram mudando, hoje, não vemos mais os bailes de carnaval como em outros tempos e o carnaval de rua deixou de existir no século XXI. Restam os grandes desfiles de escolas de samba das grandes cidades e alguns desfiles de blocos em outras capitais do país.

Pesquisando sobre o tema, foquei um pouco no início do século XX e descobri que as mulheres, daquela época, encontravam nos três dias oficiais de reinado de Momo, momentos para se liberarem das regras familiares e se permitiam um pouco de descontrole. O carnaval sempre foi uma justificativa para sair do sério e a mulher assumir um pouco do poder que não lhes era permitido normalmente.

Num site de publicidades antigas, encontrei uma, bem intrigante, do lança perfume Alice. Assim, acabei descobrindo mais algumas curiosidades.

Essa propaganda afasta a sensação de um brinquedo de carnaval. Mostra uma mulher sendo submetida por seu companheiro, tendo os seios nus. Esse anúncio, do início do século XX, surpreendeu-me por ser muito ousado, literalmente, de “pegação”.

 Apesar de afirmarem em muitas publicações a inocência do uso do produto, usado até por crianças nas matinês de antes da proibição em 1961, essa publicidade contradiz a intenção ingênua do uso do Lança Perfume. O anúncio revela, em primeiro plano, o efeito produzido pelo produto, com o personagem do Pierrot, parecendo dominar a companheira entorpecida e submetida, como um tipo de “boa noite cinderela”.

A apresentação da mulher, já em topless, sugere algo considerado indecente naqueles tempos. Tenta aí, fazer certa concessão sem censura, já que é carnaval, tudo pode.

No texto, o anúncio trata de forma muito normal, mais do que se possa pensar hoje, dizendo que o lança perfume: “é sempre o preferido e pode ser pedido em toda a parte”, mencionando as revendedoras, sem qualquer restrição. Ainda menciona as vendas por atacado junto a brinquedos e artigos de carnaval.

No visual, em primeiro plano, o Pierrot parece aplicar o produto diretamente no nariz de sua parceira de dança. A moça que se entrega toda lânguida aos efeitos, parece se deixar dominar pelo rapaz num momento de êxtase provocado pelo produto. Ao fundo, como num baile, veem-se outros casais dançando, assim como uma bailarina, músicos de orquestra e um anjo cupido, com seu arco, apontando sua flecha bem na direção do casal principal, sugerindo a conquista que o rapaz está conseguindo em relação à moça contando com os efeitos do lança perfume. Tudo muito sugestivo e nada moralista.

Basta uma olhadela nas propagandas em geral, para concluir que, há muito mais de um século, a mulher é exibida em anúncios de maneira não muito edificante, sobretudo no verão e nas campanhas da época de Carnaval. Há evoluções recentes, claro, com propagandas celebrando a chamada “mulher moderna”, que presenteia o marido com um carro zero, que toma iniciativa de conquistar um parceiro, que dispensa o namorado para beber com as amigas, mas, ainda assim, são recorrentes os estereótipos de “mulher-margarina” e “boazuda-de-cerveja”. A propaganda, do Alice, seria totalmente condenada pela sociedade atual, sobretudo pelos movimentos feministas.

Os efeitos dos protestos das mulheres já se refletiram, ultimamente, nas mudanças ocorridas nas campanhas das cervejas Itaipava e Skol de modo a terem sido totalmente revistas suas propostas de posicionamento e linha de criação.

Como hoje elas têm poder aquisitivo comparável ao dos homens, formando um robusto nicho de mercado, é natural que a publicidade evite representações de mulheres submissas.

O que precisa ficar claro é que a publicidade é o espelho da sociedade em que ela está. Ela não cria hábitos, ela os reflete. Seu papel não é mudar tendências, condutas ou costumes, mas sim reproduzí-los para que as consumidoras se identifiquem com a marca e não a rejeitem.

Flailda Brito Garboggini – Bela Urbana. Pós graduada em marketing, Doutora em comunicação e semiótica. Dois filhos e quatro netos. Formada em piano clássico. Hobbies música, cinema, fotografia e vídeo. Nascida em São Paulo. 4 anos como aluna, 35 anos como professora de Publicidade na PUC Campinas. É aquariana (ao pé da letra).
Posted on Leave a comment

De madrugada, escondida atrás do balcão

Carnaval de 2021…não teremos…ficaremos em casa…JÁ FOI ASSIM NA MINHA CIDADE!

Apesar de hoje não sairmos de casa por causa da pandemia, em 1984 o motivo para ficarmos em casa era outro: a desigualdade entre meninos e meninas.

Minha mãe, era diferente, me deixava sair e eu era uma das mais animadas. O que eu não me conformava, era com alguns pais de amigas minhas. Minhas amigas não podiam quase sair de casa nesse período.

Argumentos dos pais não faltavam:

– Pessoas bêbadas pelas ruas.

– Pessoas bêbadas dirigindo e os carros perdem o controle.

– Pessoas mal-intencionadas oferecendo drogas, “lança perfume”.

– Amigas que podem beber e te levar pelo mau caminho.

– Danças eróticas.

– Músicas e danças insinuantes.

Afff, eram desculpas mais desculpas.

Mas, eu tive a sorte de ter uma mãe que confiava em mim e sempre dizia que eu é quem sabia qual o caminho a seguir e que eu é quem tomava conta da minha vida.

A única coisa que ficou gravada foi: cuidado, não desgrude do seu copo. Se for ao banheiro, jogue fora sua bebida e pegue outra depois que sair. Eles podem colocar “bolinhas“ e aí, vão abusar de você. Morria de medo.

A estratégia funcionou. Nunca experimentei droga, pulava a noite toda sem parar, ria tanto e me divertia tanto que até hoje ainda penso que muitas das mães que me viam dançando, duvidam da fonte de tanta animação.

E claro, para encerrar a noite, todo mundo ia para a padaria do meu pai comer pão quentinho saindo do forno. E eu? Ia para trás do balcão ajudar a vender, mas ficava atenta, quando meu paquera aparecia… eu não saia do banheiro de vergonha! 

Hoje, com 50 anos, rio das lembranças e vejo que ensinar e confiar é a melhor solução. Prender e proibir, só aumenta a curiosidade. No fim, o diálogo, a confiança e o “olho do vizinho que vai no baile, as perguntas mais descabidas da mãe no dia seguinte e cheirar a roupa da filha todinha escondida…” ainda está valendo!

Roberta Corsi – Bela Urbana.
Fundadora e coordenadora do
Movimento Gentileza Sim,
que tem por objetivo “unir pessoas que acreditam na gentileza” e incansavelmente positiva. Mãe da Gabi e do Gui. Gosta muito de reunir a família ao redor de uma boa mesa
.

Posted on Leave a comment

É Carnaval pra quem quiser

É o tempo de se vestir com uma fantasia engraçada.
Que cobre o corpo todo. Ou não.
É tempo de se divertir.
Tempo de ir pra rua, de fazer farra.
De passar tempo com quem se ama.
De viajar.
De dançar até o chão sem julgamento.
De vestir o que quiser.
De festa.
De celebrar a diversidade.
O exótico. O país. A beleza.
De enlouquecer.

Das mulheres se sentirem empoderadas.
Bonitas, sexys, confiantes.
Glamurosas, brilhantes.
Pra que elas dancem sem medo.
Mulher alguma vez fica sem medo?

Tempo de as pessoas serem quem quiserem.
Tempo de não julgar.
De brilhar e de vestir a roupa que teve medo de vestir o ano todo.
Tempo de a comunidade LGBTQIA+ se expressar. Sem medo.
Eles também alguma vez não sentem medo?

Ou de ficar em casa.
Vendo o desfile na TV.
Ou vendo um filme qualquer e fingindo que o Carnaval nem está aí.
De olhar a rua da janela.
De torcer pela sua escola.
Ou não.
De por o sono em dia.
Ou os estudos.
Do que for mais confortável.
Mais alegre.
Ou prioridade?
Mais seguro?

Porque é isso que o Carnaval é.
Tempo de escolher ser e fazer o que quiser.

Giulia Giacomello Pompilio – Bela Urbana, estudante de engenharia mecânica da UNICAMP, participa de grupos ativistas e feministas da faculdade, como o Engenheiras que Resistem. Fluente em 4 idiomas. Gosta de escrever poemas, contos e textos curtos, jogar tênis, aprender novos instrumentos e dançar sapateado. Foi premiada em olimpíadas e concursos nacionais e internacionais de matemática, programação, astronomia e física, além de ter um prêmio em uma simulação oficial da ONU.
Posted on Leave a comment

Entre a vida e a morte

Uma faz viver a outra tira a vida.

Linha tênue

Choro e emoção!

Luto e comemoração. 

Uma faz o ser humano aparecer a outra, desaparecer.  

Vivemos  o tempo todo entre elas….

Lidando com elas. Nos surpreendendo…

Não temos controle sobre nenhuma. 

As duas fazem parte do destino. 

Da vontade de Deus. 

Do VIVER

A morte é sofrida.

A vida comemorada. 

Mas as duas, cada uma a a seu modo, celebradas. 

Ritos de chegada

Ritos de partida 

Entre elas vivemos: 

Sem esperar,

Sem dominar,

Sem planejar.

O tempo de cada uma chega sem avisar.

E quando chega; chega como deveria ser. 

Nascimento. 

Falecimento.

O nascimento nos emociona e transborda de alegria!

O falecimento nos emociona e transborda de dor e saudade.

Vivemos e morremos. 

Ambíguos e antagônicos. 

Viver é ao mesmo tempo morrer.

Cada dia de vida, um dia a menos pra viver. 

Neste mesmo instante do relógio, há morte é há vida.  

Há o último e o primeiro suspiro. 

E assim vamos…um dia após o outro nesse ciclo sem fim

Entre a vida e a morte!

Vera Lígia Bellinazzi Peres – Bela Urbana, casada, mãe da Bruna e do Matheus e avó do Léo, pedagoga, professora aposentada pela Prefeitura Municipal de Campinas, atualmente diretora da creche:  Centro Educacional e de Assistência Social, ” Coração de Maria “
Posted on Leave a comment

Uma grande conquista

Fiquei pensando sobre a vacina, tão esperada, e o que isso representa.

Sim, com certeza é um avanço incrível, uma grande conquista, e que vai mais além…

Esse movimento mundial representa muito mais do que uma corrida por algo capaz de sanar um mal; na verdade, diz respeito a como ainda existem pessoas que apostam na humanidade, que se importam com a dor e o sofrimento do outro (além do seu) e que se preocupam com o todo.

Por outro lado, assustadoramente pudemos perceber como tem gente na contramão desse movimento coletivo. O negacionismo, a luta vazia com uma inconstância de opiniões também refletiu o lado sombrio de alguns pares. É claro que isso assusta, faz pensar, mas não pode jamais nos atingir a ponto de esmoecermos.

Toda essa tragédia mundial é dilacerante, mas é preciso perceber como trouxe à tona muita solidariedade, empatia, busca, realizações, afetos, encontros, movimentos de diversos âmbitos, com a certeza de que a distância física não é capaz de minar relações verdadeiras, onde o amor e o carinho foram construídos ao longo do tempo. ISSO IMPORTA, E MUITO!

Choramos pelas inúmeras mortes, e desejamos força e coragem às famílias que perderam pessoas queridas. É uma tragédia, uma dor imensurável, não tem volta!

Neste momento, o que fará a diferença frente a tantas vidas que poderão ser salvas é podermos oficiar a chegada da vacina. Ainda não será para todos agora, é um longo caminho a ser percorrido, mas a expectativa da cura não está mais no vazio, vem se concretizando a cada dia.

É a sensação de que o “bem pode vencer o mal”, numa torrente de energia capaz de transformar, de permitir que vidas tenham o seu real valor. E, de novo, ISSO IMPORTA, E MUITO!

Simara Bussiol Manfrinatti Bittar – Bela Urbana, pedagoga, revisora, escritora e conselheira de direitos humanos. Ama o universo da leitura e escrita. Comida japonesa faz parte dos seus melhores momentos gastronômicos. Aventuras nas alturas são as suas preferidas, mas o melhor são as boas risadas com os filhos, família e amigos
Posted on Leave a comment

Conselhos da Madame Zoraide – 21 – Pinto

Olá Consulentes.

Desta vez quero falar direto com meus consulentes homens.

Como o assunto é assédio sexual e nos tempos atuais isso ocorre muito pelas vias digitais, vou dar um recado sério de MADAME para HOMENS.

Sejam homens na frente da tela e por trás dela. Sejam a mesma pessoa. Tenham hombridade.

Pinto bem-vindo é pinto permitido. Pinto que não entendeu isso, é pinto que não cresceu. Se quer virar galo, cresça e só assim apareça.

Lembrando, apareça se for convidado.

Até a próxima consulentes.

Madame Zoraide – Bela Urbana, nascida no início da década de 80, vinda de Vênus. Começou  atendendo pelo telefone, atingiu o sucesso absoluto, mas foi reprimida por forças maiores, tempos depois começou a fazer mapas astrais e estudar signos e numerologias, sempre soube tudo do presente, do passado, do futuro e dos cantos de qualquer lugar. É irônica,
é sabida e é loira. Seu slogan é:
” Madame Zoraide sabe tudo”. Atende pela sua página no facebook @madamezoraide. Se é um personagem? Só a criadora sabe 

Posted on Leave a comment

Intenção de assediar

Escrevo poesias no instagram e tenho vários seguidores que também escrevem.

Outro dia, um seguidor que tinha uma imagem de flores no seu perfil e postava mensagens motivacionais, me enviou um vídeo no particular. Ao abrir, era um homem dançando com as calças abaixadas e o pênis ereto. Respondi logo em seguida, indagando qual o sentido de ter me enviado aquilo e a resposta foi: “ você não gostou? “. Respondi que não e que iria denunciar e bloquear e foi o que fiz!

O mais assustador é que a pessoa se passa por alguém que escreve mensagens bacanas etc… e deve estar na internet com a intenção de assediar.

Denuncie! Denuncie! Denuncie!

Siomara Carlson – Bela urbana. Arte Educadora e Assistente Social. Pós-graduada em Arteterapia e Políticas Públicas. Ama cachorros, poesia e chocolate. @poesia.de.si