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ASSIM FOI…

TOMOU-ME MENINA

TORNOU-ME MULHER.

TOMOU-ME A VIDA

TORNOU-ME VIVIDA.

TOMOU-ME AFLITA

TORNOU-ME ESQUISITA.

TOMOU-ME INCERTA

TORNOU-ME INQUIETA.

TOMOU-ME CURIOSA

TORNOU-ME NINFETA.

TOMOU-ME NA CAMA

TORNOU-ME NA SARJETA.

TOMOU-ME VALIDA

TORNOU-ME ATREVIDA.

TOMOU-ME CARENTE

TORNOU-ME AUSENTE.

TOMOU-ME MENINA

TORNOU-ME FELINA.

TOMOU-ME VÍTIMA

TORNOU-ME ASSASSINA.

E ASSIM, DIANTE DE UM FOI ASSIM

FIQUEI PRESA, AOS MEUS CUIDADOS.

E SIGO CALADA, TOMADA EM GRADES

TORNADA PASSAGEM PARA A SERVIDÃO.

MENINAS VADIAS MULHERES VADIAS

QUE VIVEM SEMPRE NA AUSÊNCIA

DA LIBERDADE.

Joana D’arc de Paula – Bela Urbana, educadora infantil aposentada depois de 42 anos seguidos em uma mesma escola, não consegue aposenta-se da do calor e a da textura do observar a natureza arredor. Neste vai e vem de melodias entre pautas e simetrias, seu único interesse é tocar com seus toques grafitados pela emoção.

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MAIS VALOR + MAIS VALIA

Percebe qual o teu real valor
Da a ti mesmo teu real valor
E avaliará, por bem
O real valor que alguém
Por ti da ou dará

Crido Santos – Belo urbano, designer e professor. Acredita que o saber e o sorriso são como um mel mágico que se multiplica ao se dividir, que adoça os sentidos e a vida. Adora a liberdade, a amizade, a gentileza, as viagens, os sabores, a música e o novo. Autor do blog Os Piores Poemas do Mundo e co-autor do livro O Corrosivo Coletivo.
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Tu

Tu

Absurdo

Obscuro

Tu

O não

O tchau

O fim

Tu

3 vezes passou

Tu

Adeus

Adriana Chebabi  – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza.  Divide seu tempo entre seu trabalho de comunicação e mkt e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa. 

Foto Adriana: @gilguzzo_photography
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Escalada da Basílica

Não me ligue 

Porque eu não ligo pra você 

Na verdade, não me ligue na tomada 

Eu não pisco pra você. Não acendo o teu nome 

Não procuro teus anúncios nos classificados. Desclassifico 

Desço os degraus desse poema sem salto. Nem alto, nem baixo 

E alucinada eu procuro o nome do meu amor nessa escadaria sagrada 

Fernando Farah – Belo Urbano, graduado em Direito e Antropologia. Advogado apaixonado por todas as artes!
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Recado à Mulher de pouca fé

Cansada, à beira da exaustão mental, ela olhou para seu santuário na cabeceira da cama. Imagens de Santo Antônio com o Menino Jesus no colo, Nossa Senhora de Aparecida, São Jorge, São Longuinho, Nossa Senhora Fátima, Cosme e Damião, o Cristo Redentor de braços abertos, Ganesha e Ibeji! Sincretismo puro!

Nada acalmou seu coração. Tempos difíceis esses. Tempo complicado de se entender os porquês. Como Deus leva uma criança acometida por uma doença cruel? Como Ele vê as mazelas desse mundo e não faz nada? Ahhhh faz! Mulher de pouca fé!

Independentemente da sua crença, saiba que tem gente no comando da nave. Por mais que você não entenda naquele exato momento o caminho que ela está percorrendo, saiba é o melhor.

O mesmo comandante que te fez duvidar de Sua bondade, colocou em sua vida, dias depois, pessoas que vieram ensinar a perseverança, o amor e a restauração da fé na humanidade. Porque sim, em meio a tantas coisas e notícias desfavoráveis é possível se acalentar com uma história de vida, contada com lágrimas nos olhos e uma reconfortante xícara de café!

Ah, mulher de pouca fé! As imagens na cabeceira da cama estão para te lembrar o tempo todo que HÁ comando, há perdas e há vitórias! E principalmente, há porquês, por mais que você ainda não esteja pronta para entender. Então, faça sua oração, agradeça e viva, mesmo sem ter todas as respostas.

Marina Prado – Bela Urbana, jornalista por formação, inquieta por natureza. 30 e poucos anos de risada e drama, como boa gemiana. Sobre ela só uma certeza: ou frio ou quente. Nunca morno!
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“Hoje é assim”

Ao olhar pela janela vejo pássaros em seus voos livres e soltos, cantando para anunciar o início de um novo dia.

O céu azul, as folhas balançando nas frondosas árvores, flores colorindo o jardim… o anúncio da primavera.

Uma brisa leve, capaz de trazer um frescor agradável.

Saboreio meu café da manhã enquanto checo as notícias e também as mensagens que chegam sem parar.

No momento seguinte, sigo rumo ao trabalho… o interessante é que me dou conta de que o trabalho é aqui mesmo. Não vou a lugar algum!

Por segundos isso ainda me soa estranho, mas logo entendo que “Hoje é assim!”

Pela mesma janela posso enxergar diferentes cenários… de dentro pra fora, de fora pra dentro, mas percebo que o olhar é outro, o prisma muda.

Só que em tudo há significado, singularidade, valor.

Bebo mais um gole do meu café, que exala um aroma delicioso.

Retomo a atenção ao que preciso cumprir no meu dia.

E vou, um dia de cada vez.

A rua pode esperar… há beleza aqui!

Por enquanto, “Hoje é assim!”

Simara Bussiol Manfrinatti Bittar – Bela Urbana, pedagoga, revisora, escritora e conselheira de direitos humanos. Ama o universo da leitura e escrita. Comida japonesa faz parte dos seus melhores momentos gastronômicos. Aventuras nas alturas são as suas preferidas, mas o melhor são as boas risadas com os filhos, família e amigos.
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CASAMENTO VIA WHATSAPP

Os relacionamentos por whatsapp são muito comuns nos dias de hoje. Se por um lado o aplicativo une e agiliza a comunicação, por outro pode tornar até um casamento sem a relação “face to face”.

Me lembro de uma amiga cujo marido falava tudo por mensagens. Mas quando chegava em casa, não dava nem um beijo sequer. Boa noite então, seria gentileza demais. Ele ia direto para o banheiro e se dirigia de costas para a esposa apenas para perguntar: – O que tem de janta?

Celular no criado mudo não parava de “apitar”. Cunhada, irmãos… mesmo tendo passado o dia todo juntos, invadiam a privacidade do casal.

Acontecia sempre naquele mesmo horário. Então jantavam separados, pois ele sempre estava ocupado respondendo mensagens de whatsapp ou falando ao celular.

Na hora de dormir, ele queria sexo. Mas não havia troca. O sexo para ela era a continuidade de uma relação, caso contrário, se tornava obrigação. Pra que fingir? Melhor fugir.

Relação afundando, mas o whatsapp continuava lá. Ativo, funcionando.

Ele nunca lhe pediu desculpas por nada, afinal, tinham jurado ao pé do altar que o casamento seria pra sempre.

Triste contradição: ela terminou o casamento e o mandou embora de casa por mensagem… de whatsapp.

Ele não pediu para ela reconsiderar. Não tentou dialogar. Sua única tentativa foi mandar uma mensagem a ela agendando terapia de casais…por whatsapp.

Tarde demais.

Angela Carolina Pace – Bela Urbana, publicitária, mãe, apaixonada por Direito. Tem como hobby e necessidade estudar as Leis. Sonha que um dia as Leis realmente sejam iguais para todos.
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Tongariro e uma primeira discussão

Viajei pela Nova Zelândia por aproximadamente 20 dias no final de 2017. Era meu período de férias de final de intercâmbio na Austrália.

Não fui sozinha. Fui com um namorado que tinha conhecido na Austrália. Ele era alemão.

Não sei se você sabe, mas alemão (ou pelo menos a maioria) ama uma trilha. Não qualquer uma, não uma curtinha de uma ou duas horinhas, as longas são as preferidas.

Uma brasileira tinha me contado que esse passeio, o Tongariro, era imperdível e de boas para quem nunca tinha feito trilha longa que nem eu. Esse monte fica na ilha norte da Nova Zelândia e possui três vulcões ainda ativos, sendo que a última erupção foi em 2012. Um desses vulcões interpretou Mordor e Emyn Muil na trilogia do Senhor dos Anéis, e como leitora do livro e fã dos filmes, claro que eu queria visitar né?

20 quilômetros me pareciam ok, afinal, estava acostumada a andar mais ou menos isso por dia enquanto viajava.

Preparamos várias marmitas e lanchinhos um dia antes, afinal chegaríamos as 6 da manhã e terminaríamos lá pelas 3 ou 4 da tarde a nossa “caminhada”.

Chegamos animados, conversando, e tirando fotos de toda aquela belezura, uma paisagem tão distinta de tudo que já tinha visto. Acontece que eu nunca tinha passado mais de duas horas fazendo trilha na vida, e veja bem, isso não era bem uma trilha de boas como me contaram, e sim a escalada de um vulcão até o topo, lembrando que eu tinha que descer tudo de volta também. Eram então dez quilômetros subindo e dez quilômetros descendo. Esse era o chamado Tongariro Alpine Crossing.

Eu era lerda, muito lerda. E meu namorado, bom, mais fit e acostumado a tudo isso era bem mais rápido do que eu. Em vários momentos falei que ele podia ir na frente sem mim, eu o alcançaria. Ele estava com meu celular e eu com minha câmera.

Parecia que o topo nunca chegava. Caminhei, caminhei, caminhei. Vi restos de neve ao longe (pela primeira vez na vida), subi algumas partes me agarrando a correntes. Sentei em pedras, tirei meus tênis e derramei de dentro deles aquela areia vulcânica como se tivesse enterrado meus pés por lá. Mas aquela monocromia cinza já estava me cansando um pouco, afinal, onde estava todo aquele glamour do Senhor dos Anéis?

Eu e meu namorado não combinamos de ele me esperar em lugares específicos. No começo, ele me esperava mais, perguntava se estava bem e seguia só depois de eu pedir para ele ir em frente. Depois de perceber que eu sempre estava bem, quando chegava perto, ele já desandava a avançar de novo. Acontece que eu tinha certeza que era mais do que óbvio que ele me esperaria no topo né? Só que ele não esperou. Esse abominável ser chegou no topo já descendo a bendita da montanha. Não deu nem tempo de gritar. Fiquei em choque, lá em cima, só observando ele praticamente correr ladeira abaixo, indo embora com meu celular e com meu possível sonho de qualquer selfie.

A vista dava para um lago de águas verdes lindo demais, e eu queria fotos com ele do meu lado e essa vista. Queria selfies com meu celular. E o sonho se foi, perdido, se tornando uma utopia da escalada do Tongariro.

Pelo menos eu tinha minha câmera, e ainda aturdida, pedi para um estranho tirar fotos minhas com ela. Ainda bem que ficaram boas, pois seria minha única recordação e prova de que cheguei ao cume.

Fumegando de raiva, tentei respirar fundo e aproveitar a paisagem. Depois de tentar me acalmar o suficiente, segui caminho. Fui descendo, e nossa, como era difícil. Aquela areia cinza vulcânica era muito fofa, a descida muito íngreme e a impressão que eu tinha era que eu poderia sair rolando a qualquer minuto. Uma alma caridosa percebeu a minha dificuldade e me avisou para eu descer andando de lado, tipo um caranguejo. Foi muito melhor assim. De qualquer maneira, meu pé afundava cada vez mais, e meu tênis antes amarelo virou cinza carbono.

Já ao longe comecei a ver aquele pontinho amarelo neon: meu namorado.

Me concentrei em terminar a descida sem passar vergonha, e fui direto a ele perguntar o porquê não tinha me esperado lá em cima, pois queria ter tirado fotos com ele e com meu celular. Foi um ataque digno de um mini cão raivoso. Não dei tempo para respostas. Estava fula da vida. Continuei minha caminhada andando cada vez mais rápido e deixando ele pra trás. Não queria papo.

Só que ele tinha a mochila da comida. E mais cedo ou mais tarde eu teria que parar e esperá-lo, pois meu estômago já estava começando a reclamar.

Parei em umas pedras e aguardei. Lá vinha ele, novamente. Parecia assustado, afinal até então ele nunca tinha presenciado meu ataque de mini Pinscher. Exigi minha refeição e sentei para comer. Depois me senti mais calma para conversar sobre o que tinha acontecido e o que eu não tinha gostado.

Tudo bem que não fui a pessoa mais bem humorada na descida. Aquele caminho parecia infinito e não havia tempo para descanso, se não perigava de ficarmos sem ônibus.

Finalmente, chegamos. E a melhor sensação foi ter sentado naquele ônibus para voltar e escutar ele dizendo: “Pronto, acabou. Está tudo bem agora.”

No hostel, a alegria de um banho quente, uma cama grande e uma pizza me trouxeram de volta à feliz normalidade.

Ariela Maier – Bela urbana. Uma empreendedora e escritora que ama viajar. Se encontra e se desencontra pelas palavras e gosta de pensar que através da escrita, ajuda almas perdidas que carecem de emoções e histórias cheias de vida. @Arielamaier
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Recomeço

Fui sua inquilina durante 6 meses. Aluguei um quarto em sua casa. Excelente casa, confortável, clara e muito bem localizada. Falávamos pouco. Desde o começo falei que era ruim o meu inglês. Isso não nos impediu de trocarmos mensagens. Com o meu jeito de transformar os lugares onde moro, arrumei o jardim, recuperei o tampo de duas belas mesas. Ele ficou muito admirado e agradecido.

Pega de surpresa quando me comunicou a venda da casa, fiquei sem saber o que fazer e como tinha uma passagem já comprada para Portugal, resolvi mudar os planos, já que tentar alugar outro quarto na cidade onde estava era muito difícil.

Resolvi ajudar a desmontar algumas coisas na casa e ele mais uma vez se mostrou feliz com a parceria. O tempo que passamos na casa organizando a mudança, nos aproximou. Fiquei sabendo ser divorciado, dois filhos, dois netos. Vegetariano o que foi uma grata surpresa. Nos despedimos com um forte abraço.

Chegando a Portugal mantivemos contato e a cada cidade nova, mandava fotos e pequenas mensagens. Prometi que quando retornasse a Girvan faria um quiche para ele, depois de ter mandado uma foto de um projeto que não vingou.

O tempo me trouxe uma nova mudança de planos. Resolvi adiantar o meu retorno a Girvan para ficar mais tempo com os netos já que não queria turistar mais. Pouco dinheiro, saudades, solidão.

Quinze dias depois de estar ao lado da família, o que me recuperou as energias cem por cento, resolvi faZer o quiche e mandar mensagem a ele para cumprir a promessa. Não sabia se tinha alguém. Só o via sozinho. Fiquei na expectativa e joguei para o universo.

Ele pronto respondeu e disse que passaria a tarde para me rever e receber o presente.

Batidas na porta, sabia ser ele, nos abraçamos, senti que estava feliz em me rever. Fui pegar o quiche perguntei se queria entrar e ele diz que estava voltando do trabalho, outra hora entraria. Me perguntou se eu queria ir conhecer a casa nova. Como eu já tinha essa expectativa, tinha até me arrumado, aceitei o convite.

Fomos conversando o caminho de vinte minutos de estrada, chegamos a sua nova casa. Lindo lugar de frente ao mar, fazia frio como sempre, mas hoje sem chuva. Entramos, me mostrou toda a casa e pediu licença para tomar um banho. Fiquei observando tudo e excitada como uma adolescente.

Chegou mais confortável, me ofereceu um vinho e foi acender a lareira. O clima na Escócia e bem propício ao romance: frio, lareira, vinho e por último um jazz para ouvir. Montado o cenário. Resolvi contar histórias da viagem e mostrar fotos. Rimos do meu inglês precário e bem perto um do outro nos esbarrávamos, meio na brincadeira e por fim o olho a olho. O calor transbordou nossos corpos e nos beijamos com calma e deliciosamente. Gosto de vinho. Sua barba macia me aquecia ao toque das mãos. Ali ficamos meio sem jeito. Eu percebi o quanto era tímido.

Fomos comer o tão esperado quiche e bebemos mais um pouco. Lembro que há tempos falamos a respeito de bebidas e éramos iguais; uma ou duas taças de vinho, não mais. E assim foi.

Sentamos no chão no tapete em frente a lareira. Ele pegou a manta do sofá e nos envolvemos. Deitamos e fomos nos descobrindo no nosso tempo. Mas velhos como somos, já não rasgamos roupa ou as tiramos em desespero. Carinho, movimentos mais apreciados e ali realizamos nossa primeira noite juntos.

Na verdade não podia dormir naquela noite ali e mais tarde pedi que me levasse a casa. Já não sabia muito como agir. Pedir que ligasse, convidá-lo a jantar?

Nos despedimos com um carinho imenso. Me sentia enebreada de desejo, amor. Tudo junto e claro ansiedade.

No dia seguinte envie mensagem, logo cedo, agradecendo a noite e manifestando a vontade de estar com ele de novo. Não perdi tempo tentando achar o certo e o errado.

Novo encontro se deu num jantar preparado pela filha e o genro. Noite memorável, muitas histórias que ele nos contou por ser um eterno viajante. Nos despedimos de forma rápida e calorosa. Não iria para casa dele naquela noite.

Combinamos de fazer umas caminhadas no final de semana e assim foi. filha, genro e netos. Levamos um grande lanche e fomos por longos caminhos pelas matas da linda Escócia. Paramos por várias vezes por conta das crianças, mas dessa vez o inusitado do passeio era que eu tinha um companheiro, visto que sempre estava só.

Já tarde, retornamos e dessa vez os filhos foram e eu fiquei em sua casa. Banho tomado e cansados demais, apenas dormimos lado a lado. Eu vivia um sonho, agora acordada. Café da manhã, preguiça no corpo e um dia pela frente para relaxar e brincar de casal.

Nos identificávamos em muitas coisas e aprendíamos com nossas diferenças. Comecei a ficar mais tempo em sua casa. Os dias em que trabalhava a noite eu dormia na casa da filha.

O tempo passou rápido. Logo voltará ao Brasil para rever a filha, família e amigos. O que não esperava era sentir a saudade que me tomou por inteiro. Falávamos todos os dias e quando podia nos víamos por vídeo.

Já fazia planos de logo voltar quando fui surpreendida por um pedido! Depois de frases em um inglês escocês quase inaudível, entendi por fim que me pedia em casamento. Não acreditei e fiquei rindo, rindo e rindo. E disse yes, yes, yes!

Era Real? Jamais tinha imaginado isso, claro que o coração de uma eterna sonhadora, nunca descansa. Mas era sempre nos sonhos acordada que inventava belas histórias com finais felizes.

Agora era real. Eu já imaginava tudo; a festa, família, comidas, música e alegria. Mas o mais importante era pensar na cumplicidade de nos dois, já com uma estrada menor para percorrer, agora não mais sozinhos!

Maria Nazareth Dias Coelho – Bela Urbana. Jornalista de formação. Mãe e avó. É chef de cozinha e faz diários, escreve crônicas. Divide seu tempo morando um pouco no Brasil e na Escócia. Viaja pra outros lugares quando consigo e sempre com pouca grana e caminhar e limpar os lugares e uma das suas missões.

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SOBREVIVI …

Sobrevivi quando nasci,
Sobrevivi na adolescência, após tantos desafios,
Sobrevivi a um acidente,
Sobrevivi aos relacionamentos turbulentos,
Sobrevivi à doença do pânico pelas perdas,
Sobrevivi a falta de grana,
Sobrevivi a tanta preocupação na gravidez aos 45 anos,
Sobrevivi ao tratamento de câncer de mama durante a pandemia
e, agora, sobrevivi na noite do ciclone…

Hajam vidas!

Que venham mais desafios!

Marianne Kachan – Bela Urbana. Formada em artes, apaixonada pela sua filha, sua família, paisagismo, animais, novas culturas, poesias e gastronomia.