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Relacionamentos são sagrados. Seja qual for a sua natureza.

No trabalho as relações são as mais bem definidas. As funções, obrigações e interesses de cada um estão pré-estabelecidos e essa simbiose de interesses precisa ser saudável. Nem empregados nem empregadores estão prestando favores uns aos outros. É necessário que essa interdependência seja óbvia. Abusos e excessos de qualquer uma das partes prejudicam direta e instantaneamente a saúde da empresa. Empresa esta, que provê todos interesses de cada parte. Sejam eles financeiros, profissionais, ou qualquer tipo de crescimento esperado.

Na família o laço é eterno. Talvez seja o plano onde se cometam alguns abusos, por haver um vínculo compulsório e indestrutível. Às vezes não há simbiose, às vezes nem existem interesses em comum. De toda forma, acredito eu, que por algum motivo fomos inseridos em nossos contextos familiares. E na maior parte das vezes é na relação entre pais e filhos que a criança tem o primeiro contato com a construção de um relacionamento. Portanto as promessas feitas nunca deveriam ser descumpridas. Sejam elas de gratificações, sejam elas de punições. Pois é nessa fase da vida que se aprende o valor do respeito e da palavra.

A amizade é a mais singela de todas as relações, pois é onde não há uma simbiose. É onde não existem interesses. É onde se desenvolve a capacidade do bem querer por alguém que você não tem vínculos nem obrigações. São pessoas que se divertem juntas, compartilham bons momentos, trocam experiências e conhecimentos, dividem alegrias e tristezas. O sentimento genuíno da amizade é altruísta pois é absolutamente desinteressado. É, portanto, um vínculo extremamente raro.

O amor romântico? Sim ele existe. Existe entre pessoas que antes do “I love you”, são capazes de dizer “I see you”. O I love you é egoísta. Refere-se aos próprios sentimentos.  O I see you demonstra a capacidade de enxergar as necessidades do outro. Esse tipo de relacionamento não é desinteressado. As trocas são necessárias. A espiritualidade e os objetivos de vida precisam ser compatíveis. Deve haver sintonia na maneira de enxergar o mundo e os relacionamentos. E quais são os interesses? Ah… são os mais carnais e mundanos que existem. 

Mas seja qual for o tipo de relacionamento, eles são sagrados. E podem se quebrar.

Uma vez quebrados, partem-se em muitos pedaços que podem até ser colados, podem até voltar às suas formas. Mas as marcas serão eternas.  

Noemia Watanabe – Bela Urbana, mãe da Larissa e química por formação. Há tempos não trabalha mais com química e hoje começa aos poucos se encantar com a alquimia da culinária. Dedica-se às relações comerciais em meios empresariais, mas sonha um dia atuar diretamente com público. Não é escritora nem filósofa. Apenas gosta de contemplar os surpreendentes caminhos da vida.
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Nem um e nem outro

Sei que nada sei diante do todo,
mas ainda assim me atrevo a escrever para esclarecer.

Não advogo para um e nem para o outro.
Não me limitem em lados.
Não me coloquem correntes ou cores.
Sou muito mais do que isso.

No fundo, o que me interessa é o todo!

Não banalizo a corrupção.
Não banalizo a violência.
Não ignoro como fomos colonizados.
E tão pouco como chegamos até aqui.

Não culpo um e nem outro.
Essa ingenuidade eu não tenho.

Não me iludo.
Mas me atrevo a pensar,
questionar,
duvidar e
a conversar,
inclusive com quem de mim discordar.

Mas quero fazer isso com delicadeza e inteligência,
do mesmo modo que procuro estar nesse todo.

Claudia Chebabi Andrade – Bela Urbana, pedagoga, bacharel em direito, especialista e psicopedagogia e gestão de projetos. Do signo de touro, caçula da família. Marca registrada: Sorriso largo e verdadeiro sempre 
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MULHERES QUE AMAM DEMAIS

Era uma noite fria. Ela estava a pé, caminhando naquele gelo pelas ruas. Só. Estava só. Precisava estar para chorar… de medo, de saudade de algo que já foi e não volta mais. O frio até que acalmava, eram duas dores que competiam e ela nem conseguia saber qual doía mais, se era o frio na pele ou o quente da alma que ardia e expulsava lágrimas incessantes de seus olhos.

Paixão cruel, já cantaram isso. Que paixão era aquela? Invenção? Carência? Demência? Definitivamente era ela em mais uma de suas crises de “mulheres que amam demais”, mas desta vez era DEMAIS mesmo.

Não ouvia a irmã, não ouvia a prima, a amiga. Fugiu da terapia porque não queria saber porquê era assim. Queria as rosas roubadas da músicas, queria a paixão do filme, queria o amor do príncipe dos contos da infância.

Não queria duvidar do que sentia. Não queria pensar que de novo, dessa vez, era só sua ilusão. Queria ter mesmo alguém para amar. Amar o bafo, o peido, a dor na perna, o momento da diarreia, o chulé. Sabia que se amasse isso, de fato, o amor era verdadeiro, vindo das entranhas.

O gelo no rosto, a rua escura, o meio da noite, o choro que foi secando ao pensar nessas entranhas que as pessoas produzem. Seu semblante foi mudando, o choro secou, o frio a fez tremer, mas de dentro o calor que antes a amedrontava como se tudo fosse o FIM, a fez forte, a fez rir, fez cara de nojo pensando na diarreia do outro, no vomito no chão da última bebedeira. Não queria limpar nada daquilo, nem ontem e nem nunca. O medo virou nojo e o nojo a fez  ver que o real nem sempre cheira bem.

Paixão nenhuma resiste a um peido bem fedido, a um bafo sem cura. Ela respirou fundo, gargalhou e foi para casa dormir quentinha no seu edredom.

A paixão? Ficou para a próxima… ou melhor para o próximo.

Adriana Chebabi  – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza.  Divide seu tempo entre as consultorias de comunicação e marketing e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa . 
Foto: @gilguzzo @ofotografico
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Você já leu Bertolt Brecht?

Em julho, tive a oportunidade de ir a Feira Literária de Paraty, a famosa FLIP.
Foi umas dessas viagens que eu sempre desejei e nunca me organizava para fazer, enfim, em 2019 deu certo!
Foi uma experiência diferente das que eu estava acostumada.
Fiquei em um Hostel, dividindo o quarto com 04 desconhecidos e uma amiga.
Fiquei espantada ao ver como o bom senso de todos prevalecia e como os cuidados estavam presentes na convivência.
Nada demais, mas eu andava tão frustrada com as constantes interações agressivas nas mídias sociais, que fiquei surpresa.
Havia disposição para compartilhar espaço e as bagagens… nossa, as bagagens eram tão reduzidas.
O interesse era em experimentar Paraty!

E eu também fui fazer isso…

Experimentei ouvir a batalha de Slan… uau, que força curativa.
Me empanturrei de doces caseiros, sem culpa… só doçuras!
A cultura indígena estava presente, misto de alegria pela arte e tristeza no abandono atual.
No dia 12 de julho FLIPEI ouvindo Glenn Greendwal.
Teve sol em Trindade e brindei com a famosa Gabriela.
Escutei novos autores… Carmem Maria Machado e reencontrei Mário de Andrade.

Mas em uma noite, caminhando entre um dos expositores da programação não oficial, me deparo com um livro chamado “Se os Tubarões Fossem Homens”.
Quando vi o autor, descobri que era Bertold Brecht.
Comprei na hora o livro infantil, de capa dura e com ilustrações maravilhosas.
A viagem terminou, voltei para Campinas e ao ler este livro, só consigo desejar que os professores se interessem por Bertolt Brecht.
As crianças precisam ter a oportunidade de ler uma história genial, inteligente, divertida, nada óbvia, que entretém e faz pensar!
Não se furtem dessa leitura!

Claudia Chebabi Andrade – Bela Urbana, pedagoga, bacharel em direito, especialista e psicopedagogia e gestão de projetos. Do signo de touro, caçula da família. Marca registrada: Sorriso largo e verdadeiro sempre 
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Conselhos da Madame Zoraide – 15 – Consciência Negra

Caros consulente, olá.

Estou de volta, mais consciente do que nunca. Sei que a maioria de vocês sabem que dia 20 de novembro é comemorado o Dia da Consciência Negra.

Mas sei também que alguns de vocês, dizem que a consciência tem que ser branca, amarela, vermelha e sendo assim não seria necessário o Dia da Consciência Negra.

Consulentes, não. Isso é frase de efeito, sem total respeito. Olhem a história, sintam a história, pensem sobre a história dos negros nesse Brasil tão grande.

Se vocês acham que é bobagem essa tal de Consciência Negra, me dói dizer, me dói saber, falta consciência sobre o tema.

Então, o conselho de hoje é para estudarem sempre. Estudem a história. Vejam as memórias. Temos o passado para não ser esquecido e para construirmos um futuro melhor.

Hoje eu termino minha coluna com uma parte da letra de Olhos Coloridos, música de Adelmo Casé que ficou conhecida na voz da incrível Sandra de Sá.

“Você ri da minha roupa
Você ri do meu cabelo
E ri da minha pele
Você ri do meu sorriso

A verdade é que você, também
Tem sangue crioulo”

https://www.letras.mus.br/adelmo-case/716022/

Axé. Até a próxima.

Madame Zoraide – Bela Urbana, nascida no início da década de 80, vinda de Vênus. Começou  atendendo pelo telefone, atingiu o sucesso absoluto, mas foi reprimida por forças maiores, tempos depois começou a fazer mapas astrais e estudar signos e numerologias, sempre soube tudo do presente, do passado, do futuro e dos cantos de qualquer lugar. É irônica, é sabida e é loira. Seu slogan é ” Madame Zoraide sabe tudo”. Tem um canal no Youtube: Madame Zoraide dicas e conselhos www.youtube.com/channel/UCxrDqIToNwKB_eHRMrJLN-Q.  Também atende pela sua página no facebook @madamezoraide. Se é um personagem? Só a criadora sabe  😉
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Os percursos de uma mulher, mãe e avó ativa

Sim, eu cheguei aos 40!
Ops, eu já passei dos 40, faz tempo.
Se eu tenho medo de envelhecer? Acho que não. Pelo menos, por enquanto.
Gosto de lembrar o Niemeyer. Ele viveu até 102, sempre produtivo.
Eu ainda quero muitas coisas, tenho muitos planos pra depois da aposentadoria definitiva.
Sobretudo, quero muito ter e conversar com amigos que pensem como eu. Nem sempre igual, cada dia de uma maneira, sempre buscando mais da vida.
Tenho tantos planos de viagem pelo mundo.
Penso que a gente só pode se dar por realizado e satisfeito no momento final…
Nessa era de internet temos acesso a tantas coisas. Não transpareço, mas sou uma mulher rebelde, eternamente insatisfeita, que não tem vergonha de tratar de assunto nenhum e que fala o que pensa.
Meu objetivo ao escrever é desabafar e encontrar pessoas que se identifiquem com meus pensamentos, questionem, contrariem, acrescentem, ou que de alguma forma se sintam tocados por eles.
Acho que escrever sobre fatos da família é minha obrigação. Isto porque sinto falta de informações dos meus antepassados que não se preocuparam em deixar suas memórias. E quando a gente é jovem, e os tem ainda em vida, não dá a devida importância para o que eles falam ou contam. Hoje eu sinto que deveria ter anotado ou gravado, principalmente, os relatos de meu pai sobre suas experiências jovens e de tantos momentos de sua vida. Na verdade eu guardei na mente muitas coisas. Muitas vezes, até ficamos enjoados e sem paciência de ouvir os mais velhos. Hoje lamento isso. Daí minha preocupação de escrever um
pouco pra deixar registrado.
Eu sou aquariana e, como tal, não me conformo com o comum, a rotina e o marasmo. Não consigo permanecer em estado de torpor só pra manter aparências, sou de tomar decisões às vezes um pouco fora do comum. Pra isso, a pessoa tem que ter coragem. E coragem é o que não me falta, também, teimosia e persistência pra conseguir o que devo seguir e realizar.
Escrever pra desabafar sobre momentos de satisfação e de insatisfação. De raiva e de alegria.
As condições e sentimentos vão se revezando. Importante é seguir e encontrar saídas, para tornar a vida mais feliz.
Agora, que passei dos 60, não sinto nada de diferente. Imaginava ser muito ruim, sorte que me enganei.

Minha conclusão é que a herança genética e a ginástica desde os tempos de colégio me ajudaram. Boa alimentação e cuidados com excessos também ajudam muito.
Essa coisa de parecer ter ou não ter a idade dos documentos é outro ponto muito relativo.
Depende mesmo de quem está nos vendo e avaliando.
Certamente, os mais jovens vão te achar muito velha ou envelhecida.
Os colegas contemporâneos vão te olhar e achar que você está conservada, entretanto muitos, no fundo, vão pensar “nossa como ela está envelhecida”.
Alguns, hipócritas, vão até declarar: – “Puxa, como você está jovem”, simplesmente, para te agradar ou demonstrar simpatia.
Nunca saberemos o que realmente pensam.
Lembro que achava que minha mãe já era velha quando completou 40 e 50. E ela sempre foi linda com uma pele incrível até sua morte prematura. Coisa muito difícil na vida da nossa família..
Naquela época, eu achava que faltava tanto para chegar lá aos 50. Engano meu, passou rapidinho, muito mais do que a gente aos 20 pode considerar.
Agora meu filho tem 44 e minha filha 41… São minhas crianças ainda.
É mesmo muito engraçada essa noção de idade e de tempo de vida.
Sempre achei importante o que a gente pensa de si mesma. Sua autoimagem é o que vale para sentir o prazer de viver, sem se importar quanto tempo de vida você já viveu. Não pensar em quanto falta pra você partir. Não que nunca tenha me passado isso pela mente, já fiz cálculos
se ainda viveria o dobro e não gostei muito de começar a fazer essas contas. Não vale a pena, porque não sabemos nem se amanhã ainda estaremos nesta realidade.
Suas experiências, principalmente, as boas são o que vale. O que queremos lembrar e passar para frente. Coisas negativas a gente esquece, apaga e joga fora.
A gente tem espelho e vai vendo as transformações acontecendo. Vai se acostumando ao rosto e ao corpo. Tudo depende de como você se preparou para esse terceiro tempo da vida.
Cada um tem um olhar de si, dependendo das expectativas que tem e, também, pela importância dada à própria aparência ao longo da existência. Muitos vivem procurando os cirurgiões plásticos, treinamentos físicos ou esteticistas pra tentar disfarçar pontos mais ou menos desgastados da pele ou do corpo. Outras, menos preocupadas com a aparência, assumiram suas idades de forma serena, parecendo ser mais felizes consigo mesmas. Praticam ginástica e se cuidam em nome da boa saúde.
Alguns homens, meus conhecidos, parecem ser menos preocupados com a própria aparência.
Aparentemente, não se importam com seus abdomens altos, ou com seus cabelos brancos, suas peles enrugadas. Parece que eles não se veem como envelhecidos em comparação com as mulheres que conheço, e que também já passaram dos 60. Claro que há muitas exceções, estou apenas fazendo uma generalização.
Proponho a discussão e os comentários a esse respeito.

Flailda Brito Garboggini – Bela Urbana, Pós graduada em marketing, Doutora em comunicação e semiótica. Dois filhos e quatro netos. Formada em piano clássico. Hobbies música, cinema, fotografia e vídeo. Nascida em São Paulo. 4 anos como aluna, 35 anos como professora de Publicidade na PUC Campinas. É aquariana (ao pé da letra).
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Você precisa se cuidar

É preciso se cuidar, mas é preciso ir ao supermercado, é preciso fazer o almoço, é preciso fazer o jantar, é preciso trabalhar. Trabalhar na demanda um, na demanda dois e na demanda três, a demanda quatro pode esperar um pouco.

É preciso se cuidar, mas é preciso cuidar dos filhos, acompanhar no dentista, no médico, nos exames, na reunião da escola, na escolha da roupa para a festa. É preciso se cuidar, mas é preciso pagar o INSS, mesmo sabendo que se um dia se aposentar a aposentadoria não deixará você tranquilo financeiramente.

É preciso se cuidar, mas também é preciso pagar o plano de saúde, o plano odontológico, ir na consulta, fazer exames e quanto mais velhos ficamos, mais exames fazemos, aliás é preciso agendar os exames.

Também é preciso pagar a vacina do cachorro, a consulta no veterinário, a conta de luz, condomínio, água, seguros, é preciso lavar a louça, lavar a roupa, guardar a roupa e as vezes passar, é preciso limpar a casa, molhar as plantas, tirar os lixos, separar o reciclável. É preciso levar o cachorro passear, mas é preciso se cuidar.

É preciso pagar o transporte escolar, a escola particular, a faculdade particular. É preciso arrumar as fechaduras que quebram, é preciso chamar o técnico para ver o que quebrou, é preciso cobrar quem não te entrega o serviço combinado, é preciso ligar no banco quando te cobram indevidamente alguma tarifa. É preciso resolver burocracia diárias de um sistema que te manda o tempo todo se cuidar, como se a culpa de tudo isso se resumisse a não se cuidar.

É preciso ser criativo e “antenado”, e é preciso inovar para ter espaço de trabalho, para ser ouvido, é preciso fazer cursos, palestras e ouvir muitas bobagens para em algum momento salvar alguma coisa que de fato tenha valor e não a certeza da perda inútil de tempo.

É preciso estar elegante, ter roupas que te vistam bem, sapatos em bom estado, se possível confortáveis, sapato apertado é para pagar penitência e depois haja tempo para cuidar e recuperar os pés. Ah, é preciso cuidar dos pés de galinha com os “mega” tratamentos estéticos revolucionários, e é claro, é preciso pagar os “mega” tratamentos.

É preciso cortar os cabelos, de vez em quando fazer as unhas, talvez isso seja entendido como se cuidar… não sei se concordo, é chato ficar um tempão no salão de beleza. Também é preciso pagar o que se faz por lá.

É preciso se cuidar, mas é preciso dar atenção a quem você ama, ligar, conversar, se encontrar pessoalmente. Isso eu entendo, que além de cuidar do outro é se cuidar também.

Adriana Chebabi  – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza.  Divide seu tempo entre as consultorias de comunicação e marketing e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa . 
Foto: @gilguzzo @ofotografico
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E para que querer se envolver?

Daí você ouve: não quero me envolver!

Oi? Estou louca? Foi isso mesmo que ouvi, meu caro?

Não quer se envolver? Pensasse nisso quando se virou num roupante e me beijou há tempos.

Não quer se envolver? Pensasse nisso quando nossos encontros viraram casuais e depois rotineiros nem que fosse para um café. 

Não quer se envolver? Pensasse nisso  a cada momento do dia que me mandava mensagens para dizer oi, contar da vida, jogar conversa fora.

Não quer se envolver?  Pensasse nisso quando me olhou nos olhos e disse que estava apaixonado e depois, repetidas vezes, que me amava.

Não quer se envolver? Pensasse nisso quando insistia em dizer que eu era real, a mulher da sua vida e que eu não acreditava em você e que isso te machucava.

Não quer se envolver? Pensasse nisso quando ME envolveu e me fez acreditar nesse sentimento.

Não quer me envolver?  Pensasse nisso antes de chorar porque sabia que iria me perder.

Não quer se envolver? Pensasse nisso quando disse que não tinha direito de me pedir para te esperar voltar, mesmo sabendo que eu esperaria por esse amor.

Não quer se envolver?  Pensasse antes de me fazer acreditar que tudo ia dar certo quando você resolvesse suas confusões mentais. 

Não quer se envolver?  Então não envolva nunca mais alguém na sua bagunça e a convença que você quer se envolver.

Não quer se envolver?  Então simplesmente  não se envolva. Mas faça isso antes de brincar com os sentimentos de uma pessoa boa, que se entrega.

Não quer se envolver? Então não fale eu te amo de maneira tão irresponsável,  porque alguém  realmente pode acreditar e se importar…

Marina Prado – Bela Urbana, jornalista por formação, inquieta por natureza. 30 e poucos anos de risada e drama, como boa geminiana. Sobre ela só uma certeza: ou frio ou quente. Nunca morno!

  

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Histórias curiosas das mamas – Juliana

Juliana sentiu um carocinho na mama direita e pensando ser por conta da época da menstruação, retenção de líquidos não deu muita atenção, notou porém que ele continuou lá, consulta, exame e punção, doeu um pouco, e do momento dos exames até o resultado da punção, sua vida parou, era como se ela vivesse duas vidas: aquela que tinha antes: levantar, estudar, trabalhar, etc. e a outra que congelou após o carocinho, foram dias que se revelaram meses, noites mal dormidas e
imaginação fértil: “o médico vai dizer que tenho câncer, nunca vou poder amamentar, meu namorado não vai querer uma mulher sem mama, vou morrer jovem….” só quem é mulher sabe como a vida anda em paralelo quando enfrentamos uma situação assim, tão simples para alguns
mas que pode decidir todo seu futuro.
Não tinha coragem de contar para a mãe, a tia que estava com câncer e se submetendo a sessões de quimioterapia, e nesse momento Juliana sentia que suas preocupações com ela mesma eram até egoístas, afinal era só um carocinho e uma suspeita, nada mais, tentava se tranquilizar e não conseguia, a mãe percebia que algo não andava bem e perguntava, ela dizia estar tudo bem, finalmente chegou o dia do resultado da punção e felizmente era apenas um cisto e nada mais grave, explodiu em lágrimas, deixou o drama sair, ligou para a mãe, contou tudo, finalmente foi comemorar com as amigas, sua vida tinha voltado ao normal.
Hoje Juliana come menos carne vermelha, procura comer mais legumes e verduras e dormir uma quantidade de horas razoável, tenta meditar e sabe da importância de manter relacionamentos saudáveis, procura resolver as mágoas rapidamente, desodorante somente sem Alumínio, por isso fabrica o seu próprio, sabendo de sua genética mantém seus exames ginecológicos em dia, quando pensa em reclamar de que tem uma mama maior que a outra se lembra do carocinho de anos antes, respira, agradece a Deus pela saúde e fala para o espelho “minhas mamas são
perfeitas e lindas assim como elas são, como sou feliz”.
Que possamos honrar, amar e cuidar nossas mamas e a responsabilidade que é tê-las, elas alimentam o corpo de alguém, o desejo de alguém, elas inclusive matam a sede de alguém, elas são ao mesmo tempo pesar e benção, dor e prazer, como toda a vida é: cheia de contrastes, assim são as mamas, fazem as mulheres tão bonitas, poderosas e tão peculiares em suas formas, elas são incríveis.

Eliane Ibrahim – Bela Urbana, administradora, professora de Inglês, mãe de duas, esposa, feminista, ama cozinhar, ler, viajar e conversar longamente e profundamente sobre a vida com os amigos do peito, apaixonada pela “Disciplina Positiva” na educação das crianças, praticante e entusiasta da Comunicação não-violenta (CNV) e do perdão.
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Histórias curiosas das mamas – Marta

Marta já era uma adulta completa e responsável quando se tornou mãe e apesar da expectativa em torno da chegada da primeira filha se sentia preparada e informada para lidar com as novidades em torno do nascimento e enfrentar a amamentação, no fundo ela achava que não teria grandes problemas em amamentar afinal de contas sua mãe tinha feito essa tarefa com tanta desenvoltura como se orgulhava de dizer e além disso tinha tido muito leite e Marta tinha sido amamentada até os dois anos; sua filha chegou e assim que a trouxeram para ser amamentada pela primeira vez seu tio, quase um pai para ela estava no quarto nesse momento, Marta se sentiu totalmente envergonhada, desajeitada e totalmente insegura, suas mamas doíam, teve uma sensação de estranhamento pois não era um homem a tocar seus mamilos, era uma criança, pela primeira vez em sua vida sentiria aquele toque e ele despertaria outros sentimentos, repentinamente sentiu um misto de emoções: medo de não conseguir alimentar a filha, medo de sentir dor e sentiu, ao mesmo tempo tinha lido tanto sobre aquilo tudo e queria demonstrar a todos que tudo era muito normal e que se sentia super segura para amamentar sua filha, a última coisa que queria naquele momento era ter a presença do tio ali, se sentia inadequada e não teve coragem de pedir para ter privacidade e ali na frente do marido, do tio, da tia, da enfermeira deixou-se despir e até hoje se arrepende disso, ela não precisava tentar agradar ninguém e nem provar nada a ninguém e no auge dos hormônios pós-parto mostrou a mama para seu tio e apesar de dizer a si mesma que “tudo bem” é isso que as mães fazem se sentiu morrer por dentro, se violentou, ficou tão tensa que não conseguiu absorver a beleza da primeira vez que alimentou sua filha, a memória que ela tem daquele primeiro momento foi: “Meu Deus mostrei meu seio para meu tio”, era muito estranho, foi também quando ela experimentou alguém sugando seu peito e não era sexo, mais estranho ainda. Conflitos das mamas.

Eliane Ibrahim – Bela Urbana, administradora, professora de Inglês, mãe de duas, esposa, feminista, ama cozinhar, ler, viajar e conversar longamente e profundamente sobre a vida com os amigos do peito, apaixonada pela “Disciplina Positiva” na educação das crianças, praticante e entusiasta da Comunicação não-violenta (CNV) e do perdão.