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RETRATO

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Ela é taurina e ele de escorpião

Brava e ele mandão

Ela acorda cedo e ele dorme tarde

Sua companhia é o gato e a dele o cachorro

Ela é punk rock, ele aprecia metal

Ele eterniza o que é importante na jornada, idealista ela investe na jornada

Arredio e inquieta

Juntos, tomam sorvete, conversam, ficam de mãos dadas

Juntos, vinho, queijo, filme e beijo

Juntos, ele toca, ela escuta… ela fala e ele pacientemente escuta

Juntos, dormem, acordam e namoram ou namoram, dormem e acordam

Juntos, alegram-se com o encontro

Maduros, apenas aceitam o presente!

Não por acaso eles se encontraram

Não por acaso eles estão juntos

Claudia Chebabi Andrade – Bela Urbana, pedagoga, bacharel em direito, especialista e psicopedagogia e gestão de projetos. Do signo de touro, caçula da família. Marca registrada: Sorriso largo e verdadeiro sempre :) 
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As vezes podia ser mais fácil

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Tem épocas que podiam ser mais fáceis. Podia ser mais fácil se não sentisse angustia, podia ser mais fácil se não ficasse ansiosa, podia ser mais fácil se não ficasse preocupada, podia ser mais fácil se o dinheiro sobrasse sempre, se a saúde não desse sinais de alerta, se as crianças entendessem tudo que você explica, se não nos deparássemos com pessoas irritadas por pouca coisa, se não existisse dúvidas, se não existisse solidão.

Podia ser mais fácil sim, mas não é assim. Tem gente que acredita em sina. Tem gente que acredita em reencarnação. Tem gente que acredita em carma. Tem gente que acredita em Deus. Tem gente que acredita que nada é por acaso.

Por que tanta fartura de um lado? Por que tanta miséria de outro?

Sim, poderia ser tudo mais fácil se tudo fosse igual, porque sem diferenças tudo seria mais linear, não existiria conflitos e todos teoricamente seriam felizes.

Afinal, é essa tal de felicidade que todos querem. Felicidade que alguns acham que conseguem comprar, mas felicidade mesmo não se compra, não se conquista, não é luta. Felicidade é a falta do vazio que habita nos seres humanos. As vezes esse vazio é tão grande que não encontra felicidade em nada e quem sente isso dessa forma fica doente, muitas vezes doente uma vida toda. Na busca, doente. Sem buscá-la, doente.

Erros de entendimento, deve ser isso a resposta quando temos tantos padrões pré estabelecidos sobre essa tal felicidade.

Podia tudo ser mais fácil para sermos mais felizes? Não acredito nisso. Cada um é cada um e o mistério é justamente esse. Talvez seja sorte ser feliz. Talvez sejam só as endorfinas. Talvez sejam os nossos recursos internos. Talvez seja o olhar para a vida. O olhar para si mesmo.

São tantas suposições, tantos senões, que na verdade não importa. O que de fato importa é descobrir qual é sua motivação nessa vida. Quem é você? O faz seus olhos brilharem?

Não importa mesmo se podia ser mais fácil, importa é como você lida com o que não é fácil. Lidar com essa teia de sentimentos e situações que a vida nos coloca. E antes de tudo e de mais nada, ser coerente com você mesmo.

Fácil ou não, a escolha é sua de querer olhar as flores pelo caminho. Esse é o segredo dessa tal felicidade, que habita dentro de todos nós. Então, se posso dar um conselho, quando tudo ficar muito difícil, respira fundo, faça uma prece e aprecie a vida. Especialmente a sua.

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde escreve contos, poesias e crônicas. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre suas agências Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br , 3bis Promoções e Eventos www.3bis.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa :)

 

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Projeto de assessoria financeira – depoimento da consultora 2

10425465_10206927660015373_3670511374470991544_n foto post Renata M

Começo esse texto com um pedido de desculpas. Sim, eu fiquei de escrever uma vez por semana para relatar os sentimentos sobre esse processo  de consultoria de assessoria financeira, mas não foi possível. Culpa minha? Não. E isso não é uma desculpa, talvez uma justificativa e olhem que não gosto de justificativas, evito-as dar e não gosto de recebê-las, mas de fato a culpa não é minha e explico.

A assessoria não pode ser dada, simplesmente porque minha cliente, muito ocupada, foi mudando as datas em uma sequencia de várias semanas e com isso perdemos mais de 04 semanas sem nenhum encontro. Como é minha amiga, a liberdade tem dois lados, o bom, que você pode não ter formalidades, e o ruim, que você também não prioriza por excesso de liberdade e consequentemente o projeto foi ficando. Na última sexta tivemos uma conversa séria a respeito e coloquei que nada vai mudar se ela não mudar e colocar esse projeto como uma das suas prioridades. Ela me pediu desculpas, não tenho nada para desculpar, afinal o objetivo é dela e não meu.

Nossa conversa foi muito boa, como somos amigas temos a tal liberdade, essa mesma liberdade foi fundamental para eu dizer o que penso e para dar uma “puxada de orelha” para que ela repense se de fato quer mudar algo. Qualquer mudança em nossas vidas primeiramente é determinada por nós mesmos e consequentemente com a mudança de nossos comportamentos, esse é o caminho.

Eu sei que muitos de você devem estar pensando que não é tão simples assim, porque existem imprevistos diversos, funções que nos ocupam muito tempo no dia a dia etc. Porém vou repetir aqui o que disse para ela. Eu disse que não era simples, aliás mudança não é simples, nenhuma delas, mas se é algo de fato é o que se quer, é necessário se comprometer consigo mesmo e colocar isso como uma das suas prioridades e  em ação no dia a dia. Não é necessário mudar totalmente sua rotina, mas é necessário disponibilizar um tempo para isso, pode ser 20 minutos por dia, ou pelo menos algum dia da semana para avaliar como foi a mesma e anotar todos os gastos, sem isso fica difícil mudar qualquer coisa.

Todas as mudanças exigem um mínimo de planejamento, quando falamos de uma situação financeira o planejamento não é tão mínimo assim. Bom, eu espero que o puxão de orelha tenha feito ela pensar. Vamos conversar novamente na sexta e vamos ver o que ela me dirá.

Para mim, a experiência de ser sua consultora tem sido válida, mesmo diante do não resultado dela, porque isso é uma forma de eu olhar também para meu lado financeiro pessoal, pois apesar de sempre saber lidar com as finanças, sempre fui impecável para a administração financeira das empresas, mas para a minha pessoal, estou meio relapsa nos últimos tempos e isso está trazendo de volta esse olhar para mim mesma e já tenho observados alguns pontos interessantes, mas essas lições eu conto outro dia.

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde escreve contos, poesias e crônicas. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre suas agências Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e 3bis Promoções e Eventos www.3bis.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa :)

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Outubro Rosa

Fiz a mamografia e já senti que a médica ficou encafifada. Uma semana depois, recebo o laudo sugerindo uma mamotomia (que é um exame que parece uma punção). Fiz este também, com muito medo e ainda ouvindo da enfermeira insensível que seria muito difícil fazê-lo em mim porque eu tinha uma mama muito pequena. Até hoje sinto orgulho de mim por ter conseguido, naquele momento tão adverso responder ironicamente: “Sinto muito por ter mamas tão pequenas, eu te garanto que eu também adoraria que elas fossem maiores!!”
Quando recebi o laudo, mais um baque: “CARCINOMA DUCTAL IN SITU”.

Achei que aquilo era meu atestado de morte!! Senti muito medo, chorei muito, mas também fui valente o quanto pude. Tive todo apoio e amor que eu precisei. Ao levar o exame para a mastologista, ouvi que eu tinha dado uma sorte imensa, que era só retirar aquele pedaço da minha mama e que, caso não descobrissem mais nada no pós-operatório, eu “só” teria que fazer radioterapia e tomar um medicamento por 5 anos.

Naquela hora, tudo era assustador! Como assim retirar um pedaço da mama? Como assim radioterapia?? Como assim um remédio com mil efeitos colaterais por 5 anos? Hoje, consigo pensar que passei por tudo isso de uma forma tranquila. Operei na quinta e na segunda estava trabalhando como se nada tivesse acontecido. Fiz as 30 sessões de radioterapia e há 6 meses estou tomando o remédio que não me trouxe quase nenhum dos muitos efeitos colaterais ameaçados na bula. Agora estou em acompanhamento, fazendo os exames de rotina pra garantir que continuo bem!! O que eu consigo pensar de tudo isso é o seguinte: Não achei justo eu ter esta doença, mas seria justo com alguém?? Claro que não!! Agradeço todos os dias por ter descoberto tudo em momento tão precoce. É muito assustador passar por isso, mas hoje as possibilidades de cura são muito, muito grandes!!

O amor recebido nesta hora também faz toda a diferença!!

Por isso, meninas de 40, façam o exame, ele pode sim salvar sua vida!!

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Nadia Vilela – Bela Urbana, fonoaudióloga que fala pelos cotovelos, mas aprendeu também a ouvir!!! Mãe de dois adolescentes lindos por dentro e por fora. Tem sempre um sorriso sobrando no rosto e a certeza de que não veio pro mundo a passeio!

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A OPÇÃO É SUA!

 

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Mudanças acontecem na vida das pessoas. Muitas são procuradas, buscadas, desejadas, outras vem sem pedir licença e temos que nos adaptar, e um fato é certo: toda mudança gera estresse, estresse esse causado pela necessidade de adaptação a uma nova realidade.

Quer coisa melhor que um filho há muito desejado? Mas…. gera estresse. Tudo, absolutamente tudo, muda com esse acontecimento. E pra sempre! Horários, hábitos, sono, etc. É delicioso, mas a adaptação gera uma série de dificuldades.

E passamos por isso a vida toda e nos adaptamos sempre, desde as coisas mais simples até as mais impactantes. Todos nós invariavelmente passaremos por mudanças.

E aí vem o curioso… Tem gente que recomeça uma nova vida  com energia e disposição mesmo após mudanças radicais, como uma guerra, uma catástrofe e tem gente que reclama até da mudança do tempo!

A diferença entre essas pessoas é que enquanto umas escolhem se adaptar e voltarem a ser felizes o mais rápido possível, as outras… bem, preferem reclamar, porque a felicidade depende do clima, da vizinhança, do barulho, da estrada, enfim, do outro.

E é aí que eu quero chegar: A OPÇÃO É SUA!

Quer reclamar, reclame, mas a chuva não vai deixar de cair, o vento não vai parar de soprar, o vizinho continuará a tocar funk, a estrada continuará poeirenta. OK, vizinho tocando funk é forçar a amizade… tem que reclamar mesmo!

Mas… Eu escolho ser feliz. Me adaptar e seguir em frente. Minha primeira grande mudança foi aos 4 anos de idade e desde essa época, mudança é a única coisa constante na minha vida! Tão constante que muito tempo parada me faz buscar o que mudar!

Mesmo com 18 anos de empresa, dentro dela mudei de área tantas vezes que parece que foram empresas diferentes. E cada mudança dessas me traz novos desafios e principalmente, aprendizados! Adoro aprender coisas novas, então, a cada mudança, voluntária ou não, sempre busco nela o aprendizado que vai me trazer.

Eu opto por aprender! E você, o que a palavra mudança provoca em você?

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Tove Dahlström – Belas Urbana, é mãe, avó, namorada, ex-mulher, ex-namorada, sogra, e administradora de empresas que atua como coordenadora de marketing numa empresa de embalagens. Finlandesa, morando no Brasil desde criança, é uma menina Dahlström… o que dispensa maiores explicações. Na profissão, tem paixão pelo mundo das embalagens e dos cosméticos, e além da curiosidade sobre mercado, tendencias de consumo, etc., enfrenta os desafios mais clichês do mundo corporativo, mas só quem está passando entende.

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NÃO PODE!

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Não pode ser gay, mas se for tem que ser discreto, se for só dentro do quarto.

Na rua não, mas se for, não pode andar de mão dada! Não pode ser preto, mas se for tem que ser pobre, não pode ser rico, mas se for, tem que ser jogador de futebol ou cantor de pagode. Mais que isso não pode!

Não pode ser mulher, mas se for tem que ser submissa, obedecer ao marido, se for mulher tem que apanhar calada. (Isso quieta e amargurada). Se não for assim, não pode!

Não pode ser gordo, mas se for tem que aceitar as piadas, se for tem que idolatrar gente magra.

Se não aguentar as “brincadeiras” ai é melhor emagrecer, se não… Não pode!

Mas e você?! Ah você pode, você pode tudo, é o dono do mundo, o pequeno príncipe! E quem contrariar vossa majestade é “héterofóbico”, pratica o racismo reverso, é “feminazi” ou não entendeu a piada!

Piada? Piada é a tua cara, tua fala, toda a tua laia, hipócrita e canalha que a tua máscara caia, que todos nós possamos olhar no espelho com orgulho de sermos nós mesmos. Sem precisar dar satisfação por conta do gênero, cor, peso ou da sexualidade.

Que sejamos do nosso jeito e livres de preconceitos, sem culpas, seja no corpo, na alma ou no coração!

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Lucas Alberti Amaral – Belo urbanonascido em 08/11/87, vem há 28 anos distribuindo muito mau humor e tentando matar a fome. Publicitário, trabalha na área há 7 anos, tem uma página onde espalha pensamentos materializados em textos curtos e tentativas de poesias www.facebook.com/quaseinedito (curte lá!). Não acredita em horóscopo, mas é de Escorpião, lua em Gêmeos com ascendente em Peixes e Netuno na casa 10. Por fim odeia falar de si mesmo na terceira pessoa.

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Depois daquele dia

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Dia azul. Acordou se olhou no espelho, com sono, preguiça, mas atrasada. Eu não tinha essa ruga aqui, pensou. Respirou fundo, jogou água gelada no rosto.

Dia cinza. Sim, o dia ficou cinza. Às 12h00 pontualmente hora de parar, para comer, tempo corrido, só uma hora. Se não bater o cartão na hora, perco meia hora. Menos meia hora por cinco minutos, não concordo com isso, pensou. Engoliu a comida junto com os outros.

Anoitecer frio. Vento, chuva fina, barulho na rua. Naquele terminal central, várias como ela. Ela olhava os rostos das outras, mais velhas, mais novas, moradoras de rua, trabalhadoras, crianças no colo, guardas municipais, seguranças disfarçadas, crentes, doentes, dormentes. Rugas em todas as testas…

Noite quente. No ônibus tirou da bolsa o batom vermelho. Minha boca é bonita, pensou. Olhou para as outras no ônibus. Lotado, apertado, fedido. Colocou seu batom vermelho. Olhou no espelhinho que tinha na bolsa, se sentiu bonita. A moça do lado a olhava, ela sorriu aquele sorriso cúmplice. Passou o batom para a outra, que por usa vez passou para a outra e assim por diante para todas as mulheres daquele ônibus.

Sem perceber formaram ali uma confraria e juntas se sentiram mais fortes. O batom vermelho, o escudo, a força, assim como Sansão com seus cabelos.

Cansadas, iguais, diferentes, mas depois daquele dia… os dias nunca mais foram tão iguais.

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde escreve contos, poesias e crônicas. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre suas agências Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e 3bis Promoções e Eventos www.3bis.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa :)

 

 

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E o que a vida me ensinou até agora?

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Aprendi que um sorriso faz milagres, além de te deixar mais bonita.

Descobri, a duras penas, que às vezes, desistir de um sonho não é fracasso e sim inteligência e auto-preservação…

Que quem a gente ama e nos ama de volta está sempre ali, por mais longe que esteja fisicamente.

Que chorar faz parte do processo, mas se afundar, não. Não pode.

Que cortar ou pintar o cabelo quando se está triste adianta, mas só na hora.

Que comer brigadeiro é a sempre melhor pedida: na tristeza e na alegria.

Que você pode não entender seus pais e certamente eles não vão te entender, mas eles podem ser sempre um “lugar para voltar”.

Que olhar para dentro é necessário, como é necessário mudar quando você já não se reconhece mais quando se olha.

Que relações – de qualquer tipo- são difíceis, mas podem ser prazerosas e construtivas.

Que fugir e se esconder não adianta, alguém ou o seu medo sempre te acha.

Que ter fé ajuda e liberta, independente do que você acredita.

Que uma ou várias taças de Chaddornay fazem toda a diferença.

E que não importa o que você faça, o dia vai nascer amanhã. E a responsabilidade é toda minha pelo o farei com ele…. e que ainda falta muuuuuito para eu aprender.

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Marina Prado – Bela Urbana, jornalista por formação, inquieta por natureza. 30 e poucos anos de risada e drama, como boa gemiana. Sobre ela só uma certeza: ou frio ou quente. Nunca morno!

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Forte

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Quando as impossibilidades se somam,

Eu me faço possível.

Quando os medos abraçam,

Eu beijo a coragem.

Quando a insônia assusta a noite,

Decido ser manhã.

Quando tudo perde o rumo,

Meu pensamento é norte.

Se o vento é forte,

Eu viro vela.

Quando os invernos invadem a alma,

Meu olhar se primavera.

E quando tudo é sal,

Sorrio mel.

E se tudo vai ao chão,

eu me desdobro céu.

Os degraus mais intrigantes

Eu os subo de salto alto.

Quando não há mais espaço,

Eu crio em mim um mundo à parte.

Sinto muito, meus caros,

Mas desistir não combina

Com a cor do meu esmalte.

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Alda Nilma de Miranda – Bela Urbana, publicitária, autora da coleção infantil “Tem planta que virou bicho!” e mais 03 livros saindo do forno. Gosta de tudo que envolve tinta e papel: ler, desenhar e escrever, mas o que gosta mesmo é de inventar motivos para reunir gente querida. Afinal, tem coisa melhor que usar o tempo para estar com os amigos?

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Não me deixe só

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Ela havia chegado há pouco a São Paulo. Pelo menos foi isso que o porteiro do prédio me disse. Apaixonei-me por ela logo no primeiro dia em que a vi. Sou um homem sensível e tenho uma vocação danada por me apaixonar subitamente por boa parte das mulheres que cruzam o meu caminho. Da mesma forma, e sem explicação aparente, todas essas paixões se dissolvem no ar em poucos dias. Vou da felicidade à desilusão amorosa num curto espaço de alguns dias. Mas o fato é que com Nandinha foi diferente. Era assim que eu carinhosamente a chamava depois que a conheci de verdade naquele fatídico dia. Fernanda, a minha Nandinha, era atriz, tinha vinte e três anos e um corpo trabalhado pela dança. Seu rosto tinha a graça e a delicadeza de uma menina e seu olhar a força de uma mulher. Seu cabelo preto e comprido repousava suavemente pelo seu dorso de um lado e se perdia pelas costas do outro. Sua roupa moderninha, numa mistura de atriz e bailarina, era o toque final. Foi o golpe que faltava. Era como se todas as qualidades de mulher se resumissem ali diante dos meus olhos. Não me contive. Me precipitei no corredor e abri a porta do elevador. Ela me sorriu meio sem jeito e entrou. Entrei atrás dela e num impulso fui logo me apresentando. Bom dia, eu sou o João. Ela só me disse: “Eu sou a Fernanda”. Percebi, nesse momento, um certo ar de nervosismo em seu olhar. Logo imaginei: “Claro, ela também se apaixonou por mim. Ai meu deus…encontrei a mulher dos meus sonhos”. Ao chegar no térreo, ela saiu do elevador sem dizer nenhuma palavra. E eu fui direto no porteiro que me deu a informação que a Nandinha, por enquanto Fernanda pra mim, era nova na cidade. Nem precisa dizer que daquele instante pra frente, resolvi investir naquela nova paixão. Todos os dias, pela manhã, planejava cuidadosamente para que o acaso me fizesse encontrá-la na porta do elevador. Eu repetia o mesmo ritual de sempre. Abria a porta, lhe dava bom dia e ela me respondia com aquele sorriso enigmático e algo de tensão estava sempre presente em seu olhar. Passaram-se dias e aquela cena se repetia. Tempo suficiente para que eu, na minha santa inocência, achasse que aquele algo mais, aquela tensão em seu olhar e a pressa latente em seu jeito, eram indicadores fortíssimos de que alguma coisa existia entre nós. De fato existia, mas ainda não era entre nós.

Lembro-me bem daquele dia. O dia em que decidi ser mais incisivo com ela. Aquela manhã no elevador meu coração batia tão forte que tive medo que ela ouvisse ele pulando dentro do peito. Chegamos ao térreo e eu não tive coragem de fazer nada. Resolvi então segui-la. Nós morávamos em um prédio que ficava em cima da estação Vila Madalena. Ela saiu pelo portão da frente e logo desceu as escadas do metrô. Fui atrás dela. Eu sentia que tinha que ser naquele dia. Iria me declarar no vagão lotado se sentisse que seria o momento. Ela percebeu que eu a seguia. Olhou pra trás num momento e sorriu. Entramos no mesmo vagão, mas cuidei pra não ficar excessivamente próximo. Apenas o suficiente para que nossos olhares se alcançassem. Percebia a cada instante que seu olhar se transformando. Mas comecei a achar que aquilo tudo não era fruto de uma paixão que ela supostamente sentia por mim. Tinha algo de pavor em seu olhar. Na estação Sumaré, com a luz do dia, vi que ela estava um tanto quanto pálida. Deve ser alguma coisa que ela comeu no café da manhã, eu pensei. Não demorou muito. Na verdade nem um minuto para eu descobrir o que estava por trás daquela palidez e nervosismo. Saímos da estação Sumaré e mergulhamos na escuridão dos túneis. Um pouco antes de chegar a estação Clínicas, o trem parou. Imediatamente nos olhamos e o seu semblante era de pânico total. Sem entender nada comecei a caminhar em sua direção. Nesse exato momento, o sistema de auto-falantes do metrô nos informou que havia ocorrido uma pane elétrica e que ficaríamos parados ali por, pelo menos, 10 minutos. Nem bem havíamos recebido a notícia e, já sentindo calor pelo ar condicionado insuficiente, as luzes se apagaram. Continuei caminhando. Eu sabia a quantos passos estava dela. De repente sinto o seu corpo encontrando o meu. Senti o seu abraço. Retribui imediatamente. Só ouvia o meu coração bater e o coração dela vibrar junto ao meu peito. Ela começou a tremer e a chorar baixinho. Sem entender nada, continuei firme no meu abraço acolhedor. Ela chegou com a boca próxima ao meu ouvido e baixinho me disse: “Não me deixe só”. Voltou a me abraçar apertado e não disse mais nada daquele momento em diante. Minha cabeça começou a rodar. Sentia que era a pessoa mais importante do mundo pra ela naquele momento. Mas isso não tinha nada a ver com as histórias e fantasias de amor e paixão que viviam invadindo meus pensamentos até aquele dia. Resolvi também não dizer nada. Meu sexto sentido – eu sou um homem que tem sexto sentido – me disse pra ficar quietinho. Foi o que fiz. Quando a luz acendeu e o trem voltou a andar, nos afastamos e nos olhamos profundamente em silêncio. O trem parou na estação Consolação. Ela soltou dos meus braços e desceu. Fui para o trabalho em silêncio. Naquele dia fiquei muito calado. Algo tinha de muito importante tinha se passado comigo e eu não entendia o que. Na volta pra casa, ao abrir a porta do apartamento, encontrei um bilhete no chão. “Tem algo a meu respeito que você precisa saber. Venha até meu apartamento. Te espero hoje”. Tremi de nervoso e ansiedade. Não sabia se era mais a paixão que em movia. Talvez fosse esse mistério. Tomei banho, passei meu melhor perfume e fui até o apartamento dela, que era o 210. Toquei a campainha. Ela abriu a porta. Seu cabelo molhado revelava que ela também havia saído do banho há pouco. E seu vestido descompromissado e pés no chão eram sinais claros de que ela estava á vontade comigo. Seu apartamento tinha poucos móveis, mas tudo o que havia era muito colorido. Muitas fotos de teatro espalhadas pela parede e um forte cheiro de incenso no ar. Ela abriu uma garrafa de vinho, colocou Ella Fitzgerald pra tocar. Tomamos o vinho em silêncio, apenas nos olhando. O seu olhar, agora, era diferente do olhar de todos os dias. O meu sentimento, agora, era o mais confuso de todos os tempos. Nem bem acabamos a primeira taça, ela se aproximou de mim e me deu um longo beijo. Mais tarde ela me disse que aquele beijo era só um agradecimento por eu tê-la salvado naquela manhã. A verdade é que pouco me importou se o beijo era ou não um ato de gratidão. Sua boca era macia e doce como nenhuma outra. Em silêncio nos amamos. Quanto mais o tempo passava, mais confuso eu ficava. No jantar, ainda naquela noite, foi tudo esclarecido. Ela me contou sorrindo, depois de eu dizer todos os sinais de estar apaixonada que ela havia me dado nos dias anteriores, que na verdade tudo aquilo que eu via era claustrofobia. Sim, ela tinha um trauma de infância por ter ficada trancada dois dias no porão da sua casa. Por isso, o seu olhar tenso no elevador e o desespero quando o metrô parou. Meio passado, perguntei então porque ela não descia de escada e andava de ônibus. Ela riu mais uma vez e explicou que descia de escada sim, mas que ficou sem jeito quando eu corri e abri a porta do elevador para ela entrar. E que como eu fazia todo dia a mesma coisa e ela não queria ser indelicada, ela pegava o elevador todos os dias. Desconsertado perguntei: “E o metrô?” “O metrô”, disse ela. “É mais rápido que o ônibus. Não vou ficar perdendo tempo só porque tenho medo”. Depois daquela noite continuei descobrindo coisas preciosas da Nandinha. Pela manhã, descíamos juntos escada abaixo e vez por outra combinávamos um ou outro jantar. Um dia eu preparava a comida. No outro ela fazia dança do ventre. Eu lia um poema, ela fazia cafuné. Eu mordia o seu pescoço, ela dormia abraçada ao meu peito. Éramos felizes de verdade. O meu relacionamento mais longo e o único que eu não entendia, apenas sentia. Freqüentamos todos os cinemas e exposições da cidade. Fui ver muitas de suas peças. Namoramos durante dois anos. Ela no apartamento dela e eu no meu. Mas por mais intimidade que tínhamos um com o outro, jamais chegamos ao sublime daquele dia no metrô. Talvez ela não consiga isso com nenhum outro e comigo a mesma coisa. Tive certeza disso numa noite fria de julho. Cheguei em casa com duas garrafas de vinho e a esperança de uma grande noite entre nós. No entanto, por debaixo da porta um bilhete. Gelei. Algo me dizia que a notícia não deveria ser boa. Abri o papel e estava escrito. “Tive que fazer uma viagem às pressas pro exterior. Eu volto. Não me deixe só”. Bebi todo o vinho aquela noite. Fiquei em silêncio. Nada de perguntas. Foi assim que começou e é assim que deve ser agora. Sabia que a nossa história havia sido única. Nunca a esqueceria. Ela nunca voltaria e eu nunca a deixaria só. Mas como disse, sou um homem sensível. Saí de casa sem rumo na manhã seguinte. Logo na primeira esquina, uma nova paixão. A bunda mais perfeita que eu já vi. Mas essa é outra história.

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Gil Guzzo – Belo Urbano, é autor, ator e diretor. Em teatro, participou de diversos festivais, entre eles, o Theater der Welt na Alemanha. Como diretor, foi premiado com o espetáculo Viandeiros, no 7º Fetacam. Vencedor do prêmio para produção de curta metragem do edital da Cinemateca Catarinense, por dois anos consecutivos (2011 e 2012), com os filmes Água Mornas e Taí…ó. Uma aventura na Lagoa, respectivamente. Em 15 anos como profissional, atuou em 16 peças, 3 longas-metragens, 6 novelas e mais de 70 filmes publicitários. Em 2014 finalizou seu quinto texto teatral e o primeiro livro de contos. É fundador e diretor artístico do Teatro do Desequilíbrio – Núcleo de Pesquisa e Produção Teatral Contemporânea e é Coordenador de Produção Cultural e Design do Senac Santa Catarina. E o melhor de tudo: é o pai da Bia e do Antônio.