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Começo e Recomeço

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A primeira vez que eles se encontraram foi no portão do colégio, no final da aula, e como moravam perto um do outro, caminharam juntos. Um mês depois ele a pediu em namoro, ela aceitou. Namoravam ainda na formatura do colegial e durante a faculdade.

Quando se formaram, já moravam juntos e começaram a planejar o casamento, para assim que tivessem estabilidade de empregos. Em algum momento cada um conseguiu uma carreira promissora. Ele comentou que deveriam repensar depois que os filhos chegassem. Ela comentou que não pensava em ter filhos, na verdade, não queria ser mãe, queria fazer carreira na su área, que ela amava. Ele ficou devastado, sempre quisera ser pai.

Após conversarem durante a noite mais longa de suas vidas, cada um seguiu um rumo diferente. Era a hora do adeus e do recomeço.

Dois anos se passaram e ele se casou, assim ela ouviu dizer. Ela se mudou para o exterior, a trabalho e sua carreira prosperava, assim os amigos contaram a ele.

Dez anos depois ele vivia feliz com a esposa e tinha dois filhos… Ela vivia feliz com o companheiro em algum lugar além-mar.

Mais anos se passaram e ele se separou, o casamento acabou, por nada, apenas era morno e era melhor assim… Ela decidiu que era hora de voltar a viver na terra natal, junto da irmã e da afilhada que a chamava de solteirona…

A primeira vez em que eles se reencontraram foi na formatura do filho dele e da sobrinha dela. Ele a tirou para dançar… Ela sentiu um arrepio e aquele friozinho na barriga.

Eram tantos os fins, os começos e recomeços, tantas vidas vividas por eles e agora, naquela dança, era como se apenas tivesse havido um breve parênteses na vida dos dois.

A música acabou, eles ficaram parados olhando nos olhos do outro. Estava tudo lá. Era o fim de um ciclo e o recomeço de outro… Saíram de mãos dadas.

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Synnöve Dahlström Hilkner Bela Urbana, é artista visual, cartunista e ilustradora. Nasceu na Finlândia e mora no Brasil desde pequena. Formada em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda pela PUCC. Desde 1992, atua nas áreas de marketing e comunicação, tendo trabalhado também como tradutora e professora de inglês. Participa de exposições individuais e coletivas, como artista e curadora, além de salões de humor, especialmente o Salão de Humor de Piracicaba, também faz ilustrações para livros. É do signo de Touro, no horóscopo chinês é do signo do Coelho e não acredita em horóscopo.

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Memórias Matrimoniais

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Laura deixou uma carta dobrada em cima da mesa, debaixo das suas chaves de casa.

“Aos meus cuidados” e a quem mais poderia ser? Já que éramos apenas eu e ela a tanto tempo.

Seu cheiro ainda estava no ar, o pôr do sol se estendia e sobrevivia por entre as cortinas da sala e iluminava com luz fraca, quase morta, o ambiente limpo e sem vida que me cercava.

O vazio se fez presente dentro e fora de mim.

De alguma forma eu já sabia que ela se fora para nunca mais voltar, eu sabia que Laura havia se cansado do meu amor mal medido, dos longos dias de solidão acompanhada.

Eu sabia que Laura havia me abandonado. E que essa cena, já vinha se rascunhando há anos em nossos descasos cotidianos, em nossos lapsos corriqueiros.

O triste é que bem antes deste fim que prevíamos, me perdi num mar de orgulho ilusório, e pouco a pouco nessas navegações introspectivas, eu havia a abandonado em meu coração.

 

“Roberto,

Hoje vejo as fotos daquela nossa antiga união e que um dia talvez tenha sido lúcida (mesmo embriagados pelo nosso fascínio juvenil). E não me servem de nada, a não ser para relembrar e doer no peito a nossa velha e saudosa paixão.

É triste admitir que já não passamos de costumes matrimoniais, e nesses dias, todos tão iguais, eu não sinta nada além do cheiro doce do seu perfume.

Acredito que todo amor é verdade, desde que haja liberdade e infelizmente o nosso sufocado está. Saiba que o nosso amor se tornou uma linda e forte mentira, quando se perdeu na rotina, nos beijos sem amor, nas risadas forçadas, nos olhares desviados e nos segredos sem valor não mais compartilhados.

Ainda agora sinto nossas brigas antigas, pois sempre que as revivo lágrimas molham as cicatrizes, que por anos estiveram abertas, doeram, sofreram e perduraram.

As tantas noites que passamos juntos e felizes, meu amor. Hoje são só noites mal dormidas que não se acabam.

Sufocamos pouco a pouco um amor tão lindo por medo de perde-lo e agora não sabemos mais onde se escondeu, não quero acreditar, mas como você bem disse pode ser que já morreu.

Eu me reprimi por tantos carnavais de poucas fantasias, você não acreditava e minha esperança morria, todo dia, sangrando nos sonhos de um passado feliz que jamais voltaria. Me contentei com tão pouco, fiz de seus doces elogios, valsa de falsas alegrias. E pedi aos santos que aquecessem o seu coração.

O nosso amor foi de verdade, enquanto acreditávamos em nós, ironicamente, enquanto ainda tínhamos a liberdade, a tão esquecida sinceridade, o olho no olho, a saudade…

E aquela sensação de que o tempo passava tão rápido que parecia não querer a nossa felicidade.

O nosso amor, meu (grande) amor!

Se maquiou de intrigas, se vestiu de ciúme e partiu ao encontro das ilusões e da mentira e pouco a pouco foi engolido pela rotina.

Adeus

Laurinha

19/09/89”

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Lucas Alberti Amaral – Belo urbanonascido em 08/11/87, vem há 28 anos distribuindo muito mau humor e tentando matar a fome. Formado em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela METROCAMP, trabalha na área há 6 anos, tem uma página onde espalha pensamentos materializados em textos curtos e tentativas de poesias www.facebook.com/quaseinedito (curte lá!). Concilia a dura missão de morar em Campinas – SP (cidade onde nasceu) e trabalhar em Barueri-SP, não acredita em horóscopo, mas é de Escorpião, lua em Gêmeos com ascendente em Peixes e Netuno na casa 10. Por fim odeia falar de si mesmo na terceira pessoa.

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Foi embora

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Ela fugiu e eu fiquei aqui

Esperando sem esperanças

Uma rosa no jardim

O vestido vermelho

Que ela vestia para mim

Morena, eu não vou entender

Por que você sumiu

Fugiu..

Mentiu..

 

Eu não me lembro

O tempo, aquele, foi embora com você.

12308453_10205306926782378_7964104893761853478_n foto Dri para perfil

Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde escreve contos, poesias e crônicas nesse blog. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre sua agência Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa 🙂

 

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Fragmentos de um diário – 16

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Hoje é dia 06 de abril, deve ser quase 07, é tarde, estou muito, muito cansada, em casa, sozinha, só eu em casa e o cachorro. E você? Na sua mãe? Não sei, talvez.

O que é o amor? Quando ele acaba? Um dia percebi que você mal falava meu nome, depois percebi que nunca mais me chamou pelo apelido carinhoso. Quando parou de me chamar? Que dia? Que mês? Que ano? Não lembro.

E as fotos? Não temos fotos novas juntos. Um dia esquecemos de tirá-las, como esquecemos de escrever bilhetes, de dar presentes, lembranças, de fazer surpresas.

Me sinto me carne viva, magoada, sofrida, sem ser vista.

Uma pena, uma grande pena, estou só, com dores no corpo e na alma.

Vou ver um filme sozinha que tá passando na TV, não é nada disso que eu queria.

Minha forças se esgotaram, foram embora.

Amanhã eu penso nisso.

06 de abril – Gisa Luiza – 44 anos

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde escreve contos, poesias e crônicas nesse blog. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre sua agência Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa 🙂 . A personagem Gisa Luiza do “Fragmentos de um diário” é uma homenagem a suas duas avós – Giselda e Ana Luiza.

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EU

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me libertar de mim

viver uma história sem fim

não precisar rimar tudo no final

talvez não registrar no papel

 

o corpo se adapta ao mundo

a depressão deforma o corpo

o mundo pouco se importa

quando minha alma sufoca

 

o que escrevo é desconexo

minhas palavras são o reflexo

dessa confusão que  eu sou

rascunho do que você sonhou

 

me iludo todo dia, e é tão fácil

faço cena, interpreto o palhaço

quero (te) chamar, a sua atenção

mesmo sempre dizendo que não

 

me despeço e regresso a solidão

faz silêncio aqui, e isso é tão bom

há tempos eu não me encontrava

procurava em você o que estava em

meu coração

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Ela ontem, ela hoje

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Aos 16 ela se sentia uma velha…

Amadurecida demais, responsável demais, abandonada demais, frágil demais… Fragilidade dessas que a besta espreita, dá o bote, sem chance de defesa.

A fragilidade havia crescido junto com a sensação de desamparo, enquanto a responsabilidade crescia pela necessidade de olhar por outros, na tentativa de prevenir que se levassem pela fragilidade também.

Mas havia um ponto em que parecia não valer mais a pena…

O que ela mais buscava era a simplicidade do amor, mas para uma velha como ela, parecia inacessível… Como chegara a esse ponto? Onde fora parar a alegria de uma infância tão pouco distante? A menina que brincava de amarelinha e cantiga de roda, que corria com seu vestido azul ao sabor do vento… Um pontinho azul que se mesclava ao azul da névoa que existia em sua memória. A névoa que também mostrava despedidas, idas e partidas.

O amor tem caminhos estranhos, estava à espreita em algum ponto daquele caminho… Era uma chegada e vinha de surpresa.

Aos 26 ela se sentia uma adolescente, dessas que acordam e tem direito a tirar um dia de folga, botar um vestido azul, embora ela preferisse uma boa calça jeans mesmo, e sair rodopiando.

Aos 46 ela se sentia uma jovem, corajosa, lutadora e… Feliz! Às vezes, ela abraçava sua criança interior e a protegia quando esta sentia angústia de tempos passados. Aprendeu a proteger sua criança e a rugir contra as bestas que a espreitassem quando estivesse frágil. Cantava para a criança dormir, enquanto a aconchegava em seu colo.

Hoje ela se sente bela e se acha!

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Synnöve Dahlström Hilkner É artista visual, cartunista e ilustradora. Nasceu na Finlândia e mora no Brasil desde pequena. Formada em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda pela PUCC. Desde 1992, atua nas áreas de marketing e comunicação, tendo trabalhado também como tradutora e professora de inglês. Participa de exposições individuais e coletivas, como artista e curadora, além de salões de humor, especialmente o Salão de Humor de Piracicaba, também faz ilustrações para livros. É do signo de Touro, no horóscopo chinês é do signo do Coelho e não acredita em horóscopo.

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Fragmentos de um diário – 15

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Me sinto a margem, não me enquadro, é um sentimento que me sufoca porque não sei o que é, e sempre foi assim.

Faço parte, mas não me sinto inteira ai, faço parte, tenho tudo o que os outros querem ter, mas não me sinto assim, me sinto a margem, me sinto desenquadrada.

Me sinto fora das convenções e por fazer parte delas, sofro, calada, nervosa, morrendo… se não viver.

A liberal nos caretas, a careta nos liberais, essa sou eu.

A margem dos padrões e muito dentro deles.

Incomodada, angustiada, aprisionada, amedrontada.

Uma alienígena tentando achar o seu lugar.

Uma alienígena muito crítica e debochada.

Se conseguisse ser uma metamorfose ambulante acho que encontraria a plenitude do caminho.

07 de junho – Gisa Luiza – 46 anos

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde escreve contos, poesias e crônicas nesse blog. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre sua agência Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa 🙂 . A personagem Gisa Luiza do “Fragmentos de um diário” é uma homenagem a suas duas avós – Giselda e Ana Luiza.

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Hoje é sexta

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O que tem a sexta-feira tem de tão especial?

A esperança de um ótimo final de semana. E o que é um ótimo final de semana? Não fazer nada, dormir até tarde, ver filmes, ir a um churrasco, encontrar amigos, namorar, paquerar, se embelezar e mais um monte de coisas que o fato de não ter hora marcada para nada nos permite.

Sexta-feira é o quase lá de tudo isso. Tem sextas que o dia passa corrido e quando nos damos conta já são 6h e, ufa, é hora de ir para o happy! Mas tem sexta que o dia passa arrastado, pura preguiça; a nossa gasolina, essa energia, acabou um pouco antes do fim do expediente e a vontade é que acabe logo o dia, porque não rende mais nada e o dia vira só procrastinação. Por que sexta encanta tanto? Porque a maioria trabalha por trabalhar. Trabalha para ganhar dinheiro e pagar as contas, só que muitas vezes a conta não fecha. E corpo cansa, assim como a cabeça, e não sabemos nem dizer qual cansa mais e onde começa essa canseira toda.

Mas aí, eis que existe a sexta para nos libertar dessa dor, do que não se faz com amor. Porque quando se faz com amor; segunda, terça, quarta, quinta e a própria sexta são mais leves e divertidas e isso torna todos os dias da semana especiais e não só a sexta. Mesmo quando o dinheiro é curto, porque o amor traz esperança; com amor o trabalho é bem-feito e a chance de reconhecimento é muito maior.

Sim, reconhecimento, é isso que todos queremos, em qualquer dia, mês ou ano. Todo mundo quer ser mesmo reconhecido como alguém especial, com características próprias que façam a diferença em qualquer ambiente, na vida profissional ou pessoal.

Ser reconhecido colore o dia, mas e nós? O quanto nós reconhecemos e valorizamos quem está à nossa volta? Somos o peso na vida de quem está do nosso lado ou colocamos as pessoas para cima? Somos a chata segunda ou a doce sexta? Na opinião da maioria é assim, segunda é chato, sexta muito bom.

Mas a questão é, final de semana bem-vivido e divertido é uma delícia, porque saímos da rotina e a rotina, meu caro, é dura, mesmo quando se ama o seu trabalho. Ela tem todas as obrigações da semana e isso gera ansiedade, por tantas e tantas obrigações a fazer.

Com essa ansiedade à flor da pele, esse esgotamento físico e mental à tona, entram os salvadores da pátria que nos prometem o paraíso: “trabalhe menos, ganhe mais, acompanhe seus filhos, veja seus pais, saia com aos amigos, namore, tenha dinheiro, não tenha stress etc”. São ilusionistas, alguns até têm boas intenções, mas muitos não. Você está lá como a próxima vítima, vampiros da sua conta bancária que te prometem o reino dos céus aqui na Terra, estão em várias profissões que teoricamente estão aí para te ajudar, mas a que preço?

Então, desculpe a dureza das palavras, aproveite seu final de semana o máximo que puder, mas aproveite também a limitação da segunda, a corrida da terça, a entrega da quarta, o imprevisto da quinta e o happy, porque não, da sexta.

A felicidade não está do lado, simplesmente porque não existe salvador da pátria, pessoa perfeita, duendes, coelhinho da páscoa, fadas, príncipes e princesas encantadas. A felicidade está dentro de você, todos os dias, e não só na sexta.

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde escreve contos, poesias e crônicas nesse blog. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre sua agência Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa 🙂

 

 

 

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Nas cores da noite

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Desde o boteco até o galpão…

Adorei o encontro

e as rosas que já havia me esquecido do cheiro

O cheiro de pele e não de perfume…

A pele que transpira alegria

como se fosse de uma adolescente em sua primeira vez…

No meio de uma fantasia real

como um circo que a fez feliz quando criança.

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Daniella De Sá Andreoli – Virginiana, mãe, proprietária da D&E Corretora de Seguros, adorar viver a vida intensamente, adora gastronomia, teatro, estudou exatas, mas se pudesse viveria de SOM, MAR e LUZ.

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A perda de Bowie e a militância moderna

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Sentir a perda de David Bowie é permitido!

“Estou procurando textos problematizando o Bowie! Cansei de procurar e lanço o desafio…” Foi essa frase que li logo cedo ao abrir o facebook. Alguns comentários no post davam conta de que só havia boatos, nada definitivo. Uso de drogas não era um problema, a busca era por assédio sexual mesmo ou outra podridão qualquer que pudesse denegrir o caráter por abuso de poder. Não continuei a seguir o post pois tudo levaria a “algo” que hipoteticamente poderia ter acontecido no contexto do começo da década de 70…

Estamos “problematizando” muito a época atual? A militância está se tornando tamanha que não podemos sentir a perda de uma pessoa a quem admirávamos sem buscar algo negativo contra ela? Imagino que a maior bronca de alguns é que David Bowie levava uma vida privada discreta e sem escândalos enquanto na vida artística não aceitava rótulos, mudava de estilo tantas vezes quanto achasse por bem fazê-lo e morreu de maneira serena, bailando a música final com o destino. Surpreendeu-nos mais uma vez ao oferecer uma poesia musical como despedida. O artista se foi, o empréstimo acabou, ele foi levado de volta a uma esfera que desconhecemos, mas antes nos deixou seu legado.

E se aqui falo sobre a perda de Bowie, isso não significa que sinto menos ou mais dor pela perda de outras pessoas, não quantifico minha capacidade de sentir…

Aos militantes de plantão deixo um recado: Vamos sim lutar por um mundo melhor, vamos lutar contra preconceito, assédio, machismo, racismo, xenofobia, homofobia e uma lista enorme… Só que podemos usar uma perspectiva positiva e construtiva, dar exemplo, educar a geração pela qual somos responsáveis, discutir, debater e até brigar quando necessário, pois somos bons de briga, claro. Mas, às vezes, é bom sentir tristeza, amor, afeto, sem questionamentos. Apenas porque sim.

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Synnöve Dahlström Hilkner É artista visual, cartunista e ilustradora. Nasceu na Finlândia e mora no Brasil desde pequena. Formada em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda pela PUCC. Desde 1992, atua nas áreas de marketing e comunicação, tendo trabalhado também como tradutora e professora de inglês. Participa de exposições individuais e coletivas, como artista e curadora, além de salões de humor, especialmente o Salão de Humor de Piracicaba, também faz ilustrações para livros. É do signo de Touro, no horóscopo chinês é do signo do Coelho e não acredita em horóscopo.