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Cada um tem seu tempo

Geração Z. O que muitas vezes pode ser um incentivo para o mundo modernizado e global, pode vir a se tornar um tormento. Receber mensagem e não pegar o celular para responder, ou pior, mandar mensagem e não ter a resposta em frações de segundos. A verdade é que nossa geração está acostumada com o imediatismo da era digital, com o ter e fazer acontecer em questões de segundos. Mais verdade que isso é o fato de que nem sempre as coisas acontecem na hora e do modo como a gente quer.

Lidar com o diferente demanda sempre uma tremenda força de vontade, já que não se está acostumado ao novo. O novo gera angústia, ansiedade. Esperar causa esses sentimentos para quem está acostumado à agilidade do dia a dia moderno e tecnológico. A mudança mexe com o que é confortável dentro de nós, com o que é seguro.

A segurança movimenta os nossos pensamentos e gere grande parte da vida. Sem ela é difícil sair do lugar. Sem termos segurança é difícil lidar com opiniões divergentes das nossas. E como viver no mundo sem lidar com as diferenças? A mensagem que não é respondida na hora para mim pode ser algo devastador, mas para quem demora a enviar um retorno pode ser algo natural.

Conviver com modos de levar a vida diferentes faz parte também do ser globalizado e do saber lidar com as pessoas e suas vivências. Ser empático e lembrar que o que me tumultua nem sempre é o que bagunça a outra pessoa é fundamental para o convívio.

Afinal de contas, a minha dor nem sempre é a dor do outro!

Juliana Manfrinatti Bittar – Bela Urbana. Bióloga. Gestora empresarial em formação. Apaixonada por livros, se arrisca às vezes na escrita. Tem como um dos objetivos de vida conhecer todas as maiores e mais bonitas bibliotecas e livrarias do mundo.
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O que um aplicativo de relacionamentos me ensinou

X X X X X X X X X X X X ❤…– … Match!!!

–x–

Cara do Match: – Oi, nossa estamos bem perto hein?

Meu pensamento: – Mas que raios? Porque não vi isso? 4km de distância. Deus me livre se for um Serial Killer, ou pior, pode ser alguém que vai ficar me mandando mensagens a cada meia hora, perguntando onde estou…Nossa, e não tem nada a ver comigo…devia estar muito carente meia hora atrás. Melhor dar Unmatch?

Meu dedo na ação: – “unmatch”

–x–

Bom, melhor antes de mais nada explicar algumas funcionalidades dos aplicativos de relacionamentos para quem não sabe como isso funciona:

Tinder: Você monta seu perfil, colocando suas preferências: homem ou mulher, faixa de idade, etc… aí escreve uma pequena biografia (se quiser), coloca seu Instagram (se quiser), coloca músicas (se quiser). Por fim, adiciona fotos bonitas ou esquisitas, porque acho que às vezes essa é a decisão de algumas pessoas, e pronto, você pode começar a brincar.

Happn: Igual o Tinder, porém ele mapeia quem cruzou o seu caminho ou passou perto.

Nos dois apps, se você não gosta do perfil que te aparece, é só apertar o X e ele sai da sua linha do tempo. Se você gosta, manda um coração. Se ele também te mandar um coração, vocês formam um Match! Que lindo!! É aí que podem começar a conversar. Agora, se você se arrependeu do match, é só apertar unmatch, e a pessoa some da sua lista.  Foi o que eu fiz ali em cima.

Ah a decisão de apertar o X ou o Coração tem que ser imediata, nada de deixar para depois (péssimo para indecisos como eu).

Tem outros jeitos também de falar que você gostou da pessoa, mas aí você tem que pagar e isso tá fora de cogitação pra mim.

De uma forma geral, se você ainda não entendeu, imagina um catálogo da Avon, da Tupperware ou da Natura, em que no lugar de todos esses produtos que essas marcas oferecem, há homens “se oferecendo” em um catálogo online e no celular. Tipo isso.

Agora, esses aplicativos nunca foram do meu gosto, exatamente pela ideia formada em minha cabeça de estar escolhendo homem em um catálogo, algo um pouco bizarro na minha opinião. Mas vamos combinar né? Essa quarentena acabou temporariamente com o jeito tradicional de conhecer pessoas, e também acabou com a minha “lista de possíveis contatos”. No começo, lá por maio, até baixei o Happn, mas depois de poucos dias deletei. Ahh me deu preguiça e decidi respeitar meu tempo e minha necessidade de ficar sozinha. Percebi que meu coração precisava de um respiro, um tempo isolado pra terminar de se curar, pra se conhecer e finalmente se abrir a um outro alguém, fosse para compromisso sério ou não.

Depois de um término de relacionamento, cada um tem seu tempo de cura. O seu pode ser diferente do dele, dela. E traumas ficam, assim como aprendizados. Aprendizados doloridos, mas que me fizeram enxergar a necessidade de me olhar por inteira, de compreender minhas vontades e equilibrá-las entre meu orgulho e meu amor próprio.

Minha intenção é ser sincera primeiro comigo. Me entender e assim estar apta e aberta a entender o outro. Não quero mais jogos. Não quero ter que fingir desinteresse ao demorar para responder uma mensagem. Não quero ter que continuar com alguém por carência. E tem dias que não quero falar com ninguém, não quero conhecer ninguém. Tem dias que quero ficar solteira e gosto disso. Não quero me sentir obrigada a entrar em um relacionamento porque com essa idade a sociedade diz que eu devia estar namorando, noiva, casada, grávida ou com filho.

Não quero ser o padrão que a sociedade impõe. Quero criar o meu próprio padrão.

Também não vou ser hipócrita e falar que quero ficar sozinha pra sempre, ou que eu me preencho e não preciso de mais ninguém. Estou cansada desse discurso que às vezes pregam de que temos que ser exclusivamente autossuficientes. Quando que ser autossuficiente virou sinônimo de deixar de incluir um outro na nossa vida? O ser humano precisa de vínculo com outros seres humanos e ponto, e se você discorda vai dar uma lida no livro da Brené Brown, “A coragem de ser imperfeito”.

Entendo que esse tipo de discurso é pautado em nossa história, por termos sido caladas por muito tempo. Porém, se continuarmos proclamando a “Guerra dos Gêneros”, onde vamos parar?

Independente de gêneros, cada um tem suas feridas, suas ideias, seus pensamentos, suas vulnerabilidades, formando histórias únicas e particulares.

É lógico que em alguns dias minha presença será suficiente, assim como em outros dias a presença de alguém ao meu lado será importante e necessária. Não importa se ainda é só uma paquera, um casual, uma amizade com benefícios ou algo que vire por fim um relacionamento sério. Mas o que tá faltando acima de tudo é respeito. Quero oferecer respeito e ser respeitada, porque a falta dele desencoraja.

No passado deixei de tocar em meus sentimentos, deixei de me fazer entender. Não me permiti falar sobre o que me afligia, e por imaginar o que o outro estava pensando através de suas ações ou ausência destas, me confundi. Desrespeitei a mim e a ele, e vice versa. Meu orgulho e meu ego cresceram, e ao invés de antídotos, seus excessos viraram alimento para minha insegurança.

Quando consegui falar tudo que queria, já era tarde.

Eu mesma tapei meus buracos, e eu mesma estou aprendendo a lidar com os vazios deixados por outro. Não quero ser a responsável por deixar um buraco no coração de ninguém.

Dali amadureci e aprendi a não me fazer calar.

É, não imaginava que um “unmatch” ia cavar em mim labirintos. Apesar disso tudo ter saído de um pensamento cômico do meu cérebro, encontrei pelo caminho medos reais oriundos de um passado ainda presente. Medo da rejeição, do abandono e da traição. Medo de me fazer sufocar por mim mesma, e de esquecer quem eu sou.

E entre essas lembranças e pensamentos, estou aprendendo a me ler por completo. Estou aprendendo o significado da empatia. É assim que o respeito passa a ter propósito, passa a ser consciente, e é assim que a coragem de mandar aquela mensagem pra aquele alguém nasce no peito, mesmo que aquele alguém seja por agora só o match de um aplicativo.

Ariela Maier – Bela urbana. Uma empreendedora e escritora que ama viajar. Se encontra e se desencontra pelas palavras e gosta de pensar que através da escrita, ajuda almas perdidas que carecem de emoções e histórias cheias de vida. @Arielamaier
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MUITO MAIS DE NÓS MESMOS

A vida é uma dádiva e a existência um fenômeno extraordinário. A existência em nosso planeta obedece regras da natureza, confirmadas e imutáveis por milhares de anos.

Já a existência humana representa uma aventura igualmente extraordinária, dinâmica, complexa, dialética, ainda assim submete-se a regras da natureza, mas sobretudo, da natureza humana.

O avanço de nossa espécie sobre este planeta exigiu de nós esforços seculares que, um dia após outro nos trouxeram a este momento e patamar civilizatório e evolucional fundado em nossa capacidade de criar, superar e trilhar novos e inovadores caminhos.

Conseguimos ao longo de milhares de anos, por nossa capacidade intelectiva e de iniciativa, o relativo domínio da natureza em favor de nosso desenvolvimento e bem estar. Vencemos as adversidades do clima, as doenças, a fome, tudo resultado de nosso progresso civilizacional alcançado pelo esforço de todos e de cada um dos que participam deste avanço da condição humana.

Ainda que marcada pela imprevisão e incerteza, a aventura humana no planeta atingiu níveis outrora impensáveis algumas décadas atrás. Tudo construído por nós, pela nossa perseverança e imaginação.

O momento atual é marcado por avanços tecnológicos atingidos em velocidade nunca antes alcançados em nossa trajetória. As inovações se sucedem em ritmo quase indescritível e diário, servindo de base para outras que igualmente alicerçam outras que nos trazem novas percepções sobre o conceito de futuro. Vivemos uma época em que o futuro é hoje.

Na esteira de tais inovações temos hoje, absolutamente incorporadas a nossas vidas cotidianas várias novas formas de comunicação e contato entre as pessoas, notabilizando-se dentre estas as nossas já inseparáveis redes sociais.

Difícil nos dias de hoje encontrarmos pessoas que não mantenham diária relação e atuação com quatro ou mais ambientes virtuais de convivência social. Uma moderna e agora essencial relação de comportamento social.

A velocidade das informações e nossa interação não somente como receptores mas sobretudo como reprodutores delas nos inserem na condição de condutores, de agentes ativos do diário turbilhão de assuntos. A um só tempo somos agentes passivos e ativos desse fluxo frenético de informações.

Mas a despeito desta modernidade prosseguimos sendo humanos e, nesta condição, trazemos para nosso momento de modernidade quem somos, quase que reproduzindo e validando aquelas regras da natureza, contudo da natureza humana.

O complexo caminhar de nossa civilização resulta de comportamento social individual que, enfeixado ao comportamento dos demais se unifica em comportamentos coletivos.

Uma das indisfarçáveis características de nossa natureza humana presente em nosso comportamento coletivo, e agora, relevada pela dinâmica das redes sociais (notadamente) é nossa tendência ao julgamento.

Participamos todos, todos os dias de julgamentos instantâneos, recebendo e emitindo juízos de valor sobre temas dos mais variados, pessoas, situações, integrando-nos a maiorias ou minorias dependendo do tema. Mas estamos sempre julgando.

 A “opinião” e repercussão das redes sociais compõe hoje quase uma entidade imaterial de indiscutível importância para tomada de decisões que influirão em nossos caminhos. São quase uma terceira pessoa coletiva, uma posição de suma importância que paira sobre todos nós. Mas quais seriam a utilidade e benefício disso?

Difícil supor quais os efeitos desse fenômeno, mas ele já velho conhecido.  

Praticamos nossa tendência humana de julgar não é de hoje. Nos jogos romanos a era pré cristã a indulgência do imperador para quem iria viver ou morrer era decidida após ouvir as galerias das arenas. Os cidadãos decidiam instantaneamente pela vida e pela morte.

Um pouco adiante na história tivemos outro exemplo clássico do nosso julgamento popular quando decidimos entre dois sujeitos, um chamado Barrabás, e outro chamado Jesus. Sabemos bem o resultado.

Assim, ainda que entendamos o advento de inimagináveis formas de comunicação de que dispomos atualmente, inescusável também constatarmos que toda essa modernidade está a nosso serviço, a serviço de quem somos e da forma como vivemos e agimos, em suma, de nossa natureza humana.

É ai que toda essa modernidade por vezes parece muito velha para mim, pois apesar de todo o avanço ela somente consegue nos trazer muito mais de nós mesmos.         

André Guimarães – Belo Urbano, advogado, é um materialista histórico dialetico

 

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Conectada

A internet, um lugar perigoso, mas ao mesmo tempo vasto e misterioso. Não conseguimos falar ou descobrir tudo que a internet e as redes sociais nos proporcionam mas nem sempre são coisas boas, tanto o vício como as pessoas mal intencionadas são bons exemplos de fatores que a própria internet não consegue controlar, depende de você, suas ações e da comunidade ao seu redor.

As redes sociais são grande parte da vida de milhões de pessoas, não importa a idade, idosos, adolescentes, adultos ou crianças estão mais conectados a cada dia. Se você entrar em qualquer rede social todas as faixas etárias são vistas fazendo seus interesses e expressando seus pensamentos, e eu não sou diferente, como com milhões de pessoas a internet faz parte do meu dia a dia, minhas redes sociais estão abertas 24h por dia, mas como não estariam? Tudo que acontece no mundo vai para a internet, não tem como ficar de fora.

Eu consigo admitir que sou um pouco viciada com as redes sociais. Não ao extremo, mas muitas coisas da minha vida estão na internet, eu gosto de falar minha opinião e dividir o que eu faço com quem estiver disposto a ver ou escutar. Consigo ficar sem meu celular por um bom tempo, consigo me desconectar, mas chega uma hora que vem um sentimento de saudade e curiosidade com o que está acontecendo com o mundo.

Minha geração é mais conectada e a dependência a internet é inevitável e eu não acho que isso vai mudar futuramente, mas o nosso papel é não esquecer que o contato físico é tão importante e a internet nunca irá substituir.

Ana Beatriz Qualha De Paula Bela Urbana. Estudante do primeiro ano do ensino médio. Modelo. Ama dançar, já fez mais de 10 anos de ballet.

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Digitando…

Bom, o tema é o impacto dos App em nossa vida…

Impossível falar disso sem comentar o recém lançado documentário da Netflix “Dilema das redes”.

Fiquei assustada! São depoimentos reais de pessoas que criaram as mais famosas tecnologias que usamos no dia a dia, incluindo os Apps.

É maravilhoso como eles explicam como criaram, o porque e como está sendo usado hoje.

Até o nosso e-mail… você tem Gmail? Quem não tem? Usa Instagram, Facebook, Google? E sua família? Ah, usa Linkedin?

Não quero dar spoiler, mas a melhor universidade do mundo, Harward, também aparece e se você não assistir…

… digitando

… digitando

… digitando

… não vai aprender que os 3 pontinhos que fica aparecendo quando a outra pessoa está digitando foi criado para te prender na tela… e você ficar esperando (e tem gente que demora muito…).

Mas o melhor é depois que termina. Não desligue. Os testemunhais de como podemos fazer algo, estão lá!

Quanto aos Apps…

… digitando

… digitando

Sou mais natureba e “abraça árvore” como alguns me dizem, mas claro que quero facilitar minha vida… afinal, acho que todo mundo pensa em facilitar a vida para que? Sobrar mais tempo! E aí, a gente quase nunca faz o que gostaria com esta “sobra de tempo”…. mas isso já é outra história.

Tive 3 fases:

1) Fui avessa a eles no início. Não achava que eram importantes e ocupavam muito espaço no meu celular. Como não conhecia, não sentia necessidade.

2) Me apaixonei! O namoro foi um app de dieta. Sabia a caloria de tudo! No supermercado eu não desgrudava do celular e daí para frente… baixei vários! Alguns muito bons e outros que nem valiam a pena… mas mesmo assim eu baixava. Era como se eu me sentisse mais atualizada.

3) Hoje, eu tenho e gosto muito, mas já sei avaliar a real importância. Uso um para corrida, caminhada, ver distância etc. Uso outro para localização em tempo real de todos da minha família, uso outro para meu supermercado favorito etc.

Conclusão:
Acho fantástico os Apps, mas temos que baixar, utilizar e se não gostar, desinstalar… prático e simples! Está é a vantagem da tecnologia.

Aff! Falei demais!

Roberta Corsi – Bela Urbana.
Coordenadora do Movimento Gentileza Sim que tem como objetivo “unir pessoas que acreditam na gentileza” e incansavelmente positiva, para conhecer o movimento, acesse: facebook.com/movimentogentilezasim

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A vida baseada nos apps – desde quando passamos a viver em uma tela?

É fato que a tecnologia nos proporciona vantagens surreais. Graças a ela que temos acesso a todo tipo de informações e notícias, podemos aprender sobre milhares de temas e nos conectar com pessoas ao redor do globo. A tecnologia é uma ferramenta que serve a diversos propósitos: da educação ao entretenimento, do trabalho ao lazer, da utilidade a ociosidade.

Há 20 anos, quem imaginaria que teríamos ao alcance da mão uma infinidade de apps para inúmeros propósitos? Se eu não lembro de beber água (quer coisa mais básica que isso?) é só fazer o download de um app que vai se certificar de que estou me hidratando corretamente. Posso até ter um app pro meu app, como os que registram as séries e filmes consumidas no aplicativo da Netflix.

E isso sem falar nas trocentas redes sociais que surgem diariamente e que precisamos entrar para conferir o que nossos amigos e conhecidos estão fazendo. O Instagram é o novo Snapchat, o TikTok é o novo Instagram, e toda essa ladainha até os nossos celulares não terem mais espaço para app nenhum. E aí, o que fazer? Como pedir comida, chamar um táxi (Ops! Uber, por favor), como lembrar de beber água?

Essa nossa dependência dos apps é assustadoramente perigosa. As pessoas vivem em função de ferramentas que foram feitas para auxiliá-las, mas que em verdade ocuparam todo o espaço do nosso cotidiano. Para acordar precisamos que o app de alarme toque (já que ninguém tem despertador analógico em pleno 2020), para fazer nossas tarefas temos que checar nossos calendários digitais, para dormir lá vem outro app de meditação e sons relaxantes.

A vida segue então regulada por uma máquina, por porcentagens de bateria, por atualizações de software. Mergulhamos tão profundamente em um mundo virtual que deixamos de viver o mundo real. Estamos nos tornando pessoas menos focadas, menos contemplativas, mais influenciáveis. Os apps monopolizam nossa interação com o meio, as notificações constantes nos puxam para bem longe do aqui e agora.

E vamos buscando a solução dentro do próprio problema: apps de saúde mental, apps de relaxamento, apps para focar nos estudos. Não me entenda mal, também sou fã desse mar de caminhos a seguir que a tecnologia nos oferece. Mas estamos em uma encruzilhada que nos pede que façamos algumas mudanças. Está na hora de buscar um ponto de equilíbrio entre o que é saudável e o que não é.

O impulso inconsciente que temos de “passear” entre um aplicativo e outro, dando refresh continuamente na esperança de que algo novo apareça, isso definitivamente precisa mudar. A tela deve estar à nossa disposição, mas não o contrário. E eu acredito que se fomos capazes de inventar coisas tão grandiosas como o mundo virtual, somos igualmente capazes de encontrar o balanço perfeito para esse nosso relacionamento com as telas.

Letícia Chieppe – Bela Urbana, estudante de Direito, apaixonada pela escrita e por tudo que ela proporciona. Encontrou nas palavras um refúgio para suas reflexões. 

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ESSE TAL DE QR CODE

Eu confesso que estava me sentindo toda toda, igual à letra da música do Lucas Lucco.

Mesmo sendo da década de “tralalá”, estava me achando super moderna por estar dominando todos os filtros do insta que me deixam, digamos, mais novinha. Bom, pelo menos era o que eu achava até a semana passada.

Depois de 10 meses enraizada em casa por causa da Pandemia, finalmente uma escapada do lockdown.

Combinei com uma amiga de infância de nos encontrarmos em um restaurante-balada aberto com quarenta por cento da ocupação, em área aberta e uma gastronomia russa maravilhosa.

Lá fui eu com meu pretinho predileto que uso em todas as minhas fotos do insta. A manchinha de “cândida” na barra ninguém vai perceber, afinal, caprichei na maquiagem dos olhos esverdeados para serem destacados pelo uso da máscara black.

E lá fui eu, pronta para chegar chegando com meu perfume Givanchy e fazer muitas fotos da minha mini balada. Afinal, de app’s eu entendo, apesar de ser de… tralalá.

Mas a história virou com a chegada do garçom. A pergunta foi simples, difícil foi a minha resposta:

_ Vocês já sabem o que vão pedir?
_ Não. Podemos ver o cardápio?
_ Basta clicar no QR Code do cartão sobre a mesa!
_ Oi?????
_ QR Code, senhora. Aqui o cardápio é por QR Code no celular.
_ Ahhh! (risos). Moço, é o seguinte, preciso de um cardápio de papel. Passo álcool gel. Eu sou da década de tralalá, não sei nem mexer nesse tal de QR Code.

Bom, relacionamento virtual eu já sei que tá na moda, mas cardápio também? Isso já é anormal.

E nada do cardápio. Então resolvi pedir um sanduba que já tinha visto no instagram do restaurante. Minha amiga já tinha o prato predileto dela da casa: um vegano feito de quibe de abóbora cabotia.

Mas, nada estava tão resolvido assim pois para completar pedi meia “CARACU”, aquela cervejinha adocicada preta. Mas aí foi o garçom quem respondeu:

– Oi?????

Eis a dobradinha entre gerações: QR Code x Caracu.

História verídica. Na semana que vem volto lá. Não sossego até conseguir abrir o cardápio naquele tal de…como é mesmo?

QR Code.

Angela Carolina Pace – Bela Urbana, publicitária, mãe, apaixonada por Direito. Tem como hobby e necessidade estudar as Leis. Sonha que um dia as Leis realmente sejam iguais para todos.
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Sócrates, Platão e Aristóteles como os grandes Influencers midiáticos

Desde a Antiguidade, os últimos dois anos foram os anos com a maior produção e volume de  conteúdo que se tem notícia na Humanidade. Parte desse conteúdo graças aos grandes influenciadores existentes no mundo digital. Jovens ou não tão jovens, mas, com mente e espírito voltados para redes sociais. Ah! suas ações estão “bombando”. Esses influenciadores ganharam em menos de cinco anos “zilhões” de seguidores. Com suas pautas voltadas para  agradar ou desagradar em emoções seus expectadores, os quais, via digital estão presentes em todo Planeta.  A primeira pergunta socrática: esses influenciadores têm capacidade e conhecimentos científicos para modificarem o pensamento da pessoa que o segue, da família dessa pessoa e da empresa empregadora que serve todos eles no longo prazo?

Desde Sócrates e Aristóteles  e outras centenas de famosos, se tornaram influenciadores equidistantes da grande e filosófica Grécia. Existem também  “zilhões” de outros influenciadores que não fazem parte das redes sociais. Suas influências estão baseadas em conhecimentos científicos a partir de experiência própria, bacharelados, mestrados e doutorados e suas frequentes publicações e atualizações complementares. A veracidade desses “zilhões” se comprovam em suas comunicações e informações cientificas. Esses influenciadores estão sempre ao lado desses fabulosos jovens ou não tão jovem, porém, infelizmente,  não são seguidos.  Talvez, esses influenciadores não tenham tanto “glamour”, beleza, brilhos nos olhos, nos lábios e cabelos coloridos e sequer tenham tempo de utilizar seus celulares para serem vistos, idealizados e adorados por seguidores. A culpa é deles mesmo. O problema está nos nomes que adotaram, nomes surrados, sem graça, sem fama, que existem em toda parte. São chamados de pai, mãe, professor, empregador, entregador, limpador, carregador de lixo, empregada doméstica, enfim, seres comuns que passam o dia inteiro preocupados em servir seguidores de “famosos”.

Essas pessoas que adotaram esses nomes sem graça, vivem lutando para que sua MARCA que é pública, sobreviva diariamente seus cinco mundos diferentes: pessoal, social, conjugal, familiar e profissional. Tomam decisões observando  cinco variedades humanas, entendendo que cada uma é possuidora e seus SFFR (sinais fracos fora da realidade). Assim, basta que algum  seguidor de famosos dê um “leve” espirro, para que  seus pais fiquem alertas por um tempo, observando se o “espirro” vai se transformar em gripe, febre ou alguma doença mais grave.

Diante de notas absolutamente baixas depois de uma prova, um outro não famoso cognominado de professor, se preocupa em mudar seu método de ensino para que os seguidores de famosos se desenvolvam cognitivamente. Seguidores de famosos se desempregados, buscam no mercado uma oportunidade. Assim, todo final de mês terá um salário para sobreviver. Compram com esse salário um celular, com câmara poderosa para postarem reuniões entre amigos. Todos se divertindo e aproveitando essas reuniões para falar mal daquele ser desprezível com nome quase demoníaco: o empregador.

Aristóteles citado no título, não foi seguido pelos seus pares. Dessa forma não pode ser o escolhido de Platão para ser seu sucessor na Academia Ateniense. Alegaram seus não seguidores que Aristóteles por não ter nascido em Atenas (mesmo sendo grego) não era digno de suceder a Platão. O grande mestre filósofo ficou desempregado. Uma dessas de nome surrado chamada de “mãe” empregou Aristóteles para educar seu filho Alexandre. Esse professor fez daquele filho, daquela mãe, um famoso que o mundo o nominou de Alexandre o Grande. Os ensinamento todos os quatro citados nesse texto, tem seguidores desde 400 a.C. Espero que aconteça o mesmo com os “famosos” do aqui agora. Ah! A mídia daquela época está totalmente fora de moda nos dias de hoje: a escrita. Que se transformou em outro “absurdo” denominado de livro. Ops, lapso meu: e-book!

L.C. Bocatto– Belo Urbano. Diretor do Instituto IFEM – Instituto da Família Empresária
Criador da Ferramenta de Análise Científica Individual e Familiar. Formações – Mestre em Comunicação e Mercado, MBA em Controladoria, Contador, Psicanalista Terapeuta com foco em famílias e indivíduo com problemas Econômicos (perda de riquezas) e Financeiros (saldos negativos de caixa)
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Meus momentos para relaxar

Hoje o número de amigos da minha idade que usam as redes sociais é
quase absoluto, raro é conhecer alguém que não possua nem que seja apenas uma delas. Nos dias atuais tudo é muito virtual e as vezes me pergunto até que ponto isso é bom ou até saudável para nós, já que ao mesmo tempo que une amizades e familiares de diversos cantos a qualquer momento mas também afasta pessoas que estão na mesma mesa de um restaurante, cada um em seu celular vendo vidas alheias. A mídia que eu mais utilizo acho que é o Instagram, uma rede social que é cheia de conteúdos como vídeos, fotos e os “stories” que são publicações que ficam disponíveis por apenas 24 horas, possui chat pra conversar com seus
seguidores, porém, é um aplicativo que apesar de gostar muito tenho que estar me policiando sempre sobre alguns tópicos.

O primeiro deles é a questão do tempo que eu fico nesse App. Diversas
vezes eu estava fazendo algo e peguei o celular apenas pra espairecer um pouco, mas entrava no Instagram, começava a ver as fotos que tinham postado, via o feed de alguma celebridade, acabava conhecendo outra através desse perfil e passando a seguir também, depois começava a assistir o stories só das pessoas que eu mais conhecia, e logo, percebia que a rápida espairecida na mente tinha se tornado uma longo uso de 3 horas, e falando assim parece absurdo,eu sei!”. Como assim ela ficava 3 horas? Isso é muito tempo”, mas ao contar aos meus amigos e amigas sobre isso e como eu não percebia o tempo que gastava, vi que vários deles disseram que passam pela mesma coisa, o que se formos observar é um gasto absurdo de tempo se comparado ao tanto de coisas que podem ser feitas nesse tanto de horas.

A segunda questão é a comparação que eu fazia em relação a vida dos
outros. Nessas tantas horas rolando o feed eu só via vidas extremamente felizes e animadas, amigos inseparáveis, pessoas que pareciam viajar o ano todo, ”corpos do verão” e relacionamentos perfeitos, e vendo vidas resumidas a isso eu acabava me sentindo mal por não ter aquele corpo, aquele dinheiro, aqueles amigos ou aquele relacionamento, e a realidade é que ninguém vive ou é só aquilo que posta, não há corpo totalmente sarado, é ângulo, todo mundo tem seus desentendimentos em relacionamentos, não são só flores e ninguém é todo tempo feliz, as pessoas possuem seus problemas, inseguranças e questões, no entanto elas só querem mostrar suas melhores versões e uma vida perfeita, onde só é mostrado bom e o que lhe convém.

Com isso, eu percebi que os meus momentos para relaxar usando o celular
não estavam sendo nada relaxantes, e então, hoje eu tento diminuir o tempo de uso do Instagram e sempre que começo a me comparar ou ficar chateada procuro pensar que a vida de ninguém é só o que ela posta para não se tornar algo tóxico, e sim, relaxante e bom.

Martina Lobos – Bela Urbana, estudante do terceiro ano do Ensino Médio,sonho em cursar Relações Internacionais e trabalhar com comércio exterior,gosto de estar em contato com a natureza,amo fazer trilhas e me aventurar,não vivo sem uma sobremesa após o almoço,odeio injustiça e apoio a causa do meio ambiente e da sustentabilidade.

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Sinal de Alerta

Outro dia a CPFL – Companhia Paulista de Força e Luz – fez manutenção no meu bairro e precisou desligar a energia. No comunicado enviado, o prazo para esse desligamento era das 13h30 às 17h30, porém dizia que poderiam ocorrer atrasos.

Apesar de ter recebido a comunicação impressa uns dia antes, me esqueci completamente e também não avisei meus filhos. Todos ficaram irritados, mas eu fui calma e ajudei a achar saídas. O meu filho mais velho, que tinha programado para fazer uma entrevista on-line para uma trabalho da faculdade, ficou tenso, porque já estava marcado com o profissional e precisava gravar, como somente o laptop tinha um pouco de bateria, disse para ele falar a verdade e marcar para outro dia. Deu certo.

Bom, a falta de energia foi até 20h30, três horas a mais que o programado e tudo foi descarregando…. Nos vimos sem nada de conexões, sem computadores, sem celulares, sem TV, sem luz. Começou a dar uma certa angústia. Ficamos no escuro, acendemos uma vela, resolvi esperar e ficar quieta. Os filhos perguntavam: – Quando vai voltar? Como se eu tivesse a resposta para tudo. Aliás, por que será que os filhos sempre acham que as mães sabem tudo?

Resolvi ir para a varanda, peguei meu violão, que não pegava há muito tempo. Fiquei com ele, tocando, brincando, tirando um sonzinho, enquanto sentia o vento gostoso dar uma aliviada no dia que tinha sido tão quente, olhando o entardecer até escurecer.

Continuei na varanda, no escuro, com o violão… Foi bom, comecei a prestar atenção no que estava sentindo. Estava gostando daquele momento diferente, bem diferente do meu dia a dia. Exerci a paciência. Apreciei a natureza mais do que o meu habitual, senti o vento e me deliciei com isso. Nem as horas eu sabia… não tenho aqui nenhum relógio de ponteiros.

Por fim, percebi que estava gostando daquilo, mas queria muito compartilhar o que estava sentindo naquele momento nas minhas redes sociais. Uma certa ansiedade me batia por querer comunicar e uma certa agonia de não ter como fazê-lo.

LARANJA: Sinal de alerta

Adriana Chebabi  – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza.  Divide seu tempo entre seu trabalho de comunicação e mkt e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa. 

Foto Adriana: @gilguzzo_photography