Quando eu decidi dar um BASTA num relacionamento abusivo, busquei compreensão das situações onde eu me considerada culpada ou ainda merecedora de tais abusos ou violência, me questionando: “O que tenho que fazer para não acontecer de novo?”, “Será que estou sendo muito permissiva?”, “Por que a pessoa que deveria ser parceria de todas as horas, me agride? Onde tenho errado, será minha roupa, algo que falei ou fiz?”, “Será que sou eu que sempre faço algo que desencadeia essa reação na pessoa?”, “Qual será meu defeito?”…
Eu tinha tantas perguntas sem respostas, querendo justificar o injustificável, que fui procurar ajuda de uma psicóloga, e com suas orientações fui instruída a ser eu mesma, testando com as demais relações que eu mantinha: amigos, filhas, parentes, colegas de trabalho, enfim… Sem justificar o porquê das coisas e das minhas escolhas, apenas experimentar ser eu mesma.
Confesso que num primeiro momento, me senti totalmente perdida, porque há muitos anos eu abria mão das minhas preferências, as quais se perderam no tempo, eu passei a me contentar com o que era possível ou restava das preferências alheias. Mas aos poucos fui me encontrando, consegui resgatar a autoestima e a autoconfiança, cada vez que eu mergulhava mais fundo e pra dentro.
Nessa jornada na busca pela autoestima, resgatei valores e princípios que são fundamentais para sustentar qualquer relação: Respeito, Comunicação, Desapego, Reciprocidade e Aceitação. A prática desses princípios trouxe à luz da consciência a forma como tornando minhas relações mais construtivas a medida em que os laços se estreitam.
Praticar o autoamor foi e continua sendo fundamental para que minhas relações não sejam tóxicas, abusivas ou violentas.
Luana Carla – Bela urbana, analista corporal e comportamental. Sua paixão é poder contribuir para evolução da nossa espécie através do seu trabalho, sendo facilitadora do processo evolutivo interno, auxiliando pessoas a encontrarem soluções para seus conflitos de forma mais harmoniosa possível, respeitando seu funcionamento natural. E assim viverem em paz consigo e com o ambiente a sua volta.
Quando decidi trazer o tema Relacionamentos Abusivos para o
Belas Urbanas, não tinha noção real da complexidade do tema.
Nesse período de seleção dos textos, conversei com muitas
mulheres, mas quero deixar claro que não são só mulheres que são vítimas, assim
como não são só relacionamentos “amorosos” héteros que são abusivos, está
também nos relacionamentos homoafetivos e em todos os tipos de relações, entre
amigos, no trabalho, entre pais e filhos.
As histórias dos casais héteros se destacam porque muitas
vezes terminam em feminicídio. Palavra que se tornou recorrente nos últimos
anos e mais ainda, nesse período de isolamento que a pandemia nos trouxe.
Toda relação que inferioriza, destruindo a autoestima e a autoconfiança
é abusiva.
Palavras podem destruir. Não podemos aceitar violências
veladas que estão estruturadas na nossa sociedade e disfarçadas de piadas que rebaixem
o outro. Não é mimimi, é respeito. São vidas.
Pode ser a sua, a minha, a de quem amamos.
Ser consciente é o primeiro passo para uma transformação
individual e coletiva.
Acreditamos que palavras também salvam e, por isso, iremos
começar aqui no Belas Urbanas a publicar uma série de textos com depoimentos
pessoais, dados, poesias, contos, tudo relacionado a esse assunto, para que
mais e mais pessoas tenham consciência da gravidade e de como podem se salvar e
ajudar outras pessoas.
Te convido a acompanhar, ler, dar sua opinião e
compartilhar.
Se tiver alguma história que queira compartilhar, nos
encaminhe um e-mail: comercial@teste2.webtagger.com.br/belasUrbanasWP
Juntas somos mais fortes. Somos Belas Urbanas!
Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza. Divide seu tempo entre seu trabalho de comunicação e mkt e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa.
Pouco pensou Pouco passou Pouco somente pouco Restou e nesse caso o pouco foi muito mais
Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza. Divide seu tempo entre seu trabalho de comunicação e mkt e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa .
No palco o folclore da América do Norte Na trilha um folk rock O ator engole Bourbon sem gelo Ao invés de Scott Um shot! No rosto um corte. No corpo old west Nas mãos amassado Um recorte.
Fernando Farah – Belo Urbano, graduado em Direito e Antropologia. Advogado apaixonado por todas as artes!
Gabriel tem 7 anos e pediu para falar comigo por chamada de vídeo.
O pai dele, Miro, enviou uma mensagem pedindo permissão e eu aceitei,
claro.
O Gabriel foi meu paciente há alguns anos, quando eu ainda clinicava.
Nós tínhamos um bom vínculo e no momento da alta, apesar do orgulho pelo êxito,
foi difícil para nós dois.
Mas, crianças superam rápido e, em geral, nem se lembram do período de
terapia. O que é muito compreensível, já que o processo terapêutico envolve a
dor e a transformação.
Eu não os vi mais. Esporadicamente, recebia alguma mensagem da família,
em datas especiais.
No ano passado, a mãe do Gabriel faleceu em um acidente de carro. Eu
estava viajando. Enviei apenas uma mensagem solidária e nenhum novo contato foi
feito.
Hoje à tarde o telefone tocou.
Era o Gabriel e eu atendi sem saber muito bem o que seria este
reencontro (remoto).
Ele me olhou sorrindo. Meus cabelos, curtos e brancos, eram novidade para
ele, assim como seu rostinho alongado e seu sorriso banguela eram para mim.
Depois de me contar sobre várias peripécias deste tempo de quarentena,
ele mandou uma pergunta direta:
– Daniela, quantos anos você tem?
Eu sorri e respondi: – 49. Em silêncio eu vi os olhinhos dele crescerem
e emendei a pergunta: Você acha muito?
Ele disse que não, o silêncio aumentou e ele tomou a palavra, sem
interrupção:
– Um dia, eu pedi para mamãe para ir ao parquinho do condomínio e ela
não deixou. Quis saber “Por que não?” e ela respondeu: – Você tem a idade de
entender. Eu tinha 6 anos e ela 32. Ontem, eu perguntei para o papai o que era
idade de entender e ele disse assim: – Sei lá, quando a gente entende, acaba!
Novo silêncio. Daqueles que atordoam.
Eu senti uma lágrima barraqueira querendo empurrar as outras. Congelei.
Pela tela vi que Miro também abaixou a cabeça.
Ele não tinha como saber da conversa do Gabriel com a mãe…
Eu fiz menção de que iria falar, mas, vendo o clima tenso, o menino
mesmo disse:
– Relaxa. A gente sempre tem a idade de entender, né?
– Né? – foi tudo que saiu da minha boca, numa síntese do momento que eu
aprendi uma baita lição.
Essa frase não sai de mim nem por um segundo – “Idade de entender”.
Conversamos por mais vinte ou trinta minutos, sobre muitas coisas,
rimos, matamos a saudade e nos despedimos.
Pai e filho são acompanhados por profissionais e eu digo isso apenas
para que se poupem dos julgamentos. Não há nada no relato que mereça um
apontamento porque diz respeito à vida deles e à relações humanas construídas
dia após dia.
O que me motiva a compartilhar a história é a constatação de que a gente cresce mesmo é por dentro.
Dany Cais – Bela Urbana, fonoaudióloga por formação, comunicóloga por vocação e gentóloga por paixão. Colecionadora de histórias, experimenta a vida cultivando hábitos simples, flores e amigos.
OBS.: Os nomes citados no texto são fictícios para preservar as identidades.
Já sei que estão olhando muitas telas, mas devem olhar mais pelas janelas. A paisagem muda todo dia. Reparem nos detalhes. Reparem nas calçadas. Reparem no vai e vem das pessoas e da natureza. Beleza pura.
Seja você além das telas virtuais, além dos filtros digitais.
Perfeição é só um conceito cruel. O que é perfeito é imperfeito. Por isso, olhe além das telas, abra as janelas.
Seja mais Branca de Neve, cante com os passarinhos, e menos Madrastra que perde tempo se olhando tanto no espelho em busca da resposta do outro para a pergunta: – Serei eu a mulher mais bela?
Seja a MAIS BELA para você mesmo. Assim, quando olhar no espelho, terá orgulho da BELA URBANA que ali reflete.
Até a próxima e com as janela bem abertas.
Madame Zoraide – Bela Urbana, nascida no início da década de 80, vinda de Vênus. Começou atendendo pelo telefone, atingiu o sucesso absoluto, mas foi reprimida por forças maiores, tempos depois começou a fazer mapas astrais e estudar signos e numerologias, sempre soube tudo do presente, do passado, do futuro e dos cantos de qualquer lugar. É irônica, é sabida e é loira. Seu slogan é: ” Madame Zoraide sabe tudo”. Atende pela sua página no facebook @madamezoraide. Se é um personagem? Só a criadora sabe 😉
Existe um caminho que viemos percorrer nessa vida. É o caminho que dá sentido à nossa existência e que nos faz melhor a cada dia. Mas é um caminho que não se enxerga com os olhos da razão.
Pra isso existem as paixões. Paixões são estados temporários de demência. Nos impulsionam a agir e concretizar sonhos. Até os mais improváveis. E nesse processo, encontramos pelo caminho todos aqueles que são necessários para nosso crescimento. Sejam anjos, sejam demônios. Devemos ser sempre gratos a todos eles, pois os anjos e os demônios habitam dentro de cada um nós. E é dessa forma que partilhamos a vida com todos que nos cercam.
Que todas as relações e paixões nos movam e dêem sentido às nossas vidas. Que consigamos a cada dia enxergar melhor com os olhos do coração. E que finalmente, aprendamos a fazer sempre as melhores escolhas.
Noemia Watanabe – Bela Urbana, mãe da Larissa e química por formação. Há tempos não trabalha mais com química e hoje começa aos poucos se encantar com a alquimia da culinária. Dedica-se às relações comerciais em meios empresariais, mas sonha um dia atuar diretamente com público. Não é escritora nem filósofa. Apenas gosta de contemplar os surpreendentes caminhos da vida.
Joana D’arc de Paula – Bela Urbana, educadora infantil aposentada depois de 42 anos seguidos em uma mesma escola, não consegue aposenta-se da do calor e a da textura do observar a natureza arredor. Neste vai e vem de melodias entre pautas e simetrias, seu único interesse é tocar com seus toques grafitados pela emoção.
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