
Pouco pensou
Pouco passou
Pouco somente pouco
Restou
e nesse caso
o pouco foi muito mais

Foto Adriana: @gilguzzo @ofotografico
Pouco pensou
Pouco passou
Pouco somente pouco
Restou
e nesse caso
o pouco foi muito mais
No palco o folclore da América do Norte
Na trilha um folk rock
O ator engole Bourbon sem gelo
Ao invés de Scott
Um shot!
No rosto um corte. No corpo old west
Nas mãos amassado
Um recorte.
Gabriel tem 7 anos e pediu para falar comigo por chamada de vídeo.
O pai dele, Miro, enviou uma mensagem pedindo permissão e eu aceitei, claro.
O Gabriel foi meu paciente há alguns anos, quando eu ainda clinicava. Nós tínhamos um bom vínculo e no momento da alta, apesar do orgulho pelo êxito, foi difícil para nós dois.
Mas, crianças superam rápido e, em geral, nem se lembram do período de terapia. O que é muito compreensível, já que o processo terapêutico envolve a dor e a transformação.
Eu não os vi mais. Esporadicamente, recebia alguma mensagem da família, em datas especiais.
No ano passado, a mãe do Gabriel faleceu em um acidente de carro. Eu estava viajando. Enviei apenas uma mensagem solidária e nenhum novo contato foi feito.
Hoje à tarde o telefone tocou.
Era o Gabriel e eu atendi sem saber muito bem o que seria este reencontro (remoto).
Ele me olhou sorrindo. Meus cabelos, curtos e brancos, eram novidade para ele, assim como seu rostinho alongado e seu sorriso banguela eram para mim.
Depois de me contar sobre várias peripécias deste tempo de quarentena, ele mandou uma pergunta direta:
– Daniela, quantos anos você tem?
Eu sorri e respondi: – 49. Em silêncio eu vi os olhinhos dele crescerem e emendei a pergunta: Você acha muito?
Ele disse que não, o silêncio aumentou e ele tomou a palavra, sem interrupção:
– Um dia, eu pedi para mamãe para ir ao parquinho do condomínio e ela não deixou. Quis saber “Por que não?” e ela respondeu: – Você tem a idade de entender. Eu tinha 6 anos e ela 32. Ontem, eu perguntei para o papai o que era idade de entender e ele disse assim: – Sei lá, quando a gente entende, acaba!
Novo silêncio. Daqueles que atordoam.
Eu senti uma lágrima barraqueira querendo empurrar as outras. Congelei. Pela tela vi que Miro também abaixou a cabeça.
Ele não tinha como saber da conversa do Gabriel com a mãe…
Eu fiz menção de que iria falar, mas, vendo o clima tenso, o menino mesmo disse:
– Relaxa. A gente sempre tem a idade de entender, né?
– Né? – foi tudo que saiu da minha boca, numa síntese do momento que eu aprendi uma baita lição.
Essa frase não sai de mim nem por um segundo – “Idade de entender”.
Conversamos por mais vinte ou trinta minutos, sobre muitas coisas, rimos, matamos a saudade e nos despedimos.
Pai e filho são acompanhados por profissionais e eu digo isso apenas para que se poupem dos julgamentos. Não há nada no relato que mereça um apontamento porque diz respeito à vida deles e à relações humanas construídas dia após dia.
O que me motiva a compartilhar a história é a constatação de que a gente cresce mesmo é por dentro.
OBS.: Os nomes citados no texto são fictícios para preservar as identidades.
Todo vulto é uma estrela
Existe um ponto onde a energia concentra
Massageio a extremidade inferior do luzeiro
Incrusto na minha pele florescência
Olá Consulentes tudo bem com vocês?
Já sei que estão olhando muitas telas, mas devem olhar mais pelas janelas. A paisagem muda todo dia. Reparem nos detalhes. Reparem nas calçadas. Reparem no vai e vem das pessoas e da natureza. Beleza pura.
Seja você além das telas virtuais, além dos filtros digitais.
Perfeição é só um conceito cruel. O que é perfeito é imperfeito. Por isso, olhe além das telas, abra as janelas.
Seja mais Branca de Neve, cante com os passarinhos, e menos Madrastra que perde tempo se olhando tanto no espelho em busca da resposta do outro para a pergunta: – Serei eu a mulher mais bela?
Seja a MAIS BELA para você mesmo. Assim, quando olhar no espelho, terá orgulho da BELA URBANA que ali reflete.
Até a próxima e com as janela bem abertas.
Existe um caminho que viemos percorrer nessa vida.
É o caminho que dá sentido à nossa existência e que nos faz melhor a cada dia. Mas é um caminho que não se enxerga com os olhos da razão.
Pra isso existem as paixões.
Paixões são estados temporários de demência. Nos impulsionam a agir e concretizar sonhos. Até os mais improváveis.
E nesse processo, encontramos pelo caminho todos aqueles que são necessários para nosso crescimento. Sejam anjos, sejam demônios.
Devemos ser sempre gratos a todos eles, pois os anjos e os demônios habitam dentro de cada um nós. E é dessa forma que partilhamos a vida com todos que nos cercam.
Que todas as relações e paixões nos movam e dêem sentido às nossas vidas.
Que consigamos a cada dia enxergar melhor com os olhos do coração.
E que finalmente, aprendamos a fazer sempre as melhores escolhas.
Enquanto busca…
Há encontros.
Enquanto encontros…
Haverão enlaços.
Enquanto houver buscas…
Haverão traços.
Enquanto traços…
Haverão marcas.
Enquanto marcas…
Sentiremos a busca.
E enquanto busca saberemos que:
Encontros se fazem abraços.
É só sentir o laço… Sem nós…
Porém…
Não sabendo a busca dentro de nós…
Não haverão abraços entre os laços…
Cuidado com as suas buscas!
Em 2013, os protestos surgem contra os 0,20 centavos. Em 2014, contra os gastos com a copa. Em 2015, contra Dilma e sua fraude eleitoral, as pedaladas etc.
Até então, os protestos, que eram saudados e elogiados, passam a ganhar críticos que viam no discurso vazio e genérico contra a “corrupção” uma falha. Quando perguntados sobre o que era a tal da “corrupção”, os que ferozmente protestavam respondiam taxando a corrupção de “isso tudo que está aí”. Pois veremos que, protestar contra “tudo isso aí” envolve condenar também o bom senso.
(Naturalmente, os críticos foram automaticamente taxados de petistas…).
Em 2016 os protestos foram contra a corrupção nas olimpíadas, 2017 contra Temer e o acordão “com supremo e com tudo” e 2018 contra PT X Fascistas, diante das eleições. O discurso era o mesmo: “contra corrupção”. Agora, quando questionados, os manifestantes respondiam “conta tudo isso aí”, “para salvar o Brasil..”, “por Deus e pela pátria”…
2019 os protestos eram a FAVOR da precarização do trabalho, da previdência, da saúde e educação pública, a título de “salvar a economia e o Brasil”. Em 2020, os protestos são contra as instituições democráticas, sociais e de sanidade pública que “são corruptas e detonam a economia, os mercados…”.
Em pandemias como a que vivemos, os mercado certamente não morrerão. Quem morre são as pessoas e, até onde saiba, eu e você somos pessoas, certo? Penso que seja mais inteligente defender pessoas.
Atualmente, muitos protestam para defender “O salvador do Brasil”, “defender Deus e a pátria”, “contra a quarentena que é culpa da china”… Portando armas, os 300 estão em Brasília, orando ao “Deus dos Cristão” para encontrar um petista disposto a tomar bala na cara. É sério isso? Sim, pior que é. E alguns dessa lista de amigos publicam em suas redes, em apoio a essas práticas, fazendo coro a essa insanidade.
Fica a dúvida: Será que estamos protestando direito? Será que estamos de fato salvando a nós mesmos ou a um abstrato discurso? Será que não queremos fazer parte de uma novela de quinta categoria que nos faz tornarmos vilões e vítimas de um enredo que não escrevemos?
E quem será que ganha “com tudo isso aí” que você posta? Você sabe? Pense nisso.
O verso livre me deixou ausente
De manifestos de pessoas
Estou sozinho e tão completamente
Que afundo a faca no meu peito
E numa rima decadente suspiro
Ensanguentado
O que escorre de mim não é sangue
É aguardente
O óbvio torna-se complexo
O que sinto não é amor
É ódio e sexo
O futuro me comete
Viajo mas não morro
Habito o outro lado da montanha
Pra subir nem Ícaro num cavalo alado
Pra descer tem que ser a pé e sozinho
Lá não existe bondinho
É a sombra do meu Cristo
Se é redentor não sei
Mas tem um Cristo no topo da montanha
Ao subir verá as luzes da cidade “anoitescente”
Gritará bem alto e estridente:
O verso livre me deixou ausente
Estou sozinho e tão completamente
Que numa rima decadente
Embriago de sangue e aguardente
Aparências só enganam quem
não vê de perto.
Com filtros, tudo é lindo.
Pareciam felizes.
Sorrisos de porcelana.
É difícil perder o poder da beleza.
A outra sempre foi cisco de pessoa.
Preconceitos era o normal.
Vidas fingidas de felizes
na família tradicional brasileira.
Todos passaram, só sobraram elas.
Fla e Flu
na memória e nas histórias.
Os ausentes.
O velho tarado.
O velório estranho.
Aquele bando de mulheres na sala.
O cheiro do perfume fedido.
A criança.
A bruxa mesquinha.
As fofocas.
A solidão.
Flu foi tomada por tudo isso.
Fluzinha a raiva herdou.
Além da nostalgia,
do culto doentio pelos mortos,
das bulas de remédios,
dos copos de requeijão na coleção,
dos carrinhos afanados.
Fla tinha brilho,
mas tinha dor e amargor.
Uma ferida que não cicatrizava
e que machucava como trator
quem a incomodava.
Arrogância.
Mentiras.
Espelho distorcido.
Peitos construídos pelo cirurgião.
Tudo justificava no seu mundo
de aparências.
Os antigos se foram.
A criança permanece.
O ciclo se rompe.
Fla e Flu se fu.
Como diz Gil: “aquele abraço”.
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