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V E R D A D E

Será que a mentira é parecida com a verdade que, por sua vez pode ser subjetiva?

Acredito que não.

A mentira

Mesmo contada com poesia

Mesmo sendo dita com um “claro que sim”

Mesmo respondida com uma desculpa ou com uma repentina presença

Será uma mentira

A mentira pode vir acompanhada de entrega

Pode vir travestida de desejo

Mas será sempre o resultado das sobras de um banquete, ou seja, migalhas

Migalhas de sobrevida que criam as utópicas miragens das idealizações que se desfazem nos sapatos no tempo

A mentira será sempre a ausência de qualquer verdade

 

Jorge Luis de Souza – Belo Urbano, artista plástico, pedagogo e empresário. Como todo bom leonino é muito dedicado a tudo que faz. Não resiste a um chocolate. Ama escrever e ama sua família.

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Brasil X Alemanha

Há três meses me mudei para a Alemanha. Deixei o Brasil pela segunda vez em busca da solução para os “meus problemas”, de um melhor futuro para os meus filhos, de um novo emprego, de mais segurança, menos medo, mais certezas. O Brasil não está fácil, afirmar isto é chover no molhado, eu sei, mas há alguns meses um pensamento tomou conta de mim. “Tenho 47 anos, no melhor dos casos estou partindo para a segunda metade da minha vida, será que aguento esperar as coisas melhorarem vivendo trancada em casa, no shopping, no carro, tentando recuperar um bom emprego como o que tinha antes da crise? E o meu sonho de viajar o mundo, que está parado por causa das crianças, do trabalho, de mil coisas que iam aparecendo e aparentavam ser o fundamental, a prioridade; esqueço e deixo no mundo das impossibilidades para todo o sempre?”

Na minha opinião nós mulheres que chegamos ou estamos vivendo os 40 anos, temos este impulso do “tudo ou nada”, do “agora ou nunca”, por puro medo da vida não ter valido a pena. Já vivemos um bocado e sentimos que não sabemos de nada, que muita coisa deixou de ser realizada e somos assombradas pelo fantasma do tempo, nos olhando cara a cara.

Me lembro de ter sentido este medo no início dos meus 20 anos. Foi esta mesma sensação de hoje, somada à uma completa falta de experiência de vida inerente à idade, que me fez largar meu primeiro emprego e ir embora para a Itália. Buscava uma vida que valesse a pena (novamente a mesma frase, o mesmo sentimento); foi “ele” que me fez arriscar, sair da zona de conforto.

Não pensei que mudaria novamente do Brasil, depois de sete anos na França, um na Itália, e um retorno ao Brasil em 2003, quando estava mais apaixonada do que nunca pela terrinha. O Brasil vivia uma falsa abundância, estávamos na boca da mídia internacional com uma profusão de empresas ampliando suas atuações no país. O meu emprego ia muito bem obrigada. Ainda não sabíamos que a conta do governo chegaria mais cedo ou mais tarde, e 2014 quebrou as pernas de muitos.

A decisão de deixar o país não foi fácil, foi bem dolorosa. O desemprego bateu à nossa porta, tínhamos que encontrar uma saída para manter a casa, os filhos em escola particular, empregada, carros, plano de saúde e uma pilha de contas.

Meu marido é alemão e sempre admirei a cultura, precisão e organização alemãs, à distância. Durante os 11 anos de casamento moramos no Brasil e a Alemanha ficava ali, no cantinho dos sonhos. Eu não sabia se queria realizar o feito de morar em um país tão “perfeito”. Sim a Alemanha é perfeita, e até a perfeição é chata e as vezes cansa.

Colocamos na balança a questão monetária, é claro, pois no Brasil gasta-se pelo menos duas vezes mais. Também pesou a qualidade de vida, segurança, boas escolas e universidades públicas. Apesar dos alemães pagarem 50% aproximadamente do salário em impostos você sente que valeu a pena.

Vendemos quase tudo e viemos. Tinha a minha dificuldade com a língua, o alemão não é nada fácil e eu sempre deixava de lado o aprendizado, nunca priorizei. A adaptação é muito mais difícil quando não se fala a língua local. Mas ainda assim resolvemos encarar.

Chegamos no final de julho deste ano e minha maior preocupação eram as crianças, que no final das contas foram a razão maior da nossa vinda. O ditado de que para criança tudo é mais fácil é totalmente verdadeiro na mudança de país. Os meus filhos de 8 e 13 anos estão nos primeiros meses de aula, que começaram em setembro. Aqui o calendário escolar se inicia no meio do ano. Estão refazendo a mesma série que no Brasil e voltaram um semestre. Devagarzinho as coisas estão entrando nos eixos com eles. Como diz a Caroline, uma grande amiga inglesa, criança tem a tecla da felicidade sempre ligada e isso é super valioso nestas horas.

Para a mãe, já são outros quinhentos. A Europa de luxo é para pouquíssimas pessoas e a vida aqui não é para os fracos, apesar de toda a estrutura. Uma mãe de classe média brasileira não está preparada para a vida em uma região do mundo que batalhou muito para dar dignidade para sua população, e onde cada um faz o seu e não existem “ajudantes, diaristas, secretárias do lar”.

Costumo falar para meu marido que estou passando por vários MBAs em paralelo: prendas do lar, culinária, professora, mediadora, tradutora, técnica em sustentabilidade, sem esquecer do Alemão, esta língua que me faz ganhar vários cabelos brancos, e que finalmente acho que vou deixar, pois aqui as mulheres são práticas e verdadeiras. Bonito de ver.

Ainda é cedo para saber se foi uma boa escolha, pois o Brasil, apesar dos enormes problemas, é a minha terra e a dos meus filhos. Eu tenho uma enorme esperança nos brasileiros e amo meu país. Sei que vou voltar para ficar, só não sei quando.

Como falei lá em cima, em alguns momentos da minha vida senti este impulso que me fez balançar as estruturas. Acho que todas as mulheres na minha idade tem isto. O trabalho e a inquietação por um lado e a responsabilidade com a família de outro. Parece que já fizemos muito, investimos na carreira e tentamos no meio disto tudo criar nossos filhos, e ainda assim bate um vazio. E agora?

Pela minha experiência e tendo feito isso outra vez, o que mais ganhei quando saí da rota de vôo não foi conhecer pessoas, ver o outro lado do mundo, aprender uma nova língua, entender e viver uma nova cultura, para minha surpresa este crescimento estava diretamente relacionado com o que eu deixei de ver.

Quando se sai do próprio país é como se vivêssemos um longo período de silêncio, pois as vozes não são conhecidas, e elas nos fazem escutar a nossa própria.

Tenho plena certeza que estes tem sido os momentos de maior encontro comigo mesma, quando nem tudo está favorável e preciso resgatar o que de melhor tenho, mesmo o que já me esqueci e que ainda faz parte de mim. São montanhas de coisas e conhecimento que estão escondidos no passado e são exatamente eles que me ajudam a passar por longos períodos de readaptação.

Talvez esteja sendo muito simplista, mas viemos sozinhos para este mundo e o melhor que temos a fazer é nos lançarmos em experiências profundas e solitárias que nos transformem e preparem para outras vidas, ou simplesmente para a próxima etapa.

O zona de conforto é atraente, mas não é transformadora. No meu caso o “meu país” é o que chamo de zona de conforto, mas poderia ser um emprego, um casamento, um relacionamento desgastado.

Será que precisaria ir embora ou mudar meu jeito de viver, ficar e lutar durante a tempestade? Acredito que as duas opções são verdadeiras, e podem ser transformadoras na mesma intensidade. Tanto faz, desde que o desconforto seja combatido e as vozes estranhas estejam gritando tão alto que nos façam olhar para dentro nós.

Aparentemente nossas maiores inimigas, a inquietação e a adversidade, são na verdade grandes amigas e podem ser a chave para nos sentirmos cada vez mais vivas, logo após é lógico de uma boa manicure!

Silvia Lima – Bela Urbana, publicitária, leonina, mãe do Gabriel e Lucas. Atua na área de moda internacional com foco em sustentabilidade. Mora em Stuttgart, adora uma viagem, só ou bem acompanhada, regada a muito vinho. Acredita no casamento, desde que não seja sempre com o mesmo marido, já que está no terceiro, que foi coletando mundo afora! É uma das sócias da Kbsa Inovação Responsável, que ajuda empresas de moda brasileiras a atuarem no mercado internacional por meio da sustentabilidade. www.kbsa.com.br

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Eixo

Beijo seu queixo

estreito

esqueço

Me queixo

Me deixo

Te deixo

Meu eixo ta fora do teu

Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz a curadoria e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza. Divide seu tempo entre as consultorias de comunicação e marketing. e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa :)

 

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De janela para janela

Romeu e Julieta que nada… Você está tentando dormir e começa a ouvir um diálogo entre prédios… De janela para janela…

Hey, como você chama?
Maria Luiza!
E você?
Paulo Henrique…
Paulo Henrique do que?
Me procura no Facebook…

Porque no mundo real é só atravessar a rua…

Michelle Felippe – Bela Urbana, professora por convicção e teimosa. Apaixonada por doces, cinema, poesia urbana e astrologia. Acredita que ainda vai aprender a levar a vida com a mesma leveza e impetuosidade das crianças.

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Fragmentos de um diário – 22

“…eu juro que é melhor não ser o normal…”

Muitas pessoas não me entendem, não entendem esse meu jeito de ser, eu acho que elas pensam que eu faço algum tipo. Como são bobinhas essas pessoas. Elas não entendem que ser diferente é coisa comum, afinal ninguém é igual a ninguém. Agora se o meu é diferente da maioria, isso é uma coisa que as pessoas tem que aceitar, não é porque eu gosto de conjuntos de rocks novos que eu tenho que deixar de gostar de outros tipos de músicas. Tem pessoas que acham que porque eu gosto de rockinhos eu não gosto de outros tipos de  música, elas não entendem que não é nada disso. Também não entendem que quando pinto minha unha de azul, julgam que só por isso, não gosto de usar cores claras. Não é nada disso, bobinhos. Eu gosto de ambas as cores, cada uma a seu estilo.

Eu tenho meu estilo e se é por causa de coisas tão pequenas como essas, que acham que eu quero fazer tipo de uma menina diferente, essas pessoas não estão entendendo nada e estão presas dentro de seus próprios preconceitos, estão criando a cada dia limites.

Eu tenho muito que aprender ainda, não sou a rainha da verdade do mundo, eu apenas tento ser feliz e não me prender a pequenas coisas.

Eu não faço um tipo para ser diferente, eu sou o que sou, talvez um pouco maluquinha em coisas tão banais, mas sei ser muito séria quando precisa. Sabe de uma coisa, eu gosto de ser do meu jeito.

30 de julho – Gisa Luiza – 17 anos

Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde escreve contos, poesias e crônicas. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre suas agências Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br, 3bis Promoções e Eventos e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa :). A personagem Gisa Luiza do “Fragmentos de um diário” é uma homenagem a suas duas avós – Giselda e Ana Luiza

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Morte do poeta

Um poema de amor

É algo pelo qual não se da mais valor

Pois nele não há mais a emoção e a surpresa

Há apenas um amor sem calor

Os poemas não tem mais esse ardor

Não existe alegria ou emoção

Sumiu a felicidade e da vida o tesão

Coisas ditas são esquecidas em um instante

Coisas paradas e vazias

Que se esquecem

 

Essa é a morte da poesia…

 

A morte da vida e de sua alegria

Instantes que se passam e se esquecem

Pois ninguém mais deles quer lembrar

Emoções e decepções não são mais vividas

Onde esta a alegria e o amor?

Onde foi parar?

Em meio a essa escuridão e terror?

Não se pode mais acreditar em nada que se lê

Pois não existe força ou poder pelo qual se escrever

Nada mais durou

Nada mais o é

I

Igor Mota – Belo Urbano, um garoto nascido em 1995, aluno de Filosofia na Puc Campinas do segundo ano. Jovem de corpo, mas velho na alma, gasta grande parte de seu tempo mais lendo do que qualquer outra coisa. Do signo de Gêmeos e ascendente em Aquário, uma péssima combinação (se é que isso importa).

O amor não morreu

Só não se aguenta mais em pé

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Sete Dias

Um dia ouvi de um professor que deveríamos, às vezes, praticar a desconexão. Como um professor renomado de mídias digitais e redes sociais, que vive para o universo on-line poderia dizer aquilo? Não entrava na minha cabeça.

Hoje vivemos numa era midiática, onde todo o tipo de informação chega em nossas mentes e temos que dar conta de tudo num curto espaço de tempo. Pensei, analisei, enxerguei os prós e os contras e lá fui eu viver sete dias como há muitos anos não vivia.

Sete dias sem elas.

Sete dias sem likes.

Sete dias sem amei.

Sete dias sem há há há.

Sete dias sem ver a vida dos outros.

Sete dias sem compartilhar o que estava sentindo ou não.

Sete dias que pareciam durar uma eternidade.

Sete dias desconectada das redes sociais que mais ocupavam meus dias com besteiras, notícias boas, notícias ruins, nóias e risadas.

Sete dias vivendo.

Os hipócritas vão dizer: Ah, isso é fácil! Você é viciada! Certeza que você está fazendo isso porque deu ruim!

Como as vezes não vale a pena explicar eu fiquei com a minha resposta e segui nos sete dias. Não foi fácil. Mas como não nasci com elas na forma on-line, logo aprendi a lidar com a desconexão e praticar a rede social que aprendemos desde crianças. A rede off-line.

E sabem o que encontrei?

Encontrei um mundo real, encontrei-me com pessoas reais e principalmente comigo mesma. Meu coração desacelerou, não sofri a espera de nada e deixei o tempo me levar pra onde ele gostaria que eu fosse, sem mudar o rumo de nada.

Foram sete dias desconectada de um mundo que criamos, um mundo acelerado prestes a sucumbir.

Claro que não serei tola em dizer que viverei sem elas. Mesmo porque eu trabalho com isso. Mas de uma coisa eu tenho certeza. A vida é muito mais real, leve e gostosa longe delas.

Olhem para o céu, vejam a lua, as estrelas, o pôr do sol, subam em pedras, sintam o vento no rosto e ouçam os passarinhos. Olhem para os seus filhos, para os seus amigos, para os seus pais, para seus maridos, esposas, namorados, peguetes…whatever!

Apenas olhem e sintam.

Cris Saad – Bela Urbana, professora universitária, publicitária, fã do vento, da lua e do acaso. Apaixonada por música e dança, enfim apaixonada pela liberdade, pela loucura do movimento e o gozo do encontro.

 

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Conselhos da Madame Zoraíde -5

Olá consulentes. Cá estou eu aqui de novo.

A pergunta que mais escuto quando me procuram é: Vai dar certo?

Eu sempre respondo: – Está dando.

As pessoas me olham com aquela cara de “como assim?” e antes que o consulente fale algo eu já explico.

O certo é uma estrada. As vezes reta, as vezes torta, as vezes com pedras, outras asfaltadas. As vezes com flores e frutos, em outros momentos árida. Na próxima curva pode ter um muro, na outra esquina pode chover. Você ainda pode dar de cara com um um ser estranho e assustador ou pode encontrar algo que você precise cuidar. Em algum momento ou mais de um, alguém despertará seu melhor. Em um trecho você terá companhia, em outros estará só. Nessa estrada ouvirá música, mas não em todo o caminho, em alguns ouvirá barulho e em outros silêncio. Encontrará, insetos, doces, água, comida, carros, carinho, raiva, sono, a falta dele, encontrará tudo, mas só verá se de fato olhar e sentir.

Então, quando a pergunta “vai dar certo?” vier. Pense. O certo é tudo isso e é incerto também. Afinal, o caminho é esse. O seu caminho.

Somente um conselho, um único e precioso conselho. Sapatos confortáveis para caminhar.

Até a próxima. Logo, logo tem mais.

Madame Zoraide – Bela Urbana, nascida no início da década de 80, vinda de Vênus. Começou  atendendo pelo telefone, atingiu o sucesso absoluto, mas foi reprimida por forças maiores, tempos depois começou a fazer mapas astrais e estudar signos e numerologias, sempre soube tudo do presente, do passado, do futuro e dos cantos de qualquer lugar. É irônica, é sabida e é loira. Seu slogan é ” Madame Zoraide sabe tudo”. Tem um canal no Youtube: Madame Zoraide dicas e conselhos www.youtube.com/channel/UCxrDqIToNwKB_eHRMrJLN-Q.  Também atende pela sua página no facebook @madamezoraide. Se é um personagem? Só a criadora sabe 😉

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As mulheres falam muito!

Comecei a pensar nesse tema ao observar como os homens querem a atenção das mulheres para seus assuntos, mas não prestam atenção no que as mulheres querem dizer.

É comum ver piadinhas, memes, cartoons mostrando as mulheres falando sem parar e os homens entediados, sem prestar atenção ou batendo o carro, ou a mulher com a boca calada pelo cinto de segurança, enquanto o homem dirige tranquilo.

O que tenho observado é que há um conflito entre os assuntos de interesse do homem e da mulher. Muitos homens gostam de contar para a mulher seus novos projetos, seu dia no trabalho, sua discussão no trânsito. Enquanto outros, por considerarem seus assuntos somente interessantes para homens só conversam com os amigos do futebol, do trabalho, do bar. A mulher gosta de dividir seus assuntos com o parceiro, mas normalmente não encontra interesse da parte dele.

Mulheres gostam de falar sobre relacionamentos, comportamento. Quando comentam sobre o trabalho, geralmente falam sobre as atitudes do chefe ou dos colegas. Quando expõe seus projetos, levam em conta a parte humana da coisa. Para os homens, mais práticos, não interessa saber esses “detalhes”.

Os assuntos das mulheres que optaram por tomar conta do lar e das crianças, são ainda menos interessantes para eles. A nova receita de bolo, como as crianças se comportaram, tudo lhes parece tão chato!

A questão é que esse desinteresse gera uma distância tão triste entre um casal, uma falta de diálogo, que, acredito eu, tem causado muitas separações de casais.

Aquela pessoa que, um dia foi o centro dos seus interesses, de repente se torna alguém com quem você não quer conversar.

Para manter a chama do casamento ou do relacionamento acesa, não é preciso só sexo, mas é preciso saber ouvir, ter interesse no outro, compreender suas carências, suas necessidades e dificuldades. Temos dois ouvidos e só uma boca, por isso, temos que aprender a ouvir.

Filipa Mourato de Jesus –  Bela Urbana, 43 anos, a espera do terceiro filho, ex bancária concursada, atual mãe em tempo integral, larguei tudo em busca de fazer o que amo, quero ser confeiteira!

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PRECE para os Pais

Que Deus cuide e proteja os pais. Todos. Sem exceção.

Proteja os pais que ajudam as mães a cuidar dos filhos uma ou duas vezes por semana, porque estes não entendem nada do papel de um pai.

Cuide daqueles que colocam os filhos no mundo e que às vezes aparecem anos depois sem nenhuma explicação, porque estes não podem reconhecer a si mesmos como homens, o que dirá como pais.

Cuide e proteja os pais separados que dão uma força pra mãe de vez em quando desde, que não atrapalhe o futebol ou a cerveja com os amigos. Que pagam a pensão de um salário mínimo em dia, mesmo que isso não dê conta das despesas dos filhos. Afinal, já estão fazendo mais do que a mãe das crianças merece. Estes meu Deus, não conseguem enxergar muito além ao redor dos seus umbigos. Logo, não sabem o que é ser homem, nem tão pouco o que é ser um pai de verdade.

Cuide e proteja todos esses pais e tantos outros que abandonam seus filhos de infinitas maneiras, estando perto ou longe.

Mas Deus, observa com cuidado aqueles outros pais que levantam antes das seis da manhã para preparar o lanche, acordar as crianças e deixar todos na escola antes do trabalho. Que levam os filhos ao médico, que preparam o almoço, o jantar, que fazem festa no banho, que jogam cinco ou seis partidas de futebol por dia com seu filho, mesmo que já não tenha mais idade pra isso. Que brinca de boneca com sua filha depois de um dia exaustivo de trabalho. Que anda de bicicleta num domingo de tarde, que arruma um cachorro grande pra seus filhos mesmo morando num apartamento pequeno. Que sai mais cedo do trabalho nos dias quentes só pra poder brincar com os filhos antes de escurecer. Que inventa histórias antes de dormir. Que orienta as tarefas da escola, que dá bronca, que repreende, que educa. Que viaja sozinho com os filhos e se diverte com isso. Que se emociona ao ver os filhos dormirem abraçados a ele. Que é capaz de olhar nos olhos da sua companheira ou companheiro e ver que são pais e mães, mães e mães, pais e pais, sabendo que as alegrias e as dores fazem parte da vida e que a construção de uma vida é mais leve quando se faz junta aparando um ao outro. Que é capaz de construir a mesma vida junta, mesmo quando são separados.  Pais e mães são para sempre. Esse pai sabe disso meu Deus. Esse pai sabe disso e de tantas coisas. Esse pai tem um sexto sentido, igual ao da mãe.

Ah Deus! Estes pais não precisam de cuidado nem proteção. Com eles você não precisa se preocupar. Sim, eu sei. Eles são incríveis. São homens. São pais de verdade. São pais felizes de ser pai. Mas Deus, eles não fazem nada além da sua obrigação.

Gil Guzzo – Belo Urbano, é ator e fotógrafo. É um flaneur que faz da rua, das pessoas e da vida nas grandes cidades sua maior inspiração. Trabalha com fotografia de arte, documental e fotojornalismo. É fundador do [O]FOTOGRÁFICO (Coletivo de arte contemporânea que desenvolve projetos autorais e documentais de fotografia). E o melhor de tudo: é pai da Bia e do Antônio.