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E agora? É Doença de Alzheimer!

Toda primeira quarta-feira do mês costumo almoçar na casa de meus pais. Dessa vez estranhei quando minha mãe comentou a me ver: “- Por que não avisou que viria? Eu teria feito algo especial” “Mãe, nos falamos ontem!”

Observo que ela está muito calada e pergunto para meu pai se aconteceu alguma coisa, ele responde que minha mãe resolveu ter ciúmes dele depois de velha!

Meu irmão intervém, contando que brigou com ela, pois há 15 dias ela só faz arroz, feijão e frango, não varia a comida e agora cozinha sem sal.

O ápice de meu desespero foi quando a vizinha me chamou e avisou que devo levar minha mãe ao médico, porque esses dias a encontrou perdida na padaria sem saber voltar, fala sempre as mesmas coisas e esquece-se de compromissos.

 Depois de várias consultas, exames, avaliação neuropsicológica veio a sentença: Doença de Azheimer! E agora?

Olá sou Sandra Schewinsky psicóloga e neuropsicóloga e conto essa historia para vocês, que acontece em vários lares.

A primeira coisa que a família precisa fazer é buscar o diagnóstico correto, pois existem tipos diferentes de demências e alguns problemas de saúde que parecem demência, mas não são e com tratamento a pessoa pode melhorar.

Outro ponto importante é ficar atento aos comportamentos, nem sempre os primeiros sinais são a perda de memória clássica, mas sim alterações de comportamento que ocorrem pelas alterações cognitivas, a pessoa pode começar a mentir, mas na verdade ela cria outra história porque não lembra da original, pode ter ciúmes, ficar mais sexualizada, mais brava ou apática. A dica é mudou muito o jeito de ser LEVE AO MÉDICO!

Diagnóstico feito, isso não significa o fim do mundo, a família precisa buscar o máximo de informações sobre a doença, existem cartilhas, associações e muitos profissionais experientes para ajudar, inclusive no SUS.

O conhecimento ajuda a lidar melhor com a situação, mas não aplaca os sentimentos que são mistos de tristeza, dor, raiva, falta de paciência com o doente, gastos inesperados e sobrecarga de afazeres. Tanto o cuidador mais próximo como outros membros familiares vão precisar de apoio, quer seja profissional, quer seja de pares.

A sensação é de perder a pessoa em vida, ou seja, a mãe que acha que a filha é sua mãe, o esposo não reconhece a esposa e diz que jamais se casaria com uma “velha”, o irmão que urina no guarda-roupa ao invés de ir ao banheiro, o silencio, a dependência, a limitação, a confusão. São situações de sofrimento para todos e muitas vezes o estresse faz com membros da família briguem e se afastem o que só piora a situação.

Por isso procurem ajuda! Mesmo que a Doença de Azheimer não tenha cura, ela tem tratamento e isso pode melhorar a qualidade de vida de todos, inclusive da família.

Sandra Schewinsky – Bela Urbana. Neuropsicóloga: É super bem humorada!
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