Como a natureza é sábia, além de bela! O ciclo primavera, verão, outono e inverno nos ensina que tudo nasce, cresce, floresce e/ou frutifica, perde o viço e morre.
Num fluxo incessante, tudo tem começo, meio e fim e, na natureza humana, o começo e o fim têm muito em comum.
Em linhas gerais, as crianças têm leveza, são engraçadas, gostam de brincar e de ver TV, são sensíveis, ficam com a cabecinha “no mundo da lua” e precisam de ajuda para realizar algumas tarefas. Com os idosos isso não é diferente, daí o grande encontro e grande química entre avós e netos que, para mim, representa um dos encontros mais poéticos de nossas vidas.
Ser avó (ou avô) é um dos maiores privilégios que podemos experimentar em nossa existência.
Eu não pactuo da ideia de estragar os netos, dando-lhes doces ou deixando-lhes fazer o que não podem fazer em casa. Se quero dar sorvete a eles, peço aos pais para abrirem a exceção para a vovó e está tudo certo.
Meus netos dizem que sou ‘maluquinha’ e eu adoro que essa seja a imagem e a lembrança que carreguem de mim, para a vida deles. Faço muita farra, jogo bola, falo ‘abobrinhas’, com muitas micagens, invento histórias e músicas sem pé nem cabeça, testando-lhes o intelecto, a criatividade e o senso de humor. Com isso, os faço compreender o significado de felicidade.
Os netos dão sentido ao envelhecimento. Nada é mais gratificante do que chegar à porta da casa deles e escutar um grito entusiasmado: VOVÓ!!! e sem refletir sobre sua idade, seu peso ou limitações, se arremessarem ao seu colo, num forte abraço. Com isso, eles me fazem compreender o significado de amor incondicional.
Tudo isso me permite concluir que envelhecer vale a pena.