Misteriosamente me calo ao observar a sorte que construo, me levantando na alvorada e indo me deitar muito depois que o sol se pôs.
Interessante como a estrada se faz presente nos meus dias e as dores no corpo se fazem amiga, para que eu não fique tão só;
Observo atentamente que outros, também constroem a sua sorte na mesma hora do dia, mais uma companhia que não se pode falar;
Calado, na estrada, dedico meu tempo a pensar sobre coisas que me podem fazer com que eu amadureça, amadureço ao tentar entender que eu não entendo sobre nada ao meu redor;
Silenciosamente, observo e me questiono, sobre se tudo isso vale a pena, entender a estrada, a vida ou mesmo este poema e novamente me calo, sobre mais um tema.
Penso nas pessoas que deixei para trás quando resolvi seguir esta jornada e no tempo de vida que gasto para ter algo que sequer tenho certeza sobre o que é, contraditório, desanimo, sobre o pensamento se este é o caminho que quero seguir.
Mas, por outro lado, ao observar o tempo que já passou, o lugar onde estive e o lugar onde estou, percebo que cada tijolo vem molhado de uma gota de vitória, fruto desta estrada, e percebo também, que ao repousar, nos braços do cansaço, sobre o alento do que construí, terei descanso momentâneo, para no outro dia partir.